Pesquisar

27 de agosto de 2009

A FLOR ROXA NO CORAÇÃO DO TROUXA

Tem algumas coisas inexplicáveis na vida, não é mesmo? Uma delas é o comportamento humano. O feminino, para ser mais preciso. Que fazem com que os homens se comportem como os mais completos trouxas (pelo menos até aprender essa verdade).

Quando eu estava no colegial (antigo ensino médio), tinha uma garota por quem eu peguei a maior paixão. Eu babava por ela, literalmente. E por incrível que pareça, ela dava bola para mim! Isso era o máximo!

Eu achava que era muito tímido, então demorei mais de um ano para conseguir me aproximar dela. Na verdade descobri agora, fazendo terapia, que meu problema não é e nem era timidez, mas sim medo e dificuldades de me relacionar com as pessoas por causa de algumas coisas ruins que ocorreram comigo quando eu era moleque. Tipo apanhar da professora, ser ridicularizado, ao sofrer bullying, etc.

De qualquer forma, o que aconteceu é que eu quis me declarar para a menina, todo apaixonado. E sabe o que ela fez? Me evitou a todo custo, e parou de me dar bola. Quando eu consegui falar com ela, sabe o que ela me disse? “Eu não quero ouvir o que você tem para me falar”. Tipo, ela já sabia do que eu ia falar, e ainda assim foi estúpida a beça comigo! Ou seja, só queria SABER que tinha alguém a fim dela, coisa que mais tarde eu percebi ser o modo-operante de muitas mulheres que não valem nem a comida que defecam. Elas querem se sentir poderosas. É a mesma coisa que os homens de pênis pequeno fazem ao comprar um carro super hiper mega poderoso: é para compensar alguma deficiência, mesmo que psicológica.

Eu não era naquela época como sou hoje. Para ser sincero, hoje eu sou como sou por causa de um monte de coisas semelhantes a esta que ocorreram comigo. O que eu devia ter feito é ter lidado com aquilo de uma maneira adulta, ou seja: humilhá-la de alguma forma que a traumatizaria para todo o sempre.

Tá bom, não é o certo a ser feito, mas é o que eu gostaria de fazer. Mas eu não fiz isso.

Na verdade o que eu fiz foi nunca, NUNCA MAIS falar com ela, ou olhar na cara dela, ou pensar nela. Simplesmente a apaguei da minha mente e do meu coração. Foi a primeira vez que eu fiz isso, e obviamente doeu bastante, além de demorar alguns meses. Mas depois eu me acostumei, sabe? E o pior é que recorri a essa técnica muitas outras vezes em situações semelhantes e diferentes, ficando cada vez mais expert nessa operação.

Minha determinação em não ter que olhar mais para a cara daquela pobre menina (que hoje deve estar com 5 filhos morando em um barraco com seu marido pedreiro em alguma favela) foi tanta que eu sistematicamente cometi auto-sabotagem, e reprovei de ano só para não ter que ficar na mesma sala que aquela babaca. E é por causa disso que eu digo que eu fui um completo trouxa, porque mulher nenhuma nesse mundo merecia algo sequer parecido com isso. Quem devia ter reprovado era ela!

Mas para você ver como Deus é imensamente bondoso, sábio e que tem senso de humor: ao reprovar de ano por causa daquela biscate eu tive que refazer o 2º ano do colegial e assim estudar com outra turma, aonde conheci minha esposa, que é muito mais bonita, inteligente, amável e talentosa do que aquela moradora de periferia (no sentido literal do termo) jamais deve ter sido.

Queria ver a cara dessa garota hoje... Não! Pensando bem, eu não queria isso não.

O que eu queria é que ela visse a minha cara.

0 comentários: