LUTE

Combata o bom combate da fé. Tome posse da vida eterna, para a qual você foi chamado e fez a boa confissão na presença de muitas testemunhas - 1 Timóteo 6:12

SE DEIXE TRANSFORMAR

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus - Romanos 12:2

ACEITE O SACRIFÍCIO

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna - João 3:16

VÁ NA CONTRA-MÃO

Converta-se cada um do seu caminho mau e de suas más obras, e vocês permanecerão na terra que o Senhor deu a vocês e aos seus antepassados para sempre. Não sigam outros deuses para prestar-lhes culto e adorá-los; não provoquem a minha ira com ídolos feitos por vocês. E eu não trarei desgraça sobre vocês - Jeremias 25:5-6

REFLITA A LUZ DE JESUS

Pois Deus que disse: "Das trevas resplandeça a luz", ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo - 2 Coríntios 4:6

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30 de julho de 2008

LOUCO, EU?


Se você assistiu o filme BATMAN – DARK KNIGHT (Batman – O Cavaleiro das Trevas) , então deve ter visto o Coringa. Não um Coringa qualquer, bobo, caricato e até mesmo infantil, mas sim um Coringa psicopata, insano, de pensamento veloz e afiado, capaz de arquitetar planos dentro de planos, em tantas camadas que é difícil sequer imaginar. A loucura, como dizem, nada mais é do que um estágio extremamente elevado de inteligência.


Eu não gosto de spoillers, mas se você não viu o filme, saiba que vou contar algumas coisas que podem estragar a surpresa de quando for vê-lo de fato.


No filme o Coringa conta diversas vezes a história de como ganhou aquelas cicatrizes. E cada vez, a história é totalmente diferente. Mas a primeira versão que ele conta me deu muito no que pensar. Ele disse que seu pai era um viciado que, certa noite, chegou em casa muito mais chapado do que o normal. Começou a brigar com a mãe dele, e então pegou um canivete e cortou as duas bochechas da mãe. O homem virou-se então para o pequeno “pré-Coringa”, e colocando a faca em sua boca, lhe perguntou:


“Isso é divertido, não? Então porque você está TÃO sério?! Vamos por um SORRISO neste seu rosto!”.


Durante todo o filme o Coringa tenta provar o que eu já sei faz tempo: as pessoas não prestam, e seriam capazes de comerem umas as outras quando as coisas ficam feias. Como meu irmão falou, eu também fiquei com medo de ter COMPREENDIDO o Coringa, sua frustração e sua fúria. Isso significa que eu tenho uma psicose escondida dentro de mim? Espero que não, mas se tiver, que isso não seja usado contra mim no tribunal, ok?


Tenho esta impressão do mundo. As coisas que eu encaro e que maioria absoluta de nós encara todo santo dia nesse mundinho que parece pior a cada dia que passa com nossa presença é tão feia, cruel e macabra quanto ver um homem matar sua própria mãe diante de você. E então este mesmo mundo põe uma faca na sua boca, e te pergunta porque diabos você está tão sério!


“Sorria, seu maldito! Sorria para a desgraça, se não eu providencio para que o que é ruim fique pior ainda!”.


São os sapos que você tem que engolir, é a cobrança absurda sobre coisas que não tem a menor importância, apenas para que o mundo continue a girar. Já cansei de falar que eu acho que o mundo está todo maluco, que nos perdemos nos meios e nos esquecemos dos fins, e que as pessoas se perderam demais no meio desta selva de intensões que a humanidade tem que atravessar.


Você tem que ter tempo para tudo e para todos, menos para você. Você tem que ter disposição para qualquer coisa que não seja do seu interesse. Então, se não quer ficar maluco, trate de ter interesse nestas coisas. Ou seja: transforme-se em um zumbi e pense como todos pensam, se não, você será mandado embora do seu serviço, ou vai ter a boca cortada por uma faca.


Não é estranho imaginar que o Coringa é, dos personagens de histórias em quadrinho, o mais complexo, porém, o mais realista de todos. Segundo ele disse na inesquecível HQ “A PIADA MORTAL” (que para quem quer saber, conta a verdadeira origem do Coringa): basta um único dia ruim para que uma pessoa sã fique totalmente louca; uma só tragédia pessoal para que se prefira o conforto da loucura à dureza da sanidade e realidade. “Afinal, você sabe disso... que a loucura é como a gravidade! Basta dar um pequeno empurraõzinho para que a queda ocorre naturalmente”.


Todos estão loucos, mas não desta maneira. Se querem que eu fique louco também, dificilmente ficarei louco como eles.

27 de julho de 2008

A LUNETA ÂMBAR / THE AMBER SPYGLASS


Philip Pullman – 2002


Devido a uma série de atividades que tive nos últimos dias, não tive tempo de escrever sobre este assunto, que admito, é complexo e extenso. Mas o fato é que terminei de ler o livro na terça-feira passada, e resolvi deixar as coisas digerindo um pouco em minha mente, porque muita coisa ficou em minha cabeça depois da última página.


O último volume da trilogia “Fonteiras do Universo” pode ser considerado por muitos como o encerramento de uma das obras mais heréticas de todos os tempos. Ou então, o final (se bem que não é tão final assim) de uma boa história.


Philip Pullman sabe escrever. Não tenho capacidade de dizer o quanto em termos acadêmicos (creio que seja muito, pois é professor de língua inglesa da Universidade de Oxford), mas posso dizer que foi o bastante para me cativar. Só houve uma obra que eu havia lido com tanta “fome” quanto A Luneta Âmbar: O Senhor dos Anéis.


A história começa com Lyra sendo raptada por sua mãe, que a mantém adormecida por uma poção. Em seu sono, ela sonha com seu amigo morto no primeiro livro. Ele está no mundo dos mortos, aonde ela deseja ir para falar com ele e pedir perdão.


Após inúmeras batalhas Will consegue resgatá-la com a ajuda da Faca Sutil, mas a faca se quebra quando tenta cortar uma abertura e ao mesmo tempo pensa em algo que ama mas que o deixa triste: sua mãe. Porém, com a ajuda do urso de armadura, Iorek, eles conseguem reforjá-la. E então parte para o mundo dos mortos, que era um mundo como outro qualquer por onde eles haviam ido com a faca, mas ao mesmo tempo, diferente.


Começa ai a parte mais herética da história, aonde se vê que A Autoridade aprisionava na escuridão as almas de todos os mortos, sejam eles bons ou ruins. Elas eram guardadas por Harpias repugnantes que odiavam a mentira e se alimentavam do mal das almas que ali estavam, e para isso, quando a pessoa dormia elas iam até ela sussurrar em seu ouvido todas as coisas ruins que a pessoa havia feito em vida, a ponto de ela se odiar e ter nojo de si mesma.


No fim, a missão de Lyra e Will neste mundo foi a de criar uma passagem para as almas irem para um mundo físico novamente, e assim como seus dimons (todos tinham dimons, mesmo que ocultos em seus corações), de desintegrariam no ar, e todos os átomos de seu ser misturariam ao Universo, e eles viveriam eternamente na chuva, nos pássaros, nos rios e nos animais. Esta era “a morte da morte” a qual seu pai, lorde Asriel, havia falado no fim do primeiro livro.


Daí para frente entra-se em uma espiral de acontecimentos que deixariam qualquer sacerdote cristão de cabelos em pé. Começamos com o início: A Autoridade nada mais era do que a primeira matéria a tomar consciência de si mesma, e todos os demais que vieram depois dele ele nomeou anjos, lhes dizendo que ele os havia criado. O Criador, que teria criado o Universo, bem... deste ninguém sabia. Nem mesma a autoridade. Uma visão ateísta de certa forma.


A rebelião nos céus ocorreu porque o anjo que o mundo chamou de Lúcifer era, na verdade, bom! Ele queria que as pessoas tivesse conhecimento e inteligência, enquanto que a Autoridade queria manter toda a matéria mergulhada na inconsciência. Ou seja: uma inversão de idéias comparada ao cristianismo. Fora a figura de Metatron, O Regente, a quem a Autoridade havia instituído em seu lugar. No fim, A Autoridade se deixa desintegrar, e o Regente é morto por Lorde Azriel e a Sra. Colter, pai e mãe de Lyra, que o fazem por amor à filha (afinal Metatron temia Lyra pela tentação que ela teria, e queria matá-la).


O assunto geral do livro é muito complexo, como falei. Mas resume-se à idéia de que Lyra sofreria a mesma tentação que Eva, e que sua decisão iria influenciar o Universo da mesma forma. A tentação foi feita pela Serpente, que era a cientista que Lyra havia conhecido em nosso mundo quando veio até aqui no segundo livro. Esta cientista havia sido freira, e a “tentação” em si foi ela contar a ela e Will sobre como ela havia deixado de ser freira. Ela explicou como havia se apaixonado por um homem, e no que isso significava, e em todas as coisas maravilhosas que o amor era capaz de proporcionar a uma pessoa, e em como ele fazia com que a vida ganhasse um significado verdadeiramente especial.


Assim, Lyra e Will, que já demonstravam possuir uma afeição grande um para com o outro, se bem que de maneiras velada, terminam por dar vazão a seus sentimentos. E ambos se beijam, se abraçam, se declaram apaixonados, e ficam juntos. Isso por si mesmo foi capaz de resolver o problema no qual o Universo estava mergulhado e explicava o significado do Pó, que intrigava a todos desde o primeiro livro: a capacidade de pensar, tomar decisões e... amar!


No fim, e se você não leu o livro e não quiser saber, que não leia o seguinte: Lyra e Will são separados. Descobre-se que o Pó, que era o que permitia a todos serem conscientes, estava sendo tragado pelo abismo e pelos espectros criados pela Faca Sutil cada vez que ela criava uma passagem entre as dimensões. Como uma pessoa não podia viver com saúde por muito tempo em um mundo diferente daquele em que nasceu, vê-se uma das separações mais dolorosas das quais eu já tenha tomado conhecimento na literatura. Eles tinham que fechar todas as passagens entre os diversos mundos (e isso os anjos rebeldes fariam), e a faca deveria ser quebrada para selar qualquer chance de que o vazamento do Pó ocorresse novamente, colocando todos os Universos em perigo novamente.


A moral da história é que o corpo físico é tão importante quanto o espirito (no caso, os dimons) e a alma (nossa essência). Todas as experiências físicas que temos de dor e prazer são tão válidas e tem um propósito tão importante quanto aquelas no plano espiritual. Afinal, para que seriamos capazes de sentir estas coisas e experimentar estas sensações se elas não fossem importantes? Eu ainda me perguntava sobre isso, e então me lembrei do que o apóstolo Paulo disse: “Posso todas as coisas, mas nem tudo me convém”.


Uma vez separados e em seus mundos, Will quebra a faca, e com a cientista, cria uma amizade que lhe permitiria resolver os problemas que tinha com sua mãe doente. Ele e Lyra se amavam e estavam mergulhados em uma grande dor. Sabiam que nunca mais se veriam e que só teriam lembranças um do outro. E marcam de irem uma vez por ano no mesmo lugar (que havia em seus dois mundos) no mesmo horário, e fingirem que estavam juntos por uma hora. Não sei você, mas eu achei isso muito triste e bonito.


A história termina, mas para mim, não de uma maneira cabal. Ficaram abertas certas brechas que permitiriam uma possível continuação. Que se houver algum dia, eu e muitos leitores esperam que seja para permitir que Will e Lyra fiquem juntos definitivamente.


A história é herética sim. Mas não fosse por isso, seria uma história maravilhosa e, de certa maneira, impecável. Por mais que eu tenha entendido que a crítica final é à instituição IGREJA (devido a todas as falhas e desgraças que ela causou no decorrer da história humana) e não ao Deus criador (que o escritor deixa claro em sua história que “ele não sabe se existe ou não, e se existe, ninguém sabe dele”), muita gente o condena. Eu não os critico, pois compreendo o quão fundo este homem enterrou o punhal nas fundações da igreja. Porém, digo que achei os livros muito bons.


Por fim, sobre o nome dos dimons...


Semana passada estava andando pela livraria Cultura, do Shopping Iguatemi. Calhei de entrar na parte de dicionários, e a Cris olhou para um exemplar de um Dicionário de Símbolos. Livro muito interessante, quero comprar um em breve! Mas voltando ao assunto...


Peguei o livro em mãos, e com mais de 700 páginas, era muito detalhado em explicar o significado de diversas simbologias distintas. Imagine só você que, totalmente sem querem, eu me deparei com a palavra “dimon”.


Esta palavra é de origem grega, e de fato originou a palavra em inglês “deamon” e em português “demônio”. Sabe a explicação que é dada para a origem desta palavra no grego? Não me lembro exatamente das palavras, mas a idéia é: o dimon é o gênio pessoal do ser humano, o homem interior, a essência de uma pessoa e seu verdadeiro eu. É sua consciência, é o Ego racional divino. É o homem natural, com suas paixões e instintos, suas virtudes e defeitos, que à luz dele não são bons nem ruins, mas são apenas o que deviam ser. Philip Pullman sabia disso com toda certeza, e eis ai o motivo do nome dos dimons.


Fico pensando se o termo “demônio” não foi cunhado assim para tentar colocar a culpa de nossas ações não muito honradas em um ser externo, que nos tenta, que nos direciona ao mal. Uma terminologia para o homem que somos e que de certa forma nunca deixaremos de ser, mas que insistimos em renegar.


Não digo que não exista uma guerra espiritual no mundo e que não existam anjos caídos. Eu sei que eles existem e que o inimigo é ardiloso e esperto. Mas sabendo sobre este termo agora, remete-se a aquela idéia de que somos seres muito mais complexos do que as pessoas tentam determinar nas igrejas ou faculdades, e que somos capazes de ações de bem ou mal extremos, sem nenhuma influência de Deus ou do Diabo. O bem por si mesmo não lhe trás a salvação, e o mesmo eu creio que se possa falar do mal e da condenação à morte eterna.


As pessoas podem ser salvas por Cristo e ainda assim cometer certos pecados (mal) dos quais não consegue escapar porque são aqueles maus que estão inerentes à natureza humana, que são o que são. Da mesma maneira que um ateu pode ser capaz de atos de bondade extrema.

25 de julho de 2008

Menino de 8 anos se casa um dia antes de morrer

Um menino britânico de 8 anos morreu um dia depois de realizar seu sonho de se casar com uma amiga de escola. Reece Fleming tinha leucemia há quatro anos e, depois de saber que o menino tinha pouco tempo de vida, os pais decidiram realizar todas as suas vontades, segundo informa nesta sexta o jornal espanhol 20 Minutos.

Em maio deste ano, os médicos disseram aos pais de Reece que ele teria apenas algumas semanas de vida. Desde então, o casal decidiu fazer tudo que estivesse ao seu alcance para que fosse feliz em seus últimos dias de vida.

O maior sonho do menino era reencontrar a amiga de escola Elleanor Purgslove. Os dois retomaram a amizade e ele decidiu pedir a mão da menina em casamento. Ela aceitou e os pais de ambos organizaram a cerimônia.

Embora sem valor legal, a celebração teve direito a alianças, registro, passeio de limusine e jantar, como qualquer outra festa de casamento.

A cerimônia aconteceu no dia 4 de julho. No dia 5, Reece morreu em casa, com seus pais. A mãe contou ao jornal britânico Daily Telegraph que, depois de realizar seu sonho, o menino lhe disse "agora posso ir-me".

Fonte: Redação Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI3029702-EI8142,00.html








Imagino o que tenha passado pela cabeça deste menino. Eu me apaixonei por uma colega de escola também, e como ele, após algum tempo sem vê-la, me reencontrei com ela e então casei. A diferença é que eu não morri no dia seguinte, mas o desejo, a vontade e a felicidade devem ter sido as mesmas. Eu também podia morrer após começar a namorar a Cris, porque eu morreria feliz e com o sentimento de ter feito a coisa mais importante da minha vida. Ainda tenho este sentimento e espero continuar a tê-lo por muito tempo.

23 de julho de 2008

SOMOS TODOS ZUMBÍS E DEFICIENTES


As vezes eu me esqueço do que me motivou a criação deste blog. Dizia a mim mesmo que era para travar uma conversa com Deus (daí o nome, “pra você, Deus”). Mas isso não era uma verdade completa. Eu criei este blog para desabafar, no final das contas.


Existem coisas que normalmente eu não tenho saco para falar para outras pessoas, porque com as pessoas a coisa é complicada. Quando você conversa com alguém, normalmente é interrompido para observações e opiniões do interlocutor, e aqui eu posso dizer o que quero sem ser interrompido, e muito menos criticado. Os que criticam, eu simplesmente não aprovo o comentário e fica por isso mesmo.


Porque estou falando isso, né? Porque eu estou passando por uns momentos diferentes. Creio que em parte intensificados pela leitura dos livros do Phillip Pullman.


Estes livros são hereges do ponto de vista cristão? Se são!!! Mas ao mesmo tempo me despertaram para algumas coisas nas quais eu sempre acreditei e que neste momento me parecem mais intensificadas. Sobre erros que não são erros, e sobre dar o devido valor às coisas, e a Deus. Que definitivamente não é o valor que os livros apresentam. Leia meus comentários sobre os livros depois e você entenderá.


O que percebo já não é de hoje é que o mundo está muito equivocado sobre a maior parte das coisas. As pessoas há muito tempo perderam o foco do que de fato é importante nessa vida. Esta é a verdadeira queda da humanidade: se desviar da simplicidade da vida, de sua felicidade e de todas as coisas realmente importantes em nosso curto espaço de tempo neste mundo, que são o amor, a bondade, a amizade, a paz, a mansidão, a gentileza, a fé, a alegria, o auxílio e o desprendimento.


Vejo as pessoas de manhã nas ruas indo para seus trabalhos, para a escola ou então simplesmente na rua pedindo dinheiro ou roubando. Todos pensam: esta é a vida, fazer o que senão o meu melhor dentro destas regras?


Mas não era e nem é para ser assim! Tenho a impressão de que todos devem acordar pensando em tudo, menos no que deviam. Eu mesmo acordei pensando no que não devia hoje, admito isso. Mas depois, me dei conta disso.


Acordei pensando “puxa, tenho uma reunião chata hoje de manhã... e tem aquele prazo que eu tenho que cumprir naquele projeto... e tem aquela conta pra pagar”. Outras pessoas pensam em coisas como “no que devo investir meu dinheiro” ou “hoje eu vou passar aquele cliente para trás e me dar bem” ou ainda “eu odeio minha esposa” ou então “não agüento mais os meus pais” ou “hoje me sinto vazio e vou cheirar muita cocaína pra ver se me encho de alguma coisa”. Tudo isso... tudo errado.


As pessoas deviam viver livres. Deviam ver através da névoa que há neste mundo e que nos faz ver as coisas da maneira errada. Eu devia acordar pensando no quão bom o mundo é, em como eu poderia botar um sorriso no rosto de todos com quem eu tivesse contato, em como minha esposa é importante e no quão abençoado sou por tê-la ao meu lado. Devíamos focar na bondade, na honestidade, na compreensão. E não no bem próprio, no dinheiro, no poder, na ganância.


Não sou inocente a ponto de desejar que todo mundo seja bom. Só queria que as pessoas de bom coração e de alma pura fossem a maioria E maioria para mim é 50% mais 1. Só que infelizmente vejo a cada dia que estes são minoria, e nem sei se eu mesmo me enquadro neles.


Se você duvida, é simples: faça uma experiência. Escolha um universo de pesquisa que seja extremamente democrático, para realizar um pequeno estudo estatístico sobre como as pessoas se comportam diante da oportunidade de fazer uma coisa boa ou ruim. Eu logo pensei no trânsito: lá você tem pessoas de todas as cores, religiões, sexo, camada social e nível de educação formal. Ou seja, é uma amostra ótima.


O que eu sugiro é: pare em uma esquina movimentada e anote a quantidade de pessoas que, diante de um farol vermelho, o ultrapassam. Ou de quantos que podendo dar a vez para outro passar, e os fecham. Ou de quantas vezes um pedestre atravessa fora da faixa ou de maneira perigosa quando podia fazê-lo com segurança. Avalie quantos agiram bem ou ruim diante de uma situação aonde eles tivessem que escolher, e depois me diga se eu estou errado ao dizer que a maioria é má?


Não vale dizer que a pessoa estava distraída ou que se esqueceu de algo que a tenha feito agir daquela maneira. Não há desculpas. Ou há intenção de fazer o mal ou o mal é feito por pura negligência. E neste caso, negligência é tão ruim quanto a intenção, ou até mais.


Eu estou cansado do mundo, que não nos permite sermos quem de fato somos. Este é um mundo de deficientes. Não no corpo, mas na alma e no espírito. Somos todos mortos vivos, mas eu não agüento mais ser um zumbi ou ver outros ao meu lado agindo como um. No trabalho, na igreja, nas ruas, nos clubes, nos cinemas e em qualquer outro lugar.

22 de julho de 2008

AS PRIMEIRAS BODAS


O tempo passa rápido, não é mesmo? Ontem, dia 21 de julho de 2008, completamos nosso primeiro ano juntos. Que seja o primeiro de muitos, porque até aqui, apesar dos pesares, tem sido bom demais.

18 de julho de 2008

FIM DO PRIMEIRO ROUND

Esta primeira semana substituindo meu coordenados (em férias) vai se encerrando, e sinto como se fosse o fim do primeiro round. Devo dizer que os dois primeiros dias foram os piores, mas depois cabei entrando no ritmo. Porém, isso é totalmente diferente de dizer que é simples.

Se for para exemplificar com a imagem acima, devo dizer que me sinto como o cara caído (que se não me engano, é o George Foreman), mas ao final disso tudo pretendo me sentir como o cara de pé (que é o Muhammad Ali). Estou cansado, abatido e com vontade de que tudo termine logo. Mas observando a situação de maneira fria e realista, creio que ambos íamos estar de pé, em um verdadeiro empate técnico. Não fui nada mal, mas também estou longe de ganhar.

Mas sabe... tem algo dentro de mim que eu eu não entendo. Não sei se foram meus pais que me criaram desta forma, ou se foi Deus que me fez assim, ou se eu sou apenas bobo, mas por mais que eu seja pessimista e assustado com as coisas, quando o negócio inevitavelmente cai em minhas mãos, quando todas as alternativas de afastar o cálice de mim se esgotam, eu suspiro fundo e fico triste... mas faço. E normalmente com uma qualidade no mínimo adequada.

Isso é muito mais do que muita gente que anseia por coisas como esta consegue. Ficam sempre em busca de uma oportunidade de demonstrar sua competência, e quase sempre acabam pegando uma coisa além de suas capacidades para simplesmente não fazê-la.

Eu já passei da fase de me fazer de coitado faz tempo. Mas nunca vou conseguir me achar o mais indicado para fazer a maioria das coisas das quais eu fujo. Não por insegurança, mas por humildade e seriedade. Se eu vejo que existem pessoas mais qualificadas, ou tão qualificadas quanto eu mas com mais desejo de fazer aquilo, porque eu deveria me interpor?

Eu sou uma pessoa sincera em um mundo aonde a sinceridade é punida. Sou uma pessoa que gosta de escancarar a verdade expor a realidade, mas isso é terrível demais no mundo em que caminho. Me sinto rodeado de sombras em um mundo etéreo de ocultação e meias verdades.

Não posso falar que quase tudo o que eu quero eu já tenho sob pena de ser definido como simplório. As pessoas pregam a felicidade e o sucesso, mas se para você o sucesso é ter um cargo razoável em seu emprego e a felicidade é ter sua casa, sua esposa e seu cachorro, você é uma pessoa sem visão, sem aspirações. O mundo exige que você seja ambicioso. Sempre. Mas eu não sou, e vivo em paz comigo mesmo quanto a isso.

Sim, posso não ter o Nintendo Wii que gostaria de ter já há algum tempo. Posso não morar na casa que sonhei, nem ter o computador top de linha que imaginei, tão pouco as roupas legais que ficariam ótimas em mim, nem aquele home theather com blu-ray conectado por hdmi a um LCD de 100” e um sistema de som 3d de alta potência, e nem ter um carrão.

Mas a verdade é que eu não preciso disso tudo. Vivi até aqui sem estas coisas, não vivi? Posso querê-las, mas não preciso de fato. E isso é o que incomoda as pessoas. Eu luto pelo que eu preciso e não pelo que eu simplesmente quero. As vezes luto, mas priorizo minha atenção ao essencial para a minha vida. Será que isso é errado?

Deus disse que devemos buscar primeiro as coisas do céu, pois uma vez isso feito, todo o resto seria acrescentado. É uma dádiva, e o mesmo tempo uma metáfora. Busque o é fundamental primeiro, porque o resto será conseqüência.

Então, se mesmo não querendo uma responsabilidade cai no meu colo, eu encaro como fundamental e a faço o melhor que posso. Se isso vai me dar ganhos no futuros eu não sei, e pra ser sincero nem me preocupo com tal coisa. O que me importa é estar em paz e sentir-me bem com o que eu faço. Minha motivação não é outra senão “trabalhar para viver”, deixando o “viver para trabalhar” para os viciados em trabalho e amantes da cobiça e ambição.

16 de julho de 2008

SENTIDO DA VIDA

Esgotado é uma palavra que condiz com meu estado atual. É assim que estou no momento. Apenas 2 dias e já me encontro no pó da rabiola...


Caminhando para meu serviço hoje de manhã, com sono, mal-humorado, cansado e deprimido, fiquei remoendo qual seria o sentido da vida. Sério mesmo.


O sentido da vida não pode ser seu trabalho, porque o trabalho é castigo de Deus (vide o Livro de Gênesis) e serve apenas para ganharmos dinheiro, que também não é objetivo e sim ferramenta para atingi-lo.


Seria os relacionamentos? Não sei, porque a maioria dos relacionamentos que a maioria das pessoas tem são circunstanciais: é amizade com um colega de trabalho que, se um belo dia sai do emprego, você perde o contato, ou com alguém que se mostra um canalha na primeira oportunidade que tem para lhe passar para trás. Relacionamentos são parte do processo.


Seria então... morrer? Creio que não. No final das contas, a morte é penas a conclusão de uma etapa, e não um objetivo. Caso o fosse, todos nós nos mataríamos quando fizéssemos esta pergunta a nós mesmos pela primeira vez, na adolescência.


O objetivo então é adorar a Deus? Imagino que sim, mas o verdadeiro significado disso ninguém sabe explicar muito bem. É viver com dignidade, sendo uma pessoa boa e honesta, amando ao próximo e a Deus. Mas aplicar isso é tão complicado, tão difícil!


Para mim o significado está meio nebuloso. Já procurei no Google, mas não achei...


E para você? Qual é o significado da vida para você?

13 de julho de 2008

FAZENDO QUALQUER NEGÓCIO

Estes dias eu reli boa parte da minha coleção de mangás do Dragon Ball, e me lembrei que meu primeiro pseudônimo na Internet era "Piccolo". Sempre o achei o mais complexo de todos, mesmo ficando em um nível de poder bem abaixo do Goku e do Vegeta...

Bom, quando eu falo "fazendo qualquer negócio", eu digo que seria capaz de fazer uma coisa semelhante a arrancar um braço fora para não ter que passar os 20 dias que terei que a partir de amanhã. Mas se você não sabe, o Piccolo pode regenerar seus membros, ok?

Os 20 dias serão referentes às férias de meu coordenador. Eu fui o "sortudo" escolhido para ficar em seu lugar. A principio não é para dar nenhum problema, mas eu sempre fico preocupado com situações como esta. Sinceramente, não gosto e nem quero ter cargos de coordenação, gerência ou chefia. Gosto de fazer, e não de coordenar a execução, entende? É algo que me faz definhar, e é assim que eu acho que serão estes 20 dias.

Pior é que o mercado parece ter uma visão muito limitada da coisa: se você é um profissional bom no que faz, se é experiênte, já não pode mais fazer aquela atividade: tem que coordenar pessoas. Como se o fato da pessoa saber bater pregos muito bem fizesse dela a melhor pessoa do mundo para mandar outras pessoas o fazerem.

E se você diz que prefere as coisas como estão, você imediatamente é definido como folgado ou preguiçoso. Faça-me o favor...

6 de julho de 2008

STARBUCKS CAFE

Quando me falaram que havia sido inaugurada uma loja da Starbucks no shopping Iguatemi eu fiquei com o pé atrás. Era bom demais pra ser verdade. Antão eu fiz uma busca rápida no Google e eis que constato: realmente abriu!


Ontem tive que ir até o shopping pegar umas calças que comprei, e aproveitei para conferir. Tomei um cappuccino tamanho “tall”, e ele vinha em um daqueles icônicos copos térmicos de papel com tampa de plástico que vemos nos filmes.


É caro (este cappuccino saiu por R$5,90) e o sabor, obviamente, é muiito bom, mas muita padaria por ai faz igual. A questão é a marca e a aura que a Starbucks trás consigo, além do ambiente: a loja é muito bonita, o atendimento é muito bom e os frequentadores (pelo menos os que eu vi ontem) são pessoas das classes A e B.

O fato de terem inaugurado uma loja destas por aqui significa que Campinas está começando a entrar para o hall de cidades de verdade. Há 10 anos atrás quem imaginaria que teríamos uma Starbucks aqui? Digo o mesmo do Subway, antes não havia nenhum e hoje já pipocam pelo menos 4 lojas. Acho que o pessoal aqui já não aguentava mais a mesmisse de Mc Donalds, Habibs e Bobs.


Outra coisa: percebo que sou extremamente atraído por coisas que tenham seu logotipo feito com as cores usadas no logo da Starbucks: verde, preto e branco. Porque? Hora bolas, eu ADORO tomar Heinekken, lembra? E nunca escondi que a escolhi como predileta não só pelo sabor, mas por causa do visual de sua embalagem.

1 de julho de 2008

A FACA SUTIL / THE SUBTLE KNIFE

Philip Pullman – 1997


Ontem a noite, não mais sozinho mas isolado em meu quartinho de leitura, terminei de ler o segundo livro da série “Fronteiras do Universo” (His Dark Materials). É aquele mesmo que muita gente leu em e-mails espalhados pela Internet e cujo conteúdo dizia ser este livro satânico, incutidor de idéias anti-cristãs, blasfemo e outras coisas mais.


No post em que eu falei sobre o primeiro livre eu disse que a história era boa. Termino o segundo dizendo que a história continua ótima, e a narrativa melhorou tanto que em certas partes era quase impossível parar de ler. Mas tem algo a ser falado sobre este livro e que provavelmente vai contradizer em parte o que eu falei antes sobre esta história.


Algumas pessoas que viram o primeiro filme não acharam grandes coisas sobre os perigos que a história transmite sobre uma visão totalmente invertida de Deus. Quem ler o primeiro livro, ao terminar, acharia a mesma coisa. Mas o caldo engrossa bastante no segundo livro.


Se não gosta de spoillers (estraga-surpresas), não leia. Mas se quer saber um pouco mais, continue abaixo, pois vou falar um pouco mais sobre a história.


Termina-se o primeiro livro com lorde Azriel tendo quebrado a barreira entre os mundos (dimensões diferentes, ou realidades paralelas). Ele foi para outro mundo e Lyra foi atrás, imaginando que ao contrário do que o pai dela achava, o tal pó (citado como poeira do universo, impregnada em tudo, mas de maneira mais concentrada em pessoas adultas e com dimons imutáveis) não era uma coisa ruim a ser destruída, mas sim algo bom a ser preservado.


A citada Faca Sutil do título é uma faca que foi feita no mundo para onde o portal que lorde Azriel criou. Um undo repleto de crianças de dimons, com adultos que eram mortos-vivos, sugados por Espectros que não de interessavam por crianças, deixando-as em paz. Da faca, falo depois.


Pulando a enrolação, para este mundo vai um rapaz, Will, que é do nosso mundo, esta terra mesmo que conhecemos, com seus cinemas, coca-cola, polícia, tv, desenho animado e muito mais. Ele encontrara um portal para aquele mundo e lá se encontrou com Lyra, e a partir daí ocorrem diálogos e ações em ambos os mundos que constatam o que já era inferido no primeiro livro.


Dimons são a alma da pessoa. Lyra a principio acha estranho que Will não tenha um dimon, mas depois ela percebe e lhe fala que ele tem um sim, mas que está dentro dele, escondido. Depois, constata-se que o tal pó o que chamamos em nossa física de “matéria escura”. E a partir daí começam as coisas que engrossaram o caldo, como citei.


Descobre-se que o aletiômetro (a bússola de ouro do primeiro livro) é um objeto que manifesta a consciência do pó/matéria escura, que, no final das contas, não só é senciente como manipula o Universo. Eles dizem que os humanos os chamam de pó, ou de matéria escura, mas que na verdade estes mesmos humanos os conhecem desde tempo imemoriais por outro nome: anjos!


A partir daí fica-se claro que, na história, o pó é a manifestação do poder de Deus, que prende os humanos em destinos que a grande maioria, principalmente Azriel, acham cruel. Ele simplesmente começa a reunir um exército gigantesco de anjos (sim, anjos), feiticeiras e diversas criaturas de infindáveis mundos que, como ele, tinha este objetivo: acabar com o pó, terminando uma guerra que, segundo eles, havia sido travada nos céus há muito, muito tempo atrás.


Azriel quer terminar o que o Diabo começou, entendendo que o criador (eles não usam o nome Deus) é um tirano. Se ele não o for, seus representantes (a igreja, em infindáveis mundos) se apresentam como tal, e portanto, este mesmo criador seria co-participante com eles da tirania da igreja, que sempre buscou matar tudo o que há de belo, prazeroso e e natural na vida humana, tentando atirá-lo em um abismo de ignorância em contra-partida daquilo que eles criam ser o destino do ser humano: se tornarem nobres, evoluídos e bons pela busca do conhecimento, da lógica e da razão. Falam com ódio contra este ser que criou os humanos e os aprisionou em um universo de dor e sofrimento como aqueles em que viviam (pois eram muitos os Universos, mas era apenas um só Deus).


O interessante é que fica-se subentendido que não é só Deus quem eles querem destruir, mas também o Diabo. Dizem que a vida humana é disputada por dois poderes “que brigam o tempo todo para poder manipular cada resultado da evolução da humanidade, tirando este controle um dos dentes do outro em um combate feroz e mortal”. E o que Azriel quer é que os humanos não sejam mais manipulados por lado algum nunca mais. É, portanto, uma visão não satanista a do escritor, mas meramente ateísta! Bem radical, diga-se de passagem.


Obviamente imagina-se que isso tudo é ridículo. O exército de Azriel, segundo criaturas antigas na história, era muito mais numeroso, forte, bem preparado e comandado do que o exército que fez o levante no passado (de Lúcifer, que não foi citado até aqui). Mas fica-se sabendo que sem uma determinada coisa, a missão deste exército seria impossível. E é justamente ai que a faca sutil entra.


Criada naquele mundo intermediário (que ligava todos os mundos diferentes), esta faca parecia normal, mas era extremamente especial; era, de fato, única. Fora criada como uma experiência de filósofos e físicos, que resultou em algo inacreditável, cujos criadores sequer se deram conta do que tinham em mãos. Criaram uma faca com o fio tão perfeito, tão absurdamente afiado, que podia contar qualquer coisa. QUALQUER UMA.


Usavam-na, por exemplo, para fazer o que nossos aceleradores de partículas fazem hoje nos grandes centros de pesquisa da matéria no mundo. Quebravam átomos com esta faca. Em nosso mundo, quebramos átomos originando partículas nucleares chamadas de prótons, nêutrons e elétrons. Quebramos estas partículas e obtemos sub-partículas atômicas como os quarks e os neutrinos. E dentro destes, não se tem idéia do que há, pois não é possível quebrá-los de tão pequenos e compactos que são. Mas com a faca sutil, era possível quebrá-los em pedaços muito, muito menores, até destruí-los por completo e simplesmente extinguir qualquer coisa a nada.


A faca sutil podia cortar o próprio tecido do espaço-tempo e da realidade, criando portais para dimensões paralelas. Esta faca podia cortar o incortável, sendo capaz de cortar até mesmo a matéria escura, que logo se entende ser a manifestação etérea do que conhecemos como espírito (no livro, que fique bem claro). Esta faca, por mais absurdo que se possa parecer, além de criar portais interdimensionais... podia matar Deus!


Sob esta ótica, agora fica-se claro os motivos que levaram igrejas a alertar sobre estes livros. A idéia de matar deus é abominável e impossível. Para os religiosos, mesmo em um livro isso sequer devia ser vislumbrado.


Mas volto a dizer: é uma história extremamente criativa e empolgante, que prende o leitor e o leva a reinos de imaginação que, pelo menos eu, nunca tinha visto. Mas é preciso lê-lo com critério, e o critério e simples: foi escrito por alguém que não gosta da igreja por motivos que de certa forma eu acabo compartilhando, infelizmente. A igreja, volto a afirmar, errou e erra muito, seja católica, evangélica, muçulmana, mórmon ou de outras religiões. Em muitos casos representam interesses terrenos, políticos e pessoais (de cunho financeiro e até sexual). É natural que tentem confrontá-las colocando seu objeto de adoração, ou seja, seu Deus, em xeque.


Mas eu simplesmente leio a história sem me preocupar ou deixar contaminar com estas coisas. No final das contas, eu sempre tive a visão que em uma história, em um livro, os personagens vivem em um Universo de verdade, e o deus deste Universo em que estão inseridos não é o nosso Deus, mas sim o próprio escritor. Ele é quem criou aquele mundo e aquelas pessoas. Então, se fala mal daquele deus, o citando como um tirano, fala mal de si mesmo, impondo seus personagens destinos cruéis e dolorosos.


Mas vale lembrar que Lyra desconfia que seu pai, lorde Azriel, esteja totalmente equivocado. Então, ainda preciso ler o último volume para ter uma visão completa da obra e saber aonde isso tudo vai terminar.


Toda história precisa de acontecimentos ruins para que os bons ocorram, conflitos e situações que exijam a ação dos personagens. Em uma história de cunho fantástico como esta, que situação mais época poderia existir se não uma guerra contra o próprio criador do Universo? É a rebeldia mais escrachada que se pode ter, e por mais que se diga que não, todos temos uma natureza rebelde, que com Cristo, tentamos suprimir. No mínimo, por mais enojados que possamos ficar, sempre há uma identificação, por menos que gostemos de admitir.