LUTE

Combata o bom combate da fé. Tome posse da vida eterna, para a qual você foi chamado e fez a boa confissão na presença de muitas testemunhas - 1 Timóteo 6:12

SE DEIXE TRANSFORMAR

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus - Romanos 12:2

ACEITE O SACRIFÍCIO

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna - João 3:16

VÁ NA CONTRA-MÃO

Converta-se cada um do seu caminho mau e de suas más obras, e vocês permanecerão na terra que o Senhor deu a vocês e aos seus antepassados para sempre. Não sigam outros deuses para prestar-lhes culto e adorá-los; não provoquem a minha ira com ídolos feitos por vocês. E eu não trarei desgraça sobre vocês - Jeremias 25:5-6

REFLITA A LUZ DE JESUS

Pois Deus que disse: "Das trevas resplandeça a luz", ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo - 2 Coríntios 4:6

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15 de dezembro de 2009

RECAÍDA

Venho falando com minha terapeuta sobre alguns sentimentos que me preocupam, pois parecem ser recaídas de minha depressão. No último grande feriado que tive eu não fiz nada do que pensava fazer. Não porque ocorreram outras coisas que me impediram, mas simplesmente porque estava desestimulado a fazer tais atividades. Não tinha vontade de fazer nada, e estava me sentido muito entediado e desmotivado.

Hoje estou da mesma forma novamente.

Como já falei antes depressão não é tristeza mas sim desânimo profundo, um desânimo que te leva a uma constante não-ação. Estou tomando meus medicamentos e fazendo a psicoterapia desde o começo do ano, e nos últimos dias eu vinha experimentado uma vitalidade para fazer coisas que não tinha há bastante tempo. Voltei a trabalhar mais intensamente no meu livro, voltei a fazer alguns cursos on-line e comecei um projeto particular para um serviço web com um amigo. Ou seja, bastante coisa.

Então porque de repente esta desmotivação? Será que é o fim de ano? Cansaço acumulado? A vontade de entrar de férias? Não sei, mas vejo em diversos artigos que a incidência de recaídas de quadros depressivos é alta, e fico com medo. Em momentos como este me sinto derrotado e ao mesmo tempo zangado comigo. Uma voz de cobrança surge em minha mente. Quero ser produtivo, quero escrever meu livro, quero trabalhar com potência, quero me realizar.

Mas momentos como este surgem, e me sinto paralisado e impotente, sem vontade alguma, só desejando que aquele episódio passe e a motivação ressurja o quanto antes para que eu volte a fazer as coisas que quero e que sei que tenho que fazer.

3 de dezembro de 2009

PERDIDOS

Algo está deteriorado e exala odores cadavéricos. Existe uma sensação estranha no ar. Há um silêncio denso e gorduroso como óleo vindo de cada um de nós. Um silêncio que é fruto de um desespero cabal, que nos leva a inanição e a este estado de catarse fulminante.

Nos debatemos por muito tempo nas mãos de algo que julgávamos ser totalmente possível de derrotar, mas que na verdade era muito maior do que todos nós juntos. Estamos agora percebendo o quanto eramos e somos impotentes diante dos fatos, diante da inevitabilidade do rumo de nossa história, da maré que move o mar do qual fazemos parte. Somos todos gotas no oceano.

Tudo já estava previsto. Tudo já era aguardado. Todas as desgraças, falhas, crimes e insensatezes estavam fadados a ocorrer. Todas as lágrimas fora derramadas para preparar o caminho do fim. Todas as coisas boas também foram somadas, mas cessarão. Tudo culmina, tudo se conclui, tudo se finaliza. Seja beleza ou feiura, bondade ou maldade, amor ou indiferença.

Não importa o que façamos, pensemos ou tentemos, somos parte desta era vergonhosa e ela está fadada a nos levar ao fim e à degradação. Esta era esta fadada a grandes tribulações, a um grande descaso, a uma enorme falta de foco, a uma absurda queda de todos os padrões morais e éticos, ao esquecimento de Cristo, à adoção de um paradigma de constantes e desumanas mudança de paradigma. Esta era esta fadada a ser de pura tribulação.

Diante disso nos mantemos calados por não entendermos a real intensão de Deus neste momento, achando que tudo está assim devido à natureza má, perversa, inconstante e desvirtuada do ser humano. Na verdade, por mais que não concebamos, há a necessidade de que isso ocorra mesmo contra nossos mais bem intencionados desejos.

Há uma urgência para que o mundo se apodreça, se contamine, se torne selvagem e inabitável para aqueles que acreditam em Deus e que buscam sua paz. O apocalipse ocorre todos os dias um pouco mais, e ficamos quietos diante disso tudo pensando que nossas ações não fizeram diferença alguma. Mas fizeram.

Não devemos nos sentir mais perdidos, mas devemos permanecer perseverantes mesmo diante do rumo inevitável para o qual todos nós caminhamos. Porque é a única coisa que podemos fazer.

16 de novembro de 2009

DIALÉTICA RELIGIOSA

Porque quero que saibais quão grande combate tenho por vós, e pelos que estão em Laodicéia, e por quantos não viram o meu rosto em carne; para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência. E digo isto, para que ninguém vos engane com palavras persuasivas. Porque, ainda que esteja ausente quanto ao corpo, contudo, em espírito estou convosco, regozijando-me e vendo a vossa ordem e a firmeza da vossa fé em Cristo.

Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele, arraigados e edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, nela abundando em ação de graças. Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade; e estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade; no qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de Cristo; sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.


Colossenses 2 – 1:12





“Dialética (português brasileiro) ou Dialéctica (português europeu) (do grego διαλεκτική (τέχνη), pelo latim dialectĭca o dialectĭce) era, na Grécia Antiga, a arte do diálogo, da contraposição e contradição de ideias que leva a outras ideias.

Aos poucos, passou a ser a arte de, no diálogo, demonstrar uma tese por meio de uma argumentação capaz de definir e distinguir claramente os conceitos envolvidos na discussão.

Aristóteles considerava Zenão de Eléia (aprox. 490-430 a.C.) o fundador da dialética. Outros consideraram Sócrates (469-399 AEC)." (Konder, 1987, p. 7).”


Wikipédia


Dialética religiosa, ou dialética de crenças. Este é um assunto extremamente complexo. Devia ser tratado por filósofos, teólogos e sacerdotes diversos, não por um analista de sistemas que as vezes tem a impressão de que navega sem rumo por um mar de opiniões distintas, conflitantes e anuladoras. Mas não é minha presunção querer resolver este assunto aqui, mas sim dar minha opinião. Afinal é para isso que mais me serve este blog.

Desde que me converti (e gosto de acreditar que realmente me converti a Cristo, por mais que eu me sinta perdido nos últimos anos) minha vida mudou bastante. Me casei, comprei um apartamento, mudei de emprego, passei por doenças, vi e ouvi coisas que nem sabia que existiam. E tive muitas, muitas experiências dialéticas de cunho religioso.

Acho que todos estamos fadados a estas situações, aonde você se vê inserido em uma conversa aonde as pessoas dialogam na tentativa de desacreditar sua base de crenças, sendo isso intencional ou não.

Os crentes em Cristo normalmente tem atitudes bem claras quanto a estas situações. Uns simplesmente se afastam da conversa, outros são agressivos e falam com propriedade sobre conceitos que eu desconheço ou que eu até conheço mas que não me vem à mente no momento da conversa. Ou há aqueles que tentam simplesmente dialogar, como eu. O que pode ser bom por um lado, pois permite uma conversa produtiva e instigante com as pessoas, mas que por outro pode ser catastrófico em diversas camadas.

Eu posso conversar com uma pessoa e não ter argumentações o bastante para, durante a dialética, contrapor meu ponto de vista e minha crença, o que dá a impressão a nossos interlocutores de que eles tem razão. Algumas pessoas podem até mesmo se questionar se o interlocutor realmente não está certo, e com isso ter as bases mais profundas de sua crença abaladas: a fé, seja lá no que ela for.

O que muitos não se dão conta é que a fé é, por definição, inexplicável. Ela não pode ser enquadrada em termos lógicos, e a dialética é totalmente apoiada na lógica. Portanto fé não pode ser discutida, por mais que as pessoas tentem. Você não pode debater logicamente algo que não possa ser provado que exista e que ao mesmo tempo não possa ser provado que não exista. Qualquer coisa dita a respeito torna-se falácia.

Quando alguém me diz que Deus não existe, ela tem sob a ótica lógica tanta razão quanto eu tenho ao afirmar que Ele existe sim. Em ambos os casos não há provas, apenas evidências que podem ser usados para apoiar qualquer ponto de vista.

A fé é um mistério do ser humano que alguns afirmam ser um defeito de nossa mente, uma artimanha de nosso cérebro na tentativa de nos fazer mais confortáveis diante de um Universo de desconhecimento e perigos, uma forma de consolo diante da inexplicável origem e razão da vida e da morte. E esta afirmação está tão certa diante da lógica quanto a afirmação de que Deus criou a todos nós com um propósito único de adorá-lo com nossas vidas e com nossa santificação, que é amar a Deus sobre todas as coisas e a ao próximo como a nós mesmos. Não há como refutar qualquer uma das afirmações pois ambas são improváveis. Acreditar em uma ou outra depende da sensibilidade inerente à natureza de cada indivíduo.

O ponto aonde quero chegar é que o ser humano tem uma necessidade biológica de crer em algo. A história comprova que todas as culturas observáveis tinham sistemas religiosos, tinha uma mitologia a respeito da origem do ser humano, de seu povo, de sua cultura, de suas tradições, de seu sistema moral e ético. Crer em algo é uma daquelas coisas que fazem de nós humanos, diferentes dos outros animais. Nós pensamos. Nós cremos. Nós sonhamos. Nós construímos.

A dialética está presente na vida de crentes o tempo todo, e quando falo em crentes, incluo a todos os seres humanos neste termo. Todos somos crentes em algo, ou em Deus, ou na ciência ou em nós mesmos. O tempo todo tentamos convencer as outras pessoas a adotarem nossa crença, em um verdadeiro processo de evangelização, de convencimento.

Os crentes em Jesus ao distribuir folhetos e fazer missões e os céticos religiosos ao divulgar o ceticismo e a lógica como verdades absolutas e melhores métodos para se saber o que é verdade e o que não é estão trabalhando no convencimento, na evangelização de suas respectivas doutrinas. Mas a verdade é que as pessoas se sentem melhor em meio a grupos de valores e conceitos semelhantes, elas se sentem parte de um todo, elas alimentam seu sentimento de rebanho, elas se sentem completas e felizes. Então nada mais lógico que converter todos a sua crença, porque seria melhor do que nós abrirmos mão da nossa.

Os crentes em Cristo alegam que fazem isso por ordenança de Deus, e para que todos sejam salvos pelo sangue de Jesus. Os céticos por outro lado alegam que fazem isso para dar ás pessoas a verdadeira liberdade de saber que Deus não existe, mesmo que isso as deixem perdidas depois, sem um rumo ou objetivo muito claros.

A dialética é, de certa forma, saudável e ao mesmo tempo nociva. Saudável porque é democrática e permite às pessoas conhecer outros pontos de vista diferentes daqueles que ela adota, o que lhes leva a compreender melhor o ser humano e a riqueza cultural e intelectual de nossa espécie. Mas é nociva porque pode destruir convicções e bases ideológicas muito fortes que causam muita dor e sofrimento às pessoas, e bases estas que podem ser relativamente mais corretas do que as novas que estas pessoas venham a adotar.

Nisso entro outra questão delicada, que é a convicção que a pessoa deve ter de que sua fé é a única certa, a definitiva e final, e que todas as outras estão erradas. Mas sobre este assunto, que é a base de muitos conflitos de diversas escalas, não tenho muito o que falar, pois estes você mesmo deve viver no seu dia-a-dia. As pessoas simplesmente não conseguem conceber um mundo aonde sua crença não signifique a contraposição da crença dos outros, um mundo aonde uma pessoa possa crer em algo diferente da outra e ambas conviverem sem conflitos, porque isso é, de fato impossível em termos humanos.

Na verdade o conflito esta na base da dialética, e a dialética está na base de todos os nossos relacionamentos. Uma pessoa não pode crer em algo e aceitar que a crença de outra pessoa, diferente da sua, tenham o mesmo valor porque isso significaria que crer em uma ou em outra seria a mesma coisa, o que nos deixa em um ciclo infinito que nos levaria a uma constatação obvia de que se todas as crenças tem o mesmo peso, todas estão erradas e portanto não temos certeza de absolutamente nada... o que está certo até certo ponto.

Assim, a única conclusão a que posso chegar é que a dialética religiosa é inerente ao ser humano, e ao mesmo tempo é totalmente inútil, não levando a lugar algum uma vez que a pessoa tenha escolhido sua crença ou tenha se decepcionado muito com ela e esteja disposto a mudar para outra. Infelizmente é uma inutilidade da qual nunca vamos conseguir nos abster.

Por isso é importante que você, crente em Jesus, tenha esta certeza de que perante a logica humana sua fé em Cristo é tão irracional quanto acreditar em qualquer outro sistema religioso, mas que isso não significa em absoluto que sua fé é em algo irreal. Sua fé não pode ser medida, e mesmo que toda uma sorte de afirmações lógicas e coerentes neguem a existência de Deus e de Jesus, elas não provam nada. Absolutamente nada.

Que Deus tenha misericórdia de nós, e nos dê acima de discernimento, uma fé inabalável nEle e em seu filho Jesus Cristo.

11 de novembro de 2009

VITTORIO, O VAMPIRO

Anne Rice, 1999

Nos estudos que tenho feito para escrever meu livro (que patina mais do que um membro do Holiday on Ice) eu tenho lido muitos livros diferentes, e um deles foi este, pois queria ler uma obra de terror para entender a dinâmica deste estilo e quem sabe utilizar algo em meu próprio texto. Minha esposa havia comprado este livro já há alguns anos, mas eu nunca tinha me interessado por ele. Agora, após a insistência dela, o li.

Vittorio é um livro relativamente curto (206 páginas), e a história é, digamos, parecida e ao mesmo tempo diferente de outras histórias de vampiro. Sua trama se passa aparentemente no mesmo universo de histórias que Anne Rice criou em suas outras tantas obras vampirescas, mas diferente destas não se passa nos dias atuais e muito menos em New Orleans. Passa-se na Toscana, região da Itália no ano de 1450. Trata-se das memórias de um antigo vampiro de nome Vittorio, que nos conta como se tornou o que é e sobre sua trágica vida.

A primeira coisa interessante do universo criado por Anne Rice é que os vampiros são representados sob sua mitologia clássica. Esqueça histórias torpes sobre o vampirismo ser uma doença ou uma mutação genética. Nas histórias de Anne Rice eles são como são por causa de Lúcifer, ou seja, são criaturas satânicas, não demônios propriamente ditos, mas pessoas decaídas e contaminadas com o sangue de Satã e dotadas de poderes sobrenaturais e uma sede de sangue infinita, sejam obrigadas, sejam de comum acordo por algum pacto satânico. O terror começa ai.

Vittorio conta como era sua vida de nobre filho de senhor de terras, admirador de arte e devoto fervoroso da igreja católica, sendo inclusive um leitor das obras de Santo Agostinho ainda aos 16 anos de idade. Vampiros matam sua família, mas uma vampira de nome Ursula o deixa viver pois se apaixona por ele. O rapaz é pego pelos vampiros mais tarde, que se chamavam de Corte Rubra, e é deixado em Milão, aonde fica desorientado por alguns dias pois tinha sido dado a ele sangue de vampiro para beber.

É a partir daí que algo estranho e que me chamou a atenção deste livro acontece. Vittorio começa a ver e falar com anjos. Anjos da guarda para ser mais exato, que ele vira antes retratados em obras de seu pintor predileto, o que lhe faz pensar se não estava ficando louco. Os anjos o ajudam a cumprir sua vingança contra os vampiros, mas obviamente ele não consegue matar Ursula pois a amava. E assim ela o transforma em um vampiro, e ambos permanecem juntos até os dias atuais.

Vittorio é uma história que fala muito de arte e da situação política da Itália no séc. XIV, e também é carregado da sedução que a aura da figura dos vampiros carregam. Cenas mais picantes aparecem em momentos chave para demonstrar carnalmente o amor e a paixão que os personagens nutriam um pelo outro.

A arquitetura dos lugares e as vestimentas são bem detalhados mas em certos momentos cansam. O fato do personagem ser um adolescente algumas vezes irrita, mas isso é uma opinião pessoal minha, pois ele se comporta de forma tola em muitos momentos, totalmente inexperiente.

O mais estranho sobre este livro é que não me assustei nada ao lê-lo. E ai é que eu descobri que uma história de terror não é uma história que lhe cause sustos, mas sim uma história aonde ocorram coisas terríveis, como a cena em que Vittorio invade a cripta dos vampiros e mata um a um deles os decapitando porcamente com sua espada, e quando estas eram jogadas ao Sol queimavam e derretiam vazando gordura dos olhos e sangue negro de onde antes eram suas gargantas.

De qualquer forma é um livro interessante para passar o tempo, e uma literatura diferente da que eu costumo ler.

4 de novembro de 2009

GIGOT

Gigot, de Gene Kelly, 1962, 104min
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0056017/

Este foi mais um filme que vi em minha infância na sessão da tarde e que me marcou muito pelo ar decrépito e melancólico. A descrição do filme foi traduzida por mim de parte da Wikipédia Inglesa.

Gigot é um francês mudo que mora no bairro Montmartre de Paris, em 1920. Ele leva uma vida simplória como faxineiro vivendo em um apartamento no prédio de sua senhoria. Embora tratado com condescendência pela maioria de seus vizinhos (sendo muitas vezes alvo de piadas), ele é muito querido pelas crianças do locais e pelos animais, os quais muitas vezes alimentava. Ele parece satisfeito com sua vida, embora tenha uma estranha paixão: ele comparece a todos os funerais locais, conhecendo ou não o morto, caminhando e chorando junto aos outros enlutados.

Em uma noite chuvosa, ele está voltando para casa quando se depara com uma mulher chamada Collette e com sua jovem filha Nicole sentadas em um porta tentando se manter secas. Com pena ele as deixa permanecer em seu apartamento. Collette suspeita de Gigot desde o início, mas a jovem Nicole se aquece ao lado dele, demonstrando confiança.

Um dos pontos altos do filme é a cena em que Gigot faz uma pantomima deslumbrante, levando Nicole à igreja apenas para descobrir que ela não é batizada e que é completamente ignorante sobre a igreja e sobre Deus. A pequena Nicole aponta para um crucifixo e pergunta a Gigot quem era ali na cruz.

Gigot, claramente triste pela incapacidade de falar, resolve contar a história de Cristo a encenando para Nicole, começando com Maria segurando o menino Jesus, passando por sua infância e indo até o horror da crucificação. Quando Gigot abre os olhos ao final de sua encenação ele vê Nicole olhando para ele com uma lágrima em seu rosto. Nicole, em seguida, olha para o crucifixo e lança um beijo para Cristo na cruz.

Depois disso Gigot entretém a menina, às vezes dançando ao som de sua velha vitrola, e em outro, vestindo-se como garçom para alimentar seu rato. De fato ele se torna o guardião de Nicole, inclusive andando ao lado dela na escola para se certificar que ela não caia ao correr. É este zelo que que o leva a fazer com que Collette evite se aproximar de um homem em uma praça perto da escola (ela era prostituta). Gigot foi então espancado pelo homem, que estava frustrado.

Furiosa, Collette ameaça sair com Nicole, mas resolve ficar quando Gigot alega que tem dinheiro. Sem saber o que fazer exatamente ele vai à padaria aonde costumava pegar biscoitos quebrados para dar aos pombos, e aproveitando-se da confiança do dono do lugar, relutantemente rouba o dinheiro das vendas do dia. Ele então leva Collete e Nicole às compras, comprando roupas para a menina, pagando por um bom jantar para eles. Mas os bons tempos estavam para acabar.

O ex-namorado de Collete resolve tê-la de volta, e Collete concorda. Ela quer levar Nicole com ela, mas Gigot a convence a esperar pelo dia seguinte. Ele vê Collete e seu namorado indo embora e fica arrasado. Na manhã seguinte, quando Collette volta para buscar a filha, ela não a encontra encontra e nem a Gigot.

Neste meio tempo o padeiro descobre o roubo e logo desconfia de Gigot. Todos começam a procurar por ele, mas ele e Nicole estavam em um porão abandonado ouvindo a velha vitrola enquanto Gigot dançava para a menina. O telhado do lugar acaba desabando e Gigot escapa ileso, mas Nicole se fere e fica inconsciente. Assustado, ele leva a menina para a igreja, onde o padre da paróquia chama um médico.

Pensando que a vitrola poderia ajudar a menina, ele volta para recuperá-la, mas acaba se deparando com uma multidão furiosa que desejava pegá-lo pelo roubo e pelo desaparecimento da menina. A multidão persegue Gigot até uma calha de carvão perto do rio, pela qual ele cai e não ressurge mais. A multidão imagina que Gigot está morto, e então organizam um funeral para ele. Mas Gigot não estava morto, estava apenas se escondendo.

Ele vê a marcha fúnebre e, como sempre, a segue, porém a certa distância. Quando chega a hora para o discurso, ele percebe que o funeral é para ele. De repente, uma das pessoas presentes vê Gigot, e a perseguição recomeça.

Uma das coisas interessantes sobre a história de Gigot é que ela tem muitas semelhanças com o conto “Gimpel the Fool” escrito por Isaac Bashevis Singer.

Como eu disse, foi mais um filme marcante em minha infância. É um bom filme? Li muitas coisas boas a respeito dele, e a pantomima que ele faz com certeza é espetacular. Mas não sei se uma criança compreenderia o filme muito bem.

MEME

O Yahoo liberou um novo serviço, o MEME. É sua versão do Twitter.

Como eu não gosto de modismo, aderi ao serviço que é muito recente para que esteja bombando. Não planejo ter seguidor nenhum e nem seguir ninguém. O meu negócio é blog. Mas quem sabe eu não ache alguma utilidade para isso no futuro?

Meu endereço lá é http://meme.yahoo.com/danielpaixao/

29 de outubro de 2009

O ÚLTIMO GUERREIRO DAS ESTRELAS

“The Last Starfighter”, de Nick Castle, 1984, 101min
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0087597

Podia jurar que já havia escrito a respeito deste filme aqui no blog antes, mas não achei nada.

“O Último Guerreiro das Estrelas” é, para mim, um marco. Como todos os filmes da minha infância, não se acha ele em lugar algum exceto na Internet.

A trama é bastante revolucionária para a época do filme, 1984. O mundo estava encantado com a primeira geração de vídeo-games, o Atari. Arcades e fliperamas eram bastante desejados pela molecada, e eram icônicos como ainda o são hoje.

Um rapaz chamado Alex mora com a mãe e o irmão em um acampamento de traillers. A vida deles é um pindaíba só, e ele vive ajudando o pessoal do acampamento fazendo pequenos reparos no lugar. Ele sonha em ir para a faculdade com a namorada, mas as coisas não dão muito certo para ele.

A única coisa que o rapaz faz de bom e que o ajuda a superar aquela situação é jogar um arcade que ninguém sabia como havia ido parar lá. O nome da máquina era “O Guerreiro das Estrelas” (The Starfighter), e no jogo ele era o atirador de uma nave espacial avançadíssima que lutavam contra alienígenas ruins. Alex era muito bom, e numa noite enquanto discutia com a namorada sobre o futuro, ele bate o recorde da máquina e todo o acampamento festeja.

As coisas ficam estranhas quando um sujeito em uma limousine hi-tech aparece e peque que ele entre. A limosine se transforma em uma nave espacial e leva Alex a uma base alienígena aonde ele descobre que a história do jogo é real. O arcade era na verdade um módulo de treinamento e detecção de atiradores em potencial, e ele havia sido recrutado para ser um guerreiro das estrelas.

O negócio é demais para o rapaz, que desiste. Ele volta para casa e vê que o cara que o havia levado havia deixado um robô clone dele no seu lugar enquanto ele estava fora, e este robô é uma das coisas mais divertidas e legais do filme.

Os alienígenas ruins atacam a base dos guerreiros das estrelas por causa de um maldito traidor, e todos são mortos exceto um piloto, que não tinha atirador. Alex passa a ser perseguido por um caçador de recompensas mas o homem que o havia levado inicialmente aparece e é ferido mortalmente. O robô clone de Alex se sacrifica e salva Alex, e este por sua vez volta com o homem moribundo à base dos Guerreiros das Estrelas para ver o que havia acontecido.

O piloto que havia sobrado, um ser meio reptiliano, lhe diz que estava desenvolvendo uma nave revolucionária que era muito poderosa e que podia lutar contra as forças inimigas, mas ele precisaria de um atirador. Alex aceita depois que o piloto lhe diz que se eles não fizessem nada a Terra seria invadida também mais cedo ou mais tarde.

O filme habitou minha mente por muitos anos. Sonhava com uma nave vindo me pegar para ser o herói da galáxia e fazer algo grandioso. Me deu muito combustível para a imaginação.

Este filme também mostra o arco completo do herói clássico, que tem que sair de sua zona de conforto, enfrentar perigos, realizar uma tarefa, vencer o desafio final e então voltar à paz. É mitológico como todo filme do gênero portanto. E por isso mesmo, é capaz de gerar identificação imediata com que o assiste.

MERCENÁRIOS DAS GALÁXIAS

"Battle Beyond the Stars", de Jimmy T. Murakami, 1980, 104min
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0080421

“Mercenários das Galáxias” é mais um filme da minha infância que consegui rever estes dias graças à Internet. Não adianta procurar o filme em VHS, DVD ou o que você imaginar: ele simplesmente desapareceu do mercado brasileiro, se é que ele realmente aportou por aqui fora as exibições do filme na Sessão da Tarde na década de 80. Só graças à Internet é possível rever estas pérolas.

A trama é bastante simples: no planeta Akir os habitantes pacíficos são invadidos pelo terrível ditador Sador. Shad, um rapaz do planeta Akir, é escolhido pelo povo para vagar pelo espaço e contratar mercenários que os ajudem a combater o vilão, com direito a uma guerreira valquíria, um cowboy espacial e os Nestor, uma raça de indivíduos que é apenas um, com uma consciência coletiva.

Se o esquema “vilão domina fracos que buscam mercenários para se defenderem” lhe parece familiar, saiba que é proposital. O filme foi baseado na mesma trama do clássico japonês “Os 7 Samurais”, se Akira Kurosawa. Aliás o planeta se chama Akir justamente como homenagem do produtor deste filme, Roger Corman, que é conhecido como “O Rei dos Filmes B”. Outra coisa interessante é que a direção de arte deste filme é de ninguém menos que James Cameron (Titanic, Avatar, Terminator, Aliens). Lógico em em início de carreira.

O filme é típico daqueles filmes loucos e descompromissados dos anos 80, um clássico trash para muitas pessoas. Algumas cenas marcantes do filme são a nave que o herói pilota e que parece um alce e tem um computador com opiniões bem definidas sobre um monte de coisas, os alienígenas Nestor que são um só ser, o cowboy espacial divertido e a cena em que o vilão implanta a mão de um dos Nestor e quase é morto por ela porque os outros Nestor podiam controlá-la, obrigando-o a amputá-la. Outras cenas engraçadas são a Valquiria ensinando uma garota como conseguir um homem e também a cena em que é sugerido ao rapaz Shad fique em uma base espacial e passe a vida copulando com a filha do chefe do lugar.

No âmbito mitológico pode-se ver ainda o arco completo do herói clássico, que tem que sair de sua zona de conforto, enfrentar perigos, realizar uma tarefa, vencer o desafio final e então voltar à paz.

De qualquer forma, é um filme que me marcou muito a infância, e redescobri-lo foi muito divertido.

20 de outubro de 2009

POR QUE ESTA DOR?

Tem gente que me pergunta: “se você é crente e acredita em Deus porque é que ele deixou você ficar com esta doença e com todas estas dores?”.

O primeiro fator é físico: causa e consequência.
Eu posso ter desenvolvido esta doença (que nem sei ainda o que é, pois o diagnóstico só virá daqui a umas duas semanas, com o exame) simplesmente pelos meus hábitos errados de alimentação. Ou seja: fiz besteira e Deus não tem nada a ver com isso, porque não está escrito em lugar nenhum que ele ia nos livrar das dificuldades da vida. Na verdade estas dificuldades são, muitas vezes, necessárias para o nosso próprio desenvolvimento como seres humanos.

O segundo fator é espiritual: dependência.
As vezes vivemos no automático e nos esquecemos de que não somos de nada. De que dependemos da graça de Deus todos os dias (seja para as coisas terrenas, seja para as coisas espirituais). Não digo que Deus propositadamente nos dê estas dificuldades, mas é fato que todas elas (e no meu caso agora é com minha saúde) nos ajudam a despertar para a realidade de que nada somos, de que podemos morrer a qualquer instante, que estamos sujeitos a toda sorte de ferimentos, doenças, dores, violências e sofrimentos.

As pessoas dizem que o ser humano é hipócrita e só se volta para Deus nestes momentos de aperto. É verdade. Mas alguns aprendem a lição e permanecem voltados para o Senhor. A maioria ficará no automático até a próxima dificuldade, aonde se voltarão novamente a Deus, em um ciclo que para alguns pode acabar, mas que para muitos perdurará até sua morte.

Mesmo aqueles que estão voltados para Deus podem, neste momento, testemunhar com sua sobriedade e tranquilidade mesmo diante da dor e do sofrimento. Se estou conseguindo eu não sei. Mas com todas estas dores, sei que sem Deus nada sou.

19 de outubro de 2009

DOR - QUE DESGRAÇA

Sinceramente, estas dores que venho sentindo por causa do meu "probleminha de estômago" são a pior coisa que já sofri até agora em minha vida. Depois de amanhã completará uma semana que estou assim. Acho que vou comprar um bolo pra comemorar.

Ontem a noite me surpreendi porque ao deitar não senti quase dor alguma. Estava quente,muito quente, então deitei sem camisa, coberto só pelo lençol. Cerca de uma hora depois acordei com frio, e dor, muita dor. Meu diafragma se contraiu porque senti um pouco de frio, e eu não conseguia falar nada, só gemer. Minha esposa preocupadíssima me viu levantar, vestir minha camisa do pijama, pegar o edredom e me cobrir com ele. A dor passou.

Agora de manhã chego aqui no serviço me sentindo quase que 80% bem, até que de uma hora pra outra, lá pelas 08h30m uma dor do lado direito (antes era tudo no lado esquerdo) começa do nada. Não conseguia respirar de novo, sentia pontadas de uma dor insuportável. Comecei a respirar muito curto. Comecei a beber água, tomei um chá, me vesti com um casaco pensando que era frio de novo (no meu serviço faz frio agora porque arrumaram o ar condicionado, graças a Deus). Nada.

Como a respiração estava curta, fiquei com falta de oxigênio no sangue. Adivinha o que aconteceu? Eu me debrucei para frente, quase tocando o teclado com minha cabeça. Uma pressão imensa se fez sobre minha cabeça. O ruído de fundo do escritório foi baixando, porque meus ouvidos foram parando de funcionar. Um silêncio doentio se fez. Meu corpo todo ficou inerte, frio, formigando. Eu estava desmaiando.

Não sei se é força de vontade ou burrice. Mas fui falando pra mim mesmo “Não desmaia aqui, porra! Não desmaia, que vai ser o maior vexame, não desmaia!!!”. E eu não desmaiei. O nosso organismo é mesmo fenomenal, né? E é bom ver que estes mecanismos de segurança estão funcionando bem em mim, porque eu nunca desmaiei na minha vida, e essa foi praticamente a primeira vez.

Depois deste episódio imediatamente meu corpo todo começou a transpirar, minha pressão caiu e eu fiquei lesado por cerca de uma hora. Sem que ninguém ao meu lado notasse. Agora são 11h51 e eu estou bem melhor. Sabe o que era a maldita dor do lado direito? GASES! Dei um mega arroto depois de fazer uma massagem em sentido horário no estômago (meu vizinho de trabalho me disse que na medicina chinesa eles fazem a massagem nesse sentido porque é o sentido do fluxo natural do nosso intestino).

Tudo isso por causa desse probleminha gástrico. Olhe, siga minha recomendação: não coma refeições grandes e dê preferência por refeições menores e mais constantes, não tome (muito) café, não coma (muitos) alimentos gordurosos. Coma legumes e verduras. Faça um esporte que goste, mesmo que seja tênis de mesa. Não exagere nas bebidas alcoólicas. Não fume. Tente se regrar. Porque essas dores, como já disse antes, eu não desejo pra ninguém. Só quem tem é que sabe como se sofre.

Ainda não tenho certeza se meu problema realmente é refluxo e gastrite (só vou saber depois da endoscopia), mas o caso é que eu ando com uma prisão de ventre fenomenal e muitos gases. Por isso passei no mercado hoje e comprei 1kg de granola e ameixas. Fibra mais laxante natural. E junto com isso, luftal.

Agora eu tenho que desentupir!Justificar

16 de outubro de 2009

A INCRÍVEL DOR NO TÓRAX

Desde quarta-feira passada estou com uma dor no tórax insuportável. Acordei na quarta de madrugada sentindo dores na barriga, no peito, no pescoço, nos ombros... uma dor aguda, como cólica. Depois que me levantei percebi que doía quando eu respirava (ou seja, tava ferrado, porque até onde eu saiba, não da pra ficar muito tempo sem respirar).

Achei que devia ser uma crise de gases e fui trabalhar armado de luftal. Mas a dor não passava e era insuportável! Sai do serviço às 10h e fui no pronto socorro do Irmãos Penteado. Fiquei lá das 10h30m até as 15h (!). Me botaram no soro, colheram meu sangue e urina, e depois tiraram raios-x do meu peito. Não havia absolutamente nada. Tudo dentro dos conformes.

A médica que me atendeu por sorte era gástrica. Me disse que deviam ser gases ou uma gastrite. Me deu um remédio para a dor e me disse que se a dor não passasse em 24h que eu devia procurar o pronto-socorro ou um especialista gástrico. E me deu dois dias de repouso.

Na quinta não fui trabalhar e fiquei em casa descansando e tomando o remédio. Comprei Luftal Max também, porque se eram gases, assim eu os eliminaria rapidamente. Pois é... o dia passou, chegou de noite, e eu com a dor pior ainda. Detalhe: só estava comendo coisas leves pensando que se fosse uma gastrite, eu devia fazer isso.

Bom, chegou hoje de manhã e eu fui trabalhar. A dor estava ensurdecedora. Minha esposa estava absurdamente preocupada comigo, porque nem dormir direito eu estava. Fui para o escritório com profundas olheiras.

Minha esposa procurou um médico gástrico para mim, e todos ou só tinham horário para dali a duas semanas (e eu ja teria morrido de dor até lá) ou não atendiam pelo meu plano médico (Unimed). Minha sogra ligou então para a Casa de Saúde e viu que um gastro que ela conhecia estava dando plantão lá até as 19h. Fui para lá e ele me tranqüilizou bastante. Eu já estava com várias neuras, pensando que era pneumotórax (inflamação na pleura) porque a dor irradiava pela costela esquerda e ia até a parte de trás das costas, as vezes subia pelo pescoço e chegava até a cabeça. Pensava que eu ia precisar operar e drenar líquidos dali.

Tirei mais um raio-x, só para que ele dissesse que estava tudo em ordem (acúmulo de ar ou sangue na pleura pode ser vista com uma chapa normal). O que ele me disse foi que a dor que eu sinto deve ser devido a algum processo de inflamação do estômago e do esôfago, devido a (veja) refluxo! Disse que essa irradiação não é comum em casos como este, mas que podem ocorrer.

O pior de tudo é que eu vou ter que fazer uma endoscopia, e eu morro de medo desse troço. Mas fazer o que, a dor que eu sinto com certeza é bem pior.

Ele me receitou também dois medicamentos, e só um deles custava R$140,00. Por este preço, tem que me aliviar, né? Pelo menos para que eu agüente até a endoscopia e depois dessa faça o tratamento.

Meu, sinceramente não desejo uma dor dessas pra ninguém neste mundo. Tomara que este médico realmente dê um jeito nisso, porque eu não estou mais agüentando. Pelo que vi, ele é muito bom. Obviamente espero em Jesus também esta melhora. Mas sei que neste caso foi a benção dele por colocar um médico bom no meu caminho, dar capacitação para ele e para os farmacêuticos e demais profissionais que cuidam dos remédios, diagnósticos, etc.

8 de outubro de 2009

ON THE ROAD

Jack Kerouac, 1957

Fazia tempo que eu desejava ler “On the Road”. Terminei de lê-lo há umas 2 semanas, e só agora consigo escrever algo sobre ele.

Li na internet a opinião que outras pessoas tiveram dele, e o que entendo é que este é um livro bastante incompreendido. A maioria das pessoas pensa que este deveria ser como um livro moderno, com uma trama bem elaborada com começo, meio e fim, e que tenha uma história para entreter o leitor. São pessoas que leem por entretenimento e não para reflexão ou abstração da realidade. São pessoas que leem para passar o tempo e não para expandir sua capacidade poética, sua sensibilidade e sua visão crítica.

Enfim, a maioria destas pessoas se decepciona com o texto, que tem um ritmo alucinante, com muitas coisas acontecendo em curto espaço de tempo e com personagens que entram e saem da história a todo instante. Sentem também uma aparente falta de foco, afinal a história parece não lhe levar a lugar algum.

A verdade é que os personagens não tem de fato um objetivo claro como esperamos em um livro como os modernos, uma missão, um foco. Mas a história toda te leva a uma profunda reflexão da humanidade, do que significa viver, e nos ajuda a redefinir o que realmente é importante.

A verdade é que achei o livro tão genial quanto pensava. Sempre ouvi que ele foi inspiração para muitas pessoas formadoras de opinião, e hoje entendo o porque. É um livro sobre descobertas de vida, sobre diversidade e coexistência. É acima de tudo um livro sobre amizade. Sim, amizade! Uma amizade muito louca entre os protagonistas Dean Moriarty e Sal Paradise, uma amizade que enfrenta separações de longos anos, decepções, estranhamentos e aceitação. Aceitação que um tem pelo outro, por seus jeitos, por seus gostos. É uma amizade tão forte quanto frágil, porque todas as amizades no final das contas são fortes e fracas ao mesmo tempo: fortes pelo que elas podem nos proporcionar e fracas pelo fato de que sua natureza é frágil e exige cuidados constantes.

A história de On The Road é simples: no final dos anos 40 um escritor viaja de costa a costa pelos EUA e na sua última viagem vai até o México. Nestas viagens vai cruzando com pessoas extremamente interessantes, não porque sejam fantásticas ou façam coisas incríveis, mas porque são pessoas comuns. Foi como pegar uma lupa e por sobre algumas pessoas desconhecidas no mundo, e assim você fica sabendo das pequenas desgraças que assolam a vida de pessoas como você, de suas lutas, de suas dificuldades e dramas. Você conhece pessoas reais, como só pode fazer em uma viagem como esta.

O maior mérito do livro é lhe levar de carona com os personagens nesta viajem, e ver em primeira mão o que eles descobrem, seus desesperos, suas dificuldades, suas loucuras, seus estilos de vida, suas filosofias, seus gostos e o jeito com que curtem seu tempo.

O livro tem, obviamente, um ar melancólico em certos momentos, o que me fez lembrar muito da mesma sensação que tive ao ler, anos atrás, “Perdidos na Noite” (Midnight Cownboy). É um misto de comédia, aventura, realidade, dor, sofrimento, amor, superação, degradação e culpa, só que neste caso, coroado com o prolixidade de Dean, que fala muitas coisas em pouco tempo, de forma quase alucinada.

On The Road foi escrito para garotos e jovens daquela época, mas não para garotos e jovens dos dias atuais. E isso é interessante porque mostra a diferença da realidade entre estas gerações. Naquela época os jovens liam Prost, o próprio Jack Kerouac, Neal Cassady (seu amigo e inspiração para Dean Moriart) dentre outros. Liam coisas pesadas, que os ajudaram a construir um país rico e próspero, que os fez pensar, que os levou a refletir e a encarar a realidade bruta, com tudo de bome ruim que ela tem, com naturalidade.

Hoje os jovens leem Harry Potter, Crepúsculo e outros livros semelhantes. Hoje os jovens leem apenas livros de fantasia, como se tentassem fugir da realidade, que convenhamos, é complexa, fria e brutal demais para que eles queiram encará-la. Isso explica porque livros icônicos como On The Road não façam mais tanto sucesso com os jovens. A realidade é outra. A realidade é virtual.

6 de outubro de 2009

O DIA EM QUE ME COMPORTEI COMO UM MERO USUÁRIO

Eu tenho NET (o combo completo, ou seja, TV, telefone e internet banda larga). Usava o controle remoto da TV para controlar o conversor já há alguns meses sem nenhuma limitação. Eis que na semana passada isso mudou. O controle remoto funcionava perfeitamente bem com a TV, mas com o conversor ele não funcionava.


Peguei o controle remoto original do conversor... e nada! Pensei se podiam ser as pilhas, mas como não tinha pilhas tamanho AAA em casa eu fiz algo que sempre funcionou comigo: peguei as pilhas e mudei-as de posição. Se fossem elas, uma última carga, um último sinal de vida elas dariam. Apontei para o conversor, e nada. Operando-o pelo seu painel, tudo ok. Mas os controles remotos não faziam nada.


O que eu pensei foi que o conversor estava com defeito. Escrevi para a NET e abri um chamado bem bonito dizendo que eu já tinha feito de tudo para verificar o problema. Um técnico deles veio então no DOMINGO (!!!) em casa, e eu estava fora. Dei sorte porque ele estava indo embora quando eu cheguei. Ele entrou em casa e então começou a verificar o conversor.


Ele sacou um controle dele e me pediu pilhas AA. Estas eu tinha, novinhas, alcalinas. Ele colocou-as no controle dele, apontou para o conversor... e funcionou. Pegou o meu controle original, e nada. “Deve ser o controle que está com problemas, vou no carro pegar outro” disse ele. Após 2 minutos ele estava de volta. Pegou o controle novo, que vinha com pilhas novas, apontou para o conversor, e funcionou maravilhosamente bem.


Foi ai que ele fez a coisa que me deixou totalmente revoltado comigo mesmo: ele pegou meu controle velho, trocou as pilhas, apontou para o conversor... e funcionou o maldito!!! O técnico abaixou a cabeça, e com um tom bem calmo, mas ao mesmo tempo desanimado e incredulo, disse “... é... eram as pilhas...”.


Meu Deus do Céu, eu queria morrer de vergonha!!! “Tá, mas porque o controle da TV deixou de funcionar só com o conversor?” eu me perguntei em voz alta. Ai o técnico me disse: “deve ter desprogramado, tenta reprogramar ele depois”. Ele me pediu para assinar a ficha de atendimento e foi embora. Olhei a ficha e nela estava escrito: “troca de pilhas”. Até imagino o cara chegando pra trabalhar no dia seguinte com os amigos dele, rindo até chorar, contando o caso do cliente gordo que abriu um chamado só para trocar pilhas. Vão me zoar uns 3 meses por causa disso. E ainda vão dizer que os gordos que nem eu tem mais é que morrer!


Após um tempo peguei a desgraça do controle remoto da TV e o reprogramei. Ainda bem que o técnico não estava mais lá, se não eu teria tido um infarto de tanta vergonha: o maldito controle remoto resolveu funcionar de novo como se nada tivesse acontecido!


Como ele foi se desprogramar eu não sei, muito menos como isso se sincronizou com o fim das pilhas do outro controle. Mas que eu me comportei como um mero usuário neste dia, me comportei.

5 de outubro de 2009

CAPITALISMO DIABÓLICO

Leia a matéria “Vice-presidente pede demissão de empresa após 24º suicídio”.


Olhe para a cara deste homem, cujo nome é Louis-Pierre Wenes. Você pode imaginar que ele é um maldito executivo que gosta de massacrar seus funcionários, um crápula que adora ver o sofrimento das pessoas ao jogar sobre elas toneladas de pressão e responsabilidade.

Ele teve uma boa parcela na culpa pela morte destas 24 pessoas. Sim, morte. O sangue destas pessoas está em suas mãos. Mas espere um pouco... será que alguém já se perguntou porque realmente ele fez isso?

Este homem com toda certeza deve ter sofrido uma pressão enorme de seu presidente e dos acionistas/proprietários da empresa. A empresa devia dar lucro, e lucro significa o máximo de rendimento com o mínimo de custo, mesmo que você tenha que deixar uma pessoa fazer o trabalho de 10 e ainda cobrá-lo pelo trabalho de 20. Ameaçá-lo de perder o emprego. Deixá-lo fazendo coisas que ele odeia, assumindo responsabilidades que ele não está preparado para assumir, não respeitando suas limitações.

A empresa deve dar lucro porque só assim ela pode sobreviver ao mercado. Existe concorrência (leal e desleal). Existem clientes cada vez mais exigentes. A pressão é generalizada. O funcionário é apenas o fim desta cadeia de pressão, de sofrimento. O funcionário sofre pressão e é ameaçado de perda do emprego pelo chefe, que por sua vez tem um chefe que lhe impõe pressão, que por sua vez tem um chefe que lhe impõe pressão, que por sua vez tem um chefe que lhe impõe pressão... até a ponta da hierarquia, que não é o dono da empresa, nem o mercado, nem o presidente da república, nem o chefe da ONU.

O que está no topo da escala é a ganância do ser humano, esta incapacidade de colocar o bem-estar das pessoas em primeiro lugar, o ato de se lixar para o próximo, de se considerar mais importante e melhor que os demais.

O pai da ganância é o Diabo. Quem manda nisso tudo portanto é Satã em pessoa. Ele está no topo desta cadeia. Esta é meramente a manifestação física da guerra espiritual que travamos. Mesmo que você não creia em Deus e no Diabo, você ainda pode considerar o Diabo como aquela área em nossa mente que nos impulsiona para as atitudes ruins, ou seja: aquela maldade que todo ser humano carrega dentro de si contra a qual devemos lutar conscientemente.

29 de setembro de 2009

MALDITA PREGUIÇA

Tem um pessoal que trabalha comigo que anda agitando de fazer alguma coisa pra ficar rico (novidade). Sério mesmo! Fico revoltado de ver que um cara como o Orkut Büyükkökten inventou um negócio bacana e revolucionário para o Google (o Orkut) e não ganhou nada com isso, enquanto que o Mark Elliot Zuckerberg fez o Facebook, uma cópia deslavada do primeiro (assim como o MySpace), e ficou podre de rico.

Tenho idéias cabulosas para softwares colaborativos em ambiente web. Mas tenho uma preguiça enorme de fazê-los, até mesmo de desenhá-los. Queria fazer protótipos, mas até estes dão trabalho. Quem mandou eu deixar de programar e virar especificador de sistemas? Agora perdi o molejo com programação.

O mais louco nessa história é que você nem precisa ser o primeiro a inventar uma coisa. Basta copiar e melhorar algumas coisas, e ter sorte. Tenho um amigo que resolveu fazer um site de buscas na época em que as majors do setor (Yahoo, Google) estavam comprando as pequenas. Ele esperava popularizar o site e então vendê-lo. Nunca conseguiu. Mas se você investir em um site de relacionamentos interativo focado em algum ponto específico (por exemplo, com o MySpace fez com música) você pode se dar bem.

Tenho um livro para escrever e não consigo. Tenho idéias de softwares e sistemas para implementar e não tenho disposição. Puts grila, o negócio tá feio para o meu lado...

MALDITO BLOQUEIO

Novamente me vejo diante do bloqueio. Não há nada mais frustrante do que isso para um escritor. Você tem uma massa enorme de coisas passando pela sua cabeça, prontas para serem cuspidas para fora, mas você simplesmente não consegue. É como uma prisão de ventre intelectual, que dói e incomoda.

Já estou há tanto tempo ruminando esta história em minha cabeça que ela já mudou de ruma uma dezena de vezes. Novos personagens ganham importância e velhos protagonistas tornam-se meros coadjuvantes. O tempo passa e tudo se altera em minha mente. O tempo passa e não consigo escrever meu livro.

Se é por causa do remédio eu não sei. Mas sei que me sinto patinando na lama, sem sair do lugar, e já há bastante tempo.

28 de setembro de 2009

LEXAPRO

Tomar antidepressivo é complicado. Trocar de antidepressivo é mais complicado ainda.

Eu estava tomando Fluoxetina (Prozac) que é um antidepressivo que estava me dando alguns efeitos colaterais, mas que estava me deixando bem estável emocionalmente.

Tentei, seguindo ordens de meu psiquiatra, diminuir a dose pela metade (de 20mg para 10mg) para ver se os efeitos colaterais sumiam. Houve uma melhora e tanto! Porém comecei a ficar irritado e deprimido novamente, como estava antes de começar o tratamento.

O que meu psiquiatra fez então foi mudar minha medicação. A partir de hoje (após cortar a Fluoxetina opor alguns dias) estou tomando o Lexapro, que é um antidepressivo mais forte e moderno que parece apresentar bem menos efeitos colaterais. Infelizmente o primeiro deles já apareceu logo no primeiro dia: enjôo. O segundo, que não está escrito na bula, é óbvio: o bolso. O Lexapro custa mais que o dobro da Fluoxetina!!! Assim fico deprimido mesmo com o remédio! Bem que podia ser manipulável ou ter genérico. Já ajudava...

O enjôo é um efeito colateral normal no uso de antidepressivos, pelo menos comigo (foi assim com a Buspirona e Cibutramina, e foi assim com a Fluoxetina). Sei que ele sumirá em duas semanas no máximo. O que me preocupa é se os outros efeitos colaterais já citados surgirão. Se for para ficar do mesmo jeito volto para a Fluoxetina, que é mais barata. Mas tenho que usar esse ai pelo menos por dois meses para fazer uma avaliação mais adequada.

O ideal, ideal mesmo seria não precisar tomar remédio para isso. A terapia ajuda bastante, mas o caso é que, diferente do que muitos pensam, a depressão é fisiológica e não meramente emocional.

Os antidepressivos todos agem de forma muito parecida, impedindo a recaptação de serotonina no cérebro. A serotonina é um neurotransmissor que te dá sensação de prazer, felicidade e contentamento. Comer chocolate, fazer sexo, ouvir uma música lega, ver um filme bacana ou se divertir com os amigos libera serotonina no seu cérebro.

O problema com pessoas como eu é que temos uma condição biológica que faz com que esta serotonina seja recaptada muito rapidamente no cérebro, ou seja, que perca o efeito mais rapidamente do que em pessoas sãs, o que nos causa depressão, TOC, ansiedade, pânico, etc. Tudo em resposta a falta de serotonina. O medicamento então trabalha em cima de estruturas chamadas de “bombas de recaptação de serotonina”, normalizando o tempo que ela, a serotonina, fica suspensa em ação em nossos cérebros. Ou seja, não ficamos com overdose de serotonina, mas sim ficamos com a quantidade normal. Passamos a sentir o mesmo prazer que as outras pessoas e pelo mesmo tempo que elas.

A diferença entre as classes de antidepressivos é que eles são mais ou menos específicos dependendo de sua geração. A Fluoxetina por exemplo age em um espectro não muito específico de neurotransmissores, então ela não age apenas na serotonina mas também em outros neurotransmissores que não tem nada a ver com o problema da depressão, o que potencializa efeitos colaterais. Já o Lexapro, por ser mais moderno, é bem mais seletivo, incidindo quase que unicamente apenas na serotonina, o que diminui a possibilidade de possíveis efeitos colaterais. Mas esta especificidade tem seu preço, exatamente 50% a mais.

Não sei se o enjôo é do remédio ou do preço dele.

27 de setembro de 2009

HÁ DOIS DIAS ESQUECIDA

As vezes é mais fácil esquecer
Abandonar os outros e se dar bem
Porém, não é o que espero fazer
Nem ao certo sei se é o que quero dizer
Vai, onde entornam-se as dores lânguidas
Interna ao teu olhar humano, lambe a tua boca
Vem ao meu prazer, tocar a mim com você
Sorrir, chorar, gemer, gritar ao se sentir
Cantando a dor de existir
E não temer o que mais quer
Era assim, somente aos prantos
Que me faço ouvir
Tremendo, insano ao anoitecer
Criar a mim, alguém
Estranho, sinto o gosto do pecado ao teu lado
Sinta, bem dentro de você
O prazer que queima o interior
Sozinho vou sem para trás olhar
Distante daquele sonho que esperava gozar
Caminhar, se distrair
Ouvir desgraças e sorrir
Construir para destruir
E só então lembrar desta canção
Esquecida como agora estou
Amassada em seu papel
Distraído em minha dor
Somente para recriar o meu próprio horror

originalmente escrito em 1998

26 de setembro de 2009

SOLIDÃO

A solidão é morte em vida, é infortúnio em sua glória
É a ambigüidade pura da vida por si só
Por que a vida também é somente uma
Assim como nós somos somente um
E basta uma ponta de esperança para as lágrimas caírem
E somente uma dor intensa lhe fará ver que não vale a pena
Por que no final alguém sempre se magoa
E já nos basta padecer a tanto tempo
Embora achar outra pessoa seja algo singular
A expectativa do encontro é sempre dolorida
E quase sempre constatamos: estávamos errados
E quase sempre choramos: estávamos enganados
E existem dores que nem o tempo pode acalentar
E a solidão só os intensifica cada vez mais
Forte como a própria união, é o fim certo a todos
Por que é maldição e não bênção
Ser sozinho é triste porque sozinhos não somos ninguém
E na união do amor entre homem e mulher
Existe uma força incrível que é o oposto de tudo o que conhecemos
O amor faz a possibilidade da solidão valer a pena
Se tiveres um só minuto de amor intenso
Se dê por satisfeito, pois já sabes o que é viver
Se seu sonho se tornou real, dê-se por feliz
Pois não existe nada mais importante que não estar só
Somente uma coisa realmente importa:
Não estar só
Estar acompanhado de quem se gosta
Não existem rejeições fortes demais
Não existem tardes vazias ao extremo
O que temos é a nós mesmos, e nada mais
E tudo o que sonhamos pode ruir sobre nossos pés
Pode demorar um dia ou uma vida
Mais cedo ou mais tarde acontece
E mesmo que você se sinta só e rejeitado
Não se preocupe: mais vale se lamentar por coisas feitas
Do que por sonhos não realizados


originalmente escrito em 1999

25 de setembro de 2009

ARDIL

Durante 12 anos a espaçonave Kashimire, o orgulho da humanidade, navegava solitária pela vastidão da galáxia, visitando os mais remotos locais. Provida de um gerador de dobra tão avançado quanto poderoso, ela podia saltar de um canto a outro do espaço conhecido sem a necessidade de reabastecimento ou paradas. A bordo, um solitário astro-físico era sua única tripulação.

Lazarus Quaid tinha diversos motivos para sentir-se solitário. Não apenas dentro do expoente da engenhosidade humana que aquela espaçonave era. Quaid tinha sérios motivos para crer que era o último ser humano vivo.

Há 12 anos atrás, em seu último retorno à Terra, ele havia encontrado o planeta completamente vazio, com sinais de conflitos em lutas por toda parte. Não havia como saber exatamente o que ocorreu durante sua ausência de 3 anos, onde cumpria uma missão de grande importância realizando a vistoria in loco do 15º planeta extra-solar com chances de se tornar a primeira colônia terrestre.

Sem ninguém para recebê-lo, Quaid se afundou em desolação, pensando quão triste era o fato de que, após milhares de anos, a humanidade finalmente poderia realizar um de seus sonhos mais antigos só agora, em sua extinção. O planeta vistoriado não só era habitável como possuía uma biosfera rica em nutrientes e oxigênio, além de água líquida, temperaturas amenas e vegetação abundante. Mas isso não tinha a menor importância agora.

Quaid passou 2 meses no planeta Terra em busca de sinais de vida humana. Estranhamente não encontrou um cadáver sequer. Não havia como obter informações sobre o que havia ocorrido pois todos os sistemas de notícia e informação encontravam-se severamente avariados. As cidades estavam abandonadas, e tanto a vegetação como os animais selvagens já estavam adiantados em sua ocupação das ruas, prédios e casas. A Terra era selvagem uma vez mais, e havia naquilo uma beleza mórbida de paz.

Quaid não gostava de se lembrar daqueles dias na Terra, porque após meses de buscas inúteis, acabou ficando catatônico. Chegou à beira da morte por inanição dentro de sua velha espaço-nave, a Orion Hawk 7. Mas algo dentro dele não o permitiu morrer. Ainda tinha muito o que ver e descobrir. “Ainda não quero morrer”, pensou, fraco após dias após sem alimentação. “Ainda existe um humano para viver, e sonhar”.

Saindo da órbita terrestre Quaid encontrou a Kashimire intacta, atracada à grande doca espacial que ficava em órbita geo-estacionária sob o Pacífico. O local estava mais silencioso do que qualquer outro que ele havia visitado. Não haviam corpos, nem sinais de luta. Era como se todos tivessem simplesmente desaparecido.

Os sistemas automáticos das instalações ainda funcionavam com exatidão, e acoplar sua nave ao complexo fora extremamente fácil. Investigando os registros no diário da estação, viu que as últimas entradas eram relativas a mais de dois anos atrás. No último dia havia o registro de uma nave militar que se atracaria para reparos. Depois disso, nenhuma informação havia disponível.

Após alguns preparativos, Quaid abandonou as fronteiras terrestres a bordo da Kashimire no dia 27 de agosto do ano de 2487. Olhou o planeta morto uma ultima vez, e então mirou seus olhos para frente, vislumbrando as estrelas assim como os humanos o faziam desde os tempos mais remotos. Com a diferença de que agora, de certa forma, ele poderia tocá-las.

Durante todos aqueles anos Quaid viu coisas que julgava que nunca veria em sua vida. Vislumbrou corpos celestes sugados por buracos negros, formações de super-novas que destruíam sistemas estrelares inteiros, estrelas binários e planetas gasosos se desfazendo em colisões planetárias indescritíveis, ocasionadas por desequilíbrios gravitacionais de milhões de anos. Ele vivia pelo amanhã, e não tinha nenhuma esperança de encontrar outro ser humano em vida.

Certo dia, sem se dar conta, Quaid acabou retornando a um ponto da galáxia aonde já havia estado. Ele havia concebido uma fórmula matemática que proporcionava saltos aleatórios pela galáxia conhecida sem repetir locais visitados, o que lhe daria lugares a visitar por milhares de anos.

O fato é que ele havia estado ali não com a Kashimire, mas sim a Orion Hawk 7. Quaid estava diante do planeta que havia vistoriado ha mais de 12 anos atrás. Esboçou um sorriso, e considerou a possibilidade de voltar a caminhar por aquele lugar. Sem compromissos ou esperanças, decidiu ir a superfície.

Embicou a Kashimire em ângulo de reentrada e a pousou em uma planície estável recoberta com capim macio no hemisfério sul do planeta, que era semelhante à própria Terra em tudo, menos na disposição continental e na proporção terra seca/água. Lá, a água exposta não era tão abundante quanto na Terra, mas haviam enormes lençóis freáticos, com muitos pontos aonde a água pura e cristalina brotava do solo.

Já na superfície, Quaid sentiu a luz solar tocando seu rosto de uma maneira agradável. O azimute que a estrela apresentava no céu lhe dizia que estavam no período da manhã do que devia ser o outono naquela região do planeta. Caminhou pelo lugar com um prazer que há muito tempo não sentia. Considerou nadar em um lago que havia próximo ao local. Sua beleza natural era a coisa mais próxima da perfeição que ele jamais vislumbrou antes.

Sua paz, porém, fora interrompida por um sinal de alerta da Kashimire, obrigando-o a desistir do lago. Voltando à espaçonave, ficou quase tão abalado quanto 12 anos atrás. A Kashimire informava a existência de estruturas não naturais no hemisfério norte do planeta após sua varredura, proporcionada por 18 sondas atmosféricas que lançou automaticamente ao entrar na atmosfera.

Quaid sabia que, por estruturas não naturais, devia-se entender qualquer coisa que não tivesse origem geológica ou biológica, como montanhas e vegetação. Algum animal nativo poderia ter construído um abrigo grande o bastante para chamar a atenção, como os diques que os castores construíam na Terra. Mas também poderia ser algo produzido por uma mente humana.

Quaid não queria dar continuidade ao seu pensamento. Não queria trabalhar com suposições, mas sim com fatos. Não pensou duas vezes para levar a Kashimire até o local, para ver a tal estrutura com seus próprios olhos.

Lá chegando, não podia acreditar no que via. Pousou a nave a vários metros de distância, e foi até aquilo caminhando sem acreditar, porém, de arma em punho. Diante dele levantava-se, no topo de uma pequena colina coberta de grama, um casebre de madeira e pedra, com chaminé e até mesmo uma cerca. Pelas janelas, Quaid observou o interior do local, e viu móveis velhos dentro dele. Entrou. O lugar parecia desabitado há muitos anos, com uma grossa camada de poeira recobrindo tudo.

Sem conseguir assimilar aquilo com facilidade, Quaid ficou mais estupefato ainda vendo que, sob uma mesa no canto do casebre, haviam 5 objetos. Um pente, uma escova de dentes, um espelho, uma faca e... um controle remoto. Já há muito tempo que os controles-remoto haviam deixado de existir na Terra, sendo que o próprio Quaid só os havia visto em museus.

Pegou o controle nas mãos, limpando-o com cuidado. O botão de ligar/desligar era vermelho e grande. Foi natural apertá-lo para experimentar a sensação. Antes não o tivesse feito. Recebeu instantaneamente uma descarga que o fez perder os sentidos rapidamente.

Quando acordou, viu-se nu e preso pelas mãos, pendurado em um recinto escuro que não demorou para identificar como sendo a área de cargas de uma espaçonave mal cuidada. O local era estranhamente familiar. Uma comporta se abriu depois de alguns minutos, e Quaid sentiu o pavor mais terrível percorrer sua espinha com uma fúria incontrolável de adrenalina e outras reações metabólicas. Um ser humanóide horripilante se arrastou para dentro do lugar, com seus olhos vermelhos de pupilas dilatadas, e uma boca cheia de dentes afiados como a boca de um verme intestinal macabro.

A criatura o observou por alguns instantes de maneira apavorante, totalmente imóvel. O silêncio só era quebrado por sua respiração pesada e pelo som das batidas do coração de Quaid. A criatura então se moveu com movimentos curtos, rápidos e de baixa amplitude, ficando mais ofegante ainda, salivando em demasia. Mesmo magra, parecia totalmente bestial. Começou a falar com uma voz sussurrada e quase demoníaca, e para espanto de Quaid, na mesma língua que ele.

- O último dos humanos! Enfim posso me alimentar novamente...
- Se alimentar novamente?! O que diabos é você?
- Compreendo que não saiba o que sou... poderia dizer que sou um humano assim como você? Não... já há muito tempo isso me foi tirado...
- Humano?
- Eu conheço você e sua história, Dr. Lazarus Quaid. Mas você não me conhece, tão pouco sabe o que sou. Não estava na Terra quando aquilo aconteceu.
- O que?
- A estupidez humana, o que mais? Sou o resultado de um projeto secreto dos cartéis do sul. Sou um ser humano manipulado com vacinas genéticas para me tornar algo mais eficiente em campo de batalha. Eu era um soldado, assim como muitos outros.
- A Terra... você tem algo a ver com o que aconteceu na Terra?
- Sim, mas não seja tão ingênuo, Dr. Eu não fui o único. Eramos mais de 15 milhões. Fomos soltos no meio do território inimigo, onde começamos a comer todos os que víamos pela frente, até os ossos. Seja lá o que tenha ocorrido conosco, não conseguíamos mais sobreviver com outro tipo de alimento a não ser carne humana. Em poucas semanas exterminamos os humanos no território inimigo, destruindo toda sua infra-estrutura de informação, para evitar que eles se organizassem. Quando percebemos que morreríamos de fome, usamos aviões e barcos, e nos alimentamos daqueles que nos criaram. Em meses comemos cada ser humano do planeta. Quando eles terminaram, fomos em busca dos poucos que restavam nas estações orbitais, na Lua e em Marte fingindo sermos humanos. Muitos dos nossos já haviam morrido de fome neste meio tempo. Poucos de nós conseguimos sobreviver para nos fartar com os humanos amedrontados que haviam sobrado.
- Meu Deus... por isso não haviam corpos!
- Como disse, comemos até os ossos! Nossa fome é horrível. Por fim, todos os que eram como eu pereceram. Apenas eu sobrevivi.
- Como?
- Eu era falho e fraco. Diferente dos demais, algo em mim ainda continuava humano. Meu sistema digestivo ainda podia digerir alguns alimentos, mas não totalmente. Não sou capaz de absorver os nutrientes de maneira eficaz. Estou vivendo de ração há 4 anos, desde que meu estoque de carne humana terminou.
- E como me achou aqui? - disse Quaid, tentando se livrar das amarras sutilmente.
- Fui até as docas sob o Pacífico. Quando deixei a doca meses antes de seu retorno à Terra, havia um depósito de carne humana de alguns poucos irmãos que resistiram. O busquei na esperança de encontrar algo para me alimentar. Não achei nada, mas percebi que a bela e grande Kashimire não estava mais atracada, e no lugar dela, havia a sua nave... esta nave!
- A Orion Hawk 7... estamos a bordo dela?!
- Sim... e nos bancos de dados dela, vi todos os registros sobre este planeta. Pensei que seria uma questão de tempo até que você ou algum humano que tivesse escapado viessem para cá, então decidi viajar até aqui. E esperei, preparando o ardil no qual você caiu.
- Ardil? Você fala do casebre...
- Sim... mas falo principalmente daquele velho controle remoto. Eu sabia que a curiosidade do ser humano levaria alguem até o casebre, mas apenas a estupidez poderia fazê-lo cair em minha emboscada. O que melhor para despertar a estupidez humana do que um botão grande e vermelho, Dr. Lazarus? Um botão que praticamente pede para ser apertado!
- ...
- Veja, estou enfraquecido demais para conseguir lutar contra um humano e pegá-lo com minhas próprias mãos, como fazia tão facilmente no passado. Tive que recorrer a este estratagema. E eu fico muito, mas muito feliz mesmo que ele tenha funcionado!

- A criatura urrou de maneira grave e bestial, abrindo sua boca pútrida e deixando escorrer dela uma saliva grossa e esbranquiçada como leite estragado. Avançou em direção a Quaid, que tentava se soltar desesperadamente sem nenhuma eficiência. Percebia agora que aquele monstro de fato havia recebido treinamento militar, porque quanto mais ele tentava se soltar, mais apertado o nó em volta de seus pulsos ficava.

Foi então que ele soltou um grito horrível devido à mais intensa dor que já sentira em toda sua vida. A criatura cravou seus dentes, afiados como farpas de aço, em sua coxa esquerda. A criatura havia arrancado um pedaço considerável de carne, e o sangue brotava fartamente da ferida exposta.

A criatura fechou os olhos deliciando-se doentiamente com o sabor da carne de Quaid, gemendo de prazer ao mesmo tempo em que derramava algumas poucas lágrimas dos olhos. O sangue escorria de sua boca e caia sob seu peito e sua barriga enrrugadas, que tinham a pele repuxada, grossa e ressecada. Quando se precipitou contra Quaid uma vez mais, a criatura lhe arrancou um pedaço ainda maior da mesma coxa. A dor fez com que Quaid perdesse os sentidos uma vez mais, e ele se viu cercado pela escuridão. Pode ouvir o som da criatura mastigando sua carne, mas este foi ficando cada vez mais baixo, até desaparecer.

Quando despertou, Quaid ficou espantado por ainda estar vivo. Estava deitado, atado a uma mesa cirúrgica de metal, e sentia uma dor lascinante na coxa devorada. Viu com dificuldade que havia uma sonda venosa atada a seu braço, e pensou que um milagre havia ocorrido. Quem sabe, alguém tivesse aparecido e lhe salvado no último instante...

Ele então ouviu a porta daquele local se abrir e alguem entrar. Quaid gritou de pânico novamente e chorou de desespero e agonia ao ver que era a mesma criatura, com o rosto ainda todo sujo com seu sangue. Ela ria e parecia mais vivida do que antes. Sua pele estava melhor, assim como sua saliva estava mais transparente. Suas pupilas não estavam mais dilatadas, e ele parecia ter experimentado uma melhora significativa de sua saúde.

Quaid conseguiu olhar para sua perna e, horripilado, viu que a criatura havia devorado quase que toda a carne da coxa para baixo. Mas percebia que, de alguma forma, a carne estava se regenerando, e rapidamente. Olhou então para a criatura, que lhe disse:

- Não pense que será tão fácil assim, Dr. Lazarus. Enquanto sentia fome na viagem até aqui, tive muito tempo para pensar sobre tudo isso. Você provavelmente é o último ser humano vivo, e se eu te comer de uma vez, te matando no processo, vou ficar sem alimento.
- ... o que você está fazendo!!! - disse Quaid com os dentes cerrados, devido à dor da regeneração e ao pânico diante de sua situação.
- Estou te alimentando com a comida que não posso comer por meio desta sonda venosa, que me manteve vivo até aqui ao me proporcionando uma quantidade mínima de nutrientes para sobreviver... mas ela vai lhe nutrir muito melhor do que a mim, posso lhe garantir isso. Também estou regenerando sua carne, tendão e nervos com uma droga bastante complexa que encontrei em minhas andanças pelo planeta Terra. Este catalizador metabólico é uma tecnologia médica de reconstituição de tecido que estava guardada a 7 chaves nos laboratórios de uma grande indústria farmacêutica a pelo menos 150 anos. Como pode ver, era boa demais para ser posta no mercado, mas eu quero te dar o melhor! Você estará novo em folha em menos de 5 horas, quando então poderei te comer mais um pouco!
- Não não não não não não... - dizia Quaid, já perdendo sua sanidade.
- E depois de comê-lo de novo, vou te alimentar e curar novamente, para comê-lo de novo, e de novo, e de novo... até aonde eu precisar ou você aguentar. E acredite: vou dar o meu melhor para que você aguente por muito tempo...

Quaid havia entrado em choque uma vez mais. A criatura não se importava, desde que ele continuasse vivo. Lazarus Quaid nem mesmo gritou de dor quando a criatura, ainda faminta, não conteve sua fome furiosa, e visivelmente descontrolada, começou a devora sua outra coxa, que se regenerava a cada mordida dada. Seu corpo permanecia vivo, ao menos por enquanto. Mas sua mente, cuja imagem daquele maldito controle remoto foi a última coisa que processou, morrera bem ali, na enfermaria da Orion Hawk 7.

Originalmente escrito em 16/02/2008

24 de setembro de 2009

LETARGIA

Letargia angustiante é esta que sufoca meus pensamentos, que drena minha emoção ao ponto de me deixar completamente nu entre centelhas de ódio e dor infinitas. O trauma é tanto que tenho medo agora de deixar o pequeno casulo que é minha vida para adentrar no espaço aberto que existe fora dela, um mundo de agonias púrpuras em que a desordem governa com mão de ferro, onde tudo é confuso como as palavras que lhe declamo agora.

Não, lágrimas não são bem vindas. Nem tanto desespero cético em relação aos outros penitenciados neste mundo grosso e escasso de palmas para coisas tão grandiosas, como o simples fato de viver e ser.

Trucidado por idéias que não posso explicar ao certo, tento desabafar em prosa toda a minha fúria em relação a todos os que em mim botaram fé. Minha mente, embriagada pelas mãos ágeis da sabedoria, me nega fogo quando mais necessito dela, agora, em que quero entender ao certo o que estou falando.

Não tenho idéia de como ou por que estou falando tanto, mas compreendo minha dor contida em um único corpo humano, o meu, que é pequeno para tantas confusões e erros seguidos. Jamais, jamais será como era antes minha vida incerta em ser eu mesmo. Nunca mais serei como em minha antiga infância onde eu podia sair de meu corpo para brincar, e só por isso já ser eu mesmo, só que ao mesmo tempo outro eu.

Sim. Aos poucos vai ficando claro. Uma alma esperta me deu o dom de descrever tal conflito interior, que se passa dentro de cada um de nós. Uma luta titânica entre monstros seculares que antes eram escravos, e agora são mestres. Sim, sentado ao pé de uma cerejeira eu posso vislumbrar uma folha, fina e delicada, que caí aos poucos, para enfim tocar o chão e apodrecer até nada mais restar.

Somos todos folhas mortas no chão. Somos frutos invioláveis, produtos de um poderio incompreensível de frases aleatórias que nos criaram. Carro, árvore, bola, jamanta...
Nada faz sentido, sendo que nós mesmos somos o sentido de tudo. Não somos o que deveríamos ser. Somos apenas projetos inacabados de pessoas sérias que podiam, um dia, voltar a ser nós mesmos. Mas talvez elas já tenham voltado a ser nós mesmos e nós não temos como saber, por que elas, na verdade, somos nós, mas não somos nós realmente.

Nós somos apenas o que somos e pronto. Nada mais, nada menos. Só isso. Somos almas feridas em busca de algo que ainda não sabemos ao certo. Somos escravos de nossas almas, somos escravos de nós mesmos. Escravos, por que estamos todos presos dentro de nós mesmos, dentro de nossos egos inflados pela sociedade, a mesma sociedade que deturpou nosso direito de sermos nós mesmos.

É, é isso. Somos o fino fio condutor de nossas próprias fraquezas. Somos o vazio e eterno Universo em expansão e morte simultâneas. Não somos nada além da nossa imaginação. Somos um jovem e belo cadáver que não faz outra coisa desde que nasceu além de morrer, pouco a pouco, dia-a-dia. Confusos dentro de nossas próprias idéias metafóricas de vida e morte, dentro de um limitado ponto de vista totalitário, gabando-nos de sermos o que somos. Assassinos. Matamos todos os dias, e a todas as horas. Matamos o que há de mais precioso em uma pessoa, suas idéias, suas fantasias.

Matamos a nós mesmos quando nos privamos de pensar em nossos próprios sonhos, assim como a pessoa que sonha estar sonhando. Somos todos estes vulcões em erupção visível que queima a tudo o que esta por perto. Somos todos insanos em nossos pensamentos mais secretos e íntimos. Não passamos de criaturas desajeitadas envolvidas em uma grande besteira que julgamos ser a mais importante das missões.

Chore. Chore. Chore por que enfim você compreendeu que no fundo não passa de uma pessoa. Que você pode fazer coisas, que tudo pelo que lutar vale a pena. Crie asas, e voe para longe, terna criatura terrestre que chamamos de ser humano. Vá embora para longe e crie sua vida de acordo com as tabulas sagradas que você adotou como leis.

E de noite, sonhe mais uma vez com a loucura imersa que se esconde em sua mente, mas que ora ou outra vai se libertar e lhe fazer ser aquilo que você nunca deixou de ser.


escrito originalmente em 1997

DEPREMONIÇÃO

Estranho momento de agonia, dor e pranto
Sofrida sina de viver sem nenhum acalanto
Sua causa me intriga, não és presença
Tua origem me fascina, és ausência


Não és nem boa, nem ruim
És um nada completo, duro como marfim
Tu és todo espaço, não ocupação
Tu és a distrofia do meu coração


Da luz você me oculta, da morte me aproxima
À loucura tu me levas, ao suplício me encaminha
Soluços mudos de uma dor sem explicação
Lágrimas nulas de um culpado sem perdão


Havia aqui outrora uma vontade de viver
Não importava a hora, bastava crer
Agora a morte pousa em mim a sua mão
E com ela à vida me diz não

21 de setembro de 2009

MAIS BULLYING

No site da BBC foi vinculada a seguinte notícia: Jovem se suicida na Inglaterra após abusos no Facebook.

Este é mais um caso envolvendo bullying. Se você ler a matéria, verá que a menina chegou a mudar de escola para que parassem de perturbá-la, mas os malditos que estavam lhe importunando entraram em contato com pessoas da nova escola dela para que a mesma continuasse a ser perturbada. Tudo porque era uma menina simpática e popular. Ou seja: a causa foi a inveja.

O resultado neste caso foi a menina se jogar de cima de uma ponte, rumo à morte. Aqueles que cometeram bullying são, portanto, seus assassinos.

No meu caso me tornei recluso, reservado e com medo de me relacionar com outras pessoas (o que faz com que a maioria das pessoas me ignore por me acharem desinteressado), e faço terapia atualmente. Aqueles que cometeram bullying contra mim são portanto responsáveis por boa parte de meu comportamento atual.

No caso da escola em Columbine, comprar uma arma e matar vários “coleguinhas” foi a solução, assim como tantos outros casos de atiradores em colégios e universidades. Neste caso aqueles que praticaram bullying são assassinos e ao mesmo tempo vítimas de suas próprias ações, pois aparentemente muitos que praticam bullying foram mortos em ocasiões como esta (mas muitos inocentes também pagaram com suas vida).

Fico pensando se Hitler não sofreu bullying quando criança (tenho quase certeza que sim, pelo menos foi maltratado quando tentou começar sua carreira na arte), e por isso se tornou o monstro que era. Penso o mesmo de muitos dos psicopatas existentes no mundo hoje. Alguns monstros nascem monstros, isso é fato. Mas também é fato que a maioria é transformada em monstros. Não fossem eventos ruins como estes em suas vidas, poderiam ser pais e mães de família, trabalhadores, pessoas honestas e úteis ao invés de estupradores, assassinos e pedófilos.

Muitas vidas são estragadas por causa desta situação. Muitas perturbações e dores nascem nesta fase da vida por este motivo tão estúpido e sem sentido. Não consigo entender como a mente de uma pessoa (criança, pré-adolescente, adolescente, jovem, adulto) pode achar legal fazer uma coisa tão idiota e detestável quanto essa. Isso é reflexo de uma total falta de compaixão e de uma incapacidade enorme de se colocar no lugar de outras pessoas. É falta de humanidade.

O bullying deve ser especificado como crime, passível de punição adequada. Não há cabimento para uma barbárie destas, independente da idade. Os valentões e valentonas deviam ser reeducados em instituições específicas para isso, porque na minha opinião quem tem aptidão para praticar esse tipo de comportamento já tem uma pré-disposição enorme para a criminalidade e para a maldade, independente de ser mera índole ou se é fruto de uma educação incorreta em casa (aonde boa parte dos problemas nascem também). Nenhum pai deveria permitir que seu filho pratique algo parecido. Deixar seus filhos praticarem isso sob justificativas idiotas como "ele tem que mostrar quem é que manda" ou "todo grupo tem que ter um líder" são aplicáveis a animais, não a pessoas. Ao mesmo tempo tapar o sol com a peneira e dizer que isso é meramente coisa de criança é mais ofensivo do que simplesmente admitir que é um pai negligente.

Mas sabe o que é mais interessante? Conforme “avançou”, nossa sociedade se distanciou demais de Deus e de Jesus Cristo. Os pais não ensinam aos filhos a palavra de Deus, tão pouco se preocupam se eles a seguem. Querem que eles tenham sucesso na sociedade, querem que eles demonstrem força diante das pessoas, e não diante de Deus.

Quanto mais distantes de Deus ficamos, mais parecidos com animais ficamos. O mundo está sendo dominado pela bestialidade, e o bullying é em muitos casos o início desta condição tão desgraçada e terrível que a humanidade vem experimentando. "É de pequeno que se torçe o pepino".

FAZ O QUE QUER, LEVA TIRO QUE NÃO QUER.

Leia esta notícia: Homem é morto após discussão por som alto no interior de SP

Eu sei que é pecado, sério mesmo! Mas meu... como eu queria ser como estes caras algumas vezes!!! Só quem sofre na mão de pessoas sem noção que gostam de “compartilhar um som” com o bairro todo é que sabem no quanto dá vontade de ir até a casa do jumento e, no mínimo, sentar a mão na cara dele! É pecado, mas que dá vontade, dá.

No meu prédio tem um idiota, um energúmeno, uma besta mentecapta que gosta de ouvir som alto. Bem alto! Não importa que esteja descrito nas regras do condomínio que não se pode produzir som alto o bastante para ser ouvido em outras unidades. O imbecil ouve e não quer nem saber se está incomodando os outros ou não. Tudo no que ele é capaz de pensar é nele mesmo, e pronto.

Para piorar as coisas, o animal é são-paulino, e em dia de jogo ele põe a tv no talo e fica gritando palavrões quando o time erra, gritando quando o time está indo para o gol, gritando, gritando, gritando...!!! Já não vou com a cara de são-paulinos, e este ser só piora seu conceito.

Eu não sei como falar com ele, mas com certeza não vou conseguir ser nada educado, e por isso não fui falar até hoje, porque minha vontade não é a de conversar mas sim a de esmurrar. Como crente então, eu evito me aproximar para evitar problemas. Mas não ando agüentando mais, e vou ter que ir até lá ter uma conversa muito séria com o elemento.

Um monte de gente no prédio já reclamou dele. Está mais do que na hora de alguém explicar pra ele que ele não está mais morando na roça, no meio do nada, e que a atitude dele incomoda muita gente.

Pior: como ele, há muitas pessoas por ai. Gente que não tem a mínima consideração pelos outros, gente que acha que só ele existe no mundo e que nem se lembra que tem vizinhos, e quando lembra, quer mais é que eles se danem.

Depois, quando leva uns tirinhos no meio da cara ainda vão reclamar. O cara te atormenta todo dia, você tenta falar com o cara e o cara te ignora, praticamente dizendo com isso que você é um babaca. Você vai se mudar dali? Com que dinheiro?

Os incomodados que se mudem o escambau! Não defendo que o cara saia dando tiros nos que nos incomodam, mas que eu entendo as motivações dele, entendo. E acho que está mais do que na hora das pessoas pararem para pensar em seus atos... e então deixar de praticá-los ou se disporem a sofrerem as conseqüências.

O mundo está muito maluco. Tudo porque os homens se distanciaram de Deus, deixaram de ouvir, conhecer e viver Cristo. Não sabem se comprotar como seres humanos. São meros animais vestidos. Não sabem amar, não sabem pensar, não sabem viver.

19 de setembro de 2009

HOLOGRAMAS TÁCTEIS

Cara, como isso me faz lembrar do Doutor de "Star Trek - Voyager" e até mesmo dos Holodeks de "Star Trek - A Nova Geração". Será que estamos criando os primórdios daquilo que vemos na ficção científica? Se você estudar um pouco a história das tecnologias vai perceber que a maioria absoluta delas foi descrita e imaginada por escritores de ficção científica muitos e muitos anos antes de que elas surgissem de verdade. E este parece ser mais um caso. Leia a matéria.




Cientistas criam imagens em 3D que podem ser 'tocadas'

fonte: TERRA/REUTERS

Por meio de ondas ultra-sônicas, cientistas da Universidade de Tóquio desenvolveram um sistema que ajuda a criar sensação de toque quando o usuário aproxima a pele de um holograma projetado.
Por meio de ondas ultra-sônicas, cientistas da Universidade de Tóquio
desenvolveram um sistema que ajuda a criar sensação de toque quando
o usuário aproxima a pele de um holograma projetado.


Imagine um interruptor de luz ou um livro que aparece somente quando você precisa dele. Cientistas japoneses estão um passo mais próximo de tornar a ficção realidade depois de desenvolverem um holograma que transmite sensação de toque.

"Até agora, a holografia era apenas para os olhos e se você tentasse tocar, sua mão passaria através da imagem direto", disse à Reuters Hiroyuki Shinoda, professor da Universidade de Tóquio e um dos criadores da tecnologia. "Mas agora temos uma tecnologia que também transmite a sensação de toque aos hologramas".

Hologramas, imagens em três dimensões, são comumente encontrados em cartões de crédito, DVDs e CDs como forma de coibir pirataria. Hologramas de grande formato também têm sido usados em entretenimento.

Por meio de ondas ultra-sônicas, os cientistas desenvolveram um sistema que ajuda a criar pressão quando a mão do usuário "toca" um holograma projetado.

Para acompanhar a mão do usuário, os pesquisadores usaram alavancas de controle derivadas dos joysticks do console de videogame Wii, da Nintendo.

A tecnologia até agora foi testada em objetos relativamente simples, mas os cientistas têm planos mais práticos, incluindo botões virtuais em hospitais, por exemplo, e em outros lugares onde a contaminação por toque é um problema.

Shinoda também afirmou que a tecnologia pode ser usada para substituir outros objetos físicos, o que a torna econômica e ambientalmente amigável.

15 de setembro de 2009

SÍNDROME DE BURNOUT

Por Isabelle Lindote
Fonte: Revista Uma/ Edição 104
Fonte:UOL


Lidar com as pressões cotidianas, em qualquer que seja a profissão, muitas vezes pode nos levar ao limite do nosso desgaste. Quando o estresse se reflete em cansaço no fim do dia, mas uma boa noite de sono se encarrega de renovar as energias, é sinal de que você pode precisar de férias, algo completamente normal em determinadas fases do trabalho. O problema é quando a situação de desgaste é tanta, que afeta a memória, a disposição física e impede o indivíduo de seguir com o resto de suas atividades.

Um alerta importante para todos que trabalham demais ou acham que podem administrar várias coisas ao mesmo tempo: Cuidado! Ou você para, ou seu corpo para por você!

A estafa ou o esgotamento profissional é resultado de um processo iniciado com excessivos e prolongados níveis de estresse no trabalho. De acordo com uma estimativa divulgada em 2008 pelo Isma Brasil, que desenvolve trabalhos para controlar o estresse, cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros são afetados pelo mal.

“A Síndrome da Estafa Profissional, ou Síndrome de Burnout, descrita em 1974, é uma doença psicológica caracterizada por um sentimento de fracasso, exaustão emocional, redução da realização pessoal e insensibilidade do indivíduo em relação ao seu trabalho e todos aqueles envolvidos no exercício de sua profissão”, explica a psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Alexandrina Meleiro.

Sabe a máxima que diz que quando não ouvimos nosso corpo, ele para por nós? É exatamente por aí. “A Síndrome da Estafa Crônica pode ser identificada quando os sintomas não desaparecem mesmo após um período de descanso ou afastamento”, afirma a especialista.

Dor de cabeça, insônia e problemas gastrointestinais são alguns dos sintomas físicos que podem aparecer em conjunto com o cansaço excessivo e aparentemente não justificado.



Parando para não parar

Conhecida também como Síndrome do Esgotamento Profissional, a Síndrome de Burnout é resultado de um processo iniciado com excessivos e prolongados níveis de estresse no trabalho.

De acordo com a psicóloga Malu Rossi, do Centro Psicológico de Controle do Estresse, a doença afeta especialmente os profissionais obrigados a manter contato próximo com outras pessoas, como médicos, enfermeiros, bombeiros, policiais, professores e psicólogos.

“Os funcionários de companhias aéreas, devido aos acidentes e transtornos que têm atingido atualmente a Aviação Brasileira, também estão no grupo de alto risco para desenvolver a síndrome”, informa a psicóloga.

Segundo o livro "Burnout: Quando o Trabalho Ameaça o Bem-Estar do Trabalhador", da psicóloga Ana Maria Benevides Pereira, publicado em 2002, boa parte dos sintomas também é comum em casos de estresse convencional.



A necessidade do acompanhamento médico

A diferença é que o profissional com estafa crônica passa a tratar mal os colegas de trabalho, amigos, familiares e até mesmo as pessoas de quem deveria cuidar. Uma das principais causas da síndrome é a baixa realização profissional, com longas jornadas de trabalho, sobrecarga de tarefas e salário abaixo do esperado ou merecido.

O termo Síndrome de Burnout resultou da junção de burn (queima) e out (exterior), ou seja, quando a pessoa está física e emocionalmente abalada, resultando em exaustão e em um comportamento agressivo e irritadiço.

Como o tratamento da síndrome é feito por meio de acompanhamento psiquiátrico e psicoterápico, muitas vezes é necessário o uso de medicamentos, como analgésicos, ansiolíticos ou antidepressivos, por isso é essencial procurar perceber os sintomas e buscar ajuda antes que seja necessário gastar tempo e dinheiro cuidando do problema.

A principal diferença da estafa para a depressão é que na primeira a irritabilidade é muito maior do que a tristeza, que caracteriza o quadro depressivo. Logo, se você está sentindo seus nervos à flor da pele sem nenhuma chance de controle ou melhora a curto prazo, vale a pena rever seus conceitos: será que não há como mudar sua realidade profissional? Ou ao menos buscar formas de tornar sua vida fora do trabalho mais saudável e divertida?

“As vítimas da síndrome podem desenvolver dores musculares, enxaqueca, gastrite, síndrome do intestino irritável, insônia e, até mesmo, doenças graves, como hipertensão, diabetes, alcoolismo, dependências de outras drogas e depressão. Muitos acabam precisando se afastar do emprego. Desses, apenas um terço consegue retornar”, alerta a psiquiatra Alexandrina Meleiro, da USP.

Então, antes que seu corpo trave e seja preciso tomar uma atitude mais drástica, procure desde já colocar mais positividade em seu dia a dia.

Praticar exercícios, ter horários regulares de sono (mesmo que você trabalhe à noite e seja preciso dormir de dia) e buscar mais qualidade de vida, mesmo que isso signifique uma queda nos ganhos mensais, sua saúde agradecerá. Sim, é isso mesmo: o ideal é mudar de vida, senão as consequências podem ser muito mais graves.

Primeiro, é necessário identificar as causas do estresse para aprender as melhores formas de se adaptar. Para tanto, a psicoterapia é um dos métodos mais eficientes.

“Desenvolver uma atividade social ou voluntária, por exemplo, também ajuda o paciente a dar uma nova dimensão para sua vida. Recomenda-se ainda adotar uma alimentação saudável, evitar o cigarro e as bebidas alcoolicas, dormir bem e praticar uma atividade física prazerosa”, afirma Alexandrina.

A doença pode afetar de executivos a donas de casa. Em comum, pessoas propensas à síndrome costumam ser críticas, muito exigentes consigo mesmas e com os demais, e possuem maior dificuldade em lidar com situações. “A pessoa é carreirista, ambiciosa e se excede nas horas de trabalho, imaginando-se insubstituível”, explica a psicóloga.

Só que os hospitais e consultórios médicos estão cheios de pessoas insubstituíveis que são forçadas a parar de trabalhar pelas mais diversas doenças.




As 5 fases da síndrome

1- IDEALIZAÇÃO: acredita que vai mudar tudo, que fará um trabalho impecável. É a fase inicial na qual o indivíduo demonstra enorme empenho.

2- FRUSTRAÇÃO: depara-se com as restrições de pessoas e do local de trabalho, em face das mudanças que imaginava promover.

3- INDIFERENÇA: passa a executar as tarefas mecanicamente e torna-se gradualmente frio e muito crítico, falando mal da empresa e dos colegas.

4- ADOECIMENTO: aparecem sintomas psicossomáticos (ansiedade, depressão) e distúrbios físicos, determinando muitas vezes o afastamento.

5- RESSURGIMENTO: os estudos mostram que 30% dos pacientes conseguem transformar o próprio trabalho, outros 30% adoecem e são afastados definitivamente, enquanto os demais mudam de ramo.




Causas, sintomas e tratamentos

CAUSAS:

* Tempo insuficiente de descanso e de férias
* Envolvimento excessivo com o trabalho
* Sensação de incapacidade e incompetência
* Alta expectativa com relação ao trabalho e consigo mesmo
* Frustração ao se deparar com a realidade
* Raiva
* Inadequação pessoal
* Problemas financeiros
* Falta de estrutura emocional para lidar adequadamente com perdas e frustrações




SINTOMAS GERAIS:

* Irritabilidade
* Pessimismo
* Baixa autoestima
* Frustração
* Falta de energia
*Despersonalização: vítima passa a tratar os outros de forma fria, como se fossem objetos
* Distanciamento emocional e social
* Desmotivação
* Afastamento dos familiares e dos amigos




SINTOMAS FÍSICOS:

* Alcoolismo
* Compulsão por comida
* Depressão
* Dor de cabeça
* Dores musculares
* Dor na coluna
* Gastrite
* Hipertensão arterial
* Insônia




TRATAMENTOS:

* Psicoterapia
* Afastamento do trabalho
* Realização de atividades físicas com regularidade
* Envolvimento com trabalhos voluntários ou sociais
* Bom sono
* Cultivar e manter interesses diversos fora da área profissional
* Manter equilíbrio entre a vida profissional e a familiar
* Fazer relaxamento ou meditação
* Alimentação balanceada e em horários regrados