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11 de novembro de 2009

VITTORIO, O VAMPIRO

Anne Rice, 1999

Nos estudos que tenho feito para escrever meu livro (que patina mais do que um membro do Holiday on Ice) eu tenho lido muitos livros diferentes, e um deles foi este, pois queria ler uma obra de terror para entender a dinâmica deste estilo e quem sabe utilizar algo em meu próprio texto. Minha esposa havia comprado este livro já há alguns anos, mas eu nunca tinha me interessado por ele. Agora, após a insistência dela, o li.

Vittorio é um livro relativamente curto (206 páginas), e a história é, digamos, parecida e ao mesmo tempo diferente de outras histórias de vampiro. Sua trama se passa aparentemente no mesmo universo de histórias que Anne Rice criou em suas outras tantas obras vampirescas, mas diferente destas não se passa nos dias atuais e muito menos em New Orleans. Passa-se na Toscana, região da Itália no ano de 1450. Trata-se das memórias de um antigo vampiro de nome Vittorio, que nos conta como se tornou o que é e sobre sua trágica vida.

A primeira coisa interessante do universo criado por Anne Rice é que os vampiros são representados sob sua mitologia clássica. Esqueça histórias torpes sobre o vampirismo ser uma doença ou uma mutação genética. Nas histórias de Anne Rice eles são como são por causa de Lúcifer, ou seja, são criaturas satânicas, não demônios propriamente ditos, mas pessoas decaídas e contaminadas com o sangue de Satã e dotadas de poderes sobrenaturais e uma sede de sangue infinita, sejam obrigadas, sejam de comum acordo por algum pacto satânico. O terror começa ai.

Vittorio conta como era sua vida de nobre filho de senhor de terras, admirador de arte e devoto fervoroso da igreja católica, sendo inclusive um leitor das obras de Santo Agostinho ainda aos 16 anos de idade. Vampiros matam sua família, mas uma vampira de nome Ursula o deixa viver pois se apaixona por ele. O rapaz é pego pelos vampiros mais tarde, que se chamavam de Corte Rubra, e é deixado em Milão, aonde fica desorientado por alguns dias pois tinha sido dado a ele sangue de vampiro para beber.

É a partir daí que algo estranho e que me chamou a atenção deste livro acontece. Vittorio começa a ver e falar com anjos. Anjos da guarda para ser mais exato, que ele vira antes retratados em obras de seu pintor predileto, o que lhe faz pensar se não estava ficando louco. Os anjos o ajudam a cumprir sua vingança contra os vampiros, mas obviamente ele não consegue matar Ursula pois a amava. E assim ela o transforma em um vampiro, e ambos permanecem juntos até os dias atuais.

Vittorio é uma história que fala muito de arte e da situação política da Itália no séc. XIV, e também é carregado da sedução que a aura da figura dos vampiros carregam. Cenas mais picantes aparecem em momentos chave para demonstrar carnalmente o amor e a paixão que os personagens nutriam um pelo outro.

A arquitetura dos lugares e as vestimentas são bem detalhados mas em certos momentos cansam. O fato do personagem ser um adolescente algumas vezes irrita, mas isso é uma opinião pessoal minha, pois ele se comporta de forma tola em muitos momentos, totalmente inexperiente.

O mais estranho sobre este livro é que não me assustei nada ao lê-lo. E ai é que eu descobri que uma história de terror não é uma história que lhe cause sustos, mas sim uma história aonde ocorram coisas terríveis, como a cena em que Vittorio invade a cripta dos vampiros e mata um a um deles os decapitando porcamente com sua espada, e quando estas eram jogadas ao Sol queimavam e derretiam vazando gordura dos olhos e sangue negro de onde antes eram suas gargantas.

De qualquer forma é um livro interessante para passar o tempo, e uma literatura diferente da que eu costumo ler.

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