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4 de novembro de 2009

GIGOT

Gigot, de Gene Kelly, 1962, 104min
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0056017/

Este foi mais um filme que vi em minha infância na sessão da tarde e que me marcou muito pelo ar decrépito e melancólico. A descrição do filme foi traduzida por mim de parte da Wikipédia Inglesa.

Gigot é um francês mudo que mora no bairro Montmartre de Paris, em 1920. Ele leva uma vida simplória como faxineiro vivendo em um apartamento no prédio de sua senhoria. Embora tratado com condescendência pela maioria de seus vizinhos (sendo muitas vezes alvo de piadas), ele é muito querido pelas crianças do locais e pelos animais, os quais muitas vezes alimentava. Ele parece satisfeito com sua vida, embora tenha uma estranha paixão: ele comparece a todos os funerais locais, conhecendo ou não o morto, caminhando e chorando junto aos outros enlutados.

Em uma noite chuvosa, ele está voltando para casa quando se depara com uma mulher chamada Collette e com sua jovem filha Nicole sentadas em um porta tentando se manter secas. Com pena ele as deixa permanecer em seu apartamento. Collette suspeita de Gigot desde o início, mas a jovem Nicole se aquece ao lado dele, demonstrando confiança.

Um dos pontos altos do filme é a cena em que Gigot faz uma pantomima deslumbrante, levando Nicole à igreja apenas para descobrir que ela não é batizada e que é completamente ignorante sobre a igreja e sobre Deus. A pequena Nicole aponta para um crucifixo e pergunta a Gigot quem era ali na cruz.

Gigot, claramente triste pela incapacidade de falar, resolve contar a história de Cristo a encenando para Nicole, começando com Maria segurando o menino Jesus, passando por sua infância e indo até o horror da crucificação. Quando Gigot abre os olhos ao final de sua encenação ele vê Nicole olhando para ele com uma lágrima em seu rosto. Nicole, em seguida, olha para o crucifixo e lança um beijo para Cristo na cruz.

Depois disso Gigot entretém a menina, às vezes dançando ao som de sua velha vitrola, e em outro, vestindo-se como garçom para alimentar seu rato. De fato ele se torna o guardião de Nicole, inclusive andando ao lado dela na escola para se certificar que ela não caia ao correr. É este zelo que que o leva a fazer com que Collette evite se aproximar de um homem em uma praça perto da escola (ela era prostituta). Gigot foi então espancado pelo homem, que estava frustrado.

Furiosa, Collette ameaça sair com Nicole, mas resolve ficar quando Gigot alega que tem dinheiro. Sem saber o que fazer exatamente ele vai à padaria aonde costumava pegar biscoitos quebrados para dar aos pombos, e aproveitando-se da confiança do dono do lugar, relutantemente rouba o dinheiro das vendas do dia. Ele então leva Collete e Nicole às compras, comprando roupas para a menina, pagando por um bom jantar para eles. Mas os bons tempos estavam para acabar.

O ex-namorado de Collete resolve tê-la de volta, e Collete concorda. Ela quer levar Nicole com ela, mas Gigot a convence a esperar pelo dia seguinte. Ele vê Collete e seu namorado indo embora e fica arrasado. Na manhã seguinte, quando Collette volta para buscar a filha, ela não a encontra encontra e nem a Gigot.

Neste meio tempo o padeiro descobre o roubo e logo desconfia de Gigot. Todos começam a procurar por ele, mas ele e Nicole estavam em um porão abandonado ouvindo a velha vitrola enquanto Gigot dançava para a menina. O telhado do lugar acaba desabando e Gigot escapa ileso, mas Nicole se fere e fica inconsciente. Assustado, ele leva a menina para a igreja, onde o padre da paróquia chama um médico.

Pensando que a vitrola poderia ajudar a menina, ele volta para recuperá-la, mas acaba se deparando com uma multidão furiosa que desejava pegá-lo pelo roubo e pelo desaparecimento da menina. A multidão persegue Gigot até uma calha de carvão perto do rio, pela qual ele cai e não ressurge mais. A multidão imagina que Gigot está morto, e então organizam um funeral para ele. Mas Gigot não estava morto, estava apenas se escondendo.

Ele vê a marcha fúnebre e, como sempre, a segue, porém a certa distância. Quando chega a hora para o discurso, ele percebe que o funeral é para ele. De repente, uma das pessoas presentes vê Gigot, e a perseguição recomeça.

Uma das coisas interessantes sobre a história de Gigot é que ela tem muitas semelhanças com o conto “Gimpel the Fool” escrito por Isaac Bashevis Singer.

Como eu disse, foi mais um filme marcante em minha infância. É um bom filme? Li muitas coisas boas a respeito dele, e a pantomima que ele faz com certeza é espetacular. Mas não sei se uma criança compreenderia o filme muito bem.

2 comentários:

Muito triste essa história, muito triste a solidão das personagens.

Nem me fale Rebs... é muito triste sim. Agora imagine ver esse filme com no máximo 10 anos de idade... passava uns filmes muito tristes na Sessão da Tarde.