LUTE

Combata o bom combate da fé. Tome posse da vida eterna, para a qual você foi chamado e fez a boa confissão na presença de muitas testemunhas - 1 Timóteo 6:12

SE DEIXE TRANSFORMAR

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus - Romanos 12:2

ACEITE O SACRIFÍCIO

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna - João 3:16

VÁ NA CONTRA-MÃO

Converta-se cada um do seu caminho mau e de suas más obras, e vocês permanecerão na terra que o Senhor deu a vocês e aos seus antepassados para sempre. Não sigam outros deuses para prestar-lhes culto e adorá-los; não provoquem a minha ira com ídolos feitos por vocês. E eu não trarei desgraça sobre vocês - Jeremias 25:5-6

REFLITA A LUZ DE JESUS

Pois Deus que disse: "Das trevas resplandeça a luz", ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo - 2 Coríntios 4:6

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29 de novembro de 2010

IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE GOOGLE



Apóstolo Lima repreende, em nome de GOOGLE, todos os Kibes da Internet. Abençoe essa obra embedando este vídeo no seu site ou blog e espalhando no Twitter, essa mídia abençoada!

Twitter da Igreja: http://twitter.com/IURG_Brasil

Twitter: http://twitter.com/bobolhando
Blog: http://bobolhando.com.br

Aviso: Este vídeo é uma parodia produzida por um blog de humor. Favor não o levar a sério. Nomes e fatos são mera coincidência.

12 de novembro de 2010

SONHO: ABANDONADO DE NOVO

De novo tive um sonho em que eu era abandonado. Desta vez, foi por minha esposa. Não sei exatamente o que ocorria no sonho, mas haviamos nos separado e ela não queria me ver por nada no mundo. Parecia muito irritada comigo.

Lembro de, no sonho, chegar para o trabalho completamente sem vontade de viver. Era uma situação extremamente triste.

O fato é que eu devo estar sonhanco com estas coisas porque estou me sentindo indigno da convivência com outras pessoas. Eu tenho passado por meses em que minha doença está mais tranquila, mas tem algumas situações em que eu não consigo reagir, e me afundo cada vez mais. Isso faz com que eu me veja como alguém que não merece nada de bom. Quem sabe eu não me sabote como forma de punição a mim mesmo, mesmo sem me dar conta...

10 de novembro de 2010

SONHO: ABANDONADO

Domingo passado tive outro sonho relevante.

Estava com minha esposa e todos os meus parentes relevantes em um hotel enorme e luxuoso. Nos reunimos em um saguão do hotel, e todos conversavam animadamente. Todos começam a combinar de irem todos a algum lugar comer. Eu vou no quarto fazer alguma coisa, quando volto não havia mais ninguém. Todos foram embora sem mim, mesmo minha esposa.

Eu volto para o quarto e fico sozinho, triste, com um sentimento de solidão muito doloroso. Fico extremamente magoado com todos e me sinto totalmente abandonado e insignificante. Depois de algum tempo todos voltam e notam como eu estava me sentindo, ficando constrangidos.

O sonho acaba.

8 de novembro de 2010

SOBRE DORES ABDOMINAIS E COLONOSCOPIA

Só tenho uma coisa a falar sobre as dores absurdas que eu estava e ainda estou sentindo: nunca menosprese o poder doloroso dos gases. Eles podem até te fazer pensar que você está infartando.

Aparentemente as dores são só isso mesmo. Não fui a nenhum médico ainda, mas o alívio veio hoje quando eu voltava do almoço: umas peidolas bem soltadas enquanto caminhava de volta ao escritório e as dores quase se foram.

Espero que isso me alivie no futuro, pois sei que estas crises deverão voltar nos próximos anos, já que deve ser uma predisposição do meu organismo para esta condição. Então deixo esta mensagem para mim mesmo mais adiante: devem ser apenas gases, coma fibra e espere pelos peidos.

O que provocou isso? Bem, alguns dias antes do início da crise comi hamburgueres que eu mesmo fiz em casa, e eles tem bastante gordura. Deve ter sido isso provavelmente...

Ainda bem que isso passou. Eu estava morrendo de medo de ter que fazer uma colonoscopia. Aliás, por falar nela, teve uma notícia interessante a seu respeito hoje no site da:

Novo teste de câncer colorretal pode evitar colonoscopia
Menos invasivo, obtêm índices de detecção mais confiáveis
por Katherine Harmon - Scientific American Brasil
iStockphoto/Eraxion

A colonoscopia pode ser uns dos exames mais incômodos a que podemos nos submeter. No entanto, atualmente ainda é uma das melhores maneiras de detectar sinais precoces de câncer colorretal, doença que atinge mais de 142 mil americanos a cada ano e mata mais de 51 mil. [No Brasil, segundo dados de 2006, são atingidas cerca de 25 mil pessoas por ano.]

Pesquisadores anunciaram recentemente sucessos iniciais de um teste não-invasivo com excelente precisão na detecção do câncer. "Esse teste superou nossas expectativas", relatou David Ahlquist, professor de medicina da Mayo Clinic, e colaborador do estudo. O teste, que está sendo desenvolvido pela Madison, Wisc., detecta sinais reveladores de metilação do DNA cancerígeno em amostras de fezes.

Em um estudo com cerca de 1.100 indivíduos, o teste obteve uma taxa de precisão de 8% em detectar o câncer – que ainda pode ser removido cirurgicamente. "Seria difícil encontrar um outro teste não-invasivo nesse intervalo", disse Ahlquist. Outros métodos de seleção, como exames fecais e de sangue, podem detectar o câncer, mas geralmente faltam indícios de lesões pré-cancerígenas. O novo teste também registra mais de metade (cerca de 64%) das lesões pré-cancerígenas.

E, ao contrário do método convencional de teste baseado em pequenas câmeras (inseridas, através de um tubo, pelo reto) para detectar sinais de câncer, o novo teste é muito menos invasivo. A colonoscopia notoriamente deixa de constatar pistas precoces do câncer do lado direito do cólon, porque atua mais acima no trato digestivo.

O novo teste tem atualmente uma taxa de falso-positivos de cerca de 10%, mas pode coletar muito mais informações do que o necessário para os exames. Embora muitos adultos desenvolvam pólipos, menos de 10% acabam se transformando em câncer. Um estudo adicional do teste deverá ser realizado antes que ele possa ser submetido à aprovação da FDA.

5 de novembro de 2010

MAIS DORES ABDOMINAIS


Quase um ano depois das minhas crises homéricas de dor no trato digestivo, eis que do nada elas voltam, e estranhamente quase que na mesma época do ano. Será que está ligado ao horário de verão?

Não sei, só sei que a dor já está me enchendo o saco faz uns 4 dias. Junto com ela, boca seca. A saliva fica cheia de ar, esbranquiçada. E o detalhe é que agora a dor é na parte inferior esquerda do abdome, na região do cólon. Região aonde dores normalmente indicam problemas com gases ou distensão intenstinal no melhor dos casos, ou diversiculite no pior dos casos, o que pode exigir até cirurgia se houver vazamento de pus e sangramento. Não quero nem pensar na hipótese de câncer.

O fato é que meu histórico indica novamente problemas com gases, mas já estou cansado de ter problemas intestinais. Meu trato digestivo realmente veio com defeito de fábrica...

3 de novembro de 2010

NUVEM DE PALAVRAS



No site http://www.wordle.net você pode gerar nuvens de palavras que concentram as palavras mais usadas em um texto ou website. Apliquei a ferramenta neste blog e a nuvem gerada está logo acima. É muito legal! Dá para fazer uma análise do que o texto quer dizer.

Agora eu lhe pergunto: você encontra palavras como DEUS, ORAÇÃO, BÍBLIA ou JESUS em minha nuvem?

Eu não. E isso significa que as coisas andam absurdamente erradas comigo.

Não que falar das demais coisas seja problema. O problema é não falar de minhas experiências com Jesus, que andam nulas nos últimos anos, devido a mim e não a Ele. O problema é não falar de Deus e de Cristo! A verdade é que ando me comportando como qualquer coisa, menos como um crente em Jesus!

A terapia me ajuda muito a me aceitar, a me entender, a me gostar. Mas e quanto a Jesus? E quanto a todas aquelas coisas que eu disse ter aceitado anos atrás, quando fiz minha pública profissão de fé, declarando que aceitava a Jesus em minha vida, que seguiria seus ensinamentos, que testemunharia dEle para todos, que leria, estudaria e aceitaria sua palavra como a verdade que guiaria todos os meus atos e pensamentos, que me comportaria de tal forma que Ele reinaria em mim, que eu iluminasse o mundo com a Sua luz, que eu me manteria santo, que eu buscaria a santificação?

No que me tornei agora se não em um gordo boca suja, malicioso, lascivo, fraco na carne e no espírito, sem ânimo algum, que não lê a Bíblia, que não ora, que não tem vontade e nem prazer em ir à igreja, que prefere fazer qualquer fazer qualquer coisa menos a vontade de Deus?

No que me tornei se não em um robô, escravo de minhas paixões, incapaz de provocar em mim mesmo qualquer mudança para melhor?

Na verdade eu digo que não me tornei nisso. A verdade é que eu sempre fui assim. Assim como todos os seres humanos neste mundo. E é neste reconhecimento que reside outro: o de que preciso de Jesus em minha vida mais do que nunca, o de que preciso não só da graciosa misericórdia dEle, mas também de sua companhia e amizade, e de sua ajuda e força para que mudanças ocorram em mim não apenas em certos momentos da minha vida, mas sim que ocorram todos os dias, sempre visando um só objetivo: ser como Deus quer que eu seja, sem culpa, sem arrependimento, sem vergonha. Só com alegria e paz.

26 de outubro de 2010

TRON: Legacy - Derezzed video

13 de outubro de 2010

MAIS SOBRE MINHAS EXPERIÊNCIAS COM O LEXAPRO

Pelas estatísticas do Google Analytics percebo que muitas pessoas tem buscado meu blog para obterem informações sobre o Lexapro, e faz algum tempo que não tenho comentado sobre isso aqui no Blog.

Eu tive que aumentar a dose do Lexapro de 10mg para 15mg há alguns meses atrás, mas eu continuava com alguns episódios depressivos leves até há uns 2 meses atrás, coisa que parece ter parado. Não sinto mais flutuações por todo este tempo, graças a Deus.

O que eu vinha sentindo com bastante intensidade era um desânimo e uma total falta de vitalidade e vontade, de energia para fazer qualquer coisa, mesmo as agradáveis. Isso não era devido ao Lexapro aparentemente, mas sim à própria depressão e ao meu excesso de peso.

Estou resolvendo este desânimo aos poucos com um complexo vitamínico chamado GEROVITAL (com Ginseng), que se não me fez ficar turbinado, pelo menos me dá um pouco a mais de energia. O ato de raciocinar deixou de ser impossível e agora se tornou apenas difícil. Meu humor parece estar um pouco melhor também.

As vezes nosso problema de depressão pode ou não envolver deficiências de nutrientes, segundo meu psiquiatra. Por isso comer bem (diferente de comer muito) é fundamental. Tomar vitaminas no meu caso parece estar ajudando, junto com o Ginseng que é uma raiz notavelmente usada contra o estresse.

Com relação ao Lexapro propriamente dito não tenho tido problemas. Apenas um efeito colateral continua a me incomodar, mas sei que este efeito pode ser desejado por muitos homens: ele retarda a ejaculação. Para algumas pessoas como eu, que já costumam demorar um pouco para “virar a bolinha dos olhos”, pode ser um fator complicador.

10 de outubro de 2010

FOREVER ALONE NA IGREJA?!?!

30 de setembro de 2010

ESTRESSE

Estresse reduz capacidade dos homens de interpretar emoções, diz estudo
Numa diferença bem marcada entre os sexos, mulheres estressadas mostraram o efeito oposto

Fonte: estadão.com.br

Estudo realizado pela Universidade do Sul da Califórnia revela que homens estressados têm uma redução de atividade na área do cérebro responsável por compreender os sentimentos dos outros. Nas mulheres, o efeito do estresse é oposto. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores apresentaram a voluntários estressados fotografias de rostos com expressão irritada e monitoraram a atividade cerebral.

"Esta é a primeira descoberta a indicar que diferenças sexuais nos efeitos do estresse estendem-se a uma das relações sociais mais básicas, o processamento da expressão facial dos outros", disse, em nota, Mara Mather, diretora do Laboratório de Emoção e Cognição da universidade.

O artigo que descreve os resultados aparece na edição de 6 de outubro do periódico NeuroReport.

No artigo, a equipe da pesquisadora apresentam uma série de testes indicando que homens estressados reduzem a atividade cerebral de resposta a expressões faciais, em particular medo e raiva.

Tanto em homens quanto em mulheres, a observação de fotografias de rostos causa atividade na parte do cérebro usada para o processamento visual e em partes do cérebro usadas na interpretação e compreensão de expressões faciais.

No entanto, homens submetidos a estresse agudo mostraram decréscimo de atividade não só na área visual mas também perda de coordenação entre partes do cérebro que ajudam a interpretar as emoções transmitidas pelo rosto visualizado.

Numa diferença bem marcada entre os sexos, mulheres estressadas mostraram o oposto - aumento de atividade na área visual e aumento na coordenação entre regiões do cérebro usadas para interpretar emoções.

Os níveis de cortisol, um indicador de estresse, foi manipulado nos voluntários.

"Sob estresse, homens tendem a se recolher socialmente, enquanto que as mulheres buscam apoio emocional", disse a pesquisadora.

26 de setembro de 2010

SONHO: A PRAIA

Como disse em outras descrições de sonhos, há alguns lugares que eu nunca visitei, que sequer sei se existem no mundo real, mas que eu visito em sonhos de forma recorrente. Um destes lugares é a praia. Uma praia muito pitoresca aliás, que começa em um paredão de pedra enorme do seu lado esquerdo e que se extende quase até o infinito para a direita. As areias são brancas e o interessante é que eu sei que lá sempre é noite, mesmo estando super iluminado.

Há uma avenida que segue toda a praia, e um calçadão completamente tomado de quiosques de madeira suspensos, com muitas árvores. As ruas estão sempre movimentadas com pessoas nas calçadas e carros nas ruas. Todos parecem curtir o lugar tranquilamente. Há prédios e outras ruas atrás desta avenida.

Se você vai andando pela praia na direção da direita, oposta ao paredão, chega uma hora em que você tem que subir para a calçada porque há um obstáculo a ser superado, uma construção que parece um cais ou pier alto. Dali escorre o que parece ser um esgoto, e no mesmo local, ao lado, parece ser um centro de distribuição de pescados.

Há uma ou outra ilha não muito distante da praia, cerca de 200m mar adentro. Estas ilha são repletas de vegetação e algumas tem casas com atracadouros.

Neste sonho em especial eu ia andando com algumas pessoas pela praia quando surge uma onda gigante. Ela não vinha exatamente do mar, mas sim da parte direita da praia, o que é muito estranho. A primeira onda gigante estoura e eu sinto as gotas d'água voando no meu rosto. Continuamos a andar, e outra onda surge. Abaixo dos quiosques de madeira suspensos haviam grades de ferro fixadas. Eu dou a sugestão para as pessoas comigo de nos agarrarmos à grade para não sermos arrastados pela onda. Nos agarramos e aonda quase nos leva. Resolvemos voltar para a esquerda da praia, em direção ao paredão de rocha, e as ondas nos deixam em paz.

SONHO: O ZIGOTO E O LAGARTO BRANCO

Meu irmão havia me deixado cuidando de seu filho. Não era meu sobrinho, mas um um pontinho escuro, do tamanho de uma pulga, um verdadeiro zigoto e que meu irmão deixava guardado dentro de uma caixinha. A caixinha tinha uns respiradouros maiores do que o zigoto, que de uma hora para outra desapareceu.

Chamei meu irmão desesperado para falar o que havia acontecido. Ele me pediu calma e disse que a gente ia achar ele, porque isso já tinha acontecido antes, e então começamos eu, ele e minha esposa a procurar o zigoto na cama, entre os lençóis. Eu estava com medo de que ele tivesse ido até o banheiro e caido pelo ralo.

Escuto um casal de crianças gritando falando que havia um lagarto no banheiro. Eu corro para lá a tempo de ver só o rabo do lagarto descendo pelo ralo. Eu grito: "Espere ai Sr. Lagarto, quero te pedir um favor".

O lagarto volta, ele é branco com olhos azuis. Ele me pergunta o que eu queria e eu lhe falo sobre o filho do meu irmão e meu temor de que ele tivesse caído nos esgotos. O lagarto me responde então: "Fique tranquilo, se ele estiver nos esgotos eu vou achá-lo e vou trazê-lo de volta pra você".

O sonho acabou ai.

9 de setembro de 2010

DEPRESSÃO E DEMÊNCIA

Deprimidos podem ter quase o dobro de risco de demência, diz estudo

fonte: BBC BRASIL

Cérebro

Estudos anteriores já indicavam relação entre os dois males

Dois novos estudos feitos nos Estados Unidos indicam que pessoas que sofrem de depressão têm mais risco de desenvolver demência, sendo que um deles indicou que deprimidos podem ter quase o dobro da possibilidade de o outro mal surgir.

No entanto, as pesquisas, divulgadas na publicação científica Neurology, concluem que existe uma relação, mas não deixam claro por que ela ocorre e nem se há vínculo de causa e efeito entre as duas condições.

O primeiro estudo acompanhou 1.239 pessoas e procurou estabelecer uma relação entre o número de vezes que cada participante apresentou depressão e os riscos de desenvolvimento de demência.

O trabalho revelou que quanto maior o número de crises de depressão, maiores os riscos de demência.

Pacientes que tiveram duas ou mais crises de depressão apresentaram quase o dobro do risco de desenvolver demência, o estudo concluiu.

Alzheimer

O segundo estudo, liderado por Jane Saczynski, da University de Massachusetts, acompanhou 949 pessoas com idades em torno de 79 anos durante 17 anos.

No início do estudo, os participantes não apresentavam sintomas de demência. Testes revelaram que 125 deles (13%), no entanto, apresentavam sintomas de depressão.

No final, 164 dos participantes haviam desenvolvido demência. Destes, 136 foram diagnosticados como portadores do mal de Alzheimer, uma das mais comuns formas de demência.

Esta não é a primeira vez que cientistas enxergam uma possível relação entre depressão e demência. Em 2008, dois estudos sobre o mal de Alzheimer apresentavam conclusões semelhantes.

Clique Leia mais na BBC Brasil sobre essas pesquisas

Inflamação

"Se por um lado não está claro se a depressão provoca a demência, a depressão poderia influenciar de várias formas os riscos de que uma pessoa desenvolva a condição", disse Jane Saczynski.

"Uma inflamação de tecidos no cérebro, que ocorre quando uma pessoa está deprimida, poderia contribuir para a demência. Certas proteínas encontradas no cérebro, que aumentam quando há depressão, também poderiam estar envolvidas".

Para Rebecca Wood, diretora da entidade britânica de fomento à pesquisas sobre o Mal de Alzheimer, Alzheimer's Research Trust, “semelhanças entre os sintomas de depressão e demência significam que as duas condições podem às vezes ser confundidas no momento do diagnóstico, mas não sabemos se estão vinculadas biologicamente".

"Esses estudos recentes indicam que pode haver conexões profundas entre demência e depressão, então precisamos ampliar as pesquisas para descobrir mais".

17 de agosto de 2010

Como a morte é vista em diferentes religiões e doutrinas?

De maneira geral, cristãos, islâmicos e judeus acreditam que após a morte há a ressurreição. Já os espíritas crêem na reencarnação: o espírito retorna à vida material através de um novo corpo humano para continuar o processo de evolução. Algumas doutrinas acreditam que as pessoas podem renascer no corpo de algum animal ou vegetal. Em algumas religiões orientais, o conceito de reencarnação ganha outro sentido: é a continuação de um processo de purificação. Nas diversas religiões, o homem encara a morte como uma passagem ou viagem de um mundo para outro. (Fonte: Época)


Filosofia

A sobrevivência do espírito humano à morte do corpo físico e a crença na vida e no julgamento após a morte já era encontrada na filosofia grega, em especial em Pitágoras, Platão e Plotino. Já Sartre, filósofo francês, defendia que o indivíduo tem uma única existência. Para ele, não há vida nem antes do nascimento e nem depois da morte.


Doutrina niilista

Sendo a matéria a única fonte do ser, a morte é considerada o fim de tudo.


Doutrina panteísta

O Espírito, ao encarnar, é extraído do todo universal. Individualiza-se em cada ser durante a vida e volta, com a morte, à massa comum.


Dogmatismo Religioso

A alma, independente da matéria, sobrevive e conserva a individualidade após a morte. Os que morreram em ‘pecado’ irão para o fogo eterno; os justos, para o céu, gozar as delícias do paraíso.


Budismo

O Budismo prega o renascimento ou reencarnação. Após a morte, o espírito volta em outros corpos, subindo ou descendo na escala dos seres vivos (homens ou animais), de acordo com a sua própria conduta. O ciclo de mortes e renascimentos permanece até que o espírito liberte-se do carma (ações que deixam marcas e que estabelece uma lei de causas e efeitos). A depender do seu carma, a pessoa pode renascer em seis mundos distintos: reinos celestiais, reinos humanos, reinos animais, espíritos guerreiros, espíritos insaciáveis e reinos infernais. Estes determinam a Roda de Samsara, ou seja, o transmigrar incessante de um mundo a outro, ora feliz e angelical, ora sofrendo terríveis torturas, brigando e reclamando. Em qualquer um destes estágios as pessoas estão sujeitas a transformações.

De acordo com o Livro Tibetano da Morte, existem 49 etapas, ou 49 dias, após a morte. Os monges oram para que as pessoas atinjam a Terra Pura – lugar de paz, tranqüilidade e sabedoria iluminada – ou renasçam em níveis superiores.

Para libertar-se do carma e alcançar a iluminação ou o Nirvana, o ciclo ignorância, sede de viver e o apego às coisas materiais deve ser abolido da mente dos homens. Para isso, a doutrina budista ensina a evitar o mal, praticar o bem e purificar o pensamento. O leigo deve praticar três virtudes: fé, moral e benevolência. Para eles, todo ser humano é iluminado, embora não tenha consciência disso.


Hinduísmo

A visão hindu de vida após a morte é centrada na idéia de reencarnação.

Para os hinduístas, a alma se liga a este mundo por meio de pensamentos, palavras e atitudes. Quando o corpo morre ocorre a transmigração. A alma passa para o corpo de outra pessoa ou para um animal, a depender das nossas ações, pois a toda ação corresponde uma reação – Lei do Carma. Enquanto não atingimos a libertação final – chama de moksha -, passamos continuamente por mortes e renascimentos. Este ciclo é denominado Roda de Samsara, da qual só saímos após atingirmos a Iluminação.

No hinduísmo, a alma pode habitar 14 níveis planetários distintos (chamadosa Bhuvanas) dentro da existência material, de acordo com seu nível de consciência. Quando se liberta, a alma retorna ao verdadeiro lar, um mundo onde inexistem nascimentos e mortes.

Os hindus possuem crenças distintas, mas todas são baseadas na idéia de que a vida na Terra é parte de um ciclo eterno de nascimentos, mortes e renascimentos.


Islamismo (Religião Muçulmana)

Para o islamismo, Alá (Deus) criou o mundo e trará de volta a vida todos os mortos no último dia. As pessoas serão julgadas e uma nova vida começará depois da avaliação divina. Esta vida seria então uma preparação para outra existência, seja no céu ou no inferno.

Quando a pessoa morre, começa o primeiro dia da eternidade. Ao morrer, a alma fica aguardando o dia da ressurreição (juízo final) para ser julgado pelo criador. O inferno está reservado para as almas ‘desobedientes’, que foram desviadas por Satanás. No Alcorão, livro sagrado, ele é descrito como um lugar preto com fogo ardente, onde as pessoas são castigadas permanentemente. Para o paraíso, vão as almas que obedeceram e seguiram a mensagem de Alah e as tradições dos profetas (entre eles, os cinco principais: Noé, Abrão, Moisés, Jesus filho de Maria e Mohammed). No Alcorão, o paraíso é descrito como um lugar com rios de leite, córregos de mel e outras belezas jamais vistas pelo homem.


Espiritismo

Defende a continuação da vida após a morte num novo plano espiritual ou pela reencarnação em outro corpo. Aqueles que praticam o bem, evoluem mais rapidamente. Os que praticam o mal, recebem novas oportunidades de melhoria através das inúmeras encarnações. Crêem na eternidade da alma e na existência de Deus, mas não como criador de pessoas boas ou más. Deus criou os espíritos simples e ignorantes, sem discernimento do bem e do mal. Quem constrói o céu e o inferno é o próprio homem.

Pela teoria, todos os seres humanos são espíritos reencarnados na Terra para evoluir. A morte seria apenas a passagem da alma do mundo físico para a sua verdadeira vida no mundo espiritual. E mesmo no paraíso, acredita-se que o espírito esteja em constante evolução para o seu aperfeiçoamento moral.

As almas dos mortos ligam-se umas às outras, em famílias espirituais, guiadas pela sintonia entre elas. Consequentemente, os lugares onde vivem possuem níveis vibratórios diferentes, sendo uns mais infelizes e sofredores, e outros mais felizes e plenos.

Muitas escolas espiritualistas – não todas – defendem a idéia da sobrevivência da individualidade humana, chamada espírito, ao processo da morte biológica, mantendo suas faculdades psicológicas intelectuais e morais.


Igreja evangélica

Como no catolicismo, os evangélicos acreditam no julgamento, na condenação (céu ou inferno) e na eternidade da alma. A diferença é que o morto faz uma grande viagem e a ressurreição só acontecerá quando Jesus voltar à Terra, na chamada ‘Ressurreição dos Justos’, ou, então, aqueles que forem condenados terão uma nova chance de ressurreição no ‘Julgamento Final’. Os que morrerem sem Cristo como seu Deus também receberão um corpo especial para passar a eternidade no lago de fogo e enxofre.


Igreja Adventista do Sétimo Dia

Na Igreja Adventista do Sétimo Dia, os mortos dormem profundamente até o momento da ressurreição. Quem cumpriu seu papel na Terra recebe a graça da vida eterna, do contrário desaparece.


Igreja Batista

Crêem na morte física (separação da alma do corpo físico) e na morte espiritual (separação da pessoa de Deus). Os que, após a morte física, acreditam ou passam a confiar em Jesus Cristo, vão para o Paraíso onde terão uma vida de paz e felicidade. Com a morte espiritual, a alma vai para o Inferno para uma vida de angústia, sofrimento, dor e tormentos.


Catolicismo

A vida depois da morte está inserida na crença de um Céu, de um Inferno e de um Purgatório. Dependendo de seus atos, a alma se dirige para cada um desses lugares.

A alma é eterna e única. Não retorna em outros corpos e muito menos em animais. Crê na imortalidade e na ressurreição e não na reencarnação da alma. A Bíblia ensina que morreremos só uma vez. E ao morrer, o homem católico é julgado pelos seus atos em vida. Se ele obtiver o perdão, alcançará o céu, onde a pessoa viverá em comunhão e participação com todos os outros seres humanos e, também, com Deus. Se for condenado, vai para o inferno. Algumas almas ganham uma chance para serem purificadas e vão para o purgatório, que não é um lugar, e sim uma experiência existencial da pessoa. Quem for para o céu ressuscitará para viver eternamente. Depois do Juízo Final, justos e pecadores serão separados para a eternidade. Deus julga os atos de cada pessoa em vida de acordo com a palavra que revelou através de Seu Filho, com os ideais de amor, fraternidade, justiça, paz, solidariedade e verdade.


Judaísmo

O judaísmo crê na sobrevivência da alma, mas não oferece um retrato claro da vida após a morte, e nem mesmo se existe de fato.

O judaísmo é uma religião que permite múltiplas interpretações. Algumas correntes acreditam na reencarnação, outras na ressurreição dos mortos. Enquanto a reencarnação representa o retorno da alma para um novo corpo, a ressurreição é definida como o retorno da alma ao corpo original.

Para os judeus, a lei permite à pessoa que vai morrer pôr a sua casa em ordem, abençoar a família, enviar mensagem aos que lhe parecem importantes e fazer as pazes com Deus. A confissão in extremis é considerada importante elemento na transição para o outro mundo.


Candomblé

Não existe uma concepção de céu ou inferno, nem de punição eterna. As almas que estão na terra devem apenas cumprir o seu destino, caso contrário vagarão entre céu e terra até se realizar plenamente como um ser consciente e eterno.

Os cultos afro-brasileiros acreditam que os mistérios da vida e da morte são regidos por uma Lei Maior, uma força divina que dá o equilíbrio divino ou eterno. O Candomblé vê o poder de Deus em todas as coisas e, principalmente, na natureza. Morrer é passar para outra dimensão e permanecer junto com os outros espíritos, orixás e guias. Trabalha com a força da natureza existente entre terra (Aìyê) e o céu (Òrun). Nos cultos afros, o assunto de vida após a morte não é bem definido.

Na Terra, o objetivo do homem é realizar o seu destino de maneira completa e satisfatória. Ao cumprir o seu destino na Terra, o ser humano está pronto para a morte. Após a morte, o espírito será encaminhado ao Òrun, para uma dimensão reservada aos seres ancestrais, ou seja, eternos. O ser humano pode ser divinizado e cultuado. Caso o seu destino não seja cumprido, os espíritos ficarão vagando entre os espaços do céu e da terra, onde podem influenciar negativamente os mortais. Como não se realizaram plenamente, estes espíritos estão sujeitos à reencarnação. Já as pessoas vivas que sofrem as suas influências negativas, precisam passar por rituais de limpeza espiritual para reencontrar o equilíbrio.


Umbanda

A Umbanda sofre influências de crenças cristãs, espíritas e de cultos afros e orientais. Como não existe uma unidade ou um ‘livro sagrado’, alguns umbandistas admitem o céu e o inferno dos cristãos, enquanto outros falam apenas em reencarnação e Carma.

Na Umbanda, morte e nascimento são momentos sagrados, que marcam a passagem de um estado a outro de manifestação espiritual, morremos para um lado e nascemos para outro lado da vida, o que nos aguarda do outro lado depende de nós mesmos.

A Umbanda explica o universo através de sete linhas, regidas por Orixás. Ao morrer, a pessoa será atraída por estes mundos espirituais. A matéria é apenas um dos caminhos para a evolução do espírito. Sendo assim, a morte é uma etapa do ciclo evolutivo, sendo a reencarnação a base da evolução. O objetivo maior do nascimento e da morte é a harmonização e a evolução consciente do espírito. Após morte, o ser humano leva consigo suas alegrias, sua fé, suas crenças, suas mágoas e suas dores. E terá que lidar com elas, sempre contanto com o auxílio dos espíritos mais evoluídos que o recepcionarão no outro lado da vida e o ajudarão na sua adaptação no mundo espiritual.

Com a morte do corpo físico, os espíritos bons podem se tornar protetores, enquanto os maus (espíritos de pouca evolução, devido às poucas encarnações) podem virar perturbadores. Os mortos (desencarnados) podem ser contatados, ajudados ou afastados.

16 de agosto de 2010

SONHO: A FUGA

Eu fazia parte de um grupo de pessoas que se esconde em uma espécie de sítio. Está noite e não há eletricidade. A única luz que há é a de fogueiras, mas elas tem que ser poucas e pequenas para não atrair os monstros, que estranhamente não tem forma, ou não me lembro da forma delas.

Há um furgão que usamos para fugir. Cada um do grupo parece ter uma arma diferente. Fugimos com o furgão por uma estrada de terra que passa em meio a uma densa mata. O carro vaia toda velocidade, e os monstros nos perseguem. Usamos nossas armas e afugentamos as criaturas.

O mais importante neste sonhos para mim não foi o que ocorreu mas o que eu senti. Senti medo, opressão e estresse. Mas não me senti sozinho, e isso foi algo importante. Me senti fazendo parte de um grupo, me senti integrado, lutando com outras pessoas por um objetivo em comum. E isso foi bom.

12 de agosto de 2010

RECAÍDAS

É terrível como a depressão pode nos aleijar. É assim que me sinto: deficiente, como se não tivesse uma perna e ainda assim precisasse andar, sem muletas, cadeiras de roda ou próteses.

Esta incapacitação é tão tenebrosa que explicá-la torna-se muito, muito difícil. E para a maioria das pessoas entendê-la é tão complicado quanto explicá-la. Daí acharem que sou fraco ou derrotista.

Para você ter uma ideia tudo o que eu gostava de fazer antes me parece enfadonho agora. Até mesmo escrever isso aqui que estou escrevendo agora machuca, dói, esfola minha alma. Minha mente parece um motor que não quer pegar de forma alguma. Não consigo processar informações, não consigo pensar. Pelo menos bloquear conscientemente os pensamentos ruins que me atormentavam eu tenho conseguido, o que já é alguma coisa.

Nestas horas onde o mundo fica cinza a mente parece ficar amortecida. Esta é a única descrição que consigo fazer. Minha cabeça fica estranha, parece cheia de cimento, e fico com a sensação de que estou com febre. Meu corpo fica amolecido como se eu estivesse na iminência de uma forte gripe. Falar é a última coisa que desejo. Ou melhor, é a penúltima. A última coisa que eu desejo é continuar assim como estou. E durante todo o tempo parece que sou uma pilha velha e sem carga.

Nestas crises qualquer mudança me afeta profundamente, por mais leve que seja. Sejam boas ou ruins, eu fico deprimido, afundado não necessariamente em tristeza, mas em uma total incapacidade de ter energia para fazer qualquer coisa, principalmente as mentais. E meu trabalho é 100% mental.

Ontem a tarde fiz algo que muito raramente faço, que foi dar uma volta com meu cachorro(normalmente é minha esposa quem faz isso). Ajudou, pois minha mente se sentiu mais leve. Mas não impediu que eu continuasse dessa forma.

O estranho é que na semana passada eu fiquei bom. Bom como há bastante tempo não ficava, com disposição, com alegria! Mas acabou. Esta fase foi embora da mesma forma que veio, na calada da noite.

Estou lendo o livro “O Demônio do Meio-Dia”, que é um bom livro sobre o problema da depressão (o mais interessante é que diferente de tantos outros livros é que este foi escrito por uma pessoa com depressão grave que a trata até os dias atuais). Nele há uma passagem que explica bem como é a depressão e como pessoas saudáveis podem experimentar a agonia de se estar deprimido, achei que foi uma boa comparação.

As vezes você tem um pesadelo muito ruim, e acorda agoniado com aquilo, pensando por alguns curtos mas aparentemente eternos segundos que aquilo era verdade, sem distinguir entre o sonho e a realidade. A depressão é parecida com isso, mas neste caso a sensação não desaparece em segundos, e pode nos companhar por toda a vida.

Como você conseguiria viver sua vida, trabalhando, se relacionando... com esta sensação o tempo todo em você? Mesmo que você fique falando a si mesmo que isso não é a realidade, que a realidade é muito mais branda, que não há motivos reais para você se sentir assim, a depressão não vai embora facilmente. E volta com força de tempos em tempos para nos visitar como um parente longínquo e indesejável do qual você não pode se livrar.

Eu desisto de tentar explicá-la. Há pessoas que não a entenderão nunca. E espero que nunca a entendam, pois ela só pode ser compreendida verdadeiramente por quem realmente quer e por que é obrigado a isso, sofrendo dela ou tendo alguém muito próximo que sofra dela.

Não há como se livrar dela com um simples pensamento. É uma luta diária. Há dias em que a luta é fácil, outros em que a luta é franca e outros em que lutar é impossível.

21 de julho de 2010

O AMIGO DO MEU INIMIGO É MEU INIMIGO

Estudo usando videogame confirma que 'o amigo do inimigo é inimigo'

Matemáticos usam jogo online com 300.000 participántes para mapear relações sociais


Um estudo que analisa as interações entre jogadores de um universo virtual oferece, pela primeira vez, evidência em larga escala a favor de uma teoria psicológica que já tem 80 anos, a Teoria do Equilíbrio Estruturado. A pesquisa, publicada no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, mostra que as pessoas buscam evitar relacionamentos que causem estresse quando desenvolvem uma rede social.

O trabalho, realizado pelo Imperial College London, Universidade Médica de Viena e o Instituto Santa Fé, analisa a rede de relacionamentos entre 300.000 jogadores de um jogo online chamado Pardus. Neste jogo, que não tem um objetivo final, os participantes interpretam exploradores espaciais num universo virtual, onde podem fazer amigos, inimigos, manter relações comerciais, conversar ou lutar entre si.

A Teoria do Equilíbrio Estruturado sugere que algumas redes de relacionamentos são mais estáveis que outras. Especificamente, a teoria lida com conexões positivas ou negativas entre três indivíduos, onde a situação "o amigo de meu inimigo é meu inimigo" é mais estável que "o amigo de meu inimigo é meu amigo".

No estudo, matemáticos analisaram seis tipos de interação entre jogadores online: amizade, comunicação, comércio, hostilidade, agressão e punição. Cada uma delas define uma rede própria; juntas, criam uma grande rede. Algumas das relações foram consideradas positivas (amizade, comunicação e comércio) e outras, negativas (hostilidade, agressão e punição).

Um dos autores do trabalho, Renaud Lambiotte, do Imperial College, disse que "nosso novo estudo revela, com detalhes sem precedentes, os ingredientes fundamentais que fazem essas redes serem estáveis".


Os pesquisadores analisaram os dados em dois níveis, primeiro dentro das redes individuais, e depois das redes entre si.

Ficou determinado que a reciprocidade é mais comum nas relações positivas - se um jogador declara-se "amigo" de outro, é provável que receba também uma declaração de amizade. O mesmo não ocorre quando há declaração de inimizade.

Além disso, foram descobertas fortes interações entre diferentes tipos de conexão, com algumas redes sobrepondo-se extensivamente, à medida que jogadores têm maior chance de se envolver em interações semelhantes, e outras tendem a ser mutuamente excludentes.

Como seria de se esperar, amizade e comunicação se sobrepõem. Mas hostilidade e comércio não se sobrepõem em momento algum, mostrando que inimigos se excluem do comércio entre si.

16 de julho de 2010

TRABALHAR COM COMPUTADORES ENGORDA, DIZ ESTUDO

Isso explica muita coisa sobre meu problema com peso.

fonte: TERRA


Os pesquisadores acreditam que o estresse mental proporcionado  pelo trabalho no computador desencadeia mudanças no nível de açúcar e  hormônios Foto: Getty Images

Os pesquisadores acreditam que o estresse mental
proporcionado pelo trabalho no computador
desencadeia mudanças no nível de açúcar e hormônios
Foto: Getty Images

Uma pesquisa realizada na Universidade de Copenhagen revelou que trabalhar no computador faz engordar. Segundo o estudo, olhar para a tela desperta o apetite em doces como bolos, biscoitos e chocolate.

Os pesquisadores acreditam que o estresse mental proporcionado pelo trabalho no computador desencadeia mudanças no nível de açúcar e hormônios que enganam o cérebro e nos fazem pensar que já está na hora de repor calorias. Jogar videogame e assistir TV também apresentam o mesmo efeito.

Para Jean Phillipe Chaput, os trabalhadores que usam computadores poderiam sair algumas vezes da frente da tela, para relaxar, podendo até digitar um pouco em pé.

Dr. Chaput, autor do estudo, começou a investigar o assunto depois de notar a rotina do seu supervisor que regularmente comia biscoitos de chocolate enquanto estava no computador.

A pesquisa envolveu 90 estudantes do sexo feminino. Chaput pediu para que 45 delas digitassem um resumo no computador e levou as outras 45 para descansar por cerca de 45 minutos.

Após os trabalhos iniciais, todos foram para um buffet, onde ficou constatado que quem ficou no computador comeu muito mais - aproximadamente 230 kcal - do que quem descansou. Chocolate e alimentos mais gordurosos eram os mais populares.

Cientificamente falando, os experimentos mostraram que o trabalho no computador faz com que os níveis de açúcar no sangue variem descontroladamente e os hormônios da fome aumentem. Como resultado, mesmo satisfeitas, as pessoas acabam comendo o que não precisam. Neste caso, o exercício físico acaba apresentando uma variação menor nos níveis de açúcar, o que significa que comemos menos depois da prática de um esporte do que quando estamos trabalhando em um computador.

O próximo alvo do pesquisador é o videogame Wii, o qual "incentivaria" o usuário a comer mais.

7 de julho de 2010

BULLYING DE NOVO

A notícia a seguir demonstra mais um caso grave de bullying, com mais uma criança traumatizada a troco de banana por que um grupo de garotos viu nele uma vítima indefesa para descarregar suas próprias frustrações idiotas de adolescentes e pré-adolescentes. Eis a prova de que nos comportamos realmente como macacos: nosso instinto nos faz ter atitudes totalmente incabíveis.

Crianças que sofrem bullying precisam de acompanhamento psicológico, assim como as que praticam o bullying. Caso contrário os que sofrem vão crescer e se tornarem pessoas inseguras e deprimidas como eu, e os praticantes vão se tornar bandidos e pessoas de má índole que acham que podem resolver tudo na base da força e que não sabem lidar com frustrações. Ou seja: cada um vira um ser humano deformado, um monstro, de uma forma ou de outra.

Eu sofri Bullying, e sofro até hoje com isso.



Menino vítima de bullying é agredido com golpes de porrete

Menino mostra marcas deixadas por agressão e é amparado pelos pais
Foto: Paulo Araújo/O Dia

fonte: TERRA


Vítima de bullying - agressões verbais e psicológicas repetidas vezes, sem motivação evidente -, um menino de 12 anos, aluno do 6º ano de escola municipal em Oswaldo Cruz, zona norte do Rio, foi espancado a golpes de porrete por um estudante da 8ª série, de 16 anos, na manhã de segunda-feira.

Por causa dos ferimentos nas costas, braço esquerdo, orelha direita e cabeça, o menino vomitou e sofreu tonturas por mais de quatro horas. Na terça, ele fez exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML). O suspeito das agressões vai depor nesta quarta na 30ª Delegacia de Polícia (Marechal Hermes), onde o caso foi registrado como lesão corporal. A pancadaria ocorreu a 150 m do colégio.

"Se as pessoas não interferem e tomam o porrete, acho que meu filho teria morrido ali", afirmou o pai do menino. "Enquanto um batia, outros quatro mandavam ele bater ainda mais", revelou a vítima. "Eles vieram por trás, puxaram minha mochila, por isso empurrei ele para me soltar. Foi quando ele pegou o porrete."

Conforme relatos, desde que entrou para a escola, em fevereiro, o menino sofre por ser um dos calouros. Há dois meses, o pai pediu à direção que o transferisse para o turno da manhã. "Briguei com um garoto que não parava de dar tapa no meu rosto", disse o menino. "Cercamos ele de carinho, por isso não admitimos que seja vítima de violência, ainda mais no ambiente escolar", afirmou a mãe, que tem outros três filhos.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação disse que o fato ocorreu fora das dependências da escola. "Ao tomar conhecimento do ocorrido, a direção encaminhou os estudantes de volta à escola e convocou os responsáveis para reunião. O aluno do 8º ano, acusado de agressão, mora com a avó e, de acordo com ela, será providenciada a sua transferência, pois ele voltou a viver com os pais na cidade de Araruama."



Escola deve prevenir o bullying


O pediatra Lauro Monteiro Filho, especialista em bullying, disse que o problema deve ser prevenido e combatido pela escola. "Prevenir e combater o bullying é responsabilidade de toda a instituição e envolve funcionários, professores, diretoria, alunos e pais".

O médico também aconselha sobre como enfrentar este drama recorrente. "Não se resolve o bullying escolar na polícia ou na Justiça, que são as últimas instâncias a serem procuradas, se todo o resto falhou".

No Rio de Janeiro, o combate ao bullying está previsto na lei 5.089, sancionada pelo prefeito Eduardo Paes em outubro de 2009. O texto destaca que as unidades de ensino devem incluir ações antibullying nos projetos pedagógicos.

6 de julho de 2010

O FILÓSOFO E O LOBO

Best seller 'O Filósofo e o Lobo' vai virar filme

Em entrevista ao 'Estado', Mark Rowlands fala como aprendeu com um lobo a reprogramar sua mente

06 de julho de 2010 | 6h 00
fonte: ESTADÃO

Antonio Gonçalves Filho - O Estado de S. Paulo

Divulgação
Rowlands, como Wittgenstein que adorava filmes BG, não liga as críticas por popularizar a filosofia

SÃO PAULO - Mark Rowlands, 48 anos, é um tipo especial de pensador wittgensteiniano. Quase foi engenheiro, mas, reprovado, decidiu seguir seu instinto e conseguiu um título de doutor em filosofia em Oxford. Bon vivant, sua vida era uma festa sem fim, até que decidiu se isolar na Irlanda e escrever livros de filosofia, alguns deles lançados no Brasil, como Tudo o Que Aprendi Com a TV (Ediouro, 2008). A nova provocação de Rowlands é um livro original, O Filósofo e o Lobo (Editora Objetiva), em que relata a inusitada experiência de viver com um lobo por mais de uma década.

A principal lição que Brenin lhe ensinou não poderia ter aprendido nos livros de Nietzsche e Heidegger, seus mentores filosóficos. Brenin, que uivava em suas aulas quando elas se tornavam chatas, provocando risos dos alunos, ensinou a Rowlands a não pensar como primata, isto é, a ter experiências não baseadas no puro interesse. "Somos mais primatas que lobos", diz ele, concluindo que a esperteza do símio, ditada por seu obtuso imediatismo - macacos só fazem algo se isso lhes trouxer algum benefício - não lhe servirá de nada na hora da morte. "No final", diz ele, "o primata sempre nos deixará na mão".

Dizem que você era um misantropo antes de dividir sua casa com Brenin, mas agora você está casado, tem um filho e um cão, Hugo, que parece não ter substituído o lobo. É muito diferente o seu relacionamento com Hugo?

Eu não era um misantropo antes de encontrar Brenin. Transformei-me num deles à medida que fomos convivendo. Suspeito que houve sempre um misantropo dentro de mim. Quanto às diferenças entre Brenin e Hugo, devo dizer que o lobo era muito mais calmo e sério que o cão , embora não pudesse deixar Brenin livre. Se isso acontecesse, minha casa amanheceria destruída. Lobos são como crianças: eles seguem você por todos o lugares e fazem tudo o que você faz. Por causa disso, eles acabam dominando sua vida.

Por que você preferia a companhia dos lobos? Havia, digamos, alguma coisa de espiritual entre você e Brenin? Você era feliz com ele?

Não penso muito em minha vida em termos espirituais. Acho que isso poderia suscitar equívocos. A felicidade é o que sempre foi e essa é uma ideia que desejei desenvolver no livro: ela não é tão importante assim.

Você faz uma distinção entre o modo de vida dos lobos e o dos primatas. Que parte nós deixamos para trás quando deixamos de ser macacos?

A oposição entre primatas e lobos é puramente metafórica. Não acho que tínhamos algum parentesco com lobos antes de sermos macacos ou alguma coisa do gênero. Somos, sim, mais primatas que lobos, porque os primeiros enxergam o mundo em termos de vantagens que podem tirar dele. O que você pode fazer por mim? Esta é a pergunta que o símio dentro de nós faz o tempo todo. E somos todos parecidos, em maior ou menor grau, embora os ardis dos símios quase sempre resultem em fiasco. É o que resiste do lobo em nós que compensa esses valores obtusos. Nossa inteligência, nossa moralidade e tudo o que nos distingue dos outros animais devemos, no entanto, ao macaco. Como dizem os primatólogos, herdamos do macaco sua maquiavélica inteligência para manipular pessoas e para o disfarce: o que de melhor temos vem, portanto, do pior. Temos de lembrar disso porque o macaco deixou essa marca indelével em nossos cérebros. Nossa inteligência é a inteligência dos macacos; nossa moralidade é moldada por eles.

Você diz que pretende criar uma filosofia original com O Filósofo e o Lobo, e não uma mera introdução filosófica, mas muitos pensadores antes de você tentaram o mesmo e acabaram criando uma ideologia. Quem são seus heróis filosóficos?

Nietzsche disse certa vez que um aluno recompensa mal seu professor quando permanece um aluno a vida toda. Por concordar com ele, não tenho heróis filosóficos. É o que precisamente ninguém precisa ter. Heróis resultam da fé - e uma das principais mensagens de meu livro é que atingimos nossa plenitude quando perdemos a fé.

Como deve ser um filósofo no século 21?

Cético e humilde - o que vem a dar no mesmo, no fim das contas. A coisa mais importante que aprendi nesses 30 anos de filosofia é que não sei muita coisa. Essa foi também a lição que Sócrates aprendeu há mais de dois mil anos, sobre a qual devemos refletir mais do que em qualquer outra época. No entanto, é raro ouvir hoje alguém ter a humildade de assumir: ‘Não tenho o direito a uma opinião por não ter refletido muito a essa respeito.’

Como você vê a religião e a política?

Ambas lidam com a fé. Ambas funcionam prometendo um futuro que certamente não podem garantir. Devemos sempre lembrar que a fé é o carro usado em oferta da existência humana: atraente, mas nada confiável.


23 de junho de 2010

JUCA KFOURI

Eu entendo o ponto de vista do Juca Kfouri mesmo não concordando com várias outras opiniões dele, e mesmo sendo crente. A impressão é que todos tem que engolir o cristianismo a força, e não é bem por ai. Se manifestações de uma religião ocorrem em um meio (como no futebol) isso abre precedente para que qualquer outra religião possa usar o mesmo espaço. E em algo como o futebol, que já é por si só um terreno de acaloradas discussões e debates, misturar religião é como juntar gasolina com pólvora.

Temos que levar a palavra de Jesus a todos? Sim... mas sabemos que as pessoas tem o direito de se manterem descrentes e não ter contato com a palavra. Isso se chama democracia, isso é a liberdade. "Forçar a barra" na evangelização no decorrer dos séculos fez com que as pessoas desprezem qualquer menção a Deus e a Jesus, e contra argumentem com uma lógica afiada que nos deixa sem fala.

Segue a entrevista feita com o Bob Fernandes:

Bob Fernandes
Direto de Durban

Reinaldo Marques /Terra)

Kaká durante entrevista coletiva na última terça-feira (Crédito: Reinaldo Marques/Terra)

Esse é um assunto delicado e sério: religião. Tão delicado e sério que é um tabu, quase todos o evitam para escapar à ira de quem crê e também de quem não acredita. Assunto tão delicado e sério que a FIFA proibiu manifestações religiosas coletivas em campo. Isso depois de a Seleção ter orado no gramado do Ellis Park ao final da Copa das Confederações de 2009, Brasil 3, EUA 2, há um ano. Na terça-feira, 22, o maior astro do Brasil, Kaká, trouxe o polêmico tema religião para dentro da Copa do Mundo.

Em resposta a uma notícia dada pelo mais importante jornalista esportivo brasileiro, Juca Kfouri, o meia disse que Kfouri o estaria atacando “por ele ser um cristão e pregar a palavra de Jesus”, enquanto o jornalista é, confessadamente, “um ateu”.

Notando que não havia tantos pruridos e tabus nos tempos (1958, 62 e 70) em que as religiões dos brasileiros nas seleções eram afro-brasileiras; o candomblé, a macumba, este blogueiro, que não é ateu, buscou conversar com o ateu confesso, Juca Kfouri, alvo das palavras de Kaká numa entrevista coletiva transmitida para todo o mundo.

Kfouri que não evita o tema. Ao contrário, tem sido crítico ao que chama de “merchandising religioso”.

É evidente que o mesmo interesse teria, tenho, de ouvir Kaká sobre assunto tão delicado, sério e polêmico. Fica aqui o convite, para quando ele queira.

Vamos à conversa:
-Juca, você informou, com base em suas fontes médicas, que o Kaká poderia estar jogando no sacrifício, como fez o tenista Guga com sua contusão nos quadris, e que isso poderia vir a encurtar sua carreira. A contusão que o Kaká teve, ou tem, é no púbis, mas não é sobre isso que vamos conversar, e sim sobre um assunto muito falado mas pouco debatido, embora já posto em pauta pela própria FIFA ao proibir manifestações coletivas de religiosidade. Falemos sobre esse tema sério e delicado, quase um tabu, que é a Fé, a Religião, e o futebol?

-Falemos, mas antes, o Kaká. Um, o Guga, teve problemas no quadril, o outro no púbis, mas é a mesma dificuldade para se recuperar, tal o ponto em que as coisas chegaram. Guga foi operado e mesmo assim não deu. Há sérias dúvidas se adianta operar o Kaká, aliás como ele mesmo reconheceu na mesma entrevista de terça-feira depois de ter dito, na mesma entrevista, que não tinha dores no púbis…

-O Kaká respondeu dizendo que você se volta contra ele, usa sistematicamente uma “artilharia” porque você é um ateu enquanto ele crê, prega a palavra do Senhor. Você é ateu? Não crê mesmo na Palavra do Senhor?

-Fui formado no Catolicismo, estudei o Catecismo, fui batizado, fiz primeira comunhão, fui crismado, meu primeiro casamento foi na igreja e, de fato, não tenho Fé alguma. Até lamento, porque sei que a Fé conforta as pessoas diante da ideia da morte.

-Mas você nem por um momento,em nenhum instante difícil na vida, admitiu que o Messias já esteve entre nós? Que o Filho cá esteve para nos Salvar?

-Não. Já houve homens formidáveis, generosos, dispostos a dar a vida por Justiça, e talvez Jesus Cristo tenha mesmo sido um deles, mas como foram Gandhi, Mandela…e outros.

-Você já leu, ao menos estudou alguma coisa da Palavra? Você sabe que são quatro os evangelhos canônicos, e que eles são os únicos aceitos como autênticos pela maioria dos cristãos? Ou você nunca sequer passou pelo assunto?

-Passar, passei, mas mais pelo interesse literário mesmo…

-A Bíblia, Juca, é, pode ser uma fonte de sabedoria, você admite?

-Claro, entendida em seu simbolismo.

-Partindo desse pressuposto, de que a Bíblia pode iluminar até um ateu confesso como você, gostaria de propor alguns dos Salmos, das Palavras, para que você perceba se, em ao menos alguma coisa, Elas não se aplicam a você ou, no mínimo, ao que você vive, percebe. Pode ser?

-Vamos lá.

-Comecemos por Lucas 17:1 “Disse Jesus a seus discípulos: É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm!”

-Não é o que a História da Humanidade demonstra. Invariavelmente os que causam escândalos se dão bem, infelizmente.

-Em seguida, o mesmo Lucas, no 17:3 “Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe.”

-Veja que também não tem sido esta a prática dos evangélicos da Seleção,como o Jorginho, por exemplo, que vive fazendo provocações. Ou como o Lúcio, que deu no braço do Drogba. Eu não tenho visto este pessoal, o bispo Macedo, a bispa Sônia, oferecerem o outro lado do rosto…

-Uma leitura detalhada de Salmos entre o 35:1 e o 35:7… certamente não foi isso, mas o Kaká poderia perfeitamente tê-los lido antes de dirigir-se a ti. Ouça-os, por favor, e diga-nos se não. Você não poderia ser aí o sujeito ausente, não se enxerga aí?
Salmos 35:1 Contende, Senhor, com os que contendem comigo; peleja contra os que contra mim pelejam.
Salmos 35:4 Sejam confundidos e cobertos de vexame os que buscam tirar-me a vida; retrocedam e sejam envergonhados os que tramam contra mim.
Salmos 35:5 Sejam como a palha ao léu do vento, impelindo-os o anjo do Senhor.
Salmos 35:6 Torne-se-lhes o caminho tenebroso e escorregadio, e o anjo do Senhor os persiga.
Salmos 35:7 Pois sem causa me tramaram laços, sem causa abriram cova para a minha vida.

-Não me enxergo, não. Seria me dar muita importância. Nem eu quero mal, muito menos ao Kaká.

-Não te preocupa, em especial, o Salmo 35: 8? “Venha sobre o inimigo a destruição, quando ele menos pensar; e prendam-no os laços que tramou ocultamente; caia neles para a sua própria ruína”.

-É deveras messiânico, não? De alguém que se imagina O Escolhido, O Filho de Deus! Não, não me assusta, até porque não sou inimigo dos religiosos, minha querida tia Nadir Kfouri foi reitora da PUC paulista e tenho, por exemplo, profundos respeito e admiração por D.Paulo Evaristo Arns. Não sou “contra”, apenas peço que não misturem religião com futebol. A Fifa e eu, aliás. É só isso. E foi a FIFA que proibiu religião no futebol, não eu.

-Parece-me que muitas de suas críticas são não contra a religiosidade de boa parte dos jogadores da Seleção, evangélicos ao menos uma dezena ou mais deles, e são críticas, sim, contra a explicitação ostensiva da Fé? É mais ou menos isso?

-Exatamente. Contra o que chamo de merchandising religioso. Um porre!

-À luz desse raciocínio e da aceitação por ambos -você sendo um ateu e eu não- de que a Bíblia pode ser uma fonte de sabedoria, o que lhe parecem, por exemplo, as palavras vocalizadas por Mateus?

-Quais das Palavras? Qual Mateus?

-Por exemplo, Mateus 6:2 “Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.” E também Mateus 6:4 “Para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.”

-Acho brilhante, verdadeiramente inspiradas no que se possa chamar de “cristão”. Mas quem faz assim, desse pessoal que vive alardeando sua generosidade ou, entre os chefes, explorando a Fé e a ignorância alheias? Não critico os que têm Fé, mas sim os que vivem explorando a Fé e os que realmente têm Fé…

-E ainda segundo Mateus, o 6:5 “E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa”. Ou ainda o Mateus 6:6 “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará”.

exatamente isso e você não imagina quantas mensagens citando estas Palavras eu recebo quando há este tipo de polêmica. Polêmica que o Kaká levantou exatamente para mudar o foco da notícia.

-Levando-se em conta a proibição de manifestações religiosas de qualquer Fé em campo e esse debate, ou a ausência dele, recordo outras Palavras de Mateus “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos”, ou ainda, no 6:8 : “Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais”.

-De novo voltamos ao tema. Para quem crê, se Alguém tudo Sabe por que tanta insistência? Se temos dois times de crentes em campo a pedir, o que, não aos olhos do Senhor, mas aos olhos dos que pedem, o que eles imaginam que se passará? Por que o Senhor escolheria a uns e não aos outros?

-Por Fim, Juca, você não teme, nem por uma fração de segundo, o exposto, por exemplo, no Salmo 41:10? “Tu, porém, Senhor, compadece-te de mim e levanta-me, para que eu lhes pague segundo merecem”.

-Honestamente, por arrogante que pareça, não quero que ninguém tenha pena de mim… não caí para ser levantado e não devo nada a ninguém. Respeito a Fé de quem a tem e quero que me deixem em paz com a minha descrença.

8 de maio de 2010

ENTREVISTA COM SATÃ - ERRATA

Eu havia replicado aqui no blog, uns dias atrás, um post chavado ENTREVISTA COM SATÃ que contava uma historinha baseada em textos bíblicos sobre a origem de Satanás. Vim saber depois, por um amigo não crente, que a interpretação destes textos estão incorretas. Fui estudar o caso e de fato constatei que a informação é incorreta. A Bíblia não cita em nenhum lugar qual é a origem do Diabo, e abaixo transcrevo um estudo Bíblico que constata isso, tirado do site http://www.estudosdabiblia.net/1999439.htm:



A origem de Satanás

Abra qualquer número de obras de referência bíblica usadas comumente e olhe para o verbete "Satanás". Você encontrará, provavelmente, uma história familiar. Eu cito, como típico, o Complete Bible Handbook (Manual Completo da Bíblia), de L. O. Richards:

"O Velho Testamento indica que Satanás foi criado por Deus como um anjo governante chamado Lúcifer, com grandes poderes. Mas o orgulho levou Lúcifer a se rebelar contra Deus (conforme Isaías 14:12-14; Ezequiel 28:12-15). Torcido agora pelo pecado, Lúcifer é transformado em Satanás, que quer dizer `inimigo´ ou `adversário´ ...Satanás é um poderoso anjo decaído, intensamente hostil a Deus e antagonista do povo de Deus." (páginas 245, 801).

Pergunte à maioria das pessoas que crêem na Bíblia de onde veio Satanás e nove entre dez lhe darão uma versão da história citada acima. A idéia de que Satanás é um anjo decaído a quem Deus expulsou do céu e que caiu na terra é tão espalhada que muitas pessoas acreditam que a Bíblia a ensina.

Pode surpreendê-lo descobrir que a Bíblia não ensina tal coisa. É certo que há passagens na Bíblia que falam de seres caindo do céu, mas não são sobre Satanás e usam linguagem figurativa. Somente por uma leitura descuidada destes textos pode alguém chegar à história popular relativa à origem de Satanás. Examinemos as passagens bíblicas relevantes, no contexto.

Quem é Satanás?

Onome "Satanás" é uma transliteração do hebraico satan, indicando um acusador no sentido legal, um queixoso que tem uma acusação a apresentar. Em Zacarias 3:1 lemos "Deus me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do Anjo do SENHOR, e Satanás estava à mão direita dele, para se lhe opor." Numa palavra, Satanás se opõe a nós, trabalha contra nós, ou "nos persegue", na tentativa de nos derrotar espiritual e moralmente. Jesus chamou-o homicida e mentiroso, em João 8:44. Em Apocalipse 12:9, João retrata Satanás como um grande dragão, uma representação que ressalta sua terrível natureza. Esse mesmo versículo identifica-o como a serpente (uma referência a Gênesis 3) e como o diabo, que é outro nome bíblico comum para ele. Talvez 1 Pedro 5:8 nos diga o que mais precisamos saber a respeito dele: "O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar".

A ênfase bíblica está no que Satanás é em relação conosco (um inimigo). Algumas pessoas, contudo, pensam que certos textos bíblicos vão mais além e nos dizem como Satanás veio a se tornar assim. Examinemos estes textos cuidadosamente.

Isaías 14:12-14

Esta passagem diz: "Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo." Você notará imediatamente que esta passagem não menciona Satanás por nenhum de seus nomes bíblicos comuns. Pode-se extrair deste texto uma teoria da origem de Satanás somente assumindo que esta passagem descreve-o, e ignorando o contexto desta passagem na mensagem de Isaías.

Isaías não estava discutindo Satanás em Isaías 14, nem a origem de Satanás de modo nenhum faz parte desta mensagem do profeta. Se dissermos que este texto é sobre a origem de Satanás, isso simplesmente torna sem sentido o contexto mais amplo. Isaías profetizou durante os reinados dos reis hebreus Uzias, Jotão, Acaz, e Ezequias (Isaías 1:1). Seu ministério abrangeu (aproximadamente) os anos 750 - 686 a.C., uns 65 anos, no máximo. Este foi um tempo quando o povo de Deus tinha se tornado corrompido pela idolatria. Deus enviou Isaías para pregar o arrependimento ao seu povo e para adverti-lo de que um fracasso em voltar-se da idolatria significaria desastre em escala nacional. Isaías pregou a ambos os reinos de Israel e Judá, cumprindo sua missão dizendo aos povos desses reinos que eles sofreriam terrivelmente se recusassem arrepender-se. Isaías 10:5-6 resume a mensagem ao reino do norte. Há linguagem semelhante (13:3-6) reservada para o reino do sul, o reino contra o qual Deus enviaria os babilônios.

A mensagem de Isaías não era completamente de desânimo e condenação. Os assírios e os babilônios, ele pregou, eram simplesmente instrumentos que Deus usaria para punir o seu povo. Uma vez que Deus tivesse usado essas nações para seus propósitos, Ele se voltaria e aplicaria seu julgamento sobre eles, pela impiedade deles próprios. É uma mensagem da soberania de Deus em ação que causa reverência e temor nos ouvintes. A Babilônia cairia, e depois disso Deus renovaria e reuniria seu povo e lhes daria uma gloriosa e nova existência. Isaías 14 é sobre a queda do império babilônico. Isaías diz aos habitantes do reino sulista de Judá que, depois que eles tivessem sofrido o castigo, viria o dia quando eles poderiam ver a queda de seu opressor e escarnecer de Babilônia do modo como esta tinha escarnecido de Judá. Veja os versículos 4 e seguintes. Isto é sobre Babilônia.

Ora, porque Isaías começaria o capítulo falando sobre a queda de Babilônia, interromperia com uma descrição da origem de Satanás, e então recomeçaria a falar sobre a queda de Babilônia? Simplesmente não faz qualquer sentido aqui no contexto ver 14:12-14 como sendo sobre a origem de Satanás. O fato é que Isaías estava descrevendo para povo de Judá o que eles estariam dizendo quando zombassem do rei de Babilônia que tinha sido rebaixado e decaído do poder (versículo 4). As mesas virariam, e Isaías está descrevendo a ironia de tudo isso. Até mesmo a leitura corrida da passagem revela que a linguagem aqui é poética e figurativa, e temos que tratá-la de acordo. "Céu" no versículo 12 é linguagem figurativa para o que é alto e exaltado, e Isaías está aqui descrevendo a alta consideração em que o rei de Babilônia era tido. O profeta descreve sua queda do poder figurativamente, como uma queda do céu. Então ele chama o rei de Babilônia, também usando linguagem figurada, a "estrela da manhã". Na sua glória, durante algm tempo, o soberano de Babilônia era como uma estrela brilhante no céu. Contudo, seu reinado e seu poder cairiam, e, mantendo as imagens, Isaías pinta sua extinção como uma estrela cadente.

Parte da incompreensão popular desta passagem resulta do aparecimento da palavra "Lúcifer" em algumas versões do versículo 12. A palavra hebraica em questão aqui é helel, que significa "estrela da manhã" e não tem nenhuma ligação com Satanás. "Lúcifer" é uma velha palavra latina que originalmente significava "portador da luz" e era o nome do planeta Vênus sempre que aparecia no céu matinal. Na época que esta palavra foi usada nas traduções deste versículo, "Lúcifer" não significava Satanás. Infelizmente, para muitas pessoas, hoje em dia, Lúcifer é o nome de Satanás (porque Isaías 14:12-14 é aceito como sendo sobre Satanás!). Não é porque os tradutores erraram, mas porque pessoas de tempos posteriores, ou esqueceram o que Lúcifer significava ou concluíram erradamente que era o nome de Satanás, ou ambos.

Isaías 14:13 recita a jactância arrogante do rei babilônico. Certa vez ele pensou que era o maior do mundo, que tinha poder e autoridade igual à do próprio Deus. Uma das características do retrato profético de Babilônia é seu grande orgulho. Contudo, Deus rebaixaria seu rei ao mais baixo nível imaginável para a mente hebraica: o Sheol, o reino dos mortos (versículo 15). Os versículos 9-11 descrevem como os habitantes do Sheol ficariam surpresos porque alguém que pensava ser tão "alto" estava agora entre eles, num lugar tão "baixo". O ponto é que o rei babilônico foi do extremo da exaltação mundana para a extrema humilhação, e isto era um feito de Deus, o julgamento de Deus. A coisa toda é um quadro, uma imagem, e não uma narrativa histórica literal. A ênfase está no contraste entre as condições do soberano babilônico "antes" e "depois". As pessoas, então, olhariam para o fracasso do rei babilônico e perguntariam: "É este o homem que fazia a terra tremer, que sacudia reinos, que fazia do mundo um deserto, derrubava suas cidades, que não permitia aos seus prisioneiros voltar para casa?" (versículos 16-17).

Você vê, então, que quando examinamos Isaías 14:12-14 em seu contexto, ele não nos diz nada sobre a origem de Satanás. É uma descrição figurativa da queda do rei de Babilônia.

Ezequiel 28:12-16

Outra suposta passagem sobre a origem de Satanás é Ezequiel 28:12-16, onde se lê: "... Assim diz o SENHOR Deus: Tu és o sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro se fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados. Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniqüidade em ti. Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei profanado fora do monte de Deus, e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras."

A referência ao Éden é, para muitos, um indicador seguro de que esta passagem tem que ser sobre a origem de Satanás. Não importa que Satanás já fosse o inimigo do homem no Éden! Mas, novamente, é somente aceitando que esta passagem é sobre Satanás (a própria coisa que precisa ser provada) que podemos lê-la desse modo. O contexto aqui argumenta em outra direção.

As palavras de Ezequiel aqui dizem respeito ao rei de Tiro. Os versículos 1 e 11 tornam isto claro. O capítulo 27 é sobre a queda da nação, e o capítulo 28 é especialmente sobre a queda do rei dessa nação. Prestar um pouco de atenção ao contexto esclarece muito! Exatamente como na passagem de Isaías, tomar as palavras do profeta como descritivas de Satanás e sua "queda" é fazer deste capítulo um completo contra-senso.

Aqui a mensagem está em duas partes, mas cada uma delas apresenta a mesma mensagem. Os versículos 1-10 descrevem o rei de Tiro do ponto de vista de Deus. Como o rei de Babilônia, o rei de Tiro era orgulhoso, arrogante e jactancioso. Ele se achava divino, e assim declarava ter uma glória que não lhe pertencia (versículos 2,6,9). O profeta descreve sarcasticamente a grandeza do monarca nos versículos 3-5. Pela sua arrogância, o orgulhoso rei colherá o julgamento de Deus. O julgamento sobre ele é que Deus o abaterá (versículos 7-10). Os versículos 11-19 repetem esta mensagem. O retrato sarcástico que o profeta faz do rei reaparece nos versículos 12-16. O aumento no nível de imagens e figuras na linguagem aumenta o sarcasmo. O rei pensava de si mesmo em termos absolutamente altos, mas para Deus isto era pura loucura. A referência ao Éden no versículo 13 não é literal, mas significa que o rei imaginava-se privilegiado acima de todos os outros. Ele pensava que era especial, como querubim ungido de Deus ou como algém que vivesse na própria montanha de Deus (versículo 14). Ele se retratava nos termos mais gloriosos. Pela sua arrogância, Deus o julgaria severamente (versículos 16-19). Novamente, portanto, quando lemos esta passagem no seu contexto, vemos que não tem nada a ver com a origem de Satanás.

Lucas 10:18
Em Lucas 10:18, Jesus diz: "Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago." Aqueles que pensam que Satanás é um anjo rebelde decaído acreditam que este versículo estabelece o assunto convincentemente. Contudo, de novo, precisamos olhar para esta afirmação no seu contexto.

Em Lucas 10:1 e seguintes, Jesus tinha enviado setenta discípulos numa missão de pregação. Realmente, era mais do que apenas uma missão de pregação, pois Jesus também os enviou para curar e expulsar demônios (versículos 9,17). É importante entender exatamente o que estes setenta discípulos cumpriram e o que o próprio Jesus cumpriu em seu ministério. Enquanto Jesus estava nesta terra, ele guerreou contra o reino de Satanás. Antes que Jesus pudesse estabelecer seu reino (o reino de Deus), ele tinha que invadir o território do inimigo, vencê-lo e tornar o inimigo (Satanás) impotente e fraco. Isto ele fez pregando o evangelho e demonstrando visivelmente seu poder. As curas miraculosas, e especialmente a expulsão de demônios, não eram atos casuais de bondade; elas eram em vez disso assaltos diretos sobre o reino de Satanás. Proclamando a "libertação dos cativos" no evangelho (veja Lucas 4:18), Jesus estava proclamando a derrota de Satanás e do pecado. Jesus veio libertar o homem do domínio de Satanás, um domínio esumido em pecado e morte.

É no contexto desta guerra espiritual que temos que entender os milagres associados com o ministério de Jesus e, mais tarde, dos apóstolos. Os milagres associados eram físicos, demonstrações visíveis, exemplos, ilustrações do que Jesus pode fazer pelos homens espiritualmente. Em nenhum lugar isto fica mais claro do que na expulsão de demônios. A possessão por demônios era uma manifestação óbvia do domínio de Satanás sobre pessoas. Que maior domínio sobre uma pessoa Satanás poderia ter do que invadir seu corpo, através de um demônio, e comandar seus atos? Quando Jesus expulsava demônios ele estava libertando pessoas da garra de Satanás, Ele estava destruindo o domínio do Maligno sobre elas. Era uma demonstração especialmente clara, ao nível físico, do poder do evangelho, e era uma ilustração de como Jesus podia libertar os homens do reino de Satanás e pô-los sob o reino de Deus.

O mesmo é verdade também quanto às curas milagrosas de Cristo. Doença e morte eram manifestações do poder de Satanás sobre o homem. Curando os doentes, Jesus estava livrando pessoas do poder de morte exercido por Satanás, assim vencendo-o. Observe o que Jesus disse sobre a mulher que tinha uma doença causada por um espírito em Lucas 13:16: "... esta filha de Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos" não deveria ela ter sido libertada, no sábado? Jesus estava demonstrando, em suas curas milagrosas, seu poder sobre Satanás, seu poder para livrar os homens do domínio de Satanás. A cura era uma ilustração do que Jesus pode fazer por nós espiritualmente, através do seu evangelho. Assim, não é coincidência que Mateus ligue as atividades de pregar o evangelho e a cura dos doentes em Mateus 4:23: "Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda a sorte de doenças e enfermidades entre o povo." Estas duas atividades iam juntas muito naturalmente.

Quando os setenta discípulos retornaram, relataram seu grande sucesso a Jesus. regozijando porque "... os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome!" (Lucas 10:17). Jesus os havia enviado como um exército para invadir o território de Satanás e guerrear. Sua campanha tinha tido um tremendo sucesso. Satanás sofreu uma derrota com cada demônio que eles expulsaram. Jesus respondeu com um reconhecimento: "Ele lhes disse: Eu via a Satanás caindo do céu como um relâmpago. Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo, e nada absolutamente vos causará dano". (versículos 18-19). Observe a menção de Jesus a "... sobre todo o poder do inimigo". Satanás estava sendo derrotado no ministério de Jesus. Os setenta discípulos tinham compartilhado esse ministério, e isso culminaria na maior vitória sobre Satanás: a morte e a ressurreição de Cristo que decisivamente derrotaram o poder de Satanás de pecado e morte, respectivamente. Assim, quando Jesus diz: "... eu via a Satanás caindo do céu como um relâmpago", ele estava descrevendo quão grandemente seu ministério estava derrotando o poder de Satanás sobre os homens. O poder de Satanás não mais seria incontestável e absoluto. Em sua obra, Cristo estava destruíndo o aparentemente invencível poder do pecado e da morte. Em linguagem que relembra Isaías 14:12-14, Jesus compara o poder anterior de Satanás a uma estrela, e essa estrela agora caiu. Apocalipse 9:12 e Mateus 24:29 também usam a imagem de uma estrela cadente para descrever a derrota do poder.

Portanto, novamente, o texto que alegamente prova a origem do diabo não é sobre a origem de Satanás de modo nenhum. É somente introduzindo tal idéia no texto que ele pode prestar algum serviço a tal doutrina.

Apocalipse 12:7-9

Talvez a passagem mais popular quando se fala sobre a origem de Satanás seja esta, Apocalipse 12:7-9. Ela diz: "Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e os seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos".

Quem quer que alguma vez tenha olhado para o Apocalipse de João sabe que nele abundam estranhos símbolos. É somente pela violência de tratar a linguagem simbólica literalmente, e por ignorar o contexto, que podemos tirar uma história da origem de Satanás deste texto.

Apocalipse 12 é uma descrição simbólica das circunstâncias espirituais que causaram e conduziram à perseguição que os leitores de João enfrentaram. João escreveu o Apocalipse para dar aos seus primeiros leitores uma visão de seu sofrimento, para vê-la num contexto mais amplo. Eles foram apanhados numa tremenda luta entre Deus e Satanás. O diabo estava tentando destruir a igreja, usando Roma como seu agente. João, assim, estava dando aos seus leitores uma perspectiva de sua situação que poderia ajudá-los a suportá-la. Como uma descrição simbólica e figurativa não devemos, certamente, lê-la literalmente, nem devemos tratá-la como alguma espécie de narrativa cronológica e histórica do que tinha acontecido.

Apocalipse 12 é admitida como uma passagem difícil, mas os estudantes que vêem o livro do ponto de vista de seu contexto histórico geralmente concordam que ele é sobre a vitória do povo de Deus e a derrota de seu inimigo, Satanás. A primeira parte do capítulo (versículos 1-6) apresenta diante de nós uma história de nascimento de uma criança do sexo masculino que se torna o dominador das nações. Esta imagem representa Cristo (a alusão ao Salmo messiânico, Salmo 2, em Apocalipse 12:5 confirma isto). Contudo, um grande dragão (Satanás) imediatamente desafia seu aparecimento. O aparecimento de Jesus desencadeia uma grande guerra espiritual (versículo 7). O domínio de Satanás sobre a situação humana tinha, até agora, ficado indisputado. Quando Cristo aparece, o poder de Satanás sobre o homem é efetivamente destruído, e Satanás sofre uma derrota esmagadora (versículo 9). A história básica que João apresenta aqui nos versículos 7 e seguintes é que Satanás perdeu sua tentativa de ganhar domínio sobre a humanidade. Ee e suas forças não são adversários para Deus e suas forças. Ele não pode derrotar Deus e seu Filho. Numa grande destruição, Satanás é lançado abaixo, simbolizando sua ruína.

Que Satanás tenha sido atirado à terra é, eu penso, significativo. É uma mudança na frente de batalha. Desde que Satanás não pôde derrotar Deus no reino espiritual, ele então volta sua atenção para o reino físico, onde ele espera ser vitorioso. É a mesma batalha pelo domínio espiritual sobre o homem, mas agora é uma batalha espiritual travada na terra. Agora, em vez de tentar destruir o Filho de Deus (tentativa que fracassou), ele tenta destruir o povo de Deus que vive na terra. Satanás inunda a terra com suas mentiras, enganos, tentações, etc., em seu esforço para destruir o povo de Deus, mas isto também fracassa (versículos 11,17).

Apocalipse 12:7-9 é sobre como Satanás recebeu uma derrota esmagadora pelo aparecimento e obra de Jesus. João escreveu isto para encorajar seus leitores que estavam sofrendo por causa do ataque de Satanás através de um poder mundial perverso, Roma. Eles poderiam suportar se soubessem que a vitória era deles. Conhecer a origem de Satanás não teria feito nada para encorajá-los a perseverar sob provações severas.

Então, donde veio Satanás?

Se nenhuma das passagens que são comumente citadas como relatos da origem de Satanás são realmente sobre sua origem, então donde ele veio? Bem, não estou certo de que a Bíblia revela a resposta para nós exatamente. Podemos ter uma curiosidade sobre o assunto, mas temos que não permitir que tal curiosidade nos instigue a encontrar respostas que ali não se encontrem.

O melhor que podemos fazer, eu penso, é inferir umas poucas coisas sobre Satanás. Primeiro, somente Deus (o Altíssimo) é incriado. Tudo o mais e todos no universo são criados. Portanto, Satanás é um ser criado. A Bíblia, em nenhum lugar diz que ele é um ser eterno como Deus. Segundo, a Bíblia atribui onipotência somente a Deus (o Soberano). Portanto, Satanás não é um ser onipotente. Ainda que ele tenha grandes poderes, Deus limita seu uso deles (conforme 1 Coríntios 10:13; Jó 1-2).

Terceiro, há seres que foram feitos e que existem acima do nível humano. Podemos chamá-los seres espirituais por falta de um termo melhor. Entre estes seres espirituais estão os anjos, mas estes aparentemente não são os únicos tipos de seres espirituais (conforme Efésios 6:12; Apocalipse 4-5). A respeito desta ordem de seres, conhecemos mais sobre anjos do que quaisquer outros. O quadro que obtemos pela palavra de Deus é que seres espirituais são muito mais interessados em negócios da terra e, às vezes, estão envolvidos neles. Por exemplo, anjos mediaram a Lei de Moisés (Gálatas 3:19), anjos anunciaram a ressurreição de Cristo (Mateus 28:5), e anjos desejaram ver o cumprimento do plano de Deus de salvação (1 Pedro 1:12). Embora isso possa ser uma especulação, também parece que seres espirituais, conquanto sejam criados, não obstante não são ligados em sua existência às limitações de tempo ou idade.

A Bíblia em lugar nenhum identifica Satanás como um ser humano. Ele é, obviamente, um dos seres espirituais sobre os quais lemos na Bíblia. Isto não quer dizer que Satanás seja um anjo. De fato, teria sido muito fácil, em qualquer dos contextos e para qualquer dos escritores, dizer que Satanás era um anjo, mas eles nunca o disseram. Ele é, não obstante, um ser espiritual e a Bíblia o descreve como, entre outras coisas, "o príncipe da potestade do ar" (Efésios 2:2). Vemos Satanás, pela primeira vez, no Jardim do Éden (Gênesis 3), justo no começo da história humana, e ele tem existido continuamente desde então.

Quinto, seres espirituais, como seres humanos, têm livre arbítrio. Judas descreve o castigo dos anjos rebeldes no versículo 6 de sua epístola, e Pedro fala de anjos pecando em 2 Pedro 2:4. Portanto, Satanás se opõe a Deus porque ele decide fazê-lo. Deus certamente não o criou para o mal ou como um ser mau, pois a Bíblia nos diz claramente que não há mal associado com Deus (Tiago 1:13; 1 João 1:5).

Parece que o máximo que poderíamos dizer sobre a origem de Satanás é que ele é um ser criado, mas espiritual, que decidiu opor-se a Deus, e que ele recruta outros seres espirituais e seres humanos em seus esforços. Mais do que isto é só especulação.

Conclusão

Num sentido muito significativo, não importa de onde Satanás veio. A ênfase na Bíblia cai, em vez no que ele faz. Não é como ele veio a existir que preocupa. É o fato que ele existe que nos preocupa. Ele continua a trabalhar contra nós em sua tentativa de dominar a humanidade, e para nós Jesus deixou a continuação da guerra. "Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes" (Efésios 6:10-12).

- por David McClister