LUTE

Combata o bom combate da fé. Tome posse da vida eterna, para a qual você foi chamado e fez a boa confissão na presença de muitas testemunhas - 1 Timóteo 6:12

SE DEIXE TRANSFORMAR

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus - Romanos 12:2

ACEITE O SACRIFÍCIO

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna - João 3:16

VÁ NA CONTRA-MÃO

Converta-se cada um do seu caminho mau e de suas más obras, e vocês permanecerão na terra que o Senhor deu a vocês e aos seus antepassados para sempre. Não sigam outros deuses para prestar-lhes culto e adorá-los; não provoquem a minha ira com ídolos feitos por vocês. E eu não trarei desgraça sobre vocês - Jeremias 25:5-6

REFLITA A LUZ DE JESUS

Pois Deus que disse: "Das trevas resplandeça a luz", ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo - 2 Coríntios 4:6

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29 de dezembro de 2008

MAIS SOBRE A CRIAÇÃO DE UM NOVO MUNDO

Criar um mundo imaginário parece ser uma tarefa das mais desafiadoras. Recentemente falei, em outra postagem, que eu estava escrevendo um livro, ou mais propriamente, fazendo os estudos para escrevê-lo. Continuo nesta árdua tarefa, que se mostra mais complexa e interessante a cada dia.

Escrever uma história de fantasia é muito mais complicado do que escrever uma história que se passe, digamos, em nosso mundo. Conhecemos nosso mundo. Sabemos que se jogarmos um objeto para cima, ele cairá. Temos alguma noção, mesmo que instintiva, de como as coisas funcionam em nosso Universo. Escrever uma história que se passe nele é, portanto, mais fluido e natural.

Já em uma história fantástica as coisas podem se complicar. Como disse antes, quero escrever algo de boa qualidade, e não mais um texto mequetrefe desdes que eu tanto escrevi no passado. Li em vários lugares que o mais importante para um escritor iniciante é escrever histórias que se passem em lugares conhecidos, para que a trama não pareca artificial demais. Isso é impossível em uma história fantástica, pois tais lugares simplesmente não existem. Ou será que existem?

Pensei um pouco na questão e descobri, de maneira lógica, que tais mundos existem. Eles ficam DENTRO de nós. Visitamos estes lugares ao ler um livro. Digo “ler” porque em filmes estamos tendo uma noção pronta e imutável daquele lugar, sem espaços para co-criações. Considero o ato de ler uma co-criação, pois a pessoa é obrigada a imaginar as coisas, e a imaginação de duas pessoas podem criar mundos totalmente diferentes, mesmo que estes mundos sejam o mesmo descrito em um texto.

Podemos visitar da mesma forma lugares reais e alterá-los com o uso de nossa imaginação (Tolkien morava em uma região aonde haviam antigas chaminés que, dizem, o inspiraram na questão de haver na Terra Média Duas Torres de poder, Orthack de Sauron e Isengard de Saruman). Podemos neste caso visitar o lugar realmente por meio de uma viagem, voltando a ele quando bem entendermos por meio de novas viagens ou simplesmente por meio de nossas recordações. O importante é que, não falando apenas de locações mas sim de tudo, toda boa história que se preze deve ser original na maior quantidade de elementos possível.

Já li de alguns estudiosos em mitologia que existem apenas 4 ou 5 histórias realmente originais na cultura humana, e que todas as milhares de milhões de outras histórias ou são reinterpretações, releituras ou combinações destas primeiras. Assim, é impossível criar algo 100% original, pelo menos assim parece.

Com esta necessidade de originalidade em mente, soube que não podia me basear em um mundo já existente. Devia construir meu próprio mundo, mesmo que eu o construísse usando peças de diversos outros lugares. Posso construir uma casa criativa e inovadora por exemplo, mas ela é construída com tijolos iguais a aqueles usados em milhões de outras casas.

Assim decidi por criar um mundo particular, de tal forma que eu o conhecesse como a palma de minha mão e pudesse colocar meus personagens e minhas tramas neste espaço de maneira tão natural e encaixada quanto possível. E assim, transformar este mundo em um personagem ativo da história, da mesma forma com que Tolkien fez com sua Terra-Média, que está presente a todo instante com uma presença mágica, sutil mas absolutamente ambientalística e fundamental.

Criar um mundo do zero, com suas regras de funcionamento (físicas, políticas, religiosas, tecnológicas, etc), culturas, etnias, geografia, paisagens e territórios é trabalho árduo, mas estranhamente gratificante. É uma experiência que recomendo, como exercício criativo, e que sei de antemão que irá gerar um produto imperfeito: por mais que um pessoa se esforce, é improvável que ele consiga descrever um mundo tão complexo quanto o real, mesmo porque não deve ser este o objetivo final de uma história fantástica. O ideal é que este mundo não seja árido de detalhes, tão pouco inundado. É necessário equilíbrio, e o equilíbrio, como vi, é simetria perfeita, e portanto de difícil obtenção e instável manutenção.

Estou lendo muita coisa estranha ultimamente, de livros de física a história da arte, passando por história militar, geologia, astronomia, astrofísica e misticismo. E, obviamente, mitologia e simbologia. O mais engraçado: minha história não trata de nenhum destes assuntos... todos apenas me fornecem os tijolos para construir o mundo ande ela se desenrolará.

22 de dezembro de 2008

AUTO-ANÁLISE ANUAL 2008

Andei pesquisando meus posts antigos. Na verdade, TODOS os meus posts antigos, desde 2002 (ou seja: 6 anos). Mas precisamente os posts relativos ao mês de dezembro. Depois que você tem um histórico tão grande de anotações pessoais como eu tenho, você pode começar a usá-los para fazer uma auto-análise e chegar a algumas conclusões sobre quem você é. Acho que é uma ação muito útil e relevante, e para ser sincero, acho que é a única utilidade das coisas que eu escrevia e continuo a escrever.

Eu sou uma pessoa que “chora” muito, pele menos nos meus blogs. Mas notei uma distorção clara relativa aos meses de dezembro, quando eu estou notadamente muito mais propenso a ficar deprimido, irritado, magoado e chorão... ok, chorão eu sou o ano todo, mas o resto é claro para mim que se destaca no último mês do ano.

Não sei porque isso, mas agora, fazendo esta análise em cima de meus textos, percebo que é um evento cíclico. Como em um post meu de dezembro de 2003, aonde descrevo meu estado emocional como uma senóide, que hora está alta e hora está baixa. Sei que não sofro de transtorno bipolar porque neste as mudanças são infinitamente mais bruscas. No meu caso, as mudanças demoram a ocorrer, e as variações ocorrem com pelo menos algumas semanas de intervalo.

Do que eu desconfio? Do óbvio: cansaço. Este ano ainda por cima... se eu pensava que 2007 iria ser o ano mais corrido da minha vida, 2008 veio para me mostrar que as coisas podem sempre ser mais do que a gente espera. Já estou com ansiedade por 2009.

Mas pode ser também que seja algo ligado às festas. Minhas memórias de infância sempre me levam à grandes encontros familiares nesta época do ano, quando viajávamos para Santos ou para o Guarujá e nos reuníamos com toda a família. Era divertido, obviamente. Mas algumas coisas me magoaram muito naquela época. Eu era “o estranho”... e arrisco em dizer que nunca tive muita aptidão a me enturmar. Nunca fui popular, nem mesmo na minha própria família.

O “bulling” que sofria na escola até meados de meus 12 anos (depois disso eu cresci muito e emagreci, me tornando fisicamente indisponível a tal atitude) e o pequeno trauma que tive por apanhar de uma professora no primário podem estar relacionados a minha atrofia social, o que antes eu chamava de timidez e hoje chamo de maldição. Porque não fazia parte de mim: foi colocado em mim, e hoje faz parte do que sou, de forma que não posso mais removê-lo sob pena de derrubar toda minha estrutura interna. Infelizmente não somos computadores, pois neste caso bastaria desinstalar um módulo de software e instalar outro em eu lugar.

O fato é que minha memória é normal para as coisas normais, mas parece ser muito boa para as coisas ruins que me ocorreram no passado. Lembro-me de cada fora que tomei, de cada besteira que fiz na vida e de cada magoa ou ação que eu tenha feito que tenha desencadeado mágoa em alguém. Me lembro de quando magoei e foi magoado, e em ambos os casos, sinto a mesma dor de vergonha, incapacidade e imaturidade.

No final do ano, tudo isso parece invadir a minha mente, e eu me pergunto o porque. A resposta deve ser “porque você quer”. Mas eu não sei como controlar este querer, e se de fato for isso, ele é totalmente involuntário, ou fruto de outras ações minhas que desconheço.

16 de dezembro de 2008

MENTIRAS VERDADEIRAS



Há dias que tenho vontade de morrer. Hoje é um destes dias. Sinto-me triste, cansado, arruinado, desmotivado, desacreditado. Absurdamente enfastiado desta coisa que viver, de ser alguém legal, de ser alguém responsável, forte, altruísta, calmo e centrado.

Sinto-me um coadjuvante em tudo. Estou com muito sono, estou com muita raiva, estou com muitos sentimentos, pensamentos e vontades sufocadas dentro de mim. E principalmente, estou de saco cheio de mim mesmo e queria simplesmente dar um fim a isso. Não digo me matar. Mas simplesmente dar um fim nisso, de alguma forma.

Eu me sinto só. Mais só do que nunca me senti em toda a minha vida. Porque qualquer um com quem eu tento me abrir, das duas uma: ou me esculacha e faz pouco caso (quando não me critica, jogando mais lenha na fogueira), ou chora e não faz nada para resolver porque não quer ou não pode.

A vida é dura, e você está sozinho nela, não importa o que te digam. A maior demagogia que tem é essa ideologia que as igrejas, as empresas e a sociedade te empurram, dizendo que sozinho você não consegue fazer nada, que somos “animais sociais”, que podemos e devemos contar uns com os outros e nos ajudar mutuamente.

Eu entrego os pontos. Eu admito a verdade oculta: estamos sós, e só podemos contar com nós mesmos e com Deus. Não importa se é pai, mãe, esposa, esposo, filho, amigo... você está sozinho, e as coisas nunca vão cair do céu. Ninguém vai fazer nada por você na hora do aperto. Ninguém se importa de verdade com suas necessidades. O ser humano está se lixando com os outros, mas não admite isso. Porque então eu tenho que me lixar?

Sindo que sou absurdamente inocente. Acreditei em tudo que me ensinaram. Só que agora eu descubro que o que aprendi é fátuo, sutil, e intangível. A vida humana é baseada na mentira e no engano. Vejo isso no próprio Natal. Vi uma reportagem hoje sobre famílias que fazem enfeites de natal fenomenais em suas casas, que emocionam as pessoas que passam nas ruas com aquele monte de enas, papais-noéis e outras coisas típicas. A dona de uma das casas teve a pachorra de falar que “aquele era o verdadeiro espírito de natal”.

Ateus deviam se meter debaixo das cobertas no natal e não fazer nada. Porque comemorar o aniversário de Jesus se nem se lembram dele no seu dia a dia? Apelas pelo oba-oba.

10 de dezembro de 2008

LOCOMOTIVA VELHA

Não havia me dado conta do quanto os objetivos são importantes. Aquela velha história sobre a felicidade estar no caminho e não no destino me parecem cada vez mais claras conforme o tempo passa. A busca é mais importante do que aquilo pelo que buscamos? Seria o objeto de busca útil apenas para isso: fazer com que nos movamos?

A vida parece ultimamente um monte de coisas chatas. A cada hora uma surpresa (na maior parte das vezes desagradável). A cada dia algo que me chateia. Dizem que a felicidade é relativa, e que diante de toda situação temos duas opções: vê-la pelo lado positivo ou pelo lado negativo. Mas eu ando cansado de sempre me forçar a ver o lado positivo de tudo, de sempre engolir sapos, de sempre arcar com os prejuízos decorrentes de erros e falhas alheias (e minhas também, é claro).

Não sou nenhum super-herói. Gostaria muito de ser, mas não sou. Mas as vezes devo ser megalomaníaco, pois sinto-me vítima, sinto-me explorado, sinto-me o centro das atenções, porém, de atenções ruins e desesperadas. Sinto-me como uma locomotiva velha e cansada que carrega vagões cada vez mais pesados, e a cada estação adicionam mais um em minha carreira.

Cristo nos diz para carregarmos nossas cruzes e irmos após ele. Será esta a minha cruz? Será este o meu fardo, que julgo ser pesado demais mas na verdade não é? Ou estarei carregando pesos que não são meus, desgastando-me a toa?

Todos os meus últimos dias parecem fátuos. Todas as minhas horas desperto me são como ouro gasto com bobagens. Vivo de maneira errada porque meu coração se inquieta e minha mente se turva. Mas esta vida não me dá perspectivas de mudança. Mudar é complicado e não depende de nós mesmos. E sem a possibilidade de mudar sua própria vida, o ser humano deixa de ser livre. Somos todos escravos, e acorrentados a alelos invisíveis de etiqueta, comportamento social e responsabilidade ditada, esperamos encontrar a felicidade que nunca virá. Porque felizes são os que são livres.

Cristo falou que veio para libertar os cativos. Que veio para curar os enfermos. Porque aqueles que são livres e que não são doentes não precisam dele. Jesus fala abertamente que todos nós somos presos e doentes, mas alguns gostam de bater no peito e dizer que não o são. Já comigo é o contrário. Admito todos os dias que sou o mais doente e o mais cativo de todos. E que preciso desta cura e desta liberdade, pois quero mudar, mas não sei como.

8 de dezembro de 2008

MAIS TIRAS

Realmente este negócio de gerar tirinhas é muito show. Mais algumas que eu fiz:

Xaveco, o Cão do Apocalipse

Ninja Urbano Estressado

Ninja Urbano Estressado

7 de dezembro de 2008

TIRAS

Agora tenho tirinhas do "www.stripgenerator.com". Ai está uma das primeiras.


Ninja Urbano Estressado

1 de dezembro de 2008

CRIANDO O UNIVERSO

Como escritor, sou frustrado quanto a minha própria obra. Não sei quantos escritores amadores como eu tem este problema de começar diversas histórias, desenvolver personagens e tramas mas, de uma hora para outra, abandoná-la e nunca terminá-la.

Perdi a conta de quantas histórias iniciadas e nunca terminadas já escrevi. É mais fácil contar aquelas que eu terminei: uma! E já se vão bem mais de 10 desde então.

Contos curtos não podem ser computados. Nem poemas, que eu não escrevo já há bastante tempo. Nem mesmo roteiros. Estou falando de uma história longa, encorpada, com no mínimo 300 páginas, com tanta coisa acontecendo que por mais que a história seja boa a maioria dos leitores nunca conseguirá ler de uma tacada só (não que eu seja um prodígio da literatura, mas você entendeu o que eu quis dizer, não?).

Faz algum tempo que tive a idéia de escrever uma história que classifico como “meu projeto definitivo”, pois estou determinado a maturá-la durante todos os anos que forem necessários. Não se trata portanto de uma história rasa, mas sim de uma história com a maior profundidade que eu possa imprimir. Que terá tantos personagens, locais, situações e tramas que deixaria de ser uma história comum para se tornar uma novela (não de TV, pelo amor de Deus). Na verdade não uma novela, mas sim algo cujo termo me dá calafrios, por julgar-me incompetente para escrever algo que seja digno de tal alcunha: um épico.

A vantagem de minha incapacidade em terminar histórias é que tudo o que eu escrevi e nunca concluí vai ser reciclado nesta nova (e se Deus quiser definitiva) história. Como falei, tenho dúzias de personagens que carecem apenas de algumas adaptações para se encaixar no Universo que estou criando. Universo este, aliás, que vem me tomando um tempo bastante longo nos últimos meses, mas que poderá render muitos frutos.

Percebi lendo “O Senhor dos Anéis” (que para mim é uma obra-prima da literatura mundial) que mais importante do que os personagens e suas aventuras e ações é o mundo no qual eles se inserem. Este Universo tem um peso e importância fundamentais para a qualidade e fluidez da trama.

A Terra Média era muito verossímil porque tinha algo que a maioria absoluta das localidades literárias não tem: história, mitologia, lendas, passado. Não meramente algo como “criado por um deus X”, mas sim um detalhamento muito grande (dentro do humanamente possível) de tudo o que ocorreu desde a criação até o início da história a ser contada de fato. Tal como nosso próprio mundo. Vide “O Silmarilion”, que é o livro que escancara a mitologia, a história antiga e as lendas da Terra Média, tornando-a tão real que quase pode ser tocada com nossa mente.

Já trabalho na criação desde Universo há muito mais tempo do que me dava conta. O que fiz foi desenvolvê-lo e agregar a ele todas as idéias inacabadas que já tive, e que hoje percebo na verdade terem sido guardadas para esta ocasião.

O mais interessante de tudo é que após trabalhar muito no computador em editores de texto, estou finalizando o regimento desde universo em um velho e bom caderno, aonde posso colocar desenhos que eu mesmo desenho, mesmo não sendo lá um grande desenhista. Mas para o que planejo, até que estão ficando bons. Não tenho como descrever a sensação que me dá ao escrever manualmente novamente, mas percebo que a área em meu cérebro que que trabalha a escrita tem compartimentos para ambas as formas, e que a que cuida da escrita a mão é bem mais lenta do que esta que estou usando agora. Mas é prazeroso apesar de tudo.

Se será uma história que ficará em meu armário pelo resto da vida ou se algum dia eu a publicarei, isso eu não sei. Só sei que quero terminá-la, não por obrigação, mas por puro divertimento e exercício da minha habilidade com a escrita.

Sobre o que fala a história? Isso é um segredo que revelei apenas a duas pessoas, e se tudo der certo, até o final dela, assim continuará. Não sou idiota a ponto de contar algo sobre ela na Internet, aonde pessoas prospectam novas oportunidades de conseguir o que de mais valioso há para se negociar na rede hoje em dia: conteúdo.

Se acha que eu estou escrevendo em um caderno apenas por romantismo, você se engana. Sou mais paranóico do que gosto de admitir, e a desconfiança tem uma pequena parte em minha decisão.

26 de novembro de 2008

O CHEIRO DA MORTE


Existem alguns cheiros que afetam nosso organismo de maneiras bem peculiares. Nos sentimos com fome quando sentimos o cheiro de uma comida gostosa, ou nos sentimos atraídos quando sentimos um cheiro bom de perfume por exemplo. Mas hoje eu senti o cheiro da morte. Sério. Tudo o que eu queria era morrer quando senti aquele cheiro horrível.

Semana passada eu comprei lichia. Lichia é uma fruta que é 90% de caroço, 5% de casca e 5% de uma “carne” doce e deliciosa. Comendo-as, perguntei para a minha esposa: será que dá pra fazer bonsai de lichia?

Peguei uma das frutas, a descasquei e deixei-a com sua “carne” em um pote com algodão e água, para ela germinar. E ai o caldo entornou totalmente. A fruta apodreceu ali, e começou a atrais moscas de fruta, que depositaram ovos no algodão. Hoje eu fui ver como o negócio estava e vi a situação, e o bafão subiu para minhas narinas. Quase vomitei. E tudo o que eu queria era sumir, morrer, desaparecer.

Haviam algumas larvas de mosca de fruta ali, e quando virei o pote no lixo, o cheiro impregnou toda a cozinha. Nunca em toda minha vida senti cheio mais horrível e aterrorizante. Até agora estou com o cheiro gravado em minha mente e minha memória se lembra dele de tal forma que posso senti-lo “do nada”.

Nunca mais vou me meter a fazer algo do tipo de novo.

14 de novembro de 2008

SERVIÇINHO CANINO

Não falei a respeito do que meu “amado” cachorro, o Xaveco, fez semana passada. Coisa de filme, segundo algumas pessoas me falaram quando relatei o ocorrido.

Sexta passada o figurinha estava entediado e teve uma Brilhante idéia: “porque não roer aquele cano engraçado que sai da parede e entra naquele treco estranho aonde a Cris joga meus cocôs fora?”.

Pois é... ele resolveu dar umas mordidas no cano de água que alimenta o vaso sanitário. O cano “era” de pvc. O resultado é que, quando Cris chegou em casa, ela estava alagada. E não só isso! Quando o Xaveco resolve fazer alguma coisa, ele faz bem feito!

O furo que ele fez no cano fez com que um jato de alta pressão de água saísse do banheiro em um ângulo tão meticulosamente calculado que o fez atravessar a porta do banheiro e se chocar contra a parede oposta, na sala!!!

TODOS os CD´s da casa foram encharcados (perdemos muitos encartes de cd nisso). E nosso xodó eletrônico, nossa TV de LCD, foi limpa por dentro e por fora. O móvel de madeira que a sustenta também foi “lavado”, e ficou todo inchado e estufado (as gavetas só abrem com certa dificuldade).

A TV não queimou por milagre: estava desligada, e quando cheguei em casa e vi a cena (a Cris já havia enxugado uma boa parte, mas a TV ainda estava bem molhada), a desliguei de todos os cabos, peguei o secador de cabelos e jateei ar quente dentro dela por bastante tempo, para me certificar de que toda e qualquer umidade tivesse evaporado.

Mardito cachorro!!! É claro que ele apanhou um bocado, e é claro que ficamos malucos com aquilo. Mas que essa entrou para a história, entrou.

21 de outubro de 2008

KILL´N ALL


Desde meu aniversário venho jogando o jogo SPORE, e pelo que vejo, não vou enjoar tão cedo. Dentro desde jogo, como já falei antes, você faz muitas coisas. Dentre elas, você recolhe relíquias de civilizações alienígenas, que podem ser pedras preciosas, estátuas, vasos, livros ou pergaminhos, dentre outras coisas das quais não me lembro.

Alguns destes pergaminhos são relativos à religião do SPODE. A adoração ao deus Spode é a religião mais comum na galáxia dentre as diversas raças alienígenas, e a maioria de seus adoradores se comporta de maneira totalmente radical e extremista. Terminei de travar uma guerra contra eles em meu setor aonde eu tive que sistematicamente exterminá-los para poder ficar em paz, pois eles atacavam minhas colônias o tempo todo e não aceitavam minhas tentativas de obter trégua. O resultado foram umas 4 raças a menos no Universo e mais umas 30 colônias paro o meu império.

Antes deste evento, eu havia achado um pergaminho SPODE que explicava como a religião deles lidava com outras religiões e ideologias. E percebo que os criadores do jogo viram isso em boa parte das religiões no mundo hoje, algumas mais, outra menos explícitas. Mas a idéia é semelhante em todas.

Vou descrever com minhas próprias palavras o que o pergaminho dizia: “Os adoradores do Spode devem ser vigilantes com relação a toda e qualquer doutrina ou ideologia que possa por em dúvida sua crença. Quando uma pessoa fica em dúvida sobre o que crê, sua felicidade termina, pois é impossível para alguém viver sem uma base que o sustente. É por isso que é obrigação de todo adorador do Spode exterminar e eliminar toda e qualquer religião ou ideologia que leve dúvidas à fé no Spode”.

Eu me sinto contaminado pela dúvida há algum tempo. E em certos momentos, triste, pois me pergunto se estou agindo da maneira correta. Mas este é o preço pelo livre pensamento. O que me importa é seguir aquilo que sinto e acredito. Não podemos nos deixar levar pelas palavras de homens.

Muitas religiões, se não todas, tentam vender esta idéia para você, a de que você não pode ter dúvidas, não pode pensar a respeito, não pode ouvir opiniões divergentes de cabeça aberta. Isso pode mesmo levar a dúvida. Mas a dúvida não precisa ser ruim, como descobri. A dúvida lhe dá a oportunidade de uma visão em alto nível. Sem esta dúvida, você é um guerreiro no meio de uma batalha sangrenta, que olha para os lados e vê infinitos inimigos, ficando desanimado, ou que vê poucos inimigos, e se sente vitorioso.

Com a dúvida, você pode se sentir mal por não estar lutando ao lado daqueles valentes guerreiros, mas ao ficar mais distante, e um pouco acima do terreno da batalha, você consegue ver que na verdade as linhas inimigas estão extremamente enfraquecidas, e que só mais alguns poucos deles restam de pé, e que vocês podem ganhar a guerra. Ou ver que eles estão muito mais fortes do que os guerreiros no campo de batalha podem imaginar, e préviamente pensar em alguma estratégia.

A dúvida pode lhe deixar tão cético que você fica preso a um modelo de pensamento aonde nada pode ser verdade, este é o perigo (e eu já conheci muita gente assim). Isso é capaz de matar alguém aos poucos. Mas a dúvida pode na verdade lhe dar a oportunidade de ver por entre brumas de malícia, e distinguir e discernir dentre o que é certo e errado, bom e mal.

Existem pessoas que usam sua fé como muleta, como sustentáculo para os vazios de sua vida, e que se mantém propositadamente presos a isso por uma série de motivos. Tornam-se fanáticas. E da mesma forma, há aqueles que eu classifico como céticos fanáticos, que só se contentam em desmentir tudo o tempo todo, desdenhar e questionar.

Nem um e nem o outro estão certos. O que falta ao ser humano, nesta e em quase todas as outras questões, é equilíbrio. Este talento, que julgo ser uma capacidade fundamental o progresso, infelizmente anda cada vez mais raro dentre os homens.

Religiões e correntes de pensamento, culturas e filosofias, todas parecem se digladiar em uma batalha sem fim. Uma tentando matar as outras, em busca da hegemonia. No que isso nos levará? Não consigo deixar de pensar no que ocorreu na Irlanda nos anos anteriores aos de 1990, e em todos os conflitos de cunho religioso (entre católicos e protestantes,) e nacionalistas ( entre republicanos e monarquistas).

Será que a próxima grande guerra não está sendo formada, pouco a pouco, discussão a discussão, nas esquinas, escritórios, escolas, clubes e(em boa parte) na Internet?

13 de outubro de 2008

SÓ RINDO

Vez ou outra acontecem coisas que me fazem rir, sendo que para a maioria das pessoas seria um aborrecimento. O que devia me enfraquecer, no final das contas, fortalece.

Na verdade estas coisas me fazem rir porque eu já sabia que aconteceriam e que vão continuar a acontecer, e que eu estaria sujeito a elas assumindo minha edeologia abertamente, seja para o bem, seja para o mal.

Mas cá entre nós: já passei da idade de me aborrecer com besteiras e tolices. Com as quais já me aborreci muito muitos anos atrás. Hoje eu escolho simplesmente balançar a cabeça e concordar, como a gente faz com uma pessoa muito chata da qual quer se ver livre logo. "Ta bom, ta bom, é isso ai mesmo".

Nestas horas as palavras de Jesus fazem mais sentido do que nunca.

"E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos. E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados. Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus. Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós. Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens." - Mateus 5-1:13

10 de outubro de 2008

FAZENDO MEU PRÓPRIO TIPO DE MÚSICA

Existem filmes e músicas que me fazem sentir mais aceito e menos estranho, porque me lembram que, no mundo, ainda existem pessoas que, de certa forma, pensam como eu. Esta é uma delas.

Make Your Own Kind Of Music

Cass Elliot

Nobody can tell ya;
There's only one song worth singin'.
They may try and sell ya,
'cause it hangs them up
to see somone like you.

But you've gotta make your own kind of music
sing your own special song,
make your own kind of music even if nobody
else sing along.

So if you cannot take my hand,
and if you must be goin',
I will understand.

You're gonna be knowing
the loneliest kind of lonely.
It may be rough goin',
just to do your thing's
the hardest thing to do.

But you've gotta make your own kind of music
sing your own special song,
make your own kind of music even if nobody
else sings along.

So if you cannot take my hand,
and if you must be goin',
I will understand.

You gotta make your own kind of music
sing your own special song,
make your own kind of music even if nobody
else sings along.

9 de outubro de 2008

ESCRAVIDÃO ILUSIONISTA




A imagem clássica que todos fazemos de um escravo é a de uma pessoa cabisbaixa, presa a grilhões, chicoteada e aprisionada fazendo tudo o que lhe mandam. A escravidão é ruim para a pessoa, e a faz sofrer, lhe dá angústia, e lhe faz muitas vezes desejar a própria morte.
Dizer que a escravidão acabou é demagogia. Existem lugares aonde ela ainda impera declaradamente. Aonde pessoas se vêem contra sua vontade, obrigadas a fazer o que não querem em condições insalubres de trabalho forçado. Mas isso é apenas um chamariz. Digo que a verdadeira escravidão é muito mais diabólica.

Quando “MATRIX” saiu, me lembro de que José Wilker disse que não via nada demais naquela história, que era um filme bobo de ação amarrada por um monte de besteiras. É o pensamento da maioria das pessoas.

Matrix explicou com uma parábola o que acontece com o mundo de verdade. Somos todos escravos. Como Chaplin disse no final de “O Grande Ditador”, do qual falei no post passado, ditadores se fortalecem fazendo escravos. E se a escravidão for algo oculto? Algo que foi implantado sistematicamente como um conjunto de valores tradicionais?

Pense bem: você vive da maneira que quer ou vive da maneira que dá? Você se sente livre no mundo em que vivemos ou se sente oprimido diante das regras do mercado de trabalho, da economia, da sociedade moderna?

A escravidão atual é simples, e a ela foi dado um novo nome: lei de mercado. Você é um escravo, porque “se não fizer o que te mandam você perde seu emprego e então estará perdido”. Dinheiro. Poder. Controle. As mesmas coisas de sempre. Nem na criatividade os déspotas tem alguma virtude. Anseiam pelas mesmas coisas sempre.

Ando cansado demais. Já disse esta mesma frase antes, mas hoje, mais do que em qualquer outra época de minha vida, mais do que na adolescência, me sinto farto destes dias tristes que insistem em dizer que são felizes. Felicidade aonde?

Vi hoje de manhã que no império Maia construíram prédios, cidades e estradas apenas com materiais encontrados na selva próxima, e estas obras duram até hoje, mais de 2.000 anos após sua construção! E hoje, quando constroem uma rua pavimentada em nossas ditas cidades modernas, elas duram poucos anos, e nunca ficam boas por muito tempo. Como pode? Não desenvolvemos tecnologias tão avançadas e evoluímos na ciência? Porque não somos mais capazes de construir uma rua que dure tanto?

A resposta é que podemos construir, mas não construímos por causa da economia e de um sistema que sistematicamente nos enclausura em uma prisão social, emocional e ideológica. Se a estrada durar 1000 anos, não precisará de manutenção. Sem manutenção, não haverá empreiteiras e contratos, nem promessas de campanha para se arrumar a estrada, e nem planos para construir-se novas estradas a fim de desafogar aquela, e nem um problema menor (a estrada esburacada) que desvie a atenção do povo para problemas realmente mais graves e importantes.

Manter-nos ocupados, com a mente focada em questões pequenas, nos prendendo com grilhões econômicos, matando no ser humano sua humanidade e destruindo a natureza do homem é o que se faz para diminuir-nos a uma mera peça na grande máquina de produção que chamamos de sociedade. Se a peça quebra, basta trocá-la, e a quebrada, joga-se no lixo.

É uma escravidão ilusionista. O que fazem os ilusionistas? Ilusão! Não é mágica, mas sim um truque que é usado em escala global. Um ilusionista lhe mostra algo que prende sua atenção, que lhe confunde. Neste momento, ele faz algo que você não vê, e que tem um resultado óbvio, mas que você não pode entender porque ocorreu já que estava prestando atenção em outra coisa. Vivemos uma escravidão ilusionista. Nos fazem acreditar em algo, em um sistema, que é mera distração. Sem que vejamos, fazem coisas obscuras.

A crise econômica global está nas manchetes a mais de 2 semanas. Não se fala de outra coisa. É o chamariz. Não sei o que estão fazendo, mas em algum lugar, algo terrível está ocorrendo. Algo que não podemos ver porque estamos distraídos com essa crise.

Não sei o que é nem o que pode ser. Mas quando o resultado desta coisa oculta estourar, todos nós vamos achar que é mágica. E vamos aplaudir, presos a nossos grilhões invisíveis.

Deus é amor, e amar é cumprir todos os desejos e mandamentos que Deus nos direciona. Portanto, o amor é, além de tudo, liberdade. O mundo tenta matar o amor. E é por isso que o mundo jaz no maligno.

8 de outubro de 2008

MUNDO TORTO

Quando eu era criança, não gostava de filmes antigos. Achava-os massantes, tristes até. Me lembro de que eu detestava os filmes do Chaplin principalmente, pois havia assistido a aquele "A Criança e o Vagabundo" e o achei tão depressivo que desisti de ver qualquer coisa em preto e branco. Mas eu cresci, e passei a apreciar e entender o que antes me era enfadonho.

Por uma necessidade de minha esposa, que tinha que mostrar uma parte do filme "Tempos Modernos" a seus alunos, acabei tendo acesso também ao filme "O Grande Ditador". E percebi, vendo os dois, o motivo de definirem Chaplin como um gênio. Ele era. O final de "O Grande Imperador" me assustou. Parecia que ele falava dos dias atuais, mas o filme é de 1940. Visionário? Ou a humanidade que se perde cada vez mais em seu caminho?

Eu sempre tive a impressão de que tudo está errado neste mundo. Principalmente nos últimos dias, quando passo por momentos tão atribulados em meu serviço, com vários projetos sendo acumulados, e seus prazos me esmagando em preocupação e amargura. Chaplin, pelo visto, tinha o mesmo sentimento.

O discurso final de "O Grande Ditador" me parece que é muito replicado na Internet. O que me faz pensar que muitas pessoas o lêem. Mas me pergunto: se muitas pessoas o lêem, como pode não haver impacto no mundo? E então me lembro de Jesus, e vejo no quanto as pessoas (eu inclusive) conhecem o que Ele isse (muito mais do que Chaplin, imagino), mas não são afetadas e nem se inspiram a mudar o mundo, mudando-o de fato. Não há mobilização. As pessoas tem instinto de ovelha, e não é a toa que Jesus nos trata desta forma, colocando ele como pastor. Temos instinto de rebanho e só fazemos o que os outros fazem. "Se ninguém está mudando de verdade, eu é que não vou".

De qualquer forma, segue o texto que me deixou mais triste ainda, pois agora que eu sei que o mundo já tem noção destas coisas desde muitos anos atrás e ainda não mudou, tenho menos esperança ainda de que um dia mude. Por mais que as pessoas digam que para mudar o mundo devemos mudar primeiro a nós mesmos. Eu já me mudei. Mas não vejo ningupem mais mudar. O que me faz pensar se sou eu quem me engano ao pensar que mudei, ou se de fato ninguém está nem ai pra nada a não ser para si mesmo.

O último discurso

de “O Grande Ditador”

Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.

Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, ms dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!

Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!

3 de outubro de 2008

PORCARIA



Cá estou eu, com um "brain drain" fortíssimo devido a uma montanha de trabalho e de prazos apertados, e quando vou tentar arejar a cuca um pouco, me deparo com isso aqui (você precisa do Quick-time para ver).

É o teaser trailler do filme do DRAGON BALL. Me pergunto como conseguem estragar uma história que é de certa fporma perfeita e transformá-la em um lixo. E em como conseguem pegar alguns dos personagens mais completos e famosos do mundo deixá-los totalmente diferentes do que eles são.

Não é mera incompetência. É maldade. Alguém vai ter que segurar o Akira Toriyama para que ele não corte os pulsos diante dessa monstruosidade que fizeram com sua obra-prima.

É difícil saber se um filme vai ser bom ou ruim antes que ele definitivamente seja mostrado a público. Nem mesmo MULHER-GATO pode ser medido antes da estréia. Mas DRAGON BALL parece deixar muito claro sua qualidade desde o começo, e confirmar suas intensões com um simples teaser trailler.

Infelizmente o filme É uma porcaria. Por mais difícil que isso fosse, afinal fazer uma cópia exata do mangá, mesmo que com maquiagens ruins e efeitos toscos, seria muito mais digno se tentasse se manter fiél ao original. Coisa que evidentemente este filme nem tentou ser.

Alguém prenda esta gente. Estupraram a obra máxima dos quadrinhos japoneses.

2 de outubro de 2008

FLUTUAÇÃO FUNCIONAL

A dicotomia do capitalismo é de uma insanidade tremenda, não? Estes dias eu estava conversando com minha esposa sobre o trabalho dela (dar aulas). E percebi que o fim do antigo “colegial técnico”, o qual eu ela cursamos, está mais fazendo mal do que bem.

Havia antes a possibilidade de, em um só período, você fazer tudo de uma só vez, e terminar aqueles 3 ou 4 anos de estudo com uma oportunidade dupla: seguir na profissão técnica na qual se formara, prestar vestibular ou começar uma faculdade com uma base técnica muito maior do que a da maioria das pessoas.

Dizia-se que o colegial técnico não preparava o estudante adequadamente para a faculdade, e então resolveram separar as coisas: ou faz técnico ou faz normal. E com isso cortou-se a possibilidade de milhares de pessoas se formarem duplamente.

É fato que existem escolas que tem as duas modalidades, mas apenas em períodos diferentes. Técnico de manhã e normal a tarde, ou vice-versa. Mas com isso, as pessoas nesta idade, que não raramente trabalham pelo menos por meio período (como eu trabalhava) tem que fazer uma escolha entre um ou outro. E para pessoa ser técnica, ela tem que ter o ensino médio, ou estar cursando-o simultaneamente, se não me engano.

Desta forma, a pessoa faz o ensino médio. E o que acontece quando ele termina o ensino médio? Ele poderá fazer o curso técnico, ou uma faculdade. O que você acha que ele (ou ela) vai escolher? Ainda mais com o boom de faculdades que existe nos dias atuais?

O resultado é que a indústria reclama há anos a falta de mão-de-obra técnica no país. Porque as pessoas, tendo de escolher entre um curso técnico ou uma faculdade, escolhem a faculdade, que lhes dará a possibilidade de ter melhores salários do que aqueles pagos a técnicos.

Ai começa-se a faltar técnicos e a sobrar pessoas com nível superior. É como se você tivesse 10 engenheiros para cada pedreiro que encontrasse no mercado. Pedreiros ganham menos do que engenheiros, mas eles implementam o que os engenheiros fazem. Normalmente pessoas de nível superior concebem, planejam, gerenciam , projetam e avaliam, enquanto que os técnicos cuidam do operacional.

O que você acha que vai acontecer com o salário do pedreiro? Vai subir, porque eles são poucos e serão disputados a tapa pelas empresas, afinal não vivemos em um mundo aonde vivemos do abstrato . E com o salário do nível superior? Vai cair, porque a concorrência será alta.

As pessoas mais novas, então, vão olhar esta situação e vão se perguntar se vale a pena se matar de estudar em uma faculdade, que é bem mais complexa do que um curso técnico (afinal no técnico se foca muito na atividade em si e na faculdade você tem uma formação mais ampla e nervosa).

Ai as pessoas vão preferir o curso técnico, e o contrário acontecerá, até que o mercado se estabilize e as pessoas percebam que na verdade você tem que fazer aquilo que mais lhe agrada. Nos países mais desenvolvidos do mundo já é assim, com um operário da construção civil ganhando não muito menos do que um médico, por exemplo. Sei que no Canadá é assim.

Dentre os dois, fiquei com os dois. Me formei técnico em desenho mecânico e bacharel em análise de sistemas. Podem ser duas profissões que não tem nada em comum, e mesmo que eu nunca tenha trabalhado como técnico em desenho, ainda assim é uma segunda profissão.

O capitalismo nos instiga sempre a obter lucro máximo com o esforço mínimo. O mercado, infelizmente, está fadado ao saturamento. A demanda não cresce na mesma medida que a massa trabalhadora, e mesmo assim, o desenvolvimento tecnológico e o acúmulo de conhecimento faz com que o mercado desenvolva técnicas mais avançadas de criação á produção, diminuindo a quantidade de pessoal necessário para se desempenhar um processo.

Em tempos de crise financeira como esta pela qual o mundo passa agora, isso será mais visível ainda, pois todas as empresas buscarão meios de cortar custos e maximizar ganhos. É a lei de mercado, aonde a competitividade está ligada à velocidade, qualidade, custo e preço. O aumento das duas primeiras e a diminuição das duas últimas são forças antagônicas, e a equalização correta entre elas é aquilo que todo empresário busca.

24 de setembro de 2008

AS 5 FASES DA MINHA TRANSFORMAÇÃO ESPIRITUAL

Segundo o modelo de Kübler-Ross, os seres humanos passam por 5 fases distintas durante a perda, o luto, a tragédia ou qualquer evento que se encaixe nestas descrições. Segundo a Wikipédia, estas fases são:

1.Negação e Isolamento: "Isso não pode estar acontecendo."
2.Cólera (Raiva): "Por que eu? Não é justo."
3.Negociação: "Me deixe viver apenas até meus filhos crescerem."
4.Depressão: "Estou tão triste. Por que se preocupar com qualquer coisa?"
5.Aceitação: "Tudo vai acabar bem."

O que ocorreu comigo, de certa forma, se encaixa nestas fases e em um evento igualmente sério: a sedimentação de meus valores e crenças. Aquilo que considero importante, moral, ético e, acima de tudo, verdadeiro. Note que para que as coisas sedimentem-se, é preciso agitá-las. Normalmente um bom terremoto sedimenta o solo, tornando-o estável a partir daí. Mas terremotos sempre nos dão medo, e muitos não sobrevivem a ele.

Após minha conversão, anos atrás, tive um vislumbre daquela imagem que a igreja define sobre Deus e Jesus Cristo. Era o primeiro amor, uma época em que que via a ação de Deus iluminar até as noites mais escuras, no que hoje eu entendo ser um deslumbramento. E que fique claro que eu não julgo este deslumbramento algo ruim, pelo contrário, acho algo maravilhoso, mas que agora entendo ser uma fase que precisa acabar. Não é a toa que todo crente fala de seu primeiro amor com saudades, ou seja: é algo pelo qual todos passam.

Durante muito tempo eu desejei ardentemente retornar a aquele estágio de deslumbramento com Deus, mas enfim abandonei a idéia e explico mais adiante o porque.

Durante alguns anos este estado literalmente me possuiu. Estava feliz, confiante, em paz. Mesmo nas adversidades, quando fiquei desempregado por um bom tempo, e quando passei por uma crise séria com a família de minha esposa (que era minha noiva na época).

Após alguns anos, experimentei o que, a princípio, eu classifiquei como “esfriamento”. Não estava mais deslumbrado, e como um abstêmico viciado naquele estado, achava que não podia viver sem aquilo. Mas eu tinha questionamentos, e via certos comportamentos e ações que contradiziam uma série de coisas que antes eu julgava verdades absolutas compartilhadas entre todos os crentes. O povo de Deus era, em certos momentos, confuso. Tão confuso quanto eu mesmo, creio.

Antes eu via os crentes, meus irmãos de igreja, com um sentimento de inferioridade, me achando mais pecador, mais fraco e com menos fé do que eles. E com menos conhecimento acerta da vida, de Deus e da sociedade. Mas isso mudou, pois percebi após um bom tempo que na verdade todos eram como eu, só que não admitiam.

Diante disso, percebi no olhar de algumas pessoas uma ponta de preocupação quanto a minha certeza sobre Jesus e sobre Deus. Comecei, solitariamente, a me sentir muito, muito mal comigo mesmo, como há anos não me sentia. “Que droga de crente eu sou, pensando em questões sobre a realidade de Deus, sobre a fidelidade das escrituras e sua inspiração totalmente divina? Sou um incrédulo, e preciso me atirar nos braços de Deus.”.

Na verdade, hoje percebo que quando eu dizia aquilo para mim mesmo, eu estava querendo me prender a um modelo de comportamento, de crença e de adoração. Um modelo que dizia que, para ser crente, a gente tem que ser deslumbrado com Jesus. Hoje sei que não preciso mais ser assim. Mas naquela época, eu via as coisas desta forma, e percebo agora que eu estava na primeira fase de Kübler-Ross, a de negação.

Eu simplesmente não queria aceitar que estava mudando de paradigma, de modelo de adoração e de crença. A informação que eu tinha das pessoas era a de que aquele deslumbramento era a única forma de se crer e adorar “de verdade” a Deus, e qualquer coisa menor do que aquilo era ser no mínimo morno, e no Apocalipse Jesus diz muito bem o que ocorria com os mornos, o que me deixava mais aflito ainda, e me incitava mais ainda à negação de minha condição.

Depois disso, quando ocorreram algumas coisas que me levaram a sair da igreja aonde congregava com minha esposa, creio que esta mudança se intensificou. Passei para a segunda fase, a da raiva, e passei a me achar um pobre coitado por estar daquele jeito. Não merecia passar por uma provação daquelas, pois estava sentindo minha fé secar, e meu coração morrer. Com relação a esta sensação do coração morrer, quero fazer uma comparação mais adiante.

Entrei na fase da negociação quando percebi que quase não orava mais, e quando orava, orava pedindo perdão a Deus, e que me “levasse de volta a aquele estado de graça no qual me encontrava após minha conversão, ao primeiro amor!”. O que eu sabia, mas não entendia que era o caso, é que Deus transforma as pessoas por meio de processos, as vezes longos e dolorosos pois estes levam a uma mudança verdadeiramente profunda. Eu estava sendo transformado, mesmo que fosse para algo que a maioria absoluta dos “crentes” não entende como boa.

O fato é que entrei na fase da depressão quando vi que não podia mais voltar a aquele estado inicial, ao “primeiro amor”, simplesmente porque aquela era uma roupa que não cabia mais em mim. Eu havia mudado, e não pensava mais daquela forma, não me deslumbrava mais, e não via a ação de Deus ocorrendo da maneira que as igrejas e até mesmo a Bíblia pregam. Na melhor das hipóteses as pessoas da igreja poderiam dizer que eu havia me desviado, e que virei gnóstico, mas estou bem longe disso, pois não me vejo como Deus. Só que da mesma forma, não me vejo como servo. Me vejo sim como filho. E me esforço para não ser um filho mimado e inconseqüente.

Fiquei desconectado de igrejas e descuidado sob o ponto de vista espiritual por muito tempo, pensando justamente “do que adiante me preocupar com isso se eu já sei que não vou me enquadrar mais naquele modelo esperado, se eu não creio mais nas coisas da mesma maneira que as igrejas esperam e se o meu conjunto de valores será considerado permissivo, amplo e até certa ponto generalista?”.

Mas enfim, há pouco tempo, acho que saí da fase de depressão e entrei na fase de aceitação. Não é apenas eu pensar que “tudo vai ficar bem”, mas sim pensar que “tudo JÁ está bem”. Não penso como as igrejas pensam nem como a maioria das pessoas espera que eu pense. Não temos as mesmas opiniões sobre uma série de coisas, inclusive sobre o que é ou não pecado, sobre o que Deus quer de nossas vidas e sobre o que temos que fazer. Mas sei que penso como Deus espera que eu pense, e este pensar não precisa ser necessariamente igual para outras pessoas: um pensar livre, ou pelo menos o mais livre possível da interferência dos valores e conceitos humana.

Nas igrejas hoje sei de muitas pessoas (se não a maioria) que assume publicamente uma visão ou opinião, mas que pessoalmente tem outra opinião, a qual tem receios de compartilhar.

O que Deus quer de nós, Jesus resumiu perfeitamente: amar ao próximo como a si mesmo e a Deus sobre todas as coisas. Então fingir certas coisas apenas para ser aceito em um meio não é bom porque assim a pessoa não demonstra amor por si mesmo, tão pouco respeito para com o próximo, que perde a chance de demonstrar amor por esta pessoa de opinião diferente.

Pelo contrário, Deus quer que sejamos crentes nEle, mas também quer que sejamos maleáveis para viver com pessoas de opiniões diferentes, que em um primeiro momento podem parecer contraditórias, mas que na verdade, ao se olhar com amor, são agregadoras e enriquecedoras. A arrogância de dizer que seu conjunto de valores é o melhor ou o mais correto deve ser um dos pecados mais nojentos para Deus. Quem somos nós para dizer que detemos a verdade total, se ela é infinita, da mesma estatura de Deus?

Mas paradoxalmente, a natureza das religiões é a certeza absoluta em seu próprio paradigma. Não se pode questionar as escrituras, nem supor visões diferentes e alternativas. A verdade é uma só: “a minha!”. E sobre este pilar, as pessoas se alimentam espiritualmente como Paulo mesmo falou em sua “carta aos corintios”: tomando leitinho, ou seja, se alimentando do básico, do “abc” espiritual, sem se aprofundar em questões maiores. Pois não entendem que a espiritualidade é muito mais ampla, na verdade, infinita como o próprio Deus em toda a sua unidade, que é compreendida e assimilada por meios culturais. E os meios culturais mudam de povo para povo, de comunidade para comunidade. Como então se pode fazer uma comparação?

Eu me vejo como crente no Senhor, mas hoje, transformado para algo diferente do que era antes. Quando me batizei, ouvi que aquele ato simbolizava a mortificação de minha carne (meu ego) em detrimento de meu espírito, assim como Cristo havia feito.

Como falei antes, durante este processo que narrei, senti meu coração morrer. Esta mudança fui muito mais profunda e teve efeitos muito maiores do que aqueles que sofri em minha conversão. Como se fosse uma etapa adiante em minha evolução pela vida. As vezes andar adiante dói.

Não arrisco dizer que eu tenha sido aperfeiçoado. Mas creio que fui transformado para um propósito de Deus, mesmo que este propósito seja viver e crer de uma maneira não convencional, agregando ao invés de dispensando. Hoje não gosto de tomar leite espiritual porque entendo que amadureci (alguns amadurecem até estragar, mas não acho que seja o meu caso). Hoje gosto mais das “feijoadas espirituais”, daquelas coisas que sustentam muito nossa alma, mas que podem ser indigestas.

Ouvir uma pregação sobre a salvação me deixa entediado, mas conversar descontraidamente com pessoas sobre assuntos complexos e espiritualmente relevantes, sobre coisas profundas e sobre a manifestação disso no mundo físico, isso me interessa e prende minha atenção. Pois é daí que minha alma pode se alimentar da verdade de Deus.

15 de setembro de 2008

SPORE





Comprei para mim (de aniversário) o jogo SPORE. Para nerds, é o que há: você pode criar a raça que imaginar, desenvolvê-la da maneira que achar melhor e o que acontece é que cada ação que você toma influencia nas características da espécie. Detalhe: você a desenvolve desde o nível unicelular, em uma sopa primordial de microorganismos que vieram até seu planeta natal por meio de um meteorito.

Você desenvolve a criatura desde estágio inicial até seu mais avançado estágio evolutivo, atingindo o conhecimento e uso de tecnologia espacial e explorando outros mundos e outras raças, em (literalmente) toda uma galáxia! É jogo pra vida inteira!

Acima, as criaturas, veículos e construções que eu já criei. É um barato!

8 de setembro de 2008

AS CRÔNICAS DE PRYDAIN


Lloyd Alexander – 1964~1968


“Taran é um porqueiro assistente em Caer Dalben”...

Assim começa a história de um dos livros mais leves e fáceis de ler que peguei nos últimos anos: “Crônicas de Prydain”, de Lloyd Alexander.

A série estava juntando pó nas estantes em casa, pois minha esposa a havia comprado há bastante tempo, mas nunca concluiu a leitura. São 5 livros médios, de leitura fácil e leve, com uma narrativa que não explora linha paralelas de ação. Ou seja: você está acompanhando o herói, Taran, o tempo todo, sem se afogar em personagens, ações e temporalidades diferentes. Isso torna as coisas muito mais compreensíveis, se bem que monótonos algumas vezes. Mas isso não deixa que o livro se torne chato.

Na verdade é uma história bem complexa, que reserva algumas surpresas bem agradáveis durante a leitura. Principalmente no final do último livro, quando tudo parece que vai terminar bem, mas ao mesmo tempo, de maneira horrível.

Não leve em conta a tosca adaptação que a Disney fez da história lá pelos anos 70 ou 80 (não me lembro). “O Caldeirão Mágico” (The Black Caldron) foi uma quimera que a Disney fez tentando sintetizar em um único longa de animação 5 livros inteiros. Obviamente não foram inteiros, e se você ler o livro e ver a animação, fica decepcionado, pois os personagens foram simplificados demais, e muitos outros personagens e eventos importantes simplesmente não aparecem. Fflewddur, o rei bardo, que é o personagem mais cômico e um dos mais marcantes em todos os 5 livros, foi retratado no desenho da Disney como um velhote, sendo que, quando você lê o livro, tem a impressão de que ele é bem mais novo (e forte).

Taran é criado na propriedade do mago Dalben, cuidando da porca oracular Hen Wen. Durante a história toda ele e seus amigos enfrentam Araw, lorde da morte na terra de Prydain. Com o passar do tempo, Taran amadurece, indo de um garoto tolo e raivoso até um adulto forte, calmo, sábio e ponderado, que estava destinado a cumprir uma grande profecia. Tudo nele o direcionava para tal conclusão.

Acompanhar Taran, a princesa Eilonwy, Fflewddur, Gurgi, Gwydion e tantos outros personagens cativantes mostrou-se uma delícia após aquela situação toda que li na última série de livros que tive acesso: A Bússola de Ouro.

Por muito tempo eu me perguntei porque as histórias tem que ter finais felizes, já que a vida nem sempre tem (como foi o caso da Bússola de Ouro). Hoje me dou conta de que a literatura, como expressão da imaginação, presta um serviço maravilhoso ao coração humano. Quando lemos uma história em um livro, a magia das letras nos fazem ver, viver e experimentar aquilo pelo que o personagem passa.

A literatura, e mais ainda a literatura fantástica, existem para este fim: nos dar a oportunidade de experimentarmos sensações, emoções e visões que não teríamos de outra forma. É uma experiência de se colocar no lugar de outra pessoa (no caso, do personagem). Ninguém quer que coisas ruins aconteçam consigo mesmo, não é? Desta forma hoje em prefiro finais felizes e absolutos, como o bom e velho “e viveram felizes para sempre” ou então outro que eu gosto mais: “e foram felizes até sua tardia morte”. É como a mitologia. A que conhecemos hoje, milenar, é a que sobreviveu por força de sua moral. Da mesma forma são os bons livros (ao meu entender): só devem falar daquilo que realmente importa. E o que importa? O amor, a bondade e a felicidade. Contra isso não existe objeção de nenhum ser humano.

4 de setembro de 2008

PRESENTE DE ANIVERSÁRIO


Amanhã é meu aniversário (31), mas prometi a mim mesmo que eu NÃO ia escrever nada melancólico falando o quanto eu me sinto desajeitado, envergonhado e magoado nesta data (desajeitado por não saber “brincar”, envergonhado pelos cumprimentos de quem se lembra e magoado pelos que se esqueceram).

Melhor falar sobre, sei lá... Deus?!

Eu continuo naquela crise da qual venho falando já há alguns anos. Você provavelmente já deve estar cansado de me ver falar sobre isso e não fazer absolutamente NADA para mudar a situação. Pra ser sincero eu também estou. Na verdade, cansado de tudo. Durmo pouco (e mal), e minha cabeça as vezes parece um balão: sinto-a leve como se não tivesse nada dentro dela. Será que tem, afinal?

Bem, são duas as coisas que eu preciso para mudar esta situação: exercícios físicos (estou sedentário há mais de um ano) e oração.

Eu me lembro bem que quando estava lá no “primeiro amor” eu orava quase que o tempo todo, sempre falava com Deus, e isso me fazia um bem enorme. Me sentia tranqüilo, confiante e paciente. Mas nem me lembro quando orei mesmo pela última vez. Será que foi quando meu sogro foi para o hospital? Será que foi quando eu me vi sem alternativas?

Não quero ser assim, um fraco. Quero ter meu relacionamento com Deus, com Cristo, de volta. E nunca mais abrir mão dele, porque eu sei que o Senhor não abre mão de mim.

Disse que não falaria sobre meu aniversário. Mas falarei. Se for para ganhar um presente, que seja este: ter de volta aquela relação maravilhosa que, bem sei, ainda está ao meu alcance. Porque antes eu não a conhecia, e após conhecê-la, me iludi achando que nada havia mudado. Só quando perdemos algo é que damos o devido valor, por mais que se fale que não.

Que Deus me ajude e me permita resgatar o ardor do amor que há tempos não vejo mais. Aquele amor que me da forças para enfrentar qualquer situação (como me deu no passado), e que me faz voar em um céu azul de paz, alegria e humildade.

26 de agosto de 2008

POLÍTICASTRADORA


O lado engraçado de se viver no Brasil é que seja você rico ou pobre, você passa por ondas de incentivo do governo. Toda campanha eleitoral é marcada por denúncias de que “o governo atual privilegia as elites” (discurso de esquerda) ou então que “o governo atual é populista e faz coisas só para a pobrada” (discurso de direita).

Alguém, em nome de Deus, já ouviu algo como “o governo atual se preocupa apenas com a classe média”?

Ser classe média é dose. Classe média no Brasil tem o poder aquisitivo dos pobre em países mais civilizados, mas ora bolas! Ainda assim somos classe média! Pagamos a maioria absoluta dos impostos no país, e não temos o retorno devido deste valor.

Classe média usa SUS? Não! Que nem um trouxa, paga o imposto que lhe dá o direito de usá-lo mas como sabe que é uma porcaria, paga uma Unimed da vida pra não cair naqueles hospitais que mais parecem hospitais de guerra.

Pagamos taxas de banco, impostos sobre serviços e produtos, compramos, mantemos poupança e pagamos imposto de renda. E votamos... votamos em candidatos que são bipolares, que são esquerda ou direita, que defendem os ricos ou que defendem os pobres (da boca pra fora, porque o que eles querem também é dinheiro no final das contas).

Será que já não passou da hora de termos um governo de verdade, equilibrados, justos, igualitários? Deveres e direitos civis tem como premissa promoverem a igualdade entre os integrantes da sociedade. Mas atualmente, pelo contrário. Seja rico, ganhando muito, sonegando e corrompendo o poder público, ou seja pobre, e viva de benefícios sociais, cestas básicas distribuídas em época de eleição e pequenos tapinhas nas costas em momentos críticos de sua vida (que depois serão usados em campanhas eleitorais).

Só não seja classe média. Esta... ah, esta não tem, nem teve e pelo visto nem terá representação,. Vive em um regime "políticastrador". A não ser que você tome vergonha na sua cara leve seu voto para um candidato menos desequilibrado. De loucos, já estou farto.

A humanidade sucumbe no buraco que ela mesma cavou ao se distanciar sistematicamente de Jesus Cristo. Padecemos disso. Os mais espertos querem subir nos outros, pisando sobre eles, achando que assim estão mais perto da borda, e conseqüentemente, de sair dessa pindaíba. Mal sabem eles que com isso, se enterram mais fundo ainda.

Época de eleição sempre me deixa aflito...

19 de agosto de 2008

A PRISÃO



A vida é uma prisão. Como Morpheus disse à Neo em MATRIX, vivemos em uma prisão invisível, uma prisão sem barras, grades ou celas. Vivemos em uma prisão para a nossa mente.
A vida é um jogo sórdido. Não devia ser, mas é. E é um jogo que você tem que jogar sem nunca admitir que é, de fato, um jogo. Você tem que dizer a si mesmo que esta é a vida, e que as coisas funcionam desta forma e ponto. Enquadre-se ou enquadre-se. Outra opção não há.

Você não pode se dar ao luxo de dizer que as coisas estão todas erradas, sob pena de ser olhado com certo desdém. Pensam que você é inocente, que vai sofrer, que vai acabar sendo excluído do jogo. Você passa a ser julgado com um rigor muito maior do que os players.

Que mundo é este, aonde a demagogia se institucionalizou? É como se todo mundo passasse a dizer que a dor não existe. Você a sente, e sabe que todo mundo a sente. Mas ninguém admite. Porque esta loucura?

Mas eu não posso me perguntar o porque. “Não tem resposta, e mesmo que tivesse você não poderia fazer nada para mudar a situação” é o que me dizem as vozes (não em minha cabeça, mas sim a minha volta).

Me falaram que se queremos mudar as coisas, devemos mudar a nós mesmos primeiro. Engraçado que esta mudança seja justamente eu me enquadrar no molde da ideologia que tanto abomino. Não há liberdade se não a corrupção de si mesmo, não é mesmo?

Pior abominação é trair a si mesmo. Devo seguir triste e esgotado, mas não quero ser alguém que não sou. O mundo é mal, cruel e insano. Porque eu devo me adaptar ele? Você se adaptaria a algo que sabe ser ruim? Pode até ser que sim, e você ainda diga que é por uma questão de sobrevivência. O que é de fato verdade.

Mas indo contra todos os meus instintos, indo contra meu impulso de auto-preservação, eu não consigo mais fazer isso. Hoje, mais do que nunca, como é para todo cristão, o morrer para mim é lucro, pois significará o fim dos tormentos deste mundo.

Não quero a morte, tão pouco o fracasso. Só quero a liberdade para ser quem sou, pensar como penso, e trabalhar com as coisas que gosto de uma maneira sadia. Não desejo isso apenas para mim, mas para todos mundo: liberdade; pura, cristalina, real e imensurável liberdade.

11 de agosto de 2008

BALADA DA FUNÇÃO AMAR ();


Eduardo e Mônica versão nerd. Totalmente perfeito!!!

8 de agosto de 2008

MAIS UMA SOBRE SINDICATOS E TATUAGEM

Quando eu falo que os sindicatos são constituídos quase que totalmente por gente da pior qualidade, dizem que eu sou radical. Primeiro meti o pau no SINDPD, sindicado ao qual minha classe infelizmente é ligada. Agora vou meter o pau no SETAP-BR, que é o pseudo-sindicato dos estúdios de tatuagem e body-piercing do Brasil.

Olhe o site deles (http://www.sindicatodostatuadores.com.br). Tem um texto logo na abertura que diz isso:

“Alertamos a todos os interessados por cursos tecnólogos referentes a prática da tatuagem e body piercing, que, atualmente se encontra em trâmite na Câmara dos Deputados o projeto de lei 2104/07 no qual irá regulamentar a atividade da tatuagem e piercing no Brasil. Após a lei entrar em vigor, somente os certificados expedido pela entidade de classe profissional representativa dos Tatuadores e Piercers "SETAP-BR" é que serão válidos e reconhecidos pelos orgãos públicos para efeito de fiscalização e reconhecimento da capacitação e habilitação profissional. Não perca seu tempo e dinheiro com cursos não oficiais. Nossa classe profissional é extremamente contra qualquer curso on-line sobre nossos procedimentos. As pessoas que queiram realmente aprenderem esses técnicas culturais da tatuagem e piercing, devem realizar através de um coordenador homologado pelo SETAP-BR.”

Pois bem! Eles são grandes defensores da causa... deles!!! Olhe só, eles falam em outras partes do site que são contra cursos virtuais de tatuagem, alegando que eles não são bons e não dão o preparo adequado. A questão é que eles não tiveram competência para organizar algo via web e agora querem acabar com a concorrência, sacou?

Imagine você que um curso web, com uma cobertura bem completa, equipamentos, material e tal, sai por volta de R$900,00. Agora imagine que um curso presencial deste sindicato ai custe a bagatela de R$3.500,00!!! E com um briefcase bem menor!

O que eles querem é o que todo sindicato neste país de araque quer: o seu dinheiro, e nada mais. Querem se tornar os paladinos da causa, dizendo que só eles são qualificados para dizer quem trabalha ou quem não trabalha com tatuagem, praticamente te vendendo uma licença, veja só você! Pra que cobrar tanto num curso desses afinal de contas???

Já pensou se isso fosse verdade e outras profissões semelhantes fossem enquadradas por um procedente desses? Coitado do meu pai! Um cabeleireiro reconhecido há muito tempo, que teria que ficar pagando comissão para um sindicato que em nada lhe ajudaria. É uma extorsão, isso sim!

OK, você pode falar agora sobre “a lei”. Se a pessoa é esperta, sabe muito bem que não se deve acreditar em nada do que falam quando o assunto é PROJETO DE LEI. Ou é lei ou não é. Quando ela é aprovada como tal, tem-se ainda uma carência para começar a vigorar. E no caso do PL-2104/2007, ele não só não é lei como pelo visto nunca será.

Se você for esperto MESMO vai entrar no site da Câmara de Deputados (http://www.camara.gov.br) e pesquisar por esta lei, para ver como ela anda e acompanhar sua tramitação no Congresso Nacional. Fiz isso.

Veja só você... a lei teve seu parecer, dado por seu relator, PELA REJEIÇÃO! Isso mesmo, a Câmara está rejeitando o projeto de lei, e este sindicato ainda deixa em seu site como se fosse certeza que ele vai ser efetivado! Puxa, eles devem ter uns 5 partidos de lobby então! Uau! Isso ai é que nem o caso da legalização de profissões de informática. Desde que eu entrei na faculdade eu escuto que “já já vai acontecer”. Isso foi 10 anos atrás... e em nada isso me atrapalha na minha função de analista de sistemas.

Este sindicato vem com um papinho de que “o barato sai caro”. Meu... pra mim o caro sai caro sempre, e o barato pode sair caro ou não. Em termos de probabilidade, as chances de ganho são maiores neste caso. E mais: quem não tem grana pra pagar um curso de R$3.500,00 ou não tem como ir pra São Paulo ou Rio fazer estes cursos deles não pode se tornar profissional? Eles estão restringindo um mercado que é constituído por ditos artistas? Que belo clubinho isso está se tornando!

Eles dizem que os profissionais tem que ter um bom preparo. Tem que saber como lidar com a pele, com as tintas, em como manter a assepsia, como evitar infecções, alergias, etc. Eu concordo totalmente com isso. Mas como na própria pauta de rejeição da lei diz, o controle disso, a determinação de como o profissional deve se comportar nos termos sanitários já existem, são de responsabilidade da DEFESA SANITÁRIA. Que aliás, não te cobra nada se você fizer tudo certinho, só cobra se fizer algo errado, e este cobrar se chama multa. Basta o profissional seguir regras estipuladas por este orgão que ele será deixado em paz na sua profissão.

Resumindo, eu acho que oportunistas são eles. Se querem organizar o negócio, não deve ficar a cargo deles a formação profissional. Assim a coisa vira cartel e não sindicato. Para que fossem um sindicato de fato, deviam apenas defender os direitos da classe e não dizer quem é da classe ou não. Tem curso de tatuador em faculdade, ou em escola técnica? Não, né?! Aliás, os tatuadores fazem questão de não passar o que sabem, só pra quem é muito chegado deles, ou quem tem algum esquema. Se eles querem que a formação fique informal, que a classe se mantenha na informalidade. É assim com todo mundo, brother, com toda profissão. Quer ter costa quente?

Qualidade do profissional sempre vai variar, e o mercado mesmo se encarrega de eliminá-los, porque tatuador ganha a vida mais no boca a boca do que por qualquer outro meio. Se cursos virtuais formam profissionais ruins, deixa eles! Eles serão excluídos do mercado em pouco tempo! Agora se o medo de vocês é que cursos virtuais jogam mais profissionais no mercado e ai sua concorrência aumenta... meu irmão, bem vindo ao século XXI.

Falo isso tudo porque minha esposa quer ser tatuadora. Ela é artista plástica e desenha muito! Mas a gente não tem R$3.500,00 pra investir em um curso dito “oficial” (sendo que não é). E mesmo que tivéssemos, eu me recusaria a pagar, porque o que eles alegam é anti-ético e inconstitucional.

7 de agosto de 2008

PANOSTEÍTE


Dono de primeira viagem é que nem pai pela primeira vez: qualquer coisa, fica achando que o cão está com algum problema grave.

Estes últimos 2 dias o Xaveco nos deixou preocupados. Estava ele, todo serelepe, pulando, correndo, mastigando e destruindo como de costume, quando de repente ele começou a mancar em uma das patas da frente. Mancar feio mesmo, nem colocava ela no chão.

Na tarde seguinte ele nem lembrava que aquilo tinha acontecido, mas de noite, aconteceu a mesma coisa, só que em uma pata de trás.

Ficamos preocupados. Eu de cara fiquei com medo de ser displasia, mesmo sabendo que cachorro pequeno dificilmente tem disso. Para complicar mais ainda nossa veterinária fez uma cirurgia e não esta atendendo pelos próximos dias. Corremos com ele então para um outro veterinário, perto de casa mesmo.

O veterinário pareceu ser bom (não estava junto nesta hora). De cara descartou qualquer problema mais grave, dizendo que o que ele indicava ter, pela idade (entre 4 a 6 meses) e pelos sintomas (migrando entre patas diferentes) era uma coisa chamada Panosteíte. A descrição que obtive na Internet foi a seguinte:

“Consiste num processo inflamatório na superfície dos ossos longos, o qual também poderá ser designado como 'doença dos ossos longos' ou 'dores de crescimento'. Esta situação poderá afetar em determinada altura um membro, e posteriormente vir a manifestar-se noutro membro diferente do primeiro. A panosteíte é um processo autolimitante mas poderá ocorrer até que o período de crescimento rápido esteja completo. A situação de dor associada poderá ser controlada ou aliviada com variados tipos de medicação.”

O que ele receitou: uma injeção (dada na hora) creio que de efeito analgésico e anti-inflamatório, e se ocorrerem novos sintomas, uma dose de dipirona. O alívio é saber que quando ele parar de crescer os episódios se encerrarão.

Mas de qualquer forma sempre é bom levar no veterinário.

6 de agosto de 2008

MONSTRO INTERIOR

Hoje as coisas entornaram. Tem um monte de coisas que me deixam deprimido, nervoso, angustiado e com ódio ao mesmo tempo, e uma delas é quando conseguem, ao mesmo tempo, diminuir meu trabalho, não levar minha opinião em conta e me chamar de incompetente sutilmente. Sendo que eu sei muito bem que meu trabalho estava bom, que minha opinião devia ser mais considerada e que eu estou bem longe de ser incompetente (assim como estou longe de ser a pessoa mais competente do mundo).

Estou lendo os livros da série “Cronicas de Prydain”, de Lloyd Alexander. Tem um personagem que conseguia profetizar e compreender algumas coisas por meio de sonhos. Sobre outro personagem, diz que sonhou que ele tinha em seu ombro um monstro de sombras, que lhe era muito pesado e que lhe feria bastante de tempos em tempos. Sabe-se depois que este monstro era figurativo, e representava o orgulho e a soberba daquela pessoa.

Neste caso, eu tenho um monstro nos meus ombros também. Um monstro de ódio e raiva que as vezes me preocupa, pois diante de situações como a de hoje, ele me incita não a uma mera agressão, mas sim a uma verdadeira chacina. Até hoje eu o contive, e espero continuar a contê-lo. É como um HULK, só que apenas no aspecto psicológico. O preço deste controle é meu humor, que fica péssimo nestas ocasiões.

O mundo me enfada. O mundo me cansa. O mundo me odeia. O mundo me quer destruído. Porque eu tenho que gostar dele? Não gosto. Porque eu tenho que agüentar estas coisas? Por valores sociais. Porque eu tenho que me conter? Não sei... ao menos falar o que penso, na cara das pessoas, eu deveria. Mas ai, lidar com as conseqüências “é que são elas”.

30 de julho de 2008

LOUCO, EU?


Se você assistiu o filme BATMAN – DARK KNIGHT (Batman – O Cavaleiro das Trevas) , então deve ter visto o Coringa. Não um Coringa qualquer, bobo, caricato e até mesmo infantil, mas sim um Coringa psicopata, insano, de pensamento veloz e afiado, capaz de arquitetar planos dentro de planos, em tantas camadas que é difícil sequer imaginar. A loucura, como dizem, nada mais é do que um estágio extremamente elevado de inteligência.


Eu não gosto de spoillers, mas se você não viu o filme, saiba que vou contar algumas coisas que podem estragar a surpresa de quando for vê-lo de fato.


No filme o Coringa conta diversas vezes a história de como ganhou aquelas cicatrizes. E cada vez, a história é totalmente diferente. Mas a primeira versão que ele conta me deu muito no que pensar. Ele disse que seu pai era um viciado que, certa noite, chegou em casa muito mais chapado do que o normal. Começou a brigar com a mãe dele, e então pegou um canivete e cortou as duas bochechas da mãe. O homem virou-se então para o pequeno “pré-Coringa”, e colocando a faca em sua boca, lhe perguntou:


“Isso é divertido, não? Então porque você está TÃO sério?! Vamos por um SORRISO neste seu rosto!”.


Durante todo o filme o Coringa tenta provar o que eu já sei faz tempo: as pessoas não prestam, e seriam capazes de comerem umas as outras quando as coisas ficam feias. Como meu irmão falou, eu também fiquei com medo de ter COMPREENDIDO o Coringa, sua frustração e sua fúria. Isso significa que eu tenho uma psicose escondida dentro de mim? Espero que não, mas se tiver, que isso não seja usado contra mim no tribunal, ok?


Tenho esta impressão do mundo. As coisas que eu encaro e que maioria absoluta de nós encara todo santo dia nesse mundinho que parece pior a cada dia que passa com nossa presença é tão feia, cruel e macabra quanto ver um homem matar sua própria mãe diante de você. E então este mesmo mundo põe uma faca na sua boca, e te pergunta porque diabos você está tão sério!


“Sorria, seu maldito! Sorria para a desgraça, se não eu providencio para que o que é ruim fique pior ainda!”.


São os sapos que você tem que engolir, é a cobrança absurda sobre coisas que não tem a menor importância, apenas para que o mundo continue a girar. Já cansei de falar que eu acho que o mundo está todo maluco, que nos perdemos nos meios e nos esquecemos dos fins, e que as pessoas se perderam demais no meio desta selva de intensões que a humanidade tem que atravessar.


Você tem que ter tempo para tudo e para todos, menos para você. Você tem que ter disposição para qualquer coisa que não seja do seu interesse. Então, se não quer ficar maluco, trate de ter interesse nestas coisas. Ou seja: transforme-se em um zumbi e pense como todos pensam, se não, você será mandado embora do seu serviço, ou vai ter a boca cortada por uma faca.


Não é estranho imaginar que o Coringa é, dos personagens de histórias em quadrinho, o mais complexo, porém, o mais realista de todos. Segundo ele disse na inesquecível HQ “A PIADA MORTAL” (que para quem quer saber, conta a verdadeira origem do Coringa): basta um único dia ruim para que uma pessoa sã fique totalmente louca; uma só tragédia pessoal para que se prefira o conforto da loucura à dureza da sanidade e realidade. “Afinal, você sabe disso... que a loucura é como a gravidade! Basta dar um pequeno empurraõzinho para que a queda ocorre naturalmente”.


Todos estão loucos, mas não desta maneira. Se querem que eu fique louco também, dificilmente ficarei louco como eles.

27 de julho de 2008

A LUNETA ÂMBAR / THE AMBER SPYGLASS


Philip Pullman – 2002


Devido a uma série de atividades que tive nos últimos dias, não tive tempo de escrever sobre este assunto, que admito, é complexo e extenso. Mas o fato é que terminei de ler o livro na terça-feira passada, e resolvi deixar as coisas digerindo um pouco em minha mente, porque muita coisa ficou em minha cabeça depois da última página.


O último volume da trilogia “Fonteiras do Universo” pode ser considerado por muitos como o encerramento de uma das obras mais heréticas de todos os tempos. Ou então, o final (se bem que não é tão final assim) de uma boa história.


Philip Pullman sabe escrever. Não tenho capacidade de dizer o quanto em termos acadêmicos (creio que seja muito, pois é professor de língua inglesa da Universidade de Oxford), mas posso dizer que foi o bastante para me cativar. Só houve uma obra que eu havia lido com tanta “fome” quanto A Luneta Âmbar: O Senhor dos Anéis.


A história começa com Lyra sendo raptada por sua mãe, que a mantém adormecida por uma poção. Em seu sono, ela sonha com seu amigo morto no primeiro livro. Ele está no mundo dos mortos, aonde ela deseja ir para falar com ele e pedir perdão.


Após inúmeras batalhas Will consegue resgatá-la com a ajuda da Faca Sutil, mas a faca se quebra quando tenta cortar uma abertura e ao mesmo tempo pensa em algo que ama mas que o deixa triste: sua mãe. Porém, com a ajuda do urso de armadura, Iorek, eles conseguem reforjá-la. E então parte para o mundo dos mortos, que era um mundo como outro qualquer por onde eles haviam ido com a faca, mas ao mesmo tempo, diferente.


Começa ai a parte mais herética da história, aonde se vê que A Autoridade aprisionava na escuridão as almas de todos os mortos, sejam eles bons ou ruins. Elas eram guardadas por Harpias repugnantes que odiavam a mentira e se alimentavam do mal das almas que ali estavam, e para isso, quando a pessoa dormia elas iam até ela sussurrar em seu ouvido todas as coisas ruins que a pessoa havia feito em vida, a ponto de ela se odiar e ter nojo de si mesma.


No fim, a missão de Lyra e Will neste mundo foi a de criar uma passagem para as almas irem para um mundo físico novamente, e assim como seus dimons (todos tinham dimons, mesmo que ocultos em seus corações), de desintegrariam no ar, e todos os átomos de seu ser misturariam ao Universo, e eles viveriam eternamente na chuva, nos pássaros, nos rios e nos animais. Esta era “a morte da morte” a qual seu pai, lorde Asriel, havia falado no fim do primeiro livro.


Daí para frente entra-se em uma espiral de acontecimentos que deixariam qualquer sacerdote cristão de cabelos em pé. Começamos com o início: A Autoridade nada mais era do que a primeira matéria a tomar consciência de si mesma, e todos os demais que vieram depois dele ele nomeou anjos, lhes dizendo que ele os havia criado. O Criador, que teria criado o Universo, bem... deste ninguém sabia. Nem mesma a autoridade. Uma visão ateísta de certa forma.


A rebelião nos céus ocorreu porque o anjo que o mundo chamou de Lúcifer era, na verdade, bom! Ele queria que as pessoas tivesse conhecimento e inteligência, enquanto que a Autoridade queria manter toda a matéria mergulhada na inconsciência. Ou seja: uma inversão de idéias comparada ao cristianismo. Fora a figura de Metatron, O Regente, a quem a Autoridade havia instituído em seu lugar. No fim, A Autoridade se deixa desintegrar, e o Regente é morto por Lorde Azriel e a Sra. Colter, pai e mãe de Lyra, que o fazem por amor à filha (afinal Metatron temia Lyra pela tentação que ela teria, e queria matá-la).


O assunto geral do livro é muito complexo, como falei. Mas resume-se à idéia de que Lyra sofreria a mesma tentação que Eva, e que sua decisão iria influenciar o Universo da mesma forma. A tentação foi feita pela Serpente, que era a cientista que Lyra havia conhecido em nosso mundo quando veio até aqui no segundo livro. Esta cientista havia sido freira, e a “tentação” em si foi ela contar a ela e Will sobre como ela havia deixado de ser freira. Ela explicou como havia se apaixonado por um homem, e no que isso significava, e em todas as coisas maravilhosas que o amor era capaz de proporcionar a uma pessoa, e em como ele fazia com que a vida ganhasse um significado verdadeiramente especial.


Assim, Lyra e Will, que já demonstravam possuir uma afeição grande um para com o outro, se bem que de maneiras velada, terminam por dar vazão a seus sentimentos. E ambos se beijam, se abraçam, se declaram apaixonados, e ficam juntos. Isso por si mesmo foi capaz de resolver o problema no qual o Universo estava mergulhado e explicava o significado do Pó, que intrigava a todos desde o primeiro livro: a capacidade de pensar, tomar decisões e... amar!


No fim, e se você não leu o livro e não quiser saber, que não leia o seguinte: Lyra e Will são separados. Descobre-se que o Pó, que era o que permitia a todos serem conscientes, estava sendo tragado pelo abismo e pelos espectros criados pela Faca Sutil cada vez que ela criava uma passagem entre as dimensões. Como uma pessoa não podia viver com saúde por muito tempo em um mundo diferente daquele em que nasceu, vê-se uma das separações mais dolorosas das quais eu já tenha tomado conhecimento na literatura. Eles tinham que fechar todas as passagens entre os diversos mundos (e isso os anjos rebeldes fariam), e a faca deveria ser quebrada para selar qualquer chance de que o vazamento do Pó ocorresse novamente, colocando todos os Universos em perigo novamente.


A moral da história é que o corpo físico é tão importante quanto o espirito (no caso, os dimons) e a alma (nossa essência). Todas as experiências físicas que temos de dor e prazer são tão válidas e tem um propósito tão importante quanto aquelas no plano espiritual. Afinal, para que seriamos capazes de sentir estas coisas e experimentar estas sensações se elas não fossem importantes? Eu ainda me perguntava sobre isso, e então me lembrei do que o apóstolo Paulo disse: “Posso todas as coisas, mas nem tudo me convém”.


Uma vez separados e em seus mundos, Will quebra a faca, e com a cientista, cria uma amizade que lhe permitiria resolver os problemas que tinha com sua mãe doente. Ele e Lyra se amavam e estavam mergulhados em uma grande dor. Sabiam que nunca mais se veriam e que só teriam lembranças um do outro. E marcam de irem uma vez por ano no mesmo lugar (que havia em seus dois mundos) no mesmo horário, e fingirem que estavam juntos por uma hora. Não sei você, mas eu achei isso muito triste e bonito.


A história termina, mas para mim, não de uma maneira cabal. Ficaram abertas certas brechas que permitiriam uma possível continuação. Que se houver algum dia, eu e muitos leitores esperam que seja para permitir que Will e Lyra fiquem juntos definitivamente.


A história é herética sim. Mas não fosse por isso, seria uma história maravilhosa e, de certa maneira, impecável. Por mais que eu tenha entendido que a crítica final é à instituição IGREJA (devido a todas as falhas e desgraças que ela causou no decorrer da história humana) e não ao Deus criador (que o escritor deixa claro em sua história que “ele não sabe se existe ou não, e se existe, ninguém sabe dele”), muita gente o condena. Eu não os critico, pois compreendo o quão fundo este homem enterrou o punhal nas fundações da igreja. Porém, digo que achei os livros muito bons.


Por fim, sobre o nome dos dimons...


Semana passada estava andando pela livraria Cultura, do Shopping Iguatemi. Calhei de entrar na parte de dicionários, e a Cris olhou para um exemplar de um Dicionário de Símbolos. Livro muito interessante, quero comprar um em breve! Mas voltando ao assunto...


Peguei o livro em mãos, e com mais de 700 páginas, era muito detalhado em explicar o significado de diversas simbologias distintas. Imagine só você que, totalmente sem querem, eu me deparei com a palavra “dimon”.


Esta palavra é de origem grega, e de fato originou a palavra em inglês “deamon” e em português “demônio”. Sabe a explicação que é dada para a origem desta palavra no grego? Não me lembro exatamente das palavras, mas a idéia é: o dimon é o gênio pessoal do ser humano, o homem interior, a essência de uma pessoa e seu verdadeiro eu. É sua consciência, é o Ego racional divino. É o homem natural, com suas paixões e instintos, suas virtudes e defeitos, que à luz dele não são bons nem ruins, mas são apenas o que deviam ser. Philip Pullman sabia disso com toda certeza, e eis ai o motivo do nome dos dimons.


Fico pensando se o termo “demônio” não foi cunhado assim para tentar colocar a culpa de nossas ações não muito honradas em um ser externo, que nos tenta, que nos direciona ao mal. Uma terminologia para o homem que somos e que de certa forma nunca deixaremos de ser, mas que insistimos em renegar.


Não digo que não exista uma guerra espiritual no mundo e que não existam anjos caídos. Eu sei que eles existem e que o inimigo é ardiloso e esperto. Mas sabendo sobre este termo agora, remete-se a aquela idéia de que somos seres muito mais complexos do que as pessoas tentam determinar nas igrejas ou faculdades, e que somos capazes de ações de bem ou mal extremos, sem nenhuma influência de Deus ou do Diabo. O bem por si mesmo não lhe trás a salvação, e o mesmo eu creio que se possa falar do mal e da condenação à morte eterna.


As pessoas podem ser salvas por Cristo e ainda assim cometer certos pecados (mal) dos quais não consegue escapar porque são aqueles maus que estão inerentes à natureza humana, que são o que são. Da mesma maneira que um ateu pode ser capaz de atos de bondade extrema.