A dicotomia do capitalismo é de uma insanidade tremenda, não? Estes dias eu estava conversando com minha esposa sobre o trabalho dela (dar aulas). E percebi que o fim do antigo “colegial técnico”, o qual eu ela cursamos, está mais fazendo mal do que bem.
Havia antes a possibilidade de, em um só período, você fazer tudo de uma só vez, e terminar aqueles 3 ou 4 anos de estudo com uma oportunidade dupla: seguir na profissão técnica na qual se formara, prestar vestibular ou começar uma faculdade com uma base técnica muito maior do que a da maioria das pessoas.
Dizia-se que o colegial técnico não preparava o estudante adequadamente para a faculdade, e então resolveram separar as coisas: ou faz técnico ou faz normal. E com isso cortou-se a possibilidade de milhares de pessoas se formarem duplamente.
É fato que existem escolas que tem as duas modalidades, mas apenas em períodos diferentes. Técnico de manhã e normal a tarde, ou vice-versa. Mas com isso, as pessoas nesta idade, que não raramente trabalham pelo menos por meio período (como eu trabalhava) tem que fazer uma escolha entre um ou outro. E para pessoa ser técnica, ela tem que ter o ensino médio, ou estar cursando-o simultaneamente, se não me engano.
Desta forma, a pessoa faz o ensino médio. E o que acontece quando ele termina o ensino médio? Ele poderá fazer o curso técnico, ou uma faculdade. O que você acha que ele (ou ela) vai escolher? Ainda mais com o boom de faculdades que existe nos dias atuais?
O resultado é que a indústria reclama há anos a falta de mão-de-obra técnica no país. Porque as pessoas, tendo de escolher entre um curso técnico ou uma faculdade, escolhem a faculdade, que lhes dará a possibilidade de ter melhores salários do que aqueles pagos a técnicos.
Ai começa-se a faltar técnicos e a sobrar pessoas com nível superior. É como se você tivesse 10 engenheiros para cada pedreiro que encontrasse no mercado. Pedreiros ganham menos do que engenheiros, mas eles implementam o que os engenheiros fazem. Normalmente pessoas de nível superior concebem, planejam, gerenciam , projetam e avaliam, enquanto que os técnicos cuidam do operacional.
O que você acha que vai acontecer com o salário do pedreiro? Vai subir, porque eles são poucos e serão disputados a tapa pelas empresas, afinal não vivemos em um mundo aonde vivemos do abstrato . E com o salário do nível superior? Vai cair, porque a concorrência será alta.
As pessoas mais novas, então, vão olhar esta situação e vão se perguntar se vale a pena se matar de estudar em uma faculdade, que é bem mais complexa do que um curso técnico (afinal no técnico se foca muito na atividade em si e na faculdade você tem uma formação mais ampla e nervosa).
Ai as pessoas vão preferir o curso técnico, e o contrário acontecerá, até que o mercado se estabilize e as pessoas percebam que na verdade você tem que fazer aquilo que mais lhe agrada. Nos países mais desenvolvidos do mundo já é assim, com um operário da construção civil ganhando não muito menos do que um médico, por exemplo. Sei que no Canadá é assim.
Dentre os dois, fiquei com os dois. Me formei técnico em desenho mecânico e bacharel em análise de sistemas. Podem ser duas profissões que não tem nada em comum, e mesmo que eu nunca tenha trabalhado como técnico em desenho, ainda assim é uma segunda profissão.
O capitalismo nos instiga sempre a obter lucro máximo com o esforço mínimo. O mercado, infelizmente, está fadado ao saturamento. A demanda não cresce na mesma medida que a massa trabalhadora, e mesmo assim, o desenvolvimento tecnológico e o acúmulo de conhecimento faz com que o mercado desenvolva técnicas mais avançadas de criação á produção, diminuindo a quantidade de pessoal necessário para se desempenhar um processo.
Em tempos de crise financeira como esta pela qual o mundo passa agora, isso será mais visível ainda, pois todas as empresas buscarão meios de cortar custos e maximizar ganhos. É a lei de mercado, aonde a competitividade está ligada à velocidade, qualidade, custo e preço. O aumento das duas primeiras e a diminuição das duas últimas são forças antagônicas, e a equalização correta entre elas é aquilo que todo empresário busca.
Havia antes a possibilidade de, em um só período, você fazer tudo de uma só vez, e terminar aqueles 3 ou 4 anos de estudo com uma oportunidade dupla: seguir na profissão técnica na qual se formara, prestar vestibular ou começar uma faculdade com uma base técnica muito maior do que a da maioria das pessoas.
Dizia-se que o colegial técnico não preparava o estudante adequadamente para a faculdade, e então resolveram separar as coisas: ou faz técnico ou faz normal. E com isso cortou-se a possibilidade de milhares de pessoas se formarem duplamente.
É fato que existem escolas que tem as duas modalidades, mas apenas em períodos diferentes. Técnico de manhã e normal a tarde, ou vice-versa. Mas com isso, as pessoas nesta idade, que não raramente trabalham pelo menos por meio período (como eu trabalhava) tem que fazer uma escolha entre um ou outro. E para pessoa ser técnica, ela tem que ter o ensino médio, ou estar cursando-o simultaneamente, se não me engano.
Desta forma, a pessoa faz o ensino médio. E o que acontece quando ele termina o ensino médio? Ele poderá fazer o curso técnico, ou uma faculdade. O que você acha que ele (ou ela) vai escolher? Ainda mais com o boom de faculdades que existe nos dias atuais?
O resultado é que a indústria reclama há anos a falta de mão-de-obra técnica no país. Porque as pessoas, tendo de escolher entre um curso técnico ou uma faculdade, escolhem a faculdade, que lhes dará a possibilidade de ter melhores salários do que aqueles pagos a técnicos.
Ai começa-se a faltar técnicos e a sobrar pessoas com nível superior. É como se você tivesse 10 engenheiros para cada pedreiro que encontrasse no mercado. Pedreiros ganham menos do que engenheiros, mas eles implementam o que os engenheiros fazem. Normalmente pessoas de nível superior concebem, planejam, gerenciam , projetam e avaliam, enquanto que os técnicos cuidam do operacional.
O que você acha que vai acontecer com o salário do pedreiro? Vai subir, porque eles são poucos e serão disputados a tapa pelas empresas, afinal não vivemos em um mundo aonde vivemos do abstrato . E com o salário do nível superior? Vai cair, porque a concorrência será alta.
As pessoas mais novas, então, vão olhar esta situação e vão se perguntar se vale a pena se matar de estudar em uma faculdade, que é bem mais complexa do que um curso técnico (afinal no técnico se foca muito na atividade em si e na faculdade você tem uma formação mais ampla e nervosa).
Ai as pessoas vão preferir o curso técnico, e o contrário acontecerá, até que o mercado se estabilize e as pessoas percebam que na verdade você tem que fazer aquilo que mais lhe agrada. Nos países mais desenvolvidos do mundo já é assim, com um operário da construção civil ganhando não muito menos do que um médico, por exemplo. Sei que no Canadá é assim.
Dentre os dois, fiquei com os dois. Me formei técnico em desenho mecânico e bacharel em análise de sistemas. Podem ser duas profissões que não tem nada em comum, e mesmo que eu nunca tenha trabalhado como técnico em desenho, ainda assim é uma segunda profissão.
O capitalismo nos instiga sempre a obter lucro máximo com o esforço mínimo. O mercado, infelizmente, está fadado ao saturamento. A demanda não cresce na mesma medida que a massa trabalhadora, e mesmo assim, o desenvolvimento tecnológico e o acúmulo de conhecimento faz com que o mercado desenvolva técnicas mais avançadas de criação á produção, diminuindo a quantidade de pessoal necessário para se desempenhar um processo.
Em tempos de crise financeira como esta pela qual o mundo passa agora, isso será mais visível ainda, pois todas as empresas buscarão meios de cortar custos e maximizar ganhos. É a lei de mercado, aonde a competitividade está ligada à velocidade, qualidade, custo e preço. O aumento das duas primeiras e a diminuição das duas últimas são forças antagônicas, e a equalização correta entre elas é aquilo que todo empresário busca.
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