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19 de agosto de 2008

A PRISÃO



A vida é uma prisão. Como Morpheus disse à Neo em MATRIX, vivemos em uma prisão invisível, uma prisão sem barras, grades ou celas. Vivemos em uma prisão para a nossa mente.
A vida é um jogo sórdido. Não devia ser, mas é. E é um jogo que você tem que jogar sem nunca admitir que é, de fato, um jogo. Você tem que dizer a si mesmo que esta é a vida, e que as coisas funcionam desta forma e ponto. Enquadre-se ou enquadre-se. Outra opção não há.

Você não pode se dar ao luxo de dizer que as coisas estão todas erradas, sob pena de ser olhado com certo desdém. Pensam que você é inocente, que vai sofrer, que vai acabar sendo excluído do jogo. Você passa a ser julgado com um rigor muito maior do que os players.

Que mundo é este, aonde a demagogia se institucionalizou? É como se todo mundo passasse a dizer que a dor não existe. Você a sente, e sabe que todo mundo a sente. Mas ninguém admite. Porque esta loucura?

Mas eu não posso me perguntar o porque. “Não tem resposta, e mesmo que tivesse você não poderia fazer nada para mudar a situação” é o que me dizem as vozes (não em minha cabeça, mas sim a minha volta).

Me falaram que se queremos mudar as coisas, devemos mudar a nós mesmos primeiro. Engraçado que esta mudança seja justamente eu me enquadrar no molde da ideologia que tanto abomino. Não há liberdade se não a corrupção de si mesmo, não é mesmo?

Pior abominação é trair a si mesmo. Devo seguir triste e esgotado, mas não quero ser alguém que não sou. O mundo é mal, cruel e insano. Porque eu devo me adaptar ele? Você se adaptaria a algo que sabe ser ruim? Pode até ser que sim, e você ainda diga que é por uma questão de sobrevivência. O que é de fato verdade.

Mas indo contra todos os meus instintos, indo contra meu impulso de auto-preservação, eu não consigo mais fazer isso. Hoje, mais do que nunca, como é para todo cristão, o morrer para mim é lucro, pois significará o fim dos tormentos deste mundo.

Não quero a morte, tão pouco o fracasso. Só quero a liberdade para ser quem sou, pensar como penso, e trabalhar com as coisas que gosto de uma maneira sadia. Não desejo isso apenas para mim, mas para todos mundo: liberdade; pura, cristalina, real e imensurável liberdade.

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