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18 de julho de 2008

FIM DO PRIMEIRO ROUND

Esta primeira semana substituindo meu coordenados (em férias) vai se encerrando, e sinto como se fosse o fim do primeiro round. Devo dizer que os dois primeiros dias foram os piores, mas depois cabei entrando no ritmo. Porém, isso é totalmente diferente de dizer que é simples.

Se for para exemplificar com a imagem acima, devo dizer que me sinto como o cara caído (que se não me engano, é o George Foreman), mas ao final disso tudo pretendo me sentir como o cara de pé (que é o Muhammad Ali). Estou cansado, abatido e com vontade de que tudo termine logo. Mas observando a situação de maneira fria e realista, creio que ambos íamos estar de pé, em um verdadeiro empate técnico. Não fui nada mal, mas também estou longe de ganhar.

Mas sabe... tem algo dentro de mim que eu eu não entendo. Não sei se foram meus pais que me criaram desta forma, ou se foi Deus que me fez assim, ou se eu sou apenas bobo, mas por mais que eu seja pessimista e assustado com as coisas, quando o negócio inevitavelmente cai em minhas mãos, quando todas as alternativas de afastar o cálice de mim se esgotam, eu suspiro fundo e fico triste... mas faço. E normalmente com uma qualidade no mínimo adequada.

Isso é muito mais do que muita gente que anseia por coisas como esta consegue. Ficam sempre em busca de uma oportunidade de demonstrar sua competência, e quase sempre acabam pegando uma coisa além de suas capacidades para simplesmente não fazê-la.

Eu já passei da fase de me fazer de coitado faz tempo. Mas nunca vou conseguir me achar o mais indicado para fazer a maioria das coisas das quais eu fujo. Não por insegurança, mas por humildade e seriedade. Se eu vejo que existem pessoas mais qualificadas, ou tão qualificadas quanto eu mas com mais desejo de fazer aquilo, porque eu deveria me interpor?

Eu sou uma pessoa sincera em um mundo aonde a sinceridade é punida. Sou uma pessoa que gosta de escancarar a verdade expor a realidade, mas isso é terrível demais no mundo em que caminho. Me sinto rodeado de sombras em um mundo etéreo de ocultação e meias verdades.

Não posso falar que quase tudo o que eu quero eu já tenho sob pena de ser definido como simplório. As pessoas pregam a felicidade e o sucesso, mas se para você o sucesso é ter um cargo razoável em seu emprego e a felicidade é ter sua casa, sua esposa e seu cachorro, você é uma pessoa sem visão, sem aspirações. O mundo exige que você seja ambicioso. Sempre. Mas eu não sou, e vivo em paz comigo mesmo quanto a isso.

Sim, posso não ter o Nintendo Wii que gostaria de ter já há algum tempo. Posso não morar na casa que sonhei, nem ter o computador top de linha que imaginei, tão pouco as roupas legais que ficariam ótimas em mim, nem aquele home theather com blu-ray conectado por hdmi a um LCD de 100” e um sistema de som 3d de alta potência, e nem ter um carrão.

Mas a verdade é que eu não preciso disso tudo. Vivi até aqui sem estas coisas, não vivi? Posso querê-las, mas não preciso de fato. E isso é o que incomoda as pessoas. Eu luto pelo que eu preciso e não pelo que eu simplesmente quero. As vezes luto, mas priorizo minha atenção ao essencial para a minha vida. Será que isso é errado?

Deus disse que devemos buscar primeiro as coisas do céu, pois uma vez isso feito, todo o resto seria acrescentado. É uma dádiva, e o mesmo tempo uma metáfora. Busque o é fundamental primeiro, porque o resto será conseqüência.

Então, se mesmo não querendo uma responsabilidade cai no meu colo, eu encaro como fundamental e a faço o melhor que posso. Se isso vai me dar ganhos no futuros eu não sei, e pra ser sincero nem me preocupo com tal coisa. O que me importa é estar em paz e sentir-me bem com o que eu faço. Minha motivação não é outra senão “trabalhar para viver”, deixando o “viver para trabalhar” para os viciados em trabalho e amantes da cobiça e ambição.

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