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27 de outubro de 2003

VONTADE


Algumas pessoas podem me dizer que é de mal gosto ficar usando tirinhas justamente do Adão para falar sobre Deus... mas o que posso fazer, acho algumas delas engraçadas, se bem que reconheço que muitas são de ideologia totalmente contrária a aquilo que temos como correto...

Bem, na verdade quando vi esta tirinha, fiquei pensando com meus botões algumas coisas que você também deve ter pensado. Algumas vezes sinto compulsão para fazer algumas coisas, sem saber bem por que sinto aquilo. Fico um pouco confuso e algumas vezes até acho que é Deus me guiando ou me orientando. Mas muitas vezes pode ser a mão do inimigo que me leva a fazer algumas coisas... acho que isso vale para você também, vale para todos nós, crentes.

Por exemplo, este final de semana foi horrível para mim. Além de ter ficado o sábado inteiro na faculdade adiantando uns projetos que tenho que entregar, briguei com minha noiva por motivos bestas, e quase estraguei o sábado e o domingo inteiros (mas já fizemos as pazes no sábado mesmo). Foi a mão de Deus que me moveu para brigar assim? Com certeza não... ao mesmo tempo não posso dizer que foi "a mão vermelha" que me moveu. Lembre-se que o ser humano já é dotado de uma certa dose de maldade que pode trabalhar sozinha muitas vezes (dose esta chamada de egoísmo, de ganância, de prepotência, de orgulho, etc).

Nosso desenvolvimento como crentes, ao meu ver, exige que saibamos distinguir quando é Deus que fala conosco e quando somos nós mesmos (atiçados ou não por Satanás) que falamos aos nossos corações, tentando saciar nossos desejos. Por isso é que Paulo falou que devemos nos mortificar com Jesus para que Ele viva em nós. Mortificar nossos desejos, nossas vontades... ah, vontades... vontades que todos os que não crêem em Deus de acordo com a Palavra julgam ser de direito nosso saciá-las plenamente, não importando as conseqüências...

É difícil conseguir "ouvir" Deus. Muitas pessoas tem dificuldades de compreender o que Deus nos fala, mesmo que Ele fale conosco de tantas formas e com tanta freqüência. Eu tenho uma técnica para isso, que é a de observar minhas vontades e minhas motivações de acordo com a Bíblia, que é a forma pela qual Deus mais conversa com a gente (afinal sua palavra é viva). Por isso tenho me esforçado para ler a Bíblia, ela é o meu parâmetro, pois é nela que está a palavra de Deus. É preciso conhecer os parâmetros e vontade de Deus antes de mais nada nessa empreitada de ser crente, concorda?

Bem, se meu plano, minha vontade vai contra a palavra de Deus, eu já julgo que isso não provém Dele. Aí, de quem ela vem (se de mim ou de Satanás) eu não sei dizer ao certo (se bem que eu li "Ele veio para Libertar os Cativos", da Rebecca Brown, que diz que Satanás nos seduz o tempo todo sussurrando coisas perversas à nossa mente). Da mesma forma, quando algo bate com a palavra de Deus, isso só pode ter vindo Dele. Ou diretamente ou indiretamente.

Se sei que aquele desejo, aquele impulso não veio de Deus, que não é aprovada por Ele, isso deve ser mais do que suficiente para um crente tomar uma decisão de lutar contra aquilo e não levá-lo a cabo. E ai vem o maior problema para o ser humano (crente), ao meu entender: conseguir vencer o seu próprio desejo, mortificar-se e fazer a vontade de Deus, que muitas vezes vai contra nossos desejos carnais. Te pergunto uma coisa: quantas vezes você sabia que uma coisa era contra a vontade de Deus e você o fez assim mesmo? Quantas vezes você pecou, sabendo que aquilo era pecado?

Eu me vi e me vejo em situações assim com mais freqüência do que eu gostaria de admitir, e me preocupo muito com isso por que sei que com Deus não se negocia, muito menos pecados. Me vejo tanto nesta situação que já me questionei muitas vezes se sou realmente crente em Jesus, a ponto de entrar em uma crise tremenda de identidade cristã. O pecado faz isso, e é exatamente esse o objetivo de nosso inimigo. Por isso o pecado deve ser evitado a todo custo. E o que é pecado e o que não é pecado está bem claro na palavra de Deus (que muitos julgam ser produto da mente de homens, mas não é: é produto da mente de Deus).

Em uma conversa com meu antigo pastor Leandro, lhe expus este meu conflito, o qual ainda tenho carregado em meu coração como uma bola de espinhos que fura minha carne a cada movimento brusco. A resposta que ele me deu na época (e creio ainda ser a mesma até hoje) foi que eu sou crente sim, e que tal preocupação é a maior prova do meu amor por Jesus. Mas revelo que me sinto aflito e triste por não conseguir vencer algumas situações que gostaria muito de sobrepujar. Gostaria de ter uma vontade mais forte, se conseguir conter meus impulsos, de agir da forma que Deus deseja. Por que saber eu sei, mas fazer já não consigo tão bem...

Ainda busco, e vou continuar a buscar até o dia da minha ida à Deus, pelo meu aperfeiçoamento como crente, como filho da luz, como filho de Deus, pela sua graça e misericórdia. Espero veementemente que Jesus me perdoe pelos erros que cometi, cometo e ainda hei de cometer, e que me ajude a ser cada dia melhor para Deus, e que eu consiga cada dia mais deixar Cristo viver em mim. Sei que ninguém é completamente santo, que todos nós pecamos e que se nos arrependermos verdadeiramente e pedirmos perdão à Deus por Cristo Jesus, seremos perdoados. Mas como lidar com a idéia de que, talvez, eu tenha criado mecanismos subconscientes em minha mente para pecar, sabendo que depois me basta pedir perdão que tudo estará bem? Se isso for verdade, será a minha perdição, e devo combater tais instrumentos de alguma forma, me basta saber qual.

Me sinto pisando em terreno perigo, então vou parar por aqui. O que quero dizer é que estou tentando mudar e não tenho conseguido. O problema sou eu mesmo ou é algo fora de mim? Não me importa mais, desde que Jesus me permita mudar, mude meu querer, me perdoe e me ajude a ser uma pessoa melhor para Ele.

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