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6 de junho de 2008

EXAURIDO

Sinto minhas forças minguando. Não tenho dormido muito nos últimos anos, devido a ânsia de viver um pouco além da vida que levo no meu trabalho e nas minhas obrigações cotidianas. Assim, aquelas atividades das quais gosto acabam estendendo-se até a madrugada. Fosse só isso, tudo bem. Mas há mais. E este mais tem dois nomes: casamento e cachorro.


Casamento é comunhão. Não aquela comunhão superficial e artificial que eu vejo infelizmente nas igrejas. A comunhão do casamento é aquela que eu creio que Deus deseja a todos. A comunhão plena, das coisas boas e ruins, do suporte um ao outro, da compreensão, da luta e do dia-a-dia. Mas esta comunhão é pesada. Para uns mais, para outros menos, mas cada qual tem seu devido peso.


Cachorro... bem, cachorro para mim tem sido ligado a destruição, a problemas, a trabalho árduo de educação e ao exercício de uma paciência sem tamanho. Estou ficando exausto de acordar todo dia de manhã e descobrir mais uma coisa que ele destruiu, estragou ou sujou. Hoje de manhã ele havia pego uma almofada do sofá, e estava terminando de desfiar com a boca o forro do sofá. Já levou carão logo cedo e ficou lá, amuado na cama dele.


Muitas vezes me sinto só, e minha esposa que não me entenda mal, mas eu me sinto solitário por algumas vezes. Sinto que as coisas são desequilibradas, e não sei se é síndrome de coitado, mas eu sempre me vejo como aquele que faz os maiores sacrifícios, que tem o maior esforço, que segura a barra mais pesada.


Gostaria de dizer coisas diferentes. Gostaria de dizer que está tudo bem comigo, mas não está. Não é tristeza, nem melancolia, remorso, medo ou desgosto. É sono. É paciência se acabando. É um cansaço sem medidas que parece me colocar sob uma pressão terrível. É um soluço na escuridão, um nó na garganta, um suspiro de alento, um pálpebra trêmula, um movimento involuntário.


Quero minha cama, e a quero já.

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