Eu tinha alguma noção sobre o que provavelmente aconteceria, mas alguns eventos muito dramáticos eu nem sequer imaginava. Imagine que uma área de 800Km² em torno do ponto de impacto seriam totalmente devastadas, e que independente de onde fosse a queda, um tsunami global ocorreria, devastando todas as cidades costeiras.
Um pulso eletro-magnético inutilizaria permanentemente todos os componentes eletrônicos do mundo, de avançados computadores até as injeções eletrônicas dos carros. E então começaria a chuva. Uma chuva radioativa, tóxica e ácida devido à quantidade de detritos que o impacto teria arremessado na atmosfera.
Ai começaram a ocorrer as coisas que eu não sabia. Toda forma de vida que não tivesse encontrado um abrigo subterrâneo simplesmente morreria queimada. O que ocorreu é que, devido à grande quantidade de detritos arremessados pelo impacto na atmosfera, eles começaram a cair de volta no planeta. Mas a quantidade de detritos estava bem espalhada pelo globo (impedindo a passagem da luz do sol), e na queda, o material começou a queimar como qualquer outra coisa. Só que em uma escala dessas, esta queima elevará a temperatura da superfície da Terra a temperaturas extremas de até 300ºC, queimando todas as florestas e formas de vida desprotegidas no processo.
Quem tivesse sobrevivido a isso enfrentaria o inverso a partir de então. Depois do calor passar, a espessa nuvem de fuligem que cobriria todo o planeta impediria que a luz do sol entrasse, matando a pouca vegetação que teria sobrado dando lugar aos fungos, que cresceriam de maneiras nunca antes vistas, mas por pouco tempo. Sem aquecimento no planeta, uma nova era glacial se iniciaria, e seria muito mais intensa no centro das grandes massas de terra, ou seja: no interior dos continentes. Como a água retém temperatura, as regiões próximas ao mar (que haviam sido devastadas pelo tsunami) teriam temperaturas relativamente suportáveis, aonde os sobreviventes poderiam recomeçar a civilização.
As relações sociais seriam reestruturadas, levando a vantagem intelectual e técnica serem sobrepujadas pelas capacidades de sobrevivência básicas, como pesca, caça e força para proteger pessoas. A cooperação entre desconhecidos seria instintivamente vista como primordial, pois qualquer um compreenderia que sem cooperação não haveria sobrevivência.
O mais interessante é que, apesar de tudo isso, a humanidade teria uma grande base para não recomeçar do zero. As “ruínas” da civilização ainda teriam muito daquilo que é o bem mais precioso que se poderia preservar em uma situação como esta: conhecimento, seja em forma de livros, seja em mídia digital, cujos leitores, em um futuro não muito distante, poderiam ser arrumados ou re-fabricados.
O interessante é ver o que eu já imaginava: a humanidade entraria em pânico, e nenhum governo seria capaz de promover a retirada de toda uma nação, tão pouco seria capaz de dar a brigo adequado a todos. Como tentativas de retirada individuais tem uma probabilidade muito baixa de darem resultado, a maioria absoluta da humanidade sucumbiria. Mas assim como boa parte das formas de vida no mundo, não seria extinta. A natureza teria condições de se recuperar em um espaço de tempo muito menor do que o esperado, com um vigor inimaginável.
Para quem não sabe, Absinto é a "estrela" que o livro de Apocalipse diz que cairá na Terra no final dos tempos, após o toque da 3ª trombeta (seria a 3ª onda econômica que vivemos hoje?) tornando 1/3 das águas amargas (envenenamento radioativo/tóxico), matando aqueles que dela beberem.
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