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31 de março de 2009

O TRABALHADOR DO (MUITO PRÓXIMO) FUTURO

Este é o ASIMO, um robô desenvolvido pela japonesa HONDA. É um dos robôs de última geração, capaz de inúmeras proezas, como correr, pegar coisas, andar, dançar, etc.

Tem movimento finos nas mãos, o que lhe permite fazer atividades delicadas. E agora, pode ser controlado pelo pensamento. Pesquisadores conseguiram ler e traduzir pensamentos de um operador que ordenava que o robô fizesse algumas atividades simples, como levantar as mãos ou correr. Acredite: evoluir disso para uma gama enorme de movimentos finos não será tão demorado. Em breve um robô destes poderá não só captar este pensamento como também simulá-lo por conta própria, tornando-o um ser independente. A inteligência artificial existe a décadas. É o caminho para a singularidade.

Para muitas pessoas a idéia de que robôs possam substituir os humanos em atividades mais industriais já é aceite normalmente. Robôs na indústria automobilística ou em atividades de extrema repetição e periculosidade são até bem-vistas.

Mas poucos percebem que os robôs estão evoluindo a tal ponto que em muito breve terão a capacidade de substituir humanos em atividades consideradas mais humanas, como massagistas, cabeleireros, maquiadores, pilotos, empregadas domésticas, seguranças, policiais, médicos, professores... não é difícil imaginar um mundo aonde seus filhos aprendam em uma sala de aula aonde o professor é um robô programado com simulação de sentimentos, uma paciência infinita e técnicas didáticas constantemente aperfeiçoadas. Um professor com conhecimento de todas as matérias...

A preocupação que eu sempre tive e continuo a ter é: a demanda por empregos no mundo aumenta enquanto a taxa de natalidade aumenta e a de mortalidade cai. Temos cada vez mais pessoas no mundo e menos empregos. O que você acha que vai acontecer? A sociedade não será boazinha e dará auxílio às pessoas desempregadas. Estas sofrerão muito, porque o que a sociedade quer não é o bem-estar das pessoas, mas sim o lucro e as riquezas que elas podem gerar. Se a pessoa não é lucrativa, ela não é pessoa. Veja como os aposentados e desempregados são tratados atualmente e tire suas conclusões.

Li uma reportagem há alguns dias com o James Cameron, diretor de filmes como Exterminador do Futuro, Aliens, Titanic e outros. Ele criou a história do Exterminador do Futuro com base na cultura pop de ficção científica que ele mesmo consumia em sua adolescência. Disse ele que invariavelmente as histórias sci-fi que ele lia tinham grandes alarmes sobre a tecnologia, mostrando-a como uma faca de dois gumes e como ela sempre podia ser usada para acabar com a vida humana.

Neste aspecto o Exterminador, as máquinas e softwares inteligentes de Matrix e até os Cylons de Battlestar Galactica são arquétipos, representações deste mesmo alerta. Não significam necessariamente que robôs criarão inteligência e que um exército deles marchará para nos erradicar em uma guerra nuclear. Mas significa que a tecnologia pode ser nosso fim se deixarmos que ela seja usada da maneira equivocada, o que acabaria fazendo com que revoltas e conflitos se espalhassem pelo planeta inteiro não entre humanos e máquinas, mas sim entre humanos e humanos, ou entre pobres e ricos, entre incluídos e excluídos.

A culpa não é da tecnologia em si, mas da ganância do ser humano em maximizar vantagens e competitividade, e para isso, ter a melhor tecnologia sempre foi o fator fundamental na história de nossa raça.

Enquanto esta corrida não terminar, a humanidade correrá perigo. O problema é que, ao que parece, o ser humano é incapaz de viver sem correr. Ou pelo menos aqueles que determinam o ritmo da corrida não o são.

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