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6 de janeiro de 2006

KING KONG


Selvagem, brutal e assustador. King Kong é visto assim por todos, menos por aqueles poucos que conseguem ver dentro da besta um coração bondoso que tudo o que quer é a companhia de alguém que não o machuque. Ele é, na verdade, solitário. Por mais durão que pareça, ele se sente só e está cansado de lutar para sobreviver ao mundo louco que o rodeia.

Incompreendido, ele age de acordo com sua natureza selvagem e assusta a todos. O que as pessoas querem fazer com ele é matá-lo, por que tudo o que ele parece fazer é destruir o que encontra pela frente. As pessoas não o aceitam e não podem tolerá-lo. No máximo as pessoas lhe oferecem presentes para que ele fique em paz e não os amole.

Mas por que ele destrói o que encontra? Por que não está no seu ambiente natural ou por que é atacado primeiro. O que ele faz é reagir de acordo com o que é, nada mais. Então por que o tiraram de seu ambiente natural ou o atacaram? Por ganância, seja pelo desejo de dinheiro ou pelo desejo de poder, que no final é a mesma coisa. Ou por instinto...

Kong é então morto por ser quem é, o que representava uma ameaça. Sendo que tudo o que ele queria era uma companhia (nada de conotação sexual aqui) e um lugar seguro para ver o por do sol, comer bambu e dormir despreocupadamente. Kong tinha culpa por ser quem era?

Muitas vezes, isso também é tudo o que eu quero (eu troco o bambu por outra tipo de comida). Mas insistem em me tirar do meu ambiente natural e me colocam em situações em que tudo o que eu sei fazer é destruir o que está em volta.

Sei que sou humano e racional, e não um animal. Mas de certo modo, nunca serei domesticado...

Kong tinha culpa por ser colocado em uma situação em que fazia mal às pessoas à sua volta? Vejo a vida cada vez mais como uma queda de dominós. Se a primeira peça for derrubada, o restante cairá. Não quer que uma determinada peça caia? Não derrube a primeira... por que parar a reação em cadeia pode ser impossível.

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