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8 de fevereiro de 2012

LUZ E TREVAS


"Tormento de Santo Antonio" - Michelangelo

No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.

Gênesis 1:1-5

Dizem que no aspecto moral o mundo não é branco e nem preto, mas sim uma infinidade de tonalidades de cinza. Quando falam isso, querem deixar implícito que não existe o bem absoluto e nem o mal absoluto, e que portanto o conceito de Deus e de Satanás nada mais é do que um modelo simplificado, maniqueísta, sincrético e dualista da realidade.

É fato que todos nós, seres humanos, carregamos luz e trevas dentro de nós mesmos, portanto o conceito de "mundo cinzento" é real em parte. Uma capacidade tanto para as coisas boas quanto para as más faz parte de nossa natureza. Ninguém é 100% bom ou 100% mal. Mas há pessoas próximas aos extremos e todos sabemos bem disso.

A escolha do primeiro quadro de Michelangelo para ilustrar este post foi pensada com isso em mente: todos carregamos nossos próprios demônios e tormentos, mas pela graça de Deus, podemos superá-los.

Lendo hoje o trecho de Gênesis replicado acima, refleti sobre algumas coisas que não tinha refletido antes.

Deus criou tudo, e desde o princípio separou a luz das trevas, o bem do mal. Foi na verdade a PRIMEIRA COISA QUE ELE FEZ ao criar o mundo, ou seja, a realidade física e material.

Um pastor da minha igreja escreveu há pouco tempo falando sobre algumas coisas que devemos pensar enquanto lemos um texto bíblico a fim de melhor entendê-lo e melhor refletir sobre ele:
  1. O que esta passagem diz sobre a natureza de Deus?
  2. O que diz sobre a natureza humana?
  3. O que diz sobre como Deus se relaciona com as pessoas?
  4. O que diz sobre como eu poderia orar?
  5. O que isso sugere sobre como eu poderia agir?

Tendo isso como critério cheguei a uma conclusão: Deus deu um exemplo.

Separar o bem do mal, a luz das trevas, deve ser PRIORIDADE na vida de quem crê e busca ao Senhor. Luz e trevas existem em conjunto, seja no mundo, seja dentro de nós mesmos, mas um é bom e o outro não. Deus não disse que as trevas deveriam deixar de existir, Ele apenas indicou que mesmo elas existindo, a luz é boa. Deve-se procurar a luz portanto, ou seja, as coisas boas diante de Deus, antes de mais nada, mesmo que ainda haja trevas. E que luz é essa?

E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus. Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.
João 9:1-5

Oro pedindo forças e fé para buscar apenas o que é bom, justo e agradável a Deus, e mesmo com tantas trevas dentro de mim, oro para que a luz seja mais abundante, a saber, as atitudes, pensamentos e ações de Jesus Cristo fluindo tão naturalmente em mim que Ele viva de fato em mim.

Procurar aplicar com ações práticas e cotidianas esta busca, procurar me separar das trevas que há dentro e fora de mim e ficar na luz de Cristo o máximo possível, pela misericórdia de Deus, sabendo que a salvação não virá por meio de qualquer bondade ou boa obra que eu faça, porque ela não pode ser conquistada ou comprada, mas sim dada pela graça de Deus, aceitando-se o sacrifício de Jesus Cristo na cruz do calvário.

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