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Os fariseus e alguns dos mestres da lei, vindos de Jerusalém, reuniram-se a Jesus e viram alguns dos seus discípulos comerem com as mãos "impuras", isto é, por lavar. ( Os fariseus e todos os judeus não comem sem lavar as mãos cerimonialmente, apegando-se, assim, à tradição dos líderes religiosos. Quando chegam da rua, não comem sem antes se lavarem. E observam muitas outras tradições, tais como o lavar de copos, jarros e vasilhas de metal. )
Então os fariseus e os mestres da lei perguntaram a Jesus: "Por que os seus discípulos não vivem de acordo com a tradição dos líderes religiosos, em vez de comerem o alimento com as mãos ‘impuras’? "
Ele respondeu: "Bem profetizou Isaías acerca de vocês, hipócritas; como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens’. Vocês negligenciam os mandamentos de Deus e se apegam às tradições dos homens".
E disse-lhes: "Vocês estão sempre encontrando uma boa maneira para pôr de lado os mandamentos de Deus, a fim de obedecer às suas tradições!
Marcos 7:1-9
O ser humano gosta de se prender a coisas pequenas que ele mesmo inventa, acreditando que elas são grandiosas. O desejo de Deus e a mensagem de Jesus são de uma simplicidade incríveis, mas gostamos de criar adendos e enfeites. É dar importância justamente ao que não é importante. Como já disse antes, o ser humano só sabe dar valor ao que é complexo. A simplicidade é sistematicamente desvalorizada em praticamente todas as esferas porque a simplicidade promove o entendimento e não é interesse de muitos que haja entendimento. As pessoas querem ser desafiadas intelectualmente, mas não entendem que Deus, ao mesmo tempo que é o grande mistério do Universo, é também sua solução, e que Ele não deseja nos desafiar, mas sim nos amar e salvar de nós mesmos.
Deus não quer de nossa parte nenhuma religiosidade. Não espera e nem deseja que adotemos atitudes ritualísticas com Ele. Dogmas, tradições e rituais dos mais diversos são invenções humanas, não divinas. Tentativas de compreensão e principalmente de controle de uma situação (ou pessoas). Obviamente desnecessárias já que o relacionamento que Deus deseja ter conosco é, como disse antes, simples demais. Sem intermediários. É amor, comportamento, motivação. É se importar. É aquilo que nos leva a fazer o que fazemos. É a centelha que nos impulsiona adiante e o que da significado a tudo. É desprendimento e doação. É Jesus.
A força cultural do ser humano é uma coisa natural, uma manifestação de nossa criatividade natural dada por Deus e impulsionada por necessidades psicológicas naturais do ego, junto a necessidade de realização de inúmeras tarefas na vida, como comunicar-se, comer, dormir, trabalhar, estudar, se divertir. Vivenciá-las não é portanto errado. Mas dar a elas características divinas e dotá-las com autoridade religiosas é.
No trecho citado no início desta reflexão, os fariseus acham que o fato das pessoas não lavarem as mãos antes de comer fazem delas menores do que eles próprios perante Deus, já que não obsevam uma regra que eles inventaram. É um exemplo bastante simplista que pode ser expandido a muitas outras situações onde uma pessoa julga a outra com seu peso e medida particulares. Coisa que Jesus condena.
Lavar as mãos naquele caso não era algo errado (pelo contrário, é higiênico e faz bem a saúde) mas o fato de lavá-la ou não não possui absolutamente nenhuma relevância para Deus quanto ao nosso relacionamento pessoal com Ele.
O que Jesus condena com veemência é essa troca de valores: darmos mais importância para essas besteiras que inventamos do que ao núcleo simples de ensinamentos e práticas Ele mesmo nos dá, o que é obviamente loucura, pois o que somos e podemos fazer que sequer chegue perto deas coisas que Deus nos provê?
Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera. Saíste ao encontro daquele que se alegrava e praticava justiça e dos que se lembram de ti nos teus caminhos; eis que te iraste, porque pecamos; neles há eternidade, para que sejamos salvos? Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam. E já ninguém há que invoque o teu nome, que se desperte, e te detenhas; porque escondes de nós o teu rosto, e nos fazes derreter, por causa das nossas iniqüidades.
Isaías 64:4-7
Buscar cada vez mais separar a doutrina dos homens da doutrina de Jesus é minha meta. Me importar, seguir e viver esta doutrina de Cristo o melhor que eu puder, minha oração e desejo concientes.
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