Pacientes deprimidos podem processar sentimentos de ódio de forma diferente FONTE: SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL |
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Os resultados mostram que pessoas
deprimidas têm anormalidades no chamado "circuito do ódio" no cérebro.
Normalmente, a atividade cerebral está em funcionamento nas três regiões
do circuito, mas em pacientes deprimidos, a atividade nessas regiões
fica fora de sincronia, segundo o pesquisador Jianfeng Feng, da
University of Warwick, no Reino Unido.
Estes níveis de atividade diferem no que os investigadores chamam de "desacoplamento" do circuito, o que pode explicar o sentimento de auto-desprezo das pessoas deprimidas. Elas não conseguem lidar adequadamente com os sentimentos e, consequentemente, desenvolvem raiva de si mesmas e se retiram de situações sociais, explicam os pesquisadores. No entanto, é necessário que ainda sejam feitas muitas pesquisas para mostrar conclusivamente que pacientes deprimidos, de fato, tenham problemas com o controle dos sentimentos de ódio, ligados a este circuito cerebral. Os pacientes do estudo não estavam fazendo nada em particular enquanto tiveram seus cérebros escaneados, por isso é impossível saber quais eram seus sentimentos na época. Além disso, não está claro se as anormalidades cerebrais são uma causa ou uma conseqüência da depressão, disse Feng ao MyHealthNewsDaily. Imagens do cérebro No estudo, os pesquisadores analisaram os cérebros de 39 pacientes deprimidos e 37 pessoas saudáveis usando ressonância magnética funcional (fRMI). Os pesquisadores usaram os exames para criar mapas de redes no cérebro. Eles descobriram que o “circuito do ódio”, que consiste no giro frontal superior, ínsula e putâmen do cérebro, foi dissociado em pacientes deprimidos. “O método utilizado neste estudo para analisar o cérebro é animador”, disse Angela Laird, professora associada de radiologia da University of Texas Health Science Center, em San Antonio. Os pesquisadores estavam tentando olhar para a chamada "conectividade funcional" do cérebro, isto é, as interações entre as regiões cerebrais durante o curso de uma determinada tarefa, ou em repouso, segundo Laird. Este método permite que os pesquisadores examinem cerca de 100 regiões do cérebro, em vez de apenas oito ou dez regiões que antogamente eram possíveis de ser examinadas. Críticas No entanto, segundo Laird, ela está "menos entusiasmada" com as conclusões dos pesquisadores provenientes sua descoberta. "Eles fizeram uma ligação muito direta" entre os padrões de atividade cerebral que viram e sua conclusão de que o "circuito do ódio" é desacoplado. O circuito do ódio, que foi identificado em 2008 por Semir Zeki, da University College London, está associado a outras tarefas, para Laird. Na verdade, acredita-se que duas das regiões do cérebro no "circuito do ódio" também estão relacionadas a sentimentos de amor. Laird afirmou que vê problemas com a prática da rotulagem de um conjunto de regiões do cérebro como um circuito específico, como o "circuito do ódio." Segundo ela, esta prática "tenta reduzir e simplificar funções muito complexas associadas a um conjunto de regiões ainda mais complexas do cérebro a meia dúzia de palavras”. Embora as novas tecnologias tenham avançado na nossa forma de analisar o cérebro, os nossos métodos para interpretar os resultados do estudo não alcançaram o mesmo nível, disse Laird. No próximo estudo, os pesquisadores disseram que pretendem não mostrar imagens de objetos ou pessoas que os pacientes deprimidos não gostam enquanto seus cérebros são escaneados, disse Feng. O estudo foi publicado no dia 4 de outubro na revista Molecular Psychiatry. |
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