Pesquisar

1 de maio de 2011

VIDA DE CONFLITOS


Estou de saco cheio da vida. Sério. Não quero mais vivê-la.

Não é fatalismo meu não. Não é reclamação meramente. Não é uma tentativa de chamar a atenção. Não é uma declaração de suicídio. Não é uma tentativa de te fazer sentir pena de mim, porque eu sei que na verdade você nem sabe quem eu sou, ou se sabe, está cagando e andando para o que eu penso ou deixo de pensar, ou se eu sofro, já que meu sofrimento não lhe diz respeito e é ainda por cima ridículo e digno de indiferença por não ser algo realmente sério (para você, porque pra mim é muito sério).

Esta é a simples percepção de que a vida é bela demais, cheia de coisas maravilhosas e interessantes, e de possibilidades infinitas de felicidade e realização... desde que eu concorde com os outros. Só que como isso nunca ocorre, nada mais me resta.

Eu quero dizer aqui, diante de Deus e de quem mais lê este blog que minha queda existencial é imparável, e eu joguei a toalha na luta de tentar me salvar (mesmo porque só Jesus salva, mas é melhor eu ficar quieto porque pode ser que você não concorde com isso e faça questão de me dizr isso e querer reforçar que eu sou idiota por acreditar nisso), e nada menos do que um milagre divino de Jesus Cristo pode me salvar do inferno existêncial no qual eu me enfiei e não consigo sair.

Desisti de tentar aceitar o mundo como ele é. Desisti de me sentir culpado porque minha forma de pensar não é a forma com que a maioria das pessoas pensa. Desisti de tentar explicar o que penso e porque penso. Desisti de pensar que quando me ofendo com alguém a culpa é minha mesmo. Não aguento mais defender teses e pontos de vista, ou de me sentir culpado, inadequado, incorreto, inapropriado e indesejado. Desisti de me justificar. Desisti de tentar fazer os outros verem como eu vejo. Isso é impossível. Nem eu me entendo, e vejo todas as pessoas que tentam me contra-argumentar como arrogantes e com um objetivo sórdido de me fazer sofrer e dar um passo a mais em direção ao fim. É, ao fim. Você sabe do que eu estou falando.

Discutir e debater me ferem a alma, não importa se é sobre futebol, sobre Jesus ou sobre filosofia ou mercado de trabalho. Qualquer coisa que renegue o que eu acho me fere. Pode me chamar de egoísta e arrogante. Mas estou vivendo um período aonde preciso de certezas, e tudo o que fazem comigo é destruir as poucas que eu tenho e me deixar caíndo em um abismo infinito.

Não suporto mais essa coisa toda de ser uma pessoa equilibrada, aberta ao diálogo, ao debate, em busca de enriquecer sua visão de mundo, de abraçar a diversidade, de ser "humilde" e reconhecer que nada sabemos. Ninguém nunca sabe nada e abrir mão do meu nada para aceitar outra parte de nada continuará a me deixar com nada.

Os motivos que me levam ao isolamento cada vez maior em minha vida (eu já não suporto nem ver minha familia que era a única coisa que eu tinha) é que toda vez que eu estou com pessoas, sofro como se estivesse sendo espancado. Me sinto inferiorizado porque não importa o que eu penso, estou errado. Não vem ao caso a minha opinião, ela é ridícula. Não interessa o que eu penso, minha lógica é equivocada e incorreta. Eu sou um imbecil que nunca deveria abrir a boca. Sou um idiota que deve ser corrigido a todo instante. A criança tola que não tem maturidade para compreender as idéias adultas. O adolescente revoltado que acredita em proto-filosofias de internet.

Porra, pra que diabos eu quero continuar a viver assim? Porque eu deveria ter vontade de continuar adiante se não importa o que eu faça, será uma merda? Por que tentar emagrecer? Por que querer me tratar de meus problemas de saúde? Por que me relacionar com pessoas? Por que levantar da cama todo dia de manhã e ir trabalhar para ter dinheiro para comprar comida e pagar as contas da casa e me divertir? Por que ter uma casa? Por que me divertir? Por que viver? Pra que ter que perder 10 coisa para ganhar uma? Por que ter que fazer tudo o que eu odeio, já que eu odeio tudo?

Não sei porque Deus me mantêm vivo. Sei que Ele não quer que eu sofra, mas então porque sofro? Já assumi que não é por minha própria causa. É pela causa de outra pessoa. É para ajudar alguém.

Sou como um riacho que impede formigas de avançar no terreno de alguém e ao mesmo tempo sustenta peixes. O riacho não existe por si só, existe por causa das formigas e dos peixes. Eu sou o riacho e o que o riacho pensa não importa desde que ele continue a ser o riacho.

Estou de saco cheio de ser o riacho, a ponto de achar que seria melhor secar e não ser nada.

0 comentários: