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28 de agosto de 2006

FUGA


Tenho andado um pouco distante. Me sinto como que desligado, flutuando, desconectado de tudo e todos. É quase como se eu estivesse entrando em uma dimensão paralela que só a minha mente toca. Uma verdadeira fuga da realidade. É o que ocorre quando as coisas não estão ou não parecem estar boas. É o que ocorre quando, não importa para que lado se olhe, tudo parece me cansar, irritar e desesperar. Estou enfadado de tudo.

A miniatura de uma Honda F6C amarela em minha mesa me faz escapar. Sinto minha mente deslizar em uma sensação de amortecimento e letargia. Logo estou andando nesta motocicleta por uma estrada costeira. Posso sentir o vento em meu rosto, e o sol brilhando sob minha cabeça. Ao lamber meus lábios, sinto aquele gosto salgado que o ar perto do mar possui. Não me surpreendo ao ouvir gaivotas e maçaricos voando pela encosta.

Mais adiante a noite cai. Chego em uma casa à beira-mar, e ali há paz. Ascendo uma fogueira na praia e fico ali, olhando o céu mais estrelado do mundo. Adormeço sem preocupações e acordo com o nascer do Sol mais belo que Deus já pintou.

Pego minha moto e volto pela estrada até minha mesa, e me deparo com a realidade da qual aparentemente escapo de vez em quando. Mas fico aliviado de saber que aquela estrada, aquela casa e aquele céu estrelado estão dentro de mim, esperando minha visita. Assim como Cristo.

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