Ontem teve início, na Record, a exibição nacional da minissérie “The Bible”, uma produção moderna da TV norte-americana que visa exibir as principais passagens das escrituras da melhor forma possível, visto que exibir tudo o que as escrituras trazem em episódios de uma hora de duração é algo humanamente impossível.
Assim, dividido em 10 episódios, a série começa mais ou menos pelo início, com a primeira aliança que Deus faz com um homem, a saber, Abrão (mais adiante renomeado para Abraão).
O interessante é que, com uma boa produção, ver a mesma história na TV leva a outros tipos de reflexão. A primeira delas é que nem todos naquela época eram crentes. É interessante observar que muitas pessoas descritas na Bíblia sequer acreditavam em Deus, e muitas eram crentes nominais, que se revelavam quando um problema real surgia e sua fé precisava ser praticada.
Abraão fala a sua família que Deus falou com ele (prometendo terras e descendência). A reação dos atores foi interessante, demonstrando a descrença deles diante do exposto. Deus? Por que Deus falaria com ele? Estraria Abraão louco?
Descrentes, ainda assim o seguiram, provavelmente por ser ele um líder. Logo houve diversas divisões e dores devido basicamente a falta de fé daqueles que com ele estavam. Inclusive sua esposa, Sara, arrumou sua serva Hagar para ter um filho com Abraão e depois se comportou de forma ciumenta e magoada, inclusive fazendo Abraão mandar a mulher e o filho embora, para o deserto, após Isaque nascer.
Depois disso, quando Isaque cresceu e Abraão foi impactado pelo pedido de seu sacrifício por Deus, e ele levou o garoto disposto verdadeiramente a sacrificá-lo, mesmo com profunda tristeza e sofrimento por ter que matar seu único filho – uma apologia ao sacrifício que o próprio Deus faria séculos depois por meio de Jesus – Abraão demonstrou fé ao realmente estar pronto para tal ato, do qual foi poupado por Deus em cima da hora.
E ai, outra reação que julgo bastante humana demonstrada pelos atores, foi que Sara sentiu ódio de Abraão por ele ter estado disposto a matar seu único filho em sacrifício a Deus. Não sei se ela teve maturidade espiritual para entender o que Abraão fez ali, mas a alegoria é interessante.
Quando ouvimos a voz de Deus (ou seja, quando lemos as escrituras, oramos, descobrimos a sua vontade para nossas vidas e passamos a nos comportar segundo esta vontade) as pessoas a nossa volta acham que estamos loucos, que somos estúpidos. É a loucura da salvação citada por Paulo.
E então, quando sacrificamos aquilo que mais amamos – quando conseguimos – por ser o correto perante Deus, algumas pessoas nos odeiam, mesmo as mais próximas.
Assim, a história de Abraão me fez refletir que nossa relação com Deus é de fato pessoal, e não pode depender do entendimento de ninguém externo. Não se deve esperar que entendam, nem que aceitem, nem que nos sigam, nem que nos amem. É impossível agradar a Deus e aos homens ao mesmo tempo. E disso seria falado mais adiante nas escrituras, que não podemos ter dois senhores.
O próximo capítulo será sobre Moisés. Espero conseguir assistir. Creio que novas reflexões surgirão, já que a minissérie realmente é muito boa.
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