Rokuonki, dentro do templo Kinkakuji - ou simplesmente "O Templo Dourado" em Kyoto |
Entre os dias 02 e 13
de julho de 2013 eu e minha esposa realizamos um grande sonho em
nossas vidas e visitamos o Japão na melhor viagem que já realizamos
até aqui. O país é muito mais do que esperávamos. Beleza natural
e urbana estonteantes, organização social e urbana impecáveis,
educação social incrível, simpatia do povo, música, TV, animações
e cultura em geral de 1ª qualidade, infraestrutura turística e de
mobilidade de cair o queixo, cidades bem planejadas, segurança em
todos os lugares, comida maravilhosa, e CALPIS (uma bebida
deliciosa)... enfim, um país que beira a perfeição – há os
terremotos e a pressão social por perfeição que leva muitos lá a
depressão é claro, mas é o preço a ser pago por todo o resto,
imagino.
Quanto a pressão
social, a impressão que eu tive foi diferente. Andei de trem em dias
de semana em horários de ida e volta ao trabalho de muita gente.
Andei pelas ruas de Shibuya e Nakano em Tokyo em horários de grande
movimento, andamos por templos lotados de pessoas e espaços públicos
diversos em várias cidades. A maioria das pessoas me pareceu “de
boa”, ou seja, sem tristezas ou depressão – na verdade até
animadas - por causa de trabalho ou estudos. Havia muita gente
passeando, muita gente curtindo a vida – mesmo indo trabalhar ou
estudar - sabendo respeitar muito as demais pessoas (silêncio nos
trens e locais públicos, nada como aqui no Brasil com gente idiota
ouvindo música alta).
Todaji, ou Templo do Grande Buda, em Nara |
Seja antes da ida ou
depois do meu retorno, muita gente me perguntou porque eu queria ir
para o Japão, e mesmo agora, quando falo que fui para lá, sempre me
dizem algo como “que viagem diferente”.
De fato, a maioria das
pessoas que fazem “grandes viagens” em suas vidas normalmente
falam que foram ao mesmo destino: Europa. Alguns fogem do padrão e
falam que foram para os EUA, Canadá, México ou para outros países
da América do Sul como Argentina ou Chile. Mas são muito poucos os
que falam que foram para o Oriente de uma forma geral – seja o
Oriente Médio ou para a Ásia, ficando a Oceania como principal
destino pelo fato do inglês ser a língua nativa desses países, ou
Israel por viagens missionárias.
Gosto de pensar que
falam isso pelo fato do Japão – o Oriente em geral - ser
extremamente distante de nós aqui do Brasil, e ser muito caro ir até
lá – fomos de classe econômica e ainda assim gastamos tudo o que
tínhamos, não sobrou nada e nossas economias se foram.
Digo que gosto de
pensar assim porque as vezes tenho a impressão que as pessoas na
verdade pensam que o Oriente, Ásia e o Japão não são
interessantes, o que seria de uma ignorância imensa: são países
extremamente ricos culturalmente (e alguns como o Japão são
economicamente também), com muitas diferenças quanto ao ocidente é
verdade, mas justamente por isso são extremamente interessantes. Sem
contar que muitas de suas diferenças são – na minha opinião
pessoa – para melhor. Muito melhor.
Não é de hoje que eu
sou admirador da cultura japonesa. Um dos primeiros posts desse blog,
de muitos anos atrás, fala justamente de animes, algo pelo qual sou
apaixonado até hoje e pelo visto sempre serei. Animes e a culinária
foram minha porta de entrada para a cultura japonesa e minha grande
admiração por este povo, o que foi extremamente intensificada com
minha viagem. Hoje tenho mais admiração por eles do que nunca. Até
mesmo vontade de aprender japonês me surgiu e ainda perdura. Quem
sabe, quando minha pós terminar, não faço aulas com a sensei de
minha esposa?
Japoneses e orientais
em geral – e isso inclui os povos árabes – tem muitas
qualidades, e na minha opinião esse é um dos fatores que tem feito
o oriente ressurgir como potência, levando a liderança do poder
político e econômico do mundo para lá novamente depois de muitos
séculos. Mesmo os orientais que moram fora de seus países de
origem, ou descendentes destes que preservam sua cultura em outros
países como é o caso dos japoneses no Brasil se destacam
positivamente. Japonês no Brasil tem fama de inteligente, competente
e eficiente não é a toa.
Osaka-Jo - Ou Castelo de Osaka, em (adivinhe só) OSAKA! |
Outros podem pensar que
ir para o Japão ou oriente é complicado por causa do idioma. É
verdade que a maioria dos japoneses não fala inglês – e os que
falam, não falam muito bem – mas isso não é nenhum impeditivo,
pois você consegue se comunicar com eles de várias outras formas,
por mais estranho que isso possa parecer.
Eu estava em Tokyo, em
um combini, e um cara viu minha camiseta com o logotipo do McDonalds
(na verdade estava escrito MACAXEIRA abaixo, é uma camisa que me
trouxeram de Natal) e puxou papo! Conseguimos conversar, acredita? E
eu não falo praticamente nada de japonês.
Eles tem uma atitude de
querer entender o que os estrangeiros falam, então isso facilita
tudo, até com mímica. Sem dizer que placas e mapas estão sempre em
japonês e inglês. E tudo é organizado, e limpo, e seguro, e
eficiente, e bonito... a estética é algo tão importante e natural
na cultura japonesa que eu nem sei se eles pensam em fazê-la ou se
isso já é algo orgânico, que eles fazem inconscientemente.
Bem, eu poderia
escrever paginas e páginas sobre o Japão e o assunto não se
extinguiria. Foi maravilhoso, e isso resume bem tudo. É uma viagem
que recomendo a todos. O Japão e o povo japonês são maravilhosos.
Um dia, se possível, eu volto.
Cruzamento no bairro de Shibuya, em Tokyo |
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