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3 de maio de 2012

MUDANÇAS E LIMITAÇÕES

Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nele não há treva alguma. Se afirmarmos que temos comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andamos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós.
1 João 1:5-10

Que confusão que é esse trecho. Para mim, sempre foi a representação de um paradoxo.

Se andamos nas trevas não temos comunhão com Deus e o sangue de Jesus não nos purificou. Por outro lado temos que afirmar que somos todos, sempre, pecadores. Caso contrário estaremos afirmando que Deus é mentiroso, porque Ele já afirmou que somos todos pecadores.

Para mim pecar e andar nas trevas era a mesma coisa e portanto afirmar que somos pecadores implicaria automaticamente dizer que nunca poderemos ter comunhão com Deus, pois significaria que andamos nas trevas e as trevas não tem comunhão com a luz que é Deus.

Hoje penso de outra forma: o reconhecimento do pecado e do que ele significa é a chave.

É impossível deixarmos de sermos pecadores, por mais antagônico que isso seja com nossa vontade de servir ao Pai e de sermos salvos por Cristo. Reconhecendo o pecado, reconhecemos o erro perante alguém maior do que nós: Deus, que quer submissão, mas mais que isso, quer amor. Ele não quer que deixemos de pecar apenas para exercer poder sobre nós, mas porque nos ama, sabe que o erro gera sofrimento, e quer o melhor para nós, e quer que entendamos e reconheçamos isso.

Desta forma o fato de sermos pecadores não impede de forma alguma nossa comunhão com Deus, mas a falta de reconhecimento de nossos pecados sim. Mesmo porque reconhecer o pecado implica em uma luta interna para não mais cometê-lo, para transcender uma condição atual, e é essa luta que chamamos de santificação que Deus quer que lutemos em honra e glória dEle.

O poder para superar o pecado não habita em nossa natureza, mas sim na nova natureza que Deus nos dá quando o reconhecemos em Jesus e o aceitamos como nosso salvador. A glória não é nossa, mas de Deus. Ninguém se salva por si mesmo, nada do que possamos fazer nos levará a uma condição melhor perante Deus, só a aceitação do sacrifício de Jesus na cruz o faz, porque aceitar isso significa que entendemos que nem para nos salvar somos capacitados. De tudo dependemos de Deus. Tudo.

Não podemos negar portanto que pecamos. Nos envergonhamos, mas não devemos esconder nossos pecados (muito menos de Deus ou de nós mesmos). Devemos viver e experimentar suas consequências, porque a luz os revelará de uma forma ou outra. E devemos então lutar contra estes pecados, e sermos purificados aceitando que o sacrifício para a expiação dos mesmos já foi consumado na cruz.

O presbítero ao amado Gaio, a quem amo na verdade. Amado, oro para que você tenha boa saúde e tudo lhe corra bem, assim como vai bem a sua alma. Muito me alegrei ao receber a visita de alguns irmãos que falaram a respeito da sua fidelidade, de como você continua andando na verdade. Não tenho alegria maior do que ouvir que meus filhos estão andando na verdade.
3 João 1:1-4

Isso complementa a idéia anterior. Não é só o apóstolo que se alegra com isso, mas também Deus.

Ele se alegra quando andamos diante da verdade, que é Ele próprio; o reconhecimento de sua soberania e da necessidade de desempenharmos ações, palavras e pensamentos que dêem testemunho de tal verdade. Se alegra quando mesmo pecando reconheçamos tal pecado e pedimos verdadeiramente perdão, e lutamos para não cometê-los mais por amor a Deus.

Nem sempre o ser humano anda diante dessa verdade, mas é o que Deus deseja de nós. Que o adoremos, que o reconheçamos como Deus de fato, que lutemos pela santificação, que nos reeduquemos constantemente de acordo com os valores que Ele coloca como corretos, que nos moldemos cada vez mais a Jesus.

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