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12 de janeiro de 2012

REDES SOCIAIS:POR QUE E PARA QUE?


Ontem eu li uma matéria bastante interessante falando sobre as redes sociais e como elas estão atingindo o ponto de saturação, ou seja, se tornando presente na vida de todas as pessoas do mundo. A matéria pode ser acessada pelo link http://www1.folha.uol.com.br/tec/1032095-redes-sociais-estao-mais-perto-do-limite.shtml

Algumas coisas me chamaram a atenção.

  1. O conceito de "compartilhamento sem esforço", onde as pessoas podem compartilhar diversas coisas sem ter que de fato entrar na rede social e compartilhar isso. Por exemplo, escrever este post neste blog e ao publicá-lo, automaticamente ocorrer uma publicação na minha rede social informando que eu publiquei algo novo, com o link para o acesso.
  2. Mais vida real, ou seja, o compartilhamento de informações do cotidiano da pessoa, como o que ela comeu, onde esteve (o Foursquare já faz isso com o GPS do celular de seus membros), por onde andou, com quem, etc. Agregado ao conceito de compartilhamento sem esforço, possivelmente.
  3. Vinculação de dispositivos inteligentes, onde tudo o que houver a sua volta estará ligado às redes sociais de alguma forma. O exemplo da caixa de cereal que pede a compra de uma nova ao detectar que o cereal está acabando e publica a aquisição de uma nova caixa por você nas redes sociais é o melhor exemplo.

Eu não sei você, mas quando eu falei destas coisas com meu irmão ele se lembrou imediatamente do filme "Minority Report", com Tom Cruise, dirigido por Steven Spilberg. Se você não assistiu ao filme (eu recomendo, é um bom filme), deixe-me lhe contar algo que não vai estragar a história:

No futuro as pessoas andam de um lado para o outro e há sensores de retina espalhados em absolutamente TODOS OS CANTOS. Toda a vida das pessoas é registrada e compartilhada de alguma forma, e elas são identificadas pela leitura de sua retina. Há painéis ultrafinos (como papel) também em todos os cantos (paredes, jornais, trens, carros), então quando a pessoa passava diante de um leitor de retina desses, o equipamento a identificava, varria suas preferências em alguma base de dados (uma rede social) e então fazia uma chamada publicitaria específica para a pessoa. Se a pessoa costumava comprar carros vermelhos em sua vida a rede sabia disso, e uma propaganda de um novo carro vermelho era publicada para a pessoa imediatamente, chamando-a pelo nome, citando eventos do seu passado, como por exemplo: "Olá João! Quando você comprou aquele Celta e depois de 3 anos o trocou por aquele Honda City você não sabia, mas a Volks estava preparando o novo Jetta! E o Jetta vermelho está maravilhoso! Olhe só como ele é espaçoso, e como seu vermelho é de uma tonalidade que você gosta."

Você pode achar isso exagero. Eu achava, mas na verdade não é. É exatamente para uma sociedade assim que as coisas estão caminhando. O próprio Governo Brasileiro está engajado no programa de Banda Larga Popular (de olho na possibilidade de criar uma série de serviços on-line automatizados que vão ajudar a aumentar por exemplo a arrecadação de impostos, ou a prestação de serviços on-line).

Em alguns anos não haverá mais casas sem acesso a Internet. Arrisco em dizer que em um futuro não muito distante o acesso será 100% wi-fi de banda bem larga presente em todo canto, porque tudo vai depender do acesso que as pessoa terão à Internet e ao compartilhamento de sua vida na rede. Comprar, vender, se relacionar, tudo vai passar por ela. Tudo o que você fizer será publicado nas redes sociais, e estas informações serão usadas por alguém com uma finalidade bem específica. Te vender algo, te vigiar "para o seu bem", registrar o que você faz, quando, como, e usar algoritmos sofisticados para estabelecer padrões de comportamento para todos, prevendo ações por meio de conceitos psicológicos e estatístisticos. Acredite, vivemos em uma época onde o conceito de privacidade está desaparecendo e se tornando obsoleto. O sistema não quer mais que você tenha privacidade. E fizeram você comprar esta idéia e pensar que é uma coisa legal.

Minha esposa me lembrou de Andy Warhol e seu conceito de que "um dia, todos terão direito a 15 minutos de fama". Nos questionamos sobre o que ele queria dizer com isso. A maioria das pessoas associa sua frase a questão das celebridades instantâneas, mas nós pensamos diferente, e talvez Warhol não quisesse falar sobre celebridades de fato (mesmo que instantâneas) mas sim de TODO MUNDO. Há um desejo egocêntrico intrínseco a todos nós em sermos famosos, em sermos importantes e especiais para nós mesmos e para as pessoas a nossa volta. Com a Internet, as pessoas a nossa volta hoje são todo mundo.

Olhe as redes sociais, olhe o perfil e seus amigos e desconhecidos, pessoas comuns que tem seu cotidiano tão comum quanto o nosso publicando coisas sobre sua vida que simplesmente não interessam a muita gente (e muitas vezes, não interessam a ninguém). As pessoas praticamente imploram por atenção. "Olhe o que eu fiz que legal! Olhe o que eu escrevi! Olhe as músicas que eu ousso! Leia minha opinião sobre tal assunto! Olhe, eu sou crente! Olhe, eu sou ateu! Eu gostei do que você escreveu! Eu não concordo com você e você é idiota por pensar assim! Eu visitei o Habibs da rua tal 100 vezes este mês! Eu sou usuário premium do site X! Olhe o vídeo que eu postei do meu cachorro dormindo! Olhe pra mim! Olhe quem eu sou! Olhe como eu sou interessante! Olhe como eu sou intelectual/bonito/forte/inteligente/engraçado. OLHE PARA MIM!!!".

O mundo vive uma crise. Quando eu falo o mundo, estou falando do ser humano. Há uma crise intensa em pleno andamento e eu não estou falando da crise econômica, mas sim da crise que dá origem a todas as crises: a crise existencial.

O mundo pós-moderno é um mundo em crise existencial. Todos os dogmas, todas as certezas do mundo estão sendo constantemente questionadas. O que antes era chão firme tornou-se areia movediça. Ter certezas hoje em dia é sinal de ignorância. Não ter certeza de nada é sinal de inteligencia. Mas sem certezas, sem verdades nas quais se basear, o ser humano vive em crise. O ser humano é fatalista. Ele precisa ter as razões e motivos. Ele precisa saber o por que e o para que. Ele precisa ordenar e entender as coisas para se sentir bem.

O problema todo com as redes sociais é este: por que escancarar-se para o mundo todo? Para que se quer tanta atenção? Por que estamos deixando de nos ver pessoalmente para nos vermos apenas por meios remotos? Por que estamos mudando de um mundo analógico privado para um mundo cada vez mais digital compartilhado? Por que realmente queremos ou por que estamos sendo levados a acreditar nisso?

Um pouco de cada. A fome por atenção que todos nós temos está sendo alimentada com uma finalidade comercial, de controle e de desvio de comportamento e pensamento. Nosso egocentrismo está exacerbado, nosso conceito próprio totalmente corrompido, nossa compreensão do mundo embaçada, nosso propósito indefinido. O Deus de nossos pais é exatamente isso: o Deus de nossos pais, não o nosso. As pessoas não querem mais acreditar nEle, porque Jesus é uma certeza e qualquer certeza é inexistente, sendo portanto falácia e arrogância (o interessante é: na própria Bíblia há muitos exemplos no antigo testamento do povo tendo o mesmo comportamento, as consequências deste comportamento e o que acabava acontecendo: o povo se arrependendo e voltando a reconhecer a existência e soberania de Deus).

Muita gente não acredita mais em Deus, quanto mais em Jesus Cristo. Mas muita gente acredita nelas mesmas. Passaram a idolatrar-se. As pessoas não amam mais, apenas querem ser amadas. As pessoas não querem mais se doar, mas sim que os outros doem-se a eles. Tudo se resumo ao EU. Tudo se resume ao EGO. E isso vai totalmente contra o que Jesus nos pede: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a você mesmo.

Toda vez que eu reflito sobre o mundo pós-moderno, sobre a loucura da época em que vivemos, eu me lembro de Lucas 24 e do que Jesus fala sobre os últimos dias. Os negritos são meus, e encerro o post com este texto para reflexão.

LUCAS 24


E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo.

Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada.

E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?

E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane;

Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.

E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.

Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.

Mas todas estas coisas são o princípio de dores.

Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.

Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão.

E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.

E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.

Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.

E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.

Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda;

Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes;

E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa;

E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes.

Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!

E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado;

Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.

E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.

Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito;

Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.

Eis que eu vo-lo tenho predito.

Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais. Eis que ele está no interior da casa; não acrediteis.

Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem.

Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias.

E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.

Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.

E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.

Aprendei, pois, esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão.

Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas.

Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam.

O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.

Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai.

E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem.

Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca,

E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem.

Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro;

Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra.

Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor.

Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa.

Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis.

Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o seu senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo?

Bem-aventurado aquele servo que o seu senhor, quando vier, achar servindo assim.

Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens.

Mas se aquele mau servo disser no seu coração: O meu senhor tarde virá;

E começar a espancar os seus conservos, e a comer e a beber com os ébrios,

Virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera, e à hora em que ele não sabe,

E separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes.


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