Por Rousas J. Rushdoony
Tradução: Márcio Santana Sobrinho
Fonte: The Philosophy of the Christian Curriculum, p. 171-174.
Link de Origem: http://monergismo.com/?p=1542
O tema que irá dominar os anos que estão por vir é a batalha que está se travando entre o cristianismo e o humanismo. É uma guerra até a morte. O cristianismo é uma visão de mundo e de vida e uma fé, e somente pode existir como tal. Ou é a Palavra de Deus para todas as áreas ou não o é para nenhuma.
O cristianismo nasceu dessa mesma batalha. É somente o abandono do cristianismo o que produziu um retorno ao início desta antiga batalha dos séculos. No dia de Pentecostes a grande proclamação de Pedro foi esta: “Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (Atos 2:36). “Jesus é Senhor!” Esta é a regozijante e central proclamação da igreja primitiva. É a declaração de Paulo (Fp. 2:9-11; Rm. 10:9; 1Co. 12:3), e é a declaração regozijante de que em Cristo se cumpriu a profecia de Isaías 45:23. Declarar que Jesus é Senhor significa que Ele é o soberano do mundo, que governa de maneira absoluta todas as esferas da vida e do pensamento. É obrigatório que cada área de nossa vida seja cristã: a igreja, o Estado, a escola, a família, as profissões, as artes e as ciências, e todas as demais coisas, devem servir somente a Cristo, o Senhor.
Um problema para entender o alcance de nossa obra é o mau emprego comum da palavra igreja. A palavra em inglês provém do termo kyriakos, um adjetivo grego, como em kyriakon doma, ou kyriake oika; nossa palavra igreja se refere a uma instituição de adoração, ao ministério da Palavra, ou a um edifício. A palavra do Novo Testamento traduzida como igreja é ecclesia, que dá o sentido de duas palavras hebraicas: ´edhah (congregação) e qahl (assembléia). Ela pode se referir a todas as pessoas redimidas, sua reunião para adorar, seu governo civil, a família, ao exército temente a Deus, e mais: significa o Reino de Deus. De modo que, onde a Escritura fala de igreja, significa o domínio de Cristo em todas as áreas e esferas da vida. Todas as coisas hão de
ser postas debaixo do domínio de Cristo, o Senhor.O cristianismo nasceu dessa mesma batalha. É somente o abandono do cristianismo o que produziu um retorno ao início desta antiga batalha dos séculos. No dia de Pentecostes a grande proclamação de Pedro foi esta: “Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (Atos 2:36). “Jesus é Senhor!” Esta é a regozijante e central proclamação da igreja primitiva. É a declaração de Paulo (Fp. 2:9-11; Rm. 10:9; 1Co. 12:3), e é a declaração regozijante de que em Cristo se cumpriu a profecia de Isaías 45:23. Declarar que Jesus é Senhor significa que Ele é o soberano do mundo, que governa de maneira absoluta todas as esferas da vida e do pensamento. É obrigatório que cada área de nossa vida seja cristã: a igreja, o Estado, a escola, a família, as profissões, as artes e as ciências, e todas as demais coisas, devem servir somente a Cristo, o Senhor.
Um problema para entender o alcance de nossa obra é o mau emprego comum da palavra igreja. A palavra em inglês provém do termo kyriakos, um adjetivo grego, como em kyriakon doma, ou kyriake oika; nossa palavra igreja se refere a uma instituição de adoração, ao ministério da Palavra, ou a um edifício. A palavra do Novo Testamento traduzida como igreja é ecclesia, que dá o sentido de duas palavras hebraicas: ´edhah (congregação) e qahl (assembléia). Ela pode se referir a todas as pessoas redimidas, sua reunião para adorar, seu governo civil, a família, ao exército temente a Deus, e mais: significa o Reino de Deus. De modo que, onde a Escritura fala de igreja, significa o domínio de Cristo em todas as áreas e esferas da vida. Todas as coisas hão de
Na atualidade é o humanismo quem sujeitou todas as coisas, incluindo a maioria das igrejas, sob o domínio do homem como senhor. O propósito das escolas do Estado, tal como estabelecido por Horace Mann, James G. Carter e outros, era duplo: primeiro, estabelecer o centralismo, a prioridade do Estado sobre todas as áreas da vida, e, segundo, eliminar a fé bíblica. Os fundadores da educação estatal nos Estados Unidos criam num unitarismo, não no Deus trino. E criam, agora corretamente, que o controle sobre a criança através das escolas era a chave para controlar a sociedade. O controle sobre as escolas determinará, em última instância, o controle sobre o Estado e a igreja.
O cristianismo e o humanismo são religiões diametralmente opostas: uma é a adoração ao Deus trino e soberano, a outra é a adoração ao homem. Analisemos brevemente alguns pontos básicos de diferenciação entre o cristianismo e o humanismo e como estes afetam a Educação. Isto está longe de ser uma análise exaustiva. Nosso propósito é pontuar brevemente algumas das diferenças fundamentais:
CRISTIANISMO | HUMANISMO |
1. A soberania do Deus triúno é o ponto de partida, e este Deus fala através de sua Palavra infalível. | 1. A soberania do homem e do Estado é o ponto de partida, e é a palavra dos homens da elite e da ciência que devem ser ouvidas. |
2. Devemos aceitar Deus como Deus. Ele é o único Senhor. | 2. O homem é o seu próprio deus, escolhendo ou determinando para si mesmo aquilo que constitui o bem e o mal (Gênesis 3:5). |
3. A Pessoa e a Palavra de Deus é a Verdade. | 3. A verdade é pragmática e existencial: ela é o que nos for útil e aquilo que nós queremos fazer. |
4. A educação é de acordo com a verdade de Deus em cada área. | 4. A educação é a auto-realização e o auto-desenvolvimento da criança. |
5. A educação é a disciplina em um conjunto da verdade. Este conjunto da verdade aumenta com pesquisa e estudo, mas a verdade é objetiva e dada por Deus. Nós iniciamos pressupondo Deus e sua Palavra. | 5. A educação é livre de restrição e de qualquer idéia de verdade fora de nós. Nós é que somos o padrão, e não coisa alguma fora de nós. |
6. Padrões piedosos nos regem. Devemos nos guiar por eles. O professor faz o pupilo. | 6. A escola e o mundo devem ditar as necessidades do pupilo. O pupilo faz o professor. |
7. A vontade do homem e a da criança devem ceder ao propósito de Deus. O homem deve ser refeito e renascido pela graça de Deus. | 7. A sociedade deve ceder e se amoldar à vontade do homem, e a vontade da criança é sagrada. |
8. O problema do homem é o pecado. O homem deve ser recriado por Deus. | 8. O problema do homem é a sociedade. A sociedade deve ser recriada pelo homem. |
9. A família é a instituição básica. | 9. A família está obsoleta. O indivíduo e o Estado são básicos. |
As escolas cristãs devem ensinar todas as disciplinas a partir de uma perspectiva centrada em Deus, ou do contrário estará ensinando humanismo. A Matemática, por exemplo, não tem validade em um universo de casualidades: ela repousa na pressuposição de um Deus soberano e predestinador.¹
O livro humanista de História não somente elimina a história bíblica e o grande papel central da nossa fé cristã, mas também vê a História como uma sucessão de lances de azar em lugar de ver
propósito nela. A História, para o humanista, na melhor das hipóteses, está determinada pelo homem, contudo, para o cristão, ela está determinada por Deus.
Nas ciências, devemos negar uma vez mais o “domínio” da casualidade. O determinismo materialista não é melhor. A visão newtoniana da casualidade entrou em colapso porque sua perspectiva puramente naturalista é inadequada. Não existe uma causa única na natureza. Ademais, a multiplicidade de causas não é suficiente para explicar a ordem, o design e o significado. Somente a pressuposição do Deus da Escritura pode sustentar a ciência de maneira apropriada.
Na Literatura devemos nos perguntar: o que é um clássico? A idéia do que constitui um clássico varia de cultura para cultura. Assim o grande épico vietnamita, O Conto de Kieu, é uma obra-prima do humanismo. Alimenta a auto-compaixão, a acusação contra Deus, e a crença de que o homem, que tem em si a raiz da bondade, é a vítima de Deus.² Um clássico cristão deve refletir uma cosmovisão cristã; deve ver o conflito como uma realidade moral, não metafísica e deve afirmar uma harmonia total e básica, não um conflito de interesses.
No ensino de Língua devemos nos lembrar que a gramática e a cultura estão interrelacionadas. Há uma premissa teológica para a gramática. As culturas relativistas não podem desenvolver um verdadeiro tempo futuro, nem um sentido apropriado do futuro. Além disso, as palavras representam significados; são verdades proporcionais em miniatura. A comunicação é possível onde prevalece uma cultura comum. Quanto mais existencialista se torna uma cultura, mais difícil se torna a comunicação, porque as palavras e os significados são debilitados ou destruídos.
De modo que a fé cristã possui um ponto de interesse integral. As escolas cristãs são uma necessidade, ou do contrário teremos escolas anticristãs. Se o cristianismo ignora a educação, ou abandona as escolas cristãs, está cometendo um ato suicida. Aqueles que fazem isto negaram a Cristo e Seu Senhorio
¹ Ver Vern S. Poythress, “Creation and Mathematics; or What Does God Have To Do With Numbers?”, in The Journal of Christian Reconstruction, vol. I, no. 1, Verão de 1974, pp. 128-130; P.O. Box 158 Vallecito, California 95251; e Vern S. Poythress, “Mathematics,” in Gary North, editor: Foundations of Christian Scholarship, pp. 159-188. Vallecito, California: Ross House Books, 1976.
² Huynh Sanh Thong, translator: The Tale of Kieu by Nguyen Du. New Cork: Random House, 1973.
² Huynh Sanh Thong, translator: The Tale of Kieu by Nguyen Du. New Cork: Random House, 1973.
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