Creio que era evidente meu nervosismo no momento do meu casamento. Não esperava ter uma crise de ansiedade tão forte bem naquele instante, e mesmo do fundo da igreja qualquer um que olhava para mim pensava: “Nossa, como ele está pálido!”.
Minha pressão deve ter caído para quase zero, e nas fotografias, estive pensando em usar algum recurso do photoshop para aparentar uma cor mais saudável do que aquela, quase cadavérica. Desisti da idéia. Acho que é mais romântica a verdade de que, após 7 anos, meu casamento era algo muito feliz e desejado, mas ao mesmo tempo muito pesado para mim. Pesado ao ponto de me fazer passar mal, suando frio, demonstrando no frio de minhas mãos e no branco do meu rosto toda a dificuldade que eu estava enfrentando para estar ali e seguir com o propósito que eu e a Cris tínhamos há tanto tempo.
Sentia-me como quem carrega um peso enorme nas costas, ou como alguém que é esmagado por algo imenso e frio. Durante todos estes anos tive a impressão de que algo não queria que eu me casasse, sempre colocando pedras no caminho, rusgas e situações que mais pareciam saídas de uma novela.
Lembro-me do Rogério, lá na Nova Canaã, me dizendo que o inimigo não se alegrava em nada de ver um casal seguindo a vontade do Pai, ou seja, se casando e constituindo um lar, uma família. Tivemos muitas dificuldades, mas enfim, naquele momento, cumprimos tudo. E logo após o beijo final, foi como que se todo aquele peso, toda aquela aquela angústia, desaparecessem. Já não havia mais motivos para que, seja lá o que fosse (Diabo, ansiedade, etc), me atormentasse. O ato estava consumado.
Humanamente falando, é claro que eu ainda estou tremendo na base. As responsabilidades de uma pessoa casada são grandes, mas este é um caminho a ser trilhado não por uma mas sim por duas pessoas, em regime de parceria e não de exploração. Tudo é novo, e como um humano genuíno, temo o que desconheço. É questão de tempo até que o novo se torne velho e a rotina de ter sempre algo novo em minha vida se instale em meu sistema operacional.
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