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21 de fevereiro de 2006

PROFISSÃO E FELICIDADE



Quando eu era criança eu sempre sabia o que eu queria ser quando crescesse. Policial, bombeiro, roqueiro, ator... a cada hora mudava o sonho, a cada dia eu sonhava ser algo novo.

Eu já pensei sobre minha vida diversas vezes e cada vez mais eu percebo que, de fato, eu sou uma pena flutuando no ar, carregada pelo vento (que nem diz aquela apologia sobre o filme do Forrest Gump que circulou pelos e-mails deste mundão várias vezes). Se este vento é o mover de Deus em minha vida o tempo todo, ou se é o acaso que algumas vezes brinca comigo, não sei dizer ainda.

Eu costumava pensar que era Deus o tempo todo sim, por que afinal, mesmo com todas as dificuldades e reviravoltas que eu tive, graças a Deus tenho emprego, recebo meu salário e consigo realizar meu trabalho com qualidade, e isso tudo me permite planejar meu futuro como chefe de familia, comprar um lugar pra morar, etc.

Mas por outro lado eu começo a me perguntar se era isso mesmo que Deus queria para mim em termos de profissão. Por que, se por um lado eu tenho alguns atributos interessantes para o meu tipo de trabalho (olhar crítico, ser minucioso, raciocínio lógico), por outro eu sinto um vazio na maior parte do tempo em que exerço minhas atividades e muitas vezes desejo ter a possibilidade de mudar de área profissional (não é segredo pra ninguém que eu amo escrever e queria ser roteirista ou escritor).

E como eu tinha medo de dizer isso aqui! Pensando que em uma futura avaliação profissional (seja no atual, seja em uma possível proposta de nova colocação) este blog fosse descoberto e alguém me entendesse mal, e me demitisse ou não me contratasse por conta desta declaração, afinal fica parecendo que eu odeio o meu trabalho e não é bem por ai. Mas acho que todo mundo passa pelo menos um momento em sua vida se questionando sobre suas escolhas profissionais...

Se era pra eu ser analista de sistemas, por que eu me sinto tão deprimido com meu trabalho na maior parte do tempo em que estou trabalhando? Seria a forma como sou gerenciado/coordenado (as vezes me sinto sem foco)? Ou até mesmo a minha falta de visão em focar uma especialidade que me agrade mais dentro deste ramo (eu odeio trabalhar com sistemas que envolvam pagamentos, bancos, etc, mas encaro estes por necessidade profissional)?

Por que tem alguns momentos que estou trabalhando que eu me sinto realizado sim (principalmente quando me deixam terminar um serviço que começei). Já em outros me sinto aflito e triste, principalmente quando começam a me passar atividade atrás de atividade sem nenhum critério e prazo, e eu acabo tendo que abandonar algumas atividades pra dar conta das novas e as antigas são canceladas, sendo que eu já havia gasto um tempo considerável nelas.

Deus tem um plano para cada um, que cabe à pessoa aceitar seguir ou não. Algumas pessoas discordam, mas eu acredito que a profissão que eu deveria exercer não é definida por Deus e Ele nos deixa livres para escolhermos a que mais nos agrada, de preferência algo que tenha a ver com nossas aptidões e gostos naturais. Não importa no que ou aonde se trabalha, o que importa para Deus é que estejamos satisfeitos com isso, e que possamos ser crentes em Cristo não importa aonde.

Não sei até agora se eu não gosto de ser analista de sistemas ou se eu simplesmente não gosto da forma como eu venho sendo obrigado a trabalhar neste ramo (sempre tenho pensado mais na segunda opção). Os problemas dos quais eu falei são ossos do oficio que eu duvido que algum colega analista gosta.

Porém, ainda me pego pensando que talvez seria melhor ter seguido um dos meus sonhos infantis e ter sido ator ou roqueiro...

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