Pesquisar

11 de março de 2013

CONTANDO ATÉ 10

Quando eu era criança eu via muitos desenhos animados na TV. Não vou me lembrar em qual dele foi - Pica-Pau quem sabe - mas foi assistindo a estes desenhos que tive contato com essa história de "contar até 10" para me acalmar diante de alguma irritação. É uma lição importante para crianças e adultos. E fundamental para um convívio tranquilo.

Já passei por muitas situações de irritação, e em muitas delas acabei explodindo (tomando ações de externalização da frustração e descontentamento). Na maioria absoluta delas me senti muito mal depois porque percebi que não havia afinal motivos para ter ficado irritado para início de conversa. Ou seja, o problema era em mim e não na situação/pessoa que havia me irritado.

Não mando muito nas reações emocionais que tenho, mas mando nas reações racionais e conscientes  As emoções são muito mais poderosas no entanto, e tentam comandar as reações racionais - grite, reclame, seja grosso! Mas ai vem nossa força de vontade e sangue frio para nos controlar... e esperar.

Na maioria das vezes em que me segurei, e esperei por exemplo um dia, percebi o que disse antes: não havia razão legítima para me irritar. E evitei os problemas, mágoas e ferimentos que minha explosão teria causado. Analisando a mim mesmo, pude me conter, porque no final das contas esse é um dos únicos pequenos controles que temos nesse mundo - nosso comportamento, assim mesmo, bastante limitado de certo modo.

É claro que se conhecer é fundamental, e conversar é tão importante quanto. Se você convive com alguém que faz alguma coisa da qual você não gosta, que te irrita, mesmo que não seja nada errado, é sábio conversar com a pessoa e explicar o que ocorre, já que assim a pessoa pode te ajudar, quem sabe, evitando fazer aquilo, que como eu disse não era algo necessariamente errado para início de conversa - apenas te irrita. Ao mesmo tempo você passa a se esforçar para deixar de achar aquilo irritante, e ambos podem viver bem juntos.

Pensar desta forma é saudável, e já vivenciei bençãos por evitar falar diversas coisas a diversas pessoas simplesmente porque contei até 10.

Minha esposa por exemplo se esquece de muitas coisas, e isso me irritava muito. Depois que entendi que ela não faz por mal, e que o fato dela ter DDA e hiperatividade a impede de se lembrar de tarefas e compromissos como alguém dito "normal" (porque não há como estabelecer um critério de normalidade nesse caso) eu passei a ser mais tolerante, contar até 10, e muitas vezes antecipar os esquecimentos dela e avisá-la de compromissos, ajudando-a.

Recomendo muito que todos aprendamos a tolerância. O mundo carece muito dela. Uma matéria da revista Galileu diz que pesquisadores descobriram que a rejeição dói tanto quanto uma queimadura. Bater boca a troco de banana também deve machucar bastante a gente.

0 comentários: