Ok, tem gente que vai dizer que eu estou destilando veneno, o que não é, necessariamente, verdade. Mas vá lá, vou escrever assim mesmo. E vai ser como antigamente: um post grande que quase ninguém vai ler, então que seja.
Não é segredo para ninguém que eu ando afastado da igreja a algum tempo. No começo não era porque eu queria, mas sim porque eu achava que as circunstâncias estavam me obrigando a tal. Hoje em dia não sei mais.
Veja bem: isso não tem nada a ver com minha crença em Cristo. Tem gente que confunde ir na igreja com ser crente em Jesus e não é bem por ai. Qualquer um com um pouco de cérebro e um conhecimento mínimo de Deus sabe disso. Tenho orado para que eu encontre os meios de voltar à comunhão que tanto anseio. Mas que seja a comunhão que eu entendo como boa, agradável e proveitosa tanto para mim quanto para Deus. Com irmãos no sentido mais forte possível. De ter amigos de verdade, pra toda hora, parceiros seja para ir fazer um serviço na igreja, seja para apoiar nos momentos de diversão, alegria, tristeza ou dor.
Por que eu digo isso? Bom, tanto eu quanto a Cris nos sentimos meio deslocados nas igrejas em que fomos, em maior ou menos grau: ela pelos motivos dela e eu pelos meus. Não temos exatamente os mesmos motivos (compartilhamos alguns) e não vou negar que por um bom tempo me senti bem nas igrejas, mas acho que depois de um tempo, aprendendo algumas coisas e observando outras, a gente começa a pensar e refletir sobre o microcosmo que está diante de nós.
É claro que não podemos querer que a igreja se adeque a nós. Deus não se adequa a nós, nós é que nos adequamos a Ele, e é assim que tem que ser. Mas quando você começa a ver algumas coisas que vão contra o que Deus deixou claro para nós, ai o bicho pega. Como se adequar a algo que primeiramente não se adequou a Deus primeiramente?
Não tem igreja perfeita, sei muito bem disso. O mais importante é o que rola entre eu e Cristo, é nisso que eu acredito porque é tudo o que eu tenho na verdade. A comunhão com irmãos é consequência, e também consciência. Consciência de saber encontrar um lugar aonde você se sinta bem e inserido, porque na verdade existem diversos estilos de se adorar Deus e trabalhar para Ele, e eles não necessariamente são antagônicos. Não existe necessariamente um mais certo ou mais errado do que outro. Mas DEFINITIVAMENTE existe alguns corretos e outros errados.
Assim sendo, quero fazer uma crítica pessoal a algumas coisas que eu vejo no pessoal dito cristão que simplesmente não descem pela minha guela. Não vou falar das coisas grandes, como preconceito e falta de respeito por outras filosofias e cresças. Isso é assunto demasiadamente complicado para eu comentar, não tenho propriedade filosófica para debater sobre isso.
Mas tenho o bastante para falar o que penso a respeito daquela turminha esperta, o pessoal dito "gospel" (porque os termos "crente" e "evangélico" são muito "vintage" para eles). Bom, cada um segura o que fala, cada um tem sua consciência com Deus, mas vou falar o que eu penso com base no que conheço de Deus e também nos meus gostos pessoais, então que se dane.
Fico não com um, mas com os dois pés atrás de coisas como BALADA GOSPEL e SHOW DE ROCK GOSPEL. Estão botando gospel no nome de tudo que se imagina.
Nestas baladas a galerinha descolada da "church" (adolescentes e jovens) se reúne tarde da noite e de madrugada para bombar ao som de DJ´s gospel (puts). Sei... madrugada, som no talo, galera dançando que nem um bando de macacos no cio com luzes estroboscópicas fazendo suas pupilas ficarem malucas, ai eles param tudo pra que? Orar? Dar testemunho? Depois, continua a bombação. Fico imaginando as pegações gospel que rolam, as mãos bobas gospel, e por ai vai.
Ah, gente boa, o que que é isso?! Não sei se de fato tem alguém que acreditam que isso é engrandecer o nome de Deus. Querer arrumar desculpa para ir pra balada e colocar o nome de Deus no meio disso é nojento! Olha, pra Deus nada é impossível, então não posso afirmar com 100% de certeza que é errado, mas ME CHEIRA a coisa errada, eu sinto isso como sinto cheiro ruim em uma estação de tratamento de esgoto. Você pode falar que isso é um baita preconceito meus. Mas eu falei que é minha opinião.
Já quanto a show de rock gospel, eu fui em um uma vez. Arrastado, mas fui. E de fato o negócio era pior do que eu imaginava. Não vou generalizar porque sei que tem algumas bandas de rock gospel e algumas igrejas que tem um trabalho muito sério quanto a isso. Mas taí outra coisa que não desce pela minha guela. Dá a impressão de novo, que nem no caso das baladas, que as pessoas querem fazer aquilo e ai, com peso na consciência, colocam o nome de Deus no meio daquilo, deixando o negócio "gospel" porque ai fica tudo bem.
Fica tudo bem o escambal!!!
Quando Deus fala para não nos deixarmos moldar atitudes, pensamentos e comportamento com o molde do mundão, ele fala justamente disso! E ai o pessoal faz exatamente o que eu considero como uma baita ofensa a Deus, botando o nome dele no meio disso tudo. Cara, como eu abomino isso!
O que vai vir daqui a alguns anos? Posso até prever: Swing de Casais Gospel? Zona Gospel? Boca de Fumo Gospel? Ai vai ser oficializado o nicho de mercado "gospel". Vai ter, como já tem, academia gospel, locadora gospel com filmes pornô gospel, restaurante gospel, loja de roupas gospel...
Pode soar radical, mas tenho a impressão de que se tem gospel no nome, pode tudo. Eu abomino essas coisas. Na boa, não me parece nada certo e não quero participar disso.
Quer ir pra balada cata muié e ficar se balançando ao som de um "stunt-stunt" ensurdecedor? Vai cara! Mas não meta Deus no meio disso como desculpa! Quer ir curtir um show de rock, chacoalhar a cabeça e entrar na roda? Vai lá, mas não coloque Deus como desculpa (mesmo porque é difícil achar alguma banda de rock gospel que seja interessante de ouvir, são raras!). E encare as consequências, seja aqui na Terra, seja "no dia em que tu for dormir naquele caixote".
Eu não acho que estas coisas sejam, necessariamente, erradas. Bom, só balada acho errado, além de achar ridículo, o objetivo é o mesmo que uma passarela de candidatos e candidatas a "ficar", ou seja, é esculhambação.
E mesmo que estas coisas não sejam necessariamente erradas, acho que é muito errado associá-las com Deus. Se você precisa colocar o nome de Deus nestas coisas para se sentir livre para ir, meu... tem coisa errada contigo.
Sei o que sou e sei o que posso e não posso. Sou crente, mas se o Nirvana ainda existisse e viesse tocar no Brasil, eu iria no show, mesmo que não tivesse "gospel" no meio. E ainda cantaria "Rape me" e "Lithium" sem encanar.
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