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16 de dezembro de 2003

BONDADE

Gosto muito das histórias do "Calvin e Hobbes" (Calvin e Haroldo). São carregadas de humor negro, filosofia e pensamentos profundo demais para uma criança tão nova quanto Calvin (e por isso mesmo a história fica tão engraçada). Quem lê sabe que o tigre de pelúcia de Calvin, o Hobbes, é sua contra-parte ponderada em muitas ocasiões, enquanto que o Calvin mesmo é, diga-se de passagem, completamente insano.

Em uma destas histórias li algo interessante. Calvin estava preocupado com o Natal e com o Papai Noel, pois não era um garotinho muito bom (vivia criando confusões divertidas que qualquer garoto de sua idade apronta, enchendo a paciência de sua amiguinha Suzy, etc). Ele ficou disposto a ser um bom garoto por uns tempos só para ganhar presentes, mas não conseguia. Então, andando de trenó de neve com Hobbes, ele começa a divagar sobre algo que achei muito interessante, pois representa bem a verdade sobre a questão do bem e do mal.

Calvin começa a falar para Hobbes que o julgo do Papai Noel sobre o que era ser bom ou mal deveria ser relativo. Disse que ele podia não ser uma criança extremamente boa, mas que não fazia nada verdadeiramente mal, e então ele começou a citar exemplos: eu nunca torturei ninguém, eu nunca matei, eu nunca pratiquei canibalismo, eu nunca comecei uma guerra... e eu comecei a traçar um paralelo dele com as pessoas que se dizem boas em nosso mundo, falando que pelo fato de não fumarem, não bebem, não fazem mal a ninguém, etc, são pessoas boas. De fato são mornas, e você sabe o que Jesus disse que faria com os mornos.

Na continuação desta história , Hobbes, de forma muito sábia como sempre, fala o que ele pensa: "talvez o bem seja mais do que a simples ausência do mal". Fantástica esta frase! Quem falou que histórias em quadrinhos não podiam conter sabedoria?

De fato nós que cremos em Jesus e estudamos as escrituras sagradas sabemos que não adianta sermos apenas bons para obtermos a salvação. De fato, não precisamos ser bons para isso. Jesus já pagou o preço pela nossa salvação e nós nada mais precisamos fazer para obtê-la, a não ser acreditar em Cristo e aceitar de fato seu sacrifício, tendo um compromisso com Ele a partir de então.

O "ser bom" não é a causa de nossa salvação, é apenas uma das conseqüências! Não somos bons e nem praticamos atos de bondade para sermos salvos (pois a palavra de Deus mesmo nos alerta que a salvação vem por meio da fé em Jesus Cristo e não pelas obras, para que ninguém se glorie de si mesmo). De fato somos bons por que somos salvos, e nossa nova natureza, mesmo que em conflito com a nossa natureza carnal, é essa: a de sermos bons e não maus! E este bem, com certeza, é muito mais do que a simples ausência do mal. De fato, o mal permanece, não nos livramos completamente dele até o dia de nossa morte e ida ao Reino de Deus. Enquanto estivermos aqui na Terra continuamos a ser pecadores, e portanto, portadores de uma boa parcela de maldade. Mas a bondade que emana de Cristo em nós deve guiar nossas atitudes, como disse, não para nos salvarmos, mas para manifestar nossa verdadeira natureza, a natureza de Jesus.

P.S.--> Às vezes queria muito ter um amigo como o Hobbes

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