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6 de maio de 2015

ÓDIO DE ESTIMAÇÃO

Infelizmente, uma das características mais marcantes da minha personalidade, contra a qual eu luto bastante, é meu mal-humor. É notório que em momentos como este pelo qual estou passando eu tendo a entrar nesse estado de intolerância com tudo e todos mais facilmente. Era sim desde o ginásio, com colegas e familiares.

Eu fiquei sem escrever neste blog por muito tempo, pois desde meados de setembro do ano passado eu passei por muitas mudanças no meu emprego, virando supervisor. E mudanças são o inferno para mim.

A pressão era muito grande. Eu nunca desejei tal posição, mas aceitei por achar que "era o correto" porque afinal de contas todos olham para promoções como prêmios. Debati o assunto à exaustão na terapia, mas no final das contas eu não conseguia lidar positivamente (do ponto de vista emocional) com o cargo. A experiência não foi ruim, pelo contrário: foi melhor do que eu esperava e me rendeu uma melhora na auto-estima. Mas era pressão demais para mim, e novas mudanças ocorreram mês passado e eu não aguentei - já não vinha aguentando.

Ano de crise, empresa exercendo forte pressão por mudanças, desorganização inerente a um período de mudanças estruturais profundas... eu pedi para sair da supervisão e voltei a minhas antigas atividades, porém com uma carga maior de atribuições, então não estou sentindo tanto alívio, e a medicação que citei no post anterior não parece estar exercendo efeito algum.

A ansiedade e desespero diante de uma enxurrada de trabalho, associada a depressão que voltou (mais fraca que antes mas voltou), mais a situação política e econômica do país me desestabilizaram. E com essa desestabilização, meu mal e velho ódio de estimação roeu a corda da coleira e está dando voltas em meu coração brincando com a depressão. Estou correndo atrás dos desgraçados, mas eles são difíceis de segurar.

Eu até consigo disfarçar o ódio (não é bem ódio, está mais para um mal humor) e a depressão no dia-a-dia, até porque ninguém merece estar do lado de alguém assim, e principalmente porque murmurar não é o que Deus deseja de nós durante as tribulações da vida. Então, como sou educado, responsável e profissional, NA MAIORIA DAS VEZES eu consigo desassociar o sentimento das iterações que realizo. Mas algumas vezes escapa, eu fecho a cara e ou descompensar de alguma forma não muito positiva.

Acho que não posso fazer nada com relação a isso. Apesar de toda minha neurose, continuo a ser tão humano e falho quanto sempre fui e sempre serei.

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