LUTE

Combata o bom combate da fé. Tome posse da vida eterna, para a qual você foi chamado e fez a boa confissão na presença de muitas testemunhas - 1 Timóteo 6:12

SE DEIXE TRANSFORMAR

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus - Romanos 12:2

ACEITE O SACRIFÍCIO

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna - João 3:16

VÁ NA CONTRA-MÃO

Converta-se cada um do seu caminho mau e de suas más obras, e vocês permanecerão na terra que o Senhor deu a vocês e aos seus antepassados para sempre. Não sigam outros deuses para prestar-lhes culto e adorá-los; não provoquem a minha ira com ídolos feitos por vocês. E eu não trarei desgraça sobre vocês - Jeremias 25:5-6

REFLITA A LUZ DE JESUS

Pois Deus que disse: "Das trevas resplandeça a luz", ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo - 2 Coríntios 4:6

Pesquisar

15 de dezembro de 2023

ABANDONANDO OS PRAZÓIS PARTE 2

 



Em 2014 fiz uma postagem de uma tentativa que fiz de parar de usar pantoprazol que acabou dando muito errado. Desde aquela época foram ai quase 10 anos tomando "prazois" ininterruptamente.

Bem, passou-se o tempo, passou-se a pandemia, e alguns incidentes isolados de dores abdominais me acometiam 2x ou 3x ao ano (gases). Resolvi procurar então um novo gastroenterologista para fazer exames de rotina nestes casos (endoscopia), que me atendeu sem muita curiosidade e simplesmente acabou me receitando um prazól diferente depois de fazer alguns exames mais minuciosos que descartaram intolerância a lactose e outras coisas mais graves.

Passou-se mais um ano e agora em 2023, após as ocasiões de dores abdominais voltarem, fui em um novo gastroenterologista que se interessou um pouco mais pelo meu caso e após alguns exames, me deu um tratamento com uma medicação diferente associada a um novo prazól. Essa nova medicação (Peridal) não visava diminuir a acidez estomacal, mas sim aumentar a motilidade da comida em meu trato intestinal, o que em teoria deveria acelerar o esvaziamento do meu estômago e com isso evitar azia e principalmente o refluxo do qual também sofro bastante.

Eu já tinha conseguido convencer outros médicos em que vou a pedirem um exame de algumas vitaminas, que como eu desconfiava vieram baixas creio eu devido a todos os anos tomando prazóis (que alteram a acidez estomacal e com isso interferem na capacidade do organismo de absorção de nutrientes). Este médico, mais velho, teve uma abordagem mais interessante, olhando para as vitaminas mais ligadas ao meu sistema imune como a B12 e a D, depois de eu relatar a ele do meu temor em acabar desenvolvendo câncer no estômago ou intestino por conta de tantos anos com esse problema e da incidência de pólipos no estômago (que podem ou não estar associados ao uso ininterrupto dos prazóis).

Associado a estas medicações então ele me passou alguns suplementos vitamínicos, e um prazo de 3 meses para suspender o novo prazól da vez, que ele havia me passado. Além disso, ele me passou uma medicação em ampola pra usar em crises de azia (Sucrafilm) que parece bastante com o bom e velho leite de magnésia.

Comecei removendo o prazól aos poucos em um intervalo de 2 semanas (tipo "dia sim, dia não") e hoje estou na 2ª semana totalmente sem ele. Os primeiros dias foram tranquilos mas depois de cerca de 4 dias a azia voltou, alguns dias piores do que outros.

Obviamente que a alimentação influencia bastante: dias em que eu como algo mais leve como uma sopa leve não sinto nada, mas nos dias como hoje, onde no café da manhã comi muita coisa pesada como fritura e salgados, a azia surge forte (eu nem consegui almoçar por causa disso).

Enfim... eu já estou achando que não exista uma "cura" definitiva para a azia e refluxo. Tudo me parece ser temporário (até a cirurgia, que depois de alguns anos perde eficiência com o esfíncter entre o esôfago e o estômago laceando de novo). Boa parte do meu problema é ligado a estresse, depressão, ansiedade, sedentarismo e uma alimentação desregrada. Coisas onde meu controle deveria ser maior mas não são.

Devo refazer os exames de níveis de vitamina e zinco nos próximos dias e então fazer um ultimo retorno com este médico para uma avaliação final. Vamos ver se dessa vez consigo me librar dos prazóis de vez ou não. Mas estou pessimista.

10 de março de 2020

INCOESÃO - VERDADES PARALELAS

 
Nada mais faz sentido? Ou nunca houve sentido e as pessoas eram apenas mentirosas e buscavam por adequação mais do que se busca hoje?

7 de agosto de 2018

SEM FOCO


Não há mente no mundo que seja efetivamente multi-tarefa. Quem diz ser multitarefa mente. Na melhor das hipóteses, pode ser muito bom em modular entre tarefas distintas tendo uma curva de retomada anormalmente baixa, mas o fato é que todos nós só conseguimos focar nossa mente consciente em uma tarefa por vez.

O mercado de trabalho sempre foi exigente. Mas nos últimos meses, especialmente nesses anos de 2017 e 2018, a coisa esta mais feia. Seja pela idade estar começando a me deteriorar mais intensamente, seja pelas situações tensas pelas quais passei no tocante à vida familiar, seja pelas mudanças ininterruptas, vertiginosas e muitas vezes agressivas e excessivas no ambiente de trabalho, a impressão de que estou novamente atolado se faz mais uma vez presente.

Não é a primeira vez. Acho que não será a última.

Evidências de que entra ano, sai ano, eu não consigo mudar em minha vida aquelas mesmas coisas que precisam ser mudadas.

Somos escravos ou vítimas do acaso? Somos condutores ou passageiros com ilusão de controle?

Eu sei lá, bixo.... só sei que estou cansado pra caramba.

16 de julho de 2018

PEDINDO PARA IR

Desabafo sem nenhum orgulho que tenho pedido a Deus para morrer enquanto durmo. Não morrer "um dia qualquer", mas sim "esta noite". Por que Ele não faz isso?

Ontem mesmo, antes de dormir, foi isso o que pedi. Apenas isso. Um pedido egoísta, ingênuo, mas verdadeiro. "Me leve esta noite para morar com Você, pois não suporto mais, não aguento mais essa dor, essa vida vazia, essa preocupação constante, essa eterna sensação de fazer absolutamente tudo errado, de ser apenas odiado e rejeitado, de não significar nada para ninguém, de não aguentar fazer mais nada, de vislumbrar apenas a decadência dia após dia, de ser um traste humano".

Não suporto mais. Apenas leve minha vida e a dê a alguém que saiba usá-la, porque eu não sei.

Mas pela manhã, acordo, ainda vivo.

Engraçada essa sina de, vez ou outra, tudo desmoronar em meu coração, e tudo ser doloroso, e nada parecer ser bom em mim, e estar constantemente preocupado com as reações que provoco nos outros pelas minhas ações, de analisar minhas próprias reações e me arrepender, e pensar que nada em minha vida justifica qualquer esperança, e que tudo tende a se deteriorar cada vez mais até um final triste e extremamente doloroso, solitário, frio, decadente e miserável.

Sejam minhas relações de qualquer espécie, seja minha saúde ou a saúde dos que me rodeiam, seja tudo o mais que consigo pensar, nada me dá esperanças de que "vai melhorar" ou "vai ficar bom". Tudo o que observo, tudo o que penso, tudo o que anseio me parecem extremamente finitos, tendendo à entropia, trabalhoso ao extremo, complicado, cansativo, desnecessário e fatalmente equivocado. Na hora mais negra não tenho visto nenhuma luz. Apenas trevas. Na hora do desespero, nem uma gota de esperança. Não nesta vida, apenas no que há após ela. Não na vida, mas na vida após a morte.

Me sinto isolado de tudo aqui. Para ser sincero, me sinto invisível à maioria das pessoas, não apenas emocional e psicologicamente, mas fisicamente também. Sempre me senti, mas ultimamente essa sensação é muito mais palpável. Ao ponto das pessoas passarem por mim sem me ver, literalmente. Só posso imaginar que me odeiam tanto que fingem que não me enxergam, ou me temem. Um homem de 1,80m e 115kg não ser percebível é algo estranho. "Melhor fingir que não o vi, assim não tenho que falar com ele, e nem me relacionar com ele de alguma forma". No trabalho me sinto uma ferramenta que pode ser substituída a qualquer instante por falhas devido a desgaste. E que desgaste...

Me pego estes dias - não apenas estes dias, mas muitos outros dias - fantasiando em como seria ter amigos. Amigos de verdade, não colegas. Amigos de verdade são poucos, dois, três no máximo. Daqueles que vem na sua casa apenas pra jogar conversa fora contigo (ou vídeo-game) mesmo sem serem convidados. Que vão contigo pagar conta em banco, que te chamam pra ir no cinema ou tomar um chopp no fim de semana, que organizam uma festa de aniversário pra você mesmo sabendo que você odeia mas no fundo vai gostar, que aturam seu mal humor e ficam fazendo piada sobre isso até que você ria, e por ai vai. Alguém por quem você faria o mesmo.

Não sei se é a depressão que tira as relações ou se é o fim das relações que causam a depressão em alguns casos, mas em muitas vezes, uma coisa anda de mãos dadas com a outra.

Me sinto insignificante, solitário, miserável, esperando a morte me levar, então por que ela não me leva agora, neste exato momento, e me poupa da ansiedade de esperar anos e anos até minha saúde finalmente ceder, me levando a um sofrimento que eu não quero enfrentar? Deus sabe o que faz. Mas vou continuar pedindo.

Uma pessoa certa vez me disse que eu sou viciado em sofrimento, que eu gosto de sofrer, mesmo que de forma inconsciente.

Gostaria de dizer a ela que é o contrário. Que odeio sofrer, mas que eu o suporto o sofrimento por me importar com algumas pessoas que sei que vou afetar muito se eu partir, e porque se eu decidir não sofrer mais... bem, minha velha e constante fantasia de subir em um prédio bem alto e me atirar lá de cima solucionaria tudo.

21 de janeiro de 2018

SIGNIFICÂNCIA DO SOFRIMENTO


A palavra de Deus é rica em nos confortar diante do medo e da ansiedade diante do sofrimento e das incertezas da vida, afirmando e reafirmando constantemente que não devemos ter medo e que teremos paz em nossa fé em Cristo.

Há, na Bíblia eletrônica da Youversion, um plano chamado "Ansiedade" que oferece todos os dias, durante 7 dias, versículos que reforçam isso:

  1. A ansiedade no coração deixa o homem abatido, mas uma boa palavra o alegra
    Provérbios 12:25
  2. E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?
    Mateus 6:27
  3. Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus
    Filipenses 4:6,7
  4. Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação
    Timóteo 1:7
  5. E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito
    Romanos 8:28
  6. Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti. Confiai no SENHOR perpetuamente; porque o SENHOR DEUS é uma rocha eterna
    Isaías 26:3,4
  7. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal
    Mateus 6:33,34
Porém, muito me intriga que todo o consolo do Senhor não implica (necessariamente) em passar incólume pelos percalços e desgraças da vida. Desemprego, doença, morte, abandono e solidão fazem parte  de diversos momentos de nossas vidas, sejamos cristãos ou não. Vamos sofrer mais cedo ou mais tarde, como eu tenho sofrido nas ultimas semanas de forma mais incisiva e sei que vou sofrer mais no futuro, possivelmente.

Tenho um entendimento particular, apoiado por tudo o que li e vi em minha vida até aqui, que sofrer faz parte da missão que temos nesse mundo, e que mais importante do que o sofrimento é o significado que damos a ele. A forma como decidimos ser afetados e como lidamos com esse sofrimento nos molda e nos transforma.

Jesus sofreu, e Ele próprio re-significou aquele sofrimento, nos salvando a todos por meio dele.

Tenho orado por livramento sim, pro misericórdia e abreviação do sofrimento, porque não tem sido nada fácil. No olho do furacão, no centro da dor, em meio a tempestade, no interior do ventre da besta, não conseguimos pensar nem raciocinar nada. Apenas choramos, imploramos e padecemos até a proximidade com as portas da morte.

É irreal achar que Deus vai dar esse livramento com certeza porque eu entendo que, além do sofrimento ser uma constante na vida de todos ser humano em maior ou menor grau, o sofrimento tem um propósito e uma lição dolorosa a ensinar.

A mais obvia lição que o sofrimento trás e a humildade. A dor de estar a mercê de uma situação ruim e se ver sem saída por suas próprias forças é humilhante e desesperador. E apesar de não ser esse o desejo do Senhor para nós (Ele nunca nos quer ver sofrer), o sofrimento pode trazer nossos corações de volta a Ele.

Sofrimento de outros nos gera compaixão. Compaixão nos estimula a agirmos no intuito de ajudar a quem sofre, esta ajuda é a manifestação do amor ao próximo e isso é o próprio reino de Deus.

Mas depois, quando nos deslocamos para outro lugar dentro ou fora do sofrimento, começamos a ver com mais clareza. A esperança que Jesus nos dá brilha radiante!

Durante muito tempo, isso foi um mistério para mim, mas agora me é bastante claro.

A esperança de Jesus é a salvação dEle para vivermos uma vida eterna sem sofrimento, de eterna paz e alegria junto a Ele. A esperança de Jesus é, portanto, nossa morte sepultando não apenas nosso corpo físico, mas também toda a dor, sofrimento e choro que passamos aqui neste mundo.

11 de janeiro de 2018

A NECESSIDADE DE EQUILIBRAR CONCEITOS


Voltar a escrever aqui me trouxe algum consolo. Perdi o hábito de escrever sobre o que se passa na minha cabeça e no meu coração conforme envelheci, seja porque alguns conflitos internos eu resolvi, seja porque passei a fazer uso de analgesias diversas para as dores da vida (dentre elas, Netflix é uma das mais poderosas).

Chego aos 40 anos (esse ano vou para 41) com uma sensação de que a vida não vale a pena ser vivida. Calma, não é para se preocupar tanto. Não vou tirar minha vida, nem desistir de nada. Afinal, 8 anos de terapia me ajudaram em algumas coisas, e hoje consigo manter sob controle qualquer impulso negativo grave.

Eu apenas vislumbro que, para a minha personalidade, as coisas ruins tem um peso muito maior do que as coisas boas. Uma coisa ruim tem peso 5 enquanto que uma coisa boa tem peso 1. Assim, se me acontecem 5 coisas boas e 1 coisa ruim, no panorama geral a balança de julgamento da minha vida tende a se equilibrar. Se 2 coisas ruins ocorrerem porém, a coisas descamba para uma avaliação ruim da minha vida, e é o que tem ocorrido comigo.

É claro que a realidade não pode ser vivenciada de maneira saudável por muito tempo dessa forma. Me forço a reavaliar as coisas e considerar que, apesar de toda a situação terrível que eu e minha esposa temos passado com o acidente de minha sogra, ainda temos muitos motivos para continuar em frente com esperança. Jesus é a maior de todas. Ele tem nos sustentado sobrenaturalmente nesses tempos difíceis.

O que eu preciso é mudar o foco. Focar nas coisas boas e não nas ruins, pelo menos não mais do que o necessário para avaliá-las na tentativa de resolvê-las. Como dizem, "o que não tem remédio, remediado está". Mas isso é um esforço racional. Emocionalmente a coisa é bem diferente.

A sensação emocional diante das coisas ruins que vem ocorrendo é a de afogamento em um oceano sem ondas de lágrimas sangrentas, sob um céu escuro, além de qualquer salvação ou ajuda, numa condenação eterna de dor crescente. É uma visão do inferno.

Não consigo deixar de temer pelo futuro. Como será daqui a alguns anos com minha sogra, quando o dia dela chegar? Ela vai partir tranquila e rapidamente ou vamos passar por todo esse sofrimento de novo? O que eu vou fazer quando eu e minha esposa ficarmos idosos (com uma aposentadoria ridícula), sem filhos para nos ajudar como nós estamos ajudando minha sogra? O que farei quando minha esposa pedir demissão do emprego para cuidar da mãe dela?

Deus nos fala em Matheus 6:34 que "Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.". Nos conclama a negar a ansiedade descansar no fato de que Deus está no controle de tudo. Mas como fazer isso?

Submeter o emocional ao racional é um dos maiores desejos humanos, e não é diferente comigo.

9 de janeiro de 2018

DESAMPARO


Tudo começou a menos de um mês atrás, no segundo dia das minhas férias de fim de ano, quando minha sogra caiu dentro do ônibus e quebrou o colo do fêmur. Se você já passou por isso em sua família vai saber o que veio em seguida: descaso total da companhia de ônibus (que falou que não vai se responsabilizar por nada - vamos entrar com processo), desespero ao correr para uma Unidade de Pronto Atendimento, desespero ao transferir minha sogra para um hospital público que esta caindo aos pedaços - no nosso caso foi mais grave já que o hospital está sob intervenção devido a escândalos de corrupção e havia uma total indefinição de quando a cirurgia para colocação de prótese ocorreria, já que não tinha nem algodão, quanto mais uma prótese de quadril.

Some a isso o fato de minha sogra ser uma idosa de 72 anos cheio de problemas médicos como lúpus e perda de visão, viúva, filha única, e minha esposa ser a única filha dela. Some a isso minha sogra não ter plano de saúde por ter desistido do dela (por ser caro demais) sem nos consultar e pedir ajuda para pagá-lo (o que teria evitar muito do desespero pelo qual passamos). Some a isso a situação toda ter ocorrido entre o natal e o ano novo, e absolutamente tudo estar diversas vezes mais difícil de fazer porque todos estão de férias ou folga, ou simplesmente de saco cheio da vida e não querem colaborar em um ambiente naturalmente estressante (hospitais).

Por providência divina, minha sogra, servidora estadual aposentada, paga o plano do IAMSPE (http://www.iamspe.sp.gov.br), e o hospital deles em São Paulo (Hospital do Servidor Público, um excelente hospital) a aceitou para fazer a cirurgia.

Fora o fato de minha esposa ter morado em um hotel próximo ao hospital por quase duas semanas e eu ter pago uma fortuna por uma ambulância u.t.i. móvel para transferir minha sogra de Campinas para São Paulo (nem ambulância nos ofereceram), tudo deu certo, a cirurgia foi feita, minha esposa conseguiu trazer minha sogra de volta para a casa dela e está morando com ela até a recuperação  terminar (o que pode levar de 4 a 6 meses).

Durante todo esse tempo, haverá custos de fisioterapia, viagens para São Paulo a fim de realizar os acompanhamento da cirurgia, medicação, troca de carro para um maior e mais alto (já que minha sogra não vai mais poder andar de ônibus vamos ter que levar ela nos lugares em que ela precisar), custos com acompanhante/enfermeiro e, possivelmente, minha esposa parando de trabalhar para ajudá-la.

Some a isso eu estar sozinho em casa, ajudando-as com tudo o que eu posso presencialmente e financeiramente, mas ainda assim me sentindo um imprestável. Some a isso eu ter crises de ansiedade e depressão sozinho em casa e (tentar) esconder isso de todos, perder totalmente o apetite, não conseguir me concentrar no trabalho devidamente, não conseguir dormir, começar a beber com mais frequência e me sentir totalmente desamparado tendo que amparar minha esposa e sogra, motivá-las, acalmá-las, ser uma referência de segurança a ambas.

É claro que não estou legal.

A sensação de desamparo em um momento desses é massacrante. Nunca em minha vida, nem nos momentos mais baixos da minha depressão, me senti tão... tão... nem tenho uma palavra para definir isso. Acho que eu nem quero definir isso. É mais que desamparo, é ver-se como Jó, totalmente obliterado por uma terrível situação que é incontrolável por mim, totalmente a mercê da situação, tendo apenas no Senhor esperanças, mas morrendo por dentro.

Só houve e está havendo uma única coisa que me mantém inteiro, que tem mantido minha sogra e minha esposa inteiros: Jesus.

Como falei em uma das diversas conversas que tive com minha sogra esses dias, Deus nos permite passar por todo tipo de situação, todas com seus próprios propósitos segundo a vontade dEle. Todas com a finalidade de tratar coisas em nós.

O que ele tratou em mim com essa história toda provavelmente só vou saber totalmente no dia em que eu morrer e, pela graça de Jesus, for aos céus. Até lá, só posso supor, e esperar que isso realmente tenha me aperfeiçoado de alguma forma para Ele, e não que seja um trauma que vá me machucar por mais e mais tempo.